sexta-feira, 5 de maio de 2023

A "fraqueza" de Deus


“Deu-lhe o poder de exercer o juízo, porque é Filho do homem.” Jo 5;27

Estranha inversão! Como se, o fato de Jesus ter Se esvaziado e se feito homem, o credenciasse para exercer o juízo.

O Salvador ensinou e reiterou: “O Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho todo juízo;” v 22

A “Lógica Divina” desafina das humanas percepções. Por exemplo, após o Calvário, dizer aos judeus que, quem eles entregaram para ser crucificado era seu Deus, escandalizava. Ensinar algo assim aos gregos, com sua plêiade de deuses imortais mitológicos, também soaria, “fora da casinha.”

Contudo, era fato. “Nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para judeus, e loucura para gregos. Mas para os que são chamados, tanto judeus quanto gregos, lhes pregamos a Cristo, poder e sabedoria de Deus. Porque a loucura de Deus é mais sábia que os homens; a fraqueza de Deus é mais forte que eles.” I Cor 1;23 a 25

A “fraqueza de Deus” em Cristo esvaziado, O reduzia a “Filho do homem”; por duas razões, o indicado a exercer o juízo era Ele, mais que O Pai.

Os dons de Deus são irrevogáveis; “Porque os dons e a vocação de Deus são sem arrependimento.” Rom 11;29

O governo da terra, O Criador tinha dado ao homem, ao primeiro casal; “... Frutificai e multiplicai-vos; enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo animal que se move sobre a terra.” Gn 1;28

Acontece que, ao capitular à sedução, tendo obedecido ao apelo do pecado, invés da justiça, o domínio que fora humano passou ao pecado e seu mentor, o inimigo. “Não sabeis que a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para morte, ou da obediência para justiça?” Rom 6;16

O Eterno não muda as regras durante o jogo, quais meninos jugando bolinhas de gude; o domínio perdido pelo homem, deveria ser resgatado por um descendente; como nenhum estava apto para o papel, a “Loucura de Deus” permitiu que Seu Filho se fizesse “filho do Homem.” Eis a primeira razão! A Justiça Divina.

A outra é mais pragmática, tem a ver com a natureza da missão a ser enfrentada. Como Um Ser Eterno, Imortal, poderia lançar no rosto do pecado, o seu próprio salário, resistindo-o até à morte?

Sim, “exercer o juízo” a prerrogativa exclusiva do “Filho do Homem”, não era, então, um julgamento contra o ser humano; mas, contra o pecado que o escravizava. “Porquanto o que era impossível à Lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando Seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado, condenou o pecado na carne;” Rom 8;3

O pecado dando seu “salário”, a morte, a um pecador faria justiça. Porém matando quem não merecia, o pecado “suicidou-se”, condenou a si mesmo. “Pelo pecado, condenou o pecado na carne.”

O mundo não podia ver plenamente o que estava em jogo; O Senhor ensinou que O Espírito Santo Viria, clareando as coisas: “Quando Ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo. Do pecado, porque não creem em Mim; da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais; do juízo, porque já o príncipe deste mundo está julgado.” Jo 16;8 a 11

O não ser retido pela morte, vencendo-a, é já Seu Juízo. Morreu por nós, por Si não precisava nem poderia.

Vencendo ao pecado, venceu também seu proponente e consorte, o “príncipe deste mundo”, que sempre se dobrará ao Senhor pelo que Ele Fez. “Por isso, também Deus o exaltou soberanamente; lhe deu um Nome que é sobre todo o nome; para que ao Nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, na terra, e debaixo da terra; e toda língua confesse que Jesus Cristo É O Senhor, para glória de Deus Pai.” Fp 2;9 a 11

O resumo da ópera é que, Ele desceu e se fez como nós, e abriu a porta de acesso, para que, os arrependidos e obedientes, em parte, sejam feitos como Ele; “A todos quantos o receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.” Jo 1;12 e 13

Nele “largamos nossas pedras” e julgamos a nós mesmos; uma vez purificados mediante Seu perdão, ensinamos Seus Juízos.

Infelizmente, muitos “... não podem ouvir; A Palavra do Senhor é para eles coisa vergonhosa, não gostam dela.” Jr 6;10
Porém, “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz...” Apoc 3;6

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