segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Em Cristo; nova mente

 

“Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em Ti; porque ele confia em Ti.” Is 26;3

Sendo a mente abstrata, óbvio que, sua firmeza deve ser entendida nesse contexto. Como a firmeza em se tratando de coisas concretas é uma qualidade de algo que não se deixa mover, abalar facilmente, uma mente perene manterá sua postura, mesmo ante circunstâncias adversas.
O paralelismo da poesia hebraica acrescenta dados sobre a ideia de uma mente firme; “... ele confia em Ti.” (em Deus)

A paz com Deus tem peculiaridades diferentes da do mundo. Por isso, a distinção do Salvador; “Deixo-vos a paz, Minha Paz vos dou; não vos dou como o mundo dá...” Jo 14;27
A paz mundana muitas vezes abafa situações que a fariam morrer, se fossem visíveis; daí o dito que, “o que os olhos não veem, o coração não sente.” Testemunho oblíquo de que, certas nuances da “paz” vivida derivam da cegueira.
A paz com Deus jamais será construída no escuro. Esse é o habitat do mal; “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;20

A Paz de Cristo traz consequências com os semelhantes, e purificação, perante O Eterno. “Se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o Sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo pecado.” I Jo 1;7
Tal bem, como a Palavra apresenta, não é uma causa; antes, uma consequência de termos andado como O Príncipe da Paz, que nos justifica, ensinou; “O efeito da justiça será paz, a operação da justiça, repouso e segurança para sempre.” Jr 32;17
Justiça segundo O Senhor requer primeiro ouvidos, depois ações coerentes com o que ouvimos, para só então, fruirmos essa bendita consequência. “Ah! se tivesses dado ouvidos aos Meus Mandamentos, então seria tua paz como o rio, e tua justiça como as ondas do mar!” s 48;18
A observância das Palavras do Eterno demanda um modo, muitas vezes, passivo, embora possa ser ativo também. Digo; uma espera confiante pode demonstrar uma mente firme, enquanto um ativismo religioso temerário derivará da dúvida, trará à luz incertezas, invés de paz. Há “orações” que nem deveriam ser feitas, por vidas alienadas da justiça; “O que desvia seus ouvidos de ouvir a Lei, até sua oração será abominável.” Prov 28;9
Normalmente a impiedade é a força motora da agitação, quando a espera confiante seria a coisa certa a fazer. “Os ímpios são como o mar bravo, porque não se pode aquietar; suas águas lançam de si lama e lodo. Não há paz para os ímpios, diz o meu Deus.” Is 57;20 e 21
Não podemos esquecer que a confiança é testada em cenários cujos contornos ensejariam desconfiança. Não carecemos guarda-chuvas sob o sol radiante, mas quando chove. Camões dizia: “A verdadeira afeição, na longa ausência se comprova.”
Suponhamos que, O Eterno, que anseia ser também Amado pelos que ama, decida por à prova a veracidade da nossa afeição; e, teste à firmeza da nossa mente, em circunstâncias adversas tais, que não reste nenhum testemunho, do Seu cuidado, “apenas” o conhecimento da Integridade que há no Seu Nome. Os probos, de mentes firmes, fés enraizadas haverão de passar incólumes sob provas assim. “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do Seu Servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor, firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10
Em casos assim, sem luz nenhuma, aquele que entende o significado do Santo Nome, tem luz bastante para confiar. Os demais acendem fogos alternativos, como se algum ritual mágico desfilando no carro do ativismo religioso “obrigasse” Deus a agir só porque eles querem.
Desse calibre são as “orações fortes”, “determinações”, “decretos”, e similares profanações que navegam nas águas do fetichismo. Para Deus, apenas falta de fé, fruto de uma mente volúvel a friccionar o galho da dúvida contra o da presunção, com fito de ver voarem as faíscas do autoengano. “Eis que todos vós, que acendeis fogo, vos cingis com faíscas, andai entre as labaredas do vosso fogo, entre as faíscas, que acendestes. Isto vos sobrevirá da minha mão; em tormentos jazereis.” Is 50;11
A postura de uma mente firme, na qual devemos confiar e esperar, contudo, não justifica nem patrocina eventual indolência, quando sabemos que devemos agir. “Tudo tem seu tempo determinado”, ensina a Palavra.
Serão somente os obedientes que terão o discernimento necessário para os passos e as esperas em cada situação. “Quem guardar o mandamento não experimentará nenhum mal; o coração do sábio discernirá o tempo e o juízo.” Ecl 8;5

domingo, 9 de janeiro de 2022

O Culto dos Mortos


“Quando Efraim falava, tremia-se; foi exaltado em Israel; mas ele se fez culpado em Baal, e morreu.” Os 13;1

Cinco palavras: Comunhão; autoridade; exaltação; apostasia e morte.

Quando Efraim falava... pelos predicados inerentes à fala, fica óbvio que falava segundo Deus; em comunhão com Ele.

Uma fala que faz estremecer não é prerrogativa humana; embora se diga vulgarmente que a voz do povo é a Voz de Deus, não é bem assim. “A Voz do Senhor é Poderosa; É cheia de majestade... A Voz do Senhor Separa labaredas do fogo. A voz do Senhor faz tremer o deserto...” Sal 29;4ss

Falar com autoridade tal, que enseje tremor é uma qualidade de quem fala segundo Deus. Jesus, a Voz de Deus encarnada, “... ensinava como tendo autoridade; não como os escribas.” Mat 7;29 Assim, os que O Servem.

Comunhão e autoridade estão amalgamadas, pois; são frutos do mesmo baraço. Cheias estão as redes sociais de anúncios que prometem me fazer um pregador assim, ou assado; com técnicas, esboços, ilustrações criativas...

Ora, colocar artimanhas humanas em lugar do Bendito Espírito Santo é regar flores de plástico. A autoridade não deriva de fontes rotas; “... todas as minhas fontes estão em ti.” Sal 87;7 Jeremias denunciou: “O Meu povo fez duas maldades: a Mim deixaram, o Manancial de Águas Vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm águas.” Jr 2;13

Quando deparamos com mensagens “redondinhas” em conteúdo e vazias em autoridade, presto discernimos um papagaio espiritual repetindo coisas que ouviu alhures, por omisso em buscar na Fonte.

Exaltação; essa, provinda de Deus não traz o concurso raso das paixões por fama, renome, posses... antes, O Eterno se agrada de, em tempo, realçar àquele cujo viver, lhe apraz; para tal, o lugar alto se torna uma ameaça a mais, um risco de olvidar de onde veio, contra o qual costuma estar vigilante. Afinal, “diante da honra vai a humildade.”

Um “exaltável” aos Divinos Olhos, pode errar à sombra, até o momento oportuno; como José, na cadeia; ou, o do exemplo de Salomão; “Encontrou-se nela um sábio pobre, que livrou aquela cidade pela sua sabedoria; ninguém se lembrava daquele pobre homem.” Ecl 9;11

Como diz no Talmude que, “A grandeza foge de quem a persegue, e persegue quem foge dela.” assim, a vera exaltação.

Apostasia; “se fez culpado em Baal...” É uma doença espiritual que, a tentativa de “cura” diagnostica a enfermidade, mais que, outro sintoma qualquer.

Quando precisamos de algo para ocupar o lugar de Deus em nós, é porque esse já está vazio; nos afastamos Dele. Esse é tão especial, que, mais nada pode preencher. Por isso, um “abismo chama outro”, quando, um simulacro revela sua inutilidade e buscamos mais do mesmo em diferentes embalagens. Não bastando Baal, Efraim buscara os bezerros como deuses; “Agora multiplicaram pecados, da sua prata fizeram uma imagem de fundição, ídolos segundo seu entendimento, todos obra de artífices, dos quais dizem: Os homens que sacrificam beijem os bezerros.” Os 13;2

Morreu. A morte espiritual geralmente não é devidamente compreendida. Há quem pense que ativismo religioso equivale à vida. Pois, se haviam imagens de Baal e dos bezerros, havia culto “espiritual”; todavia, os cultuantes estavam mortos.

Há tantos mortos em evidência pelos maus frutos que ostentam... pensam que basta “gospelizar” tudo, digo; rotular doentias paixões e mundanas maneiras para que estejam espiritualmente vivos. Não. A Palavra é categórica: “... O Senhor conhece os que são seus, qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19 Sobre a mistura com valores e credos ímpios diz: “saí do meio deles, apartai-vos, diz o Senhor; não toqueis nada imundo e Eu vos receberei;” II Cor 6;17

Pois, os que se preocupam mais com rótulos que com o produto, acabam tendo apenas as reputações religiosas, privados da Vida Em Cristo; “... Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives, e estás morto.” Apoc 3;1

Tantos lugares, amplos espaços para se morrer lá fora, mas, os enganadores de si mesmo e de quem lhes escuta preferem morrer dentro das congregações dos salvos.

Andam de um lado para outro maquiando seus diabos de estimação, e esforçando-se em seus artifícios, para que o morto se movimente, como se estivesse vivo.

O “Marketing” de um servo de Deus não o coloca na passarela; antes, no combate contra a própria carne, o mundo e o inimigo; os que estão vivos frutificam até em ambiente árido. “Porque será como a árvore plantada junto às águas, que estende suas raízes para o ribeiro e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; no ano de sequidão não se afadiga, nem deixa de dar fruto.” Jr 17;8

quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

O Engano Multicor


“Formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente.” Gn 2;7 

A criação de tudo; por fim, o homem, como Obra de Deus. Isso deveria dar a Exclusividade a Ele; se, não por outro motivo, pelos “Direitos Autorais”.

Entretanto, a terra está eivada de deuses. Foi precisamente a incapacidade humana de ver o óbvio, que deu azo às criações mais estapafúrdias; “... o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto Sua Divindade, se entendem, claramente se veem pelas coisas que estão criadas... (ímpios) dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. Mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, aves, quadrúpedes e de répteis.” Rom 19, 20, 22 e 23

Por se recusar a ver o que está manifesto, o ser humano se agarra no que é flagrantemente “manifalso”.

Deparo com “bênçãos” de “Pretos Velhos”, boas vibrações holísticas da “Nova Era”, imagens diversas oferecendo a “proteção” dos “Santos”, mensagens Espíritas “Psicografadas” por ícones da doutrina aquela, humanismo oferecendo-me as chaves pra abrir o “Poder da Mente”, imagens de Budha que trariam prosperidade, e pasmem! até quem descobriu o “segredo da vitória financeira” na Bíblia. “Mamon convertido”.

Uma coisa em comum; todos, exceto O Deus Vivo, me prometem facilidades incondicionais. Querem me “abençoar”; o máximo que demandam é pequeno ritual, uma mandinga qualquer, sem o menor traço que eu deva mudar de vida nos quesitos obediência, justiça, santidade... o esperável de um Deus Santo.

Onde esses estavam na criação? “Anunciai-nos as coisas que ainda hão de vir, para que saibamos que sois deuses; fazei bem ou mal, para que nos assombremos e juntamente vejamos. Eis que sois menos que nada; vossa obra é menos que nada; abominação é quem vos escolhe.” Is 42;23 e 24

Matemáticos indianos teriam descoberto os números negativos, mas foram os que criaram tais “deuses” que os inventaram; ao apreço da Divina Sabedoria são “menos que nada.” Valores abaixo de zero na “temperatura” espiritual.

Jeremias sentencia: “... Os deuses que não fizeram os céus e a terra desaparecerão da terra, de debaixo deste céu.” Jr 10;11

Se, a alternativa à obediência, proposta no Éden, foi a divinização das paixões humanas, óbvio que essa miscelânea de “buracos negros” se pretendendo estrelas deriva daí.

Não que haja muitos deuses; “Adonai Echad!” Nosso Deus é Único.

No fundo, essa coletânea de enganos sistematizados são desdobramentos do culto a si mesmo. Por isso que, tais deuses, invés de mensagens de correção de rumos, advertências de juízo porvir, acenam sempre com facilidades incondicionais. Tais aberrações mostram o “sonho de consumo” religioso do homem caído.

Para esse, o “negue a si mesmo” condição para reconciliar com o Eterno, soa como ameaça.

Assim, quanto ao Deus Vivo nutre inimizade, apenas. “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à Lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;7

Quando do nascimento do Salvador três coisas foram cantadas por anjos: “Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os homens.” Luc 2;14

Glória a Deus nas alturas mediante completa obediência; Cristo o fez, “sendo obediente à morte, e morte de cruz.” Paz ‘na’ terra, não, paz ‘com’ a Terra. Uma paz diferente que desfaz a inimizade com os Céus; “... minha paz vos dou; não vos dou como o mundo dá...” Jo 14;27 Boa vontade para com os homens é o anúncio dessa possibilidade de reatamento em Cristo. “... Deus estava Em Cristo reconciliando Consigo o mundo...” II Cor 5;19

Com qual dos outros deuses aqueles, o ser humano estava em inimizade, de modo a carecer reconciliação? Ora, os fantoches todos são frutos da inimizade estabelecida desde a queda.

Óbvio que soa mais agradável uma mensagem sem sacrifícios, sem custo, uma graça barata que fecha os olhos para todas nossas maldades e nos “abençoa”; mas, como foi no princípio, o que a serpente embalou no pacote de um upgrade espiritual, no fundo, era só a camuflagem da morte; ainda é assim.

O Eterno não engana ninguém. O único acesso possível é Cristo, “Ninguém vem ao Pai senão, por Mim” Jo 14;6 Nele carecemos a cruz da renúncia, num mundo mau, perseguidor, profano, onde concorrem muitas aflições. Difícil e sério assim; porém, é verdade.

Erra quem pensa comprar joias de valor em lojas de quinquilharias. Vida Eterna é gloriosa demais para ser fácil. 

“Saber o que é correto e não fazer é falta de coragem.” Confúcio

“Quanto ao tímidos... sua parte será... a segunda morte” Apoc 21;8

terça-feira, 4 de janeiro de 2022

Qual é o fim do homem?


“Nunca digas: Por que foram os dias passados melhores que estes? Porque não provém da sabedoria esta pergunta.” Ecl 7;10

Se, um sábio não perguntaria isso, se deduz que, em seus domínios a resposta deveria ser óbvia; ele deveria saber.

Desgraçadamente, quanto mais a humanidade se aproxima do fim, (dos tempos) mais se afasta do fim, (objetivo) para o qual foi criada; assim, os dias passados são melhores que os atuais se, não pela virtude neles encerrada, mas pelo contraste com o “progresso” da desabalada carreira rumo à degeneração.

Aristóteles defendia que “todo ser tem um fim, isto é, uma finalidade que lhe é própria. A faca, por exemplo, tem por finalidade cortar algo; a finalidade dos instrumentos musicais é produzir música. Quando um ser realiza perfeitamente aquilo para o qual foi feito, ou seja, sua finalidade, podemos dizer que ele alcançou a excelência, sua virtude.” (filosofia do início)

Segundo o mesmo pensador, a fim do homem seria encontrar a felicidade. O que, na sua concepção equivale a “alcançar a excelência das faculdades mais elevadas de nossa alma.” (ibidem)

Paulo que também conhecia a filosofia grega disse que o limite de tempo espaço dado ao homem visa reconduzi-lo a Deus. “... determinando os tempos já dantes ordenados e os limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor...” Atos 17;26 e 27 

Por quê será que seguem infelizes os que buscam fama, riqueza, poder, mesmo encontrando essas coisas? Porque a felicidade veraz não habita nelas.

Se, na consumação porvir da Divina Obra, “Deus enxugará toda lágrima, não haverá mais pranto nem dor...” resulta que a felicidade será em perfeita comunhão com Ele. Davi sabia o que dizia: “Minha alma tem sede de Deus, do Deus Vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a Face de Deus?” Sal 42;2

Malgrado, a doutrina espírita advogue que vivemos um processo de aperfeiçoamento, a Bíblia apresenta a decadência ambiental, moral, e espiritual em franca “evolução”. Da natureza diz: “A terra pranteia e murcha; o mundo enfraquece e murcha...” Is 24;4 “sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora.” Rm 8;22

A derrocada espiritual não se satisfaz e desobedecer ao que O Eterno ordenou; além disso, atreve-se a mudar as Ordens Dele; “têm transgredido as leis, mudado os estatutos, quebrado A Aliança Eterna.” Is 24;5

Feito isso, o caminho para a felicidade queda cada vez mais distante, e os frutos da perversão saltam aos olhos na falência moral que grassa; temos, “homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus” II Tim 3;2 a 4

Notemos que, o último do nefasto rol reflete bem a distorção perversa do que seja felicidade. “Mais amigos dos deleites, (prazeres) que amigos de Deus.” 

Pois, antes da felicidade reservada para o fim, o “vinho melhor”, é preciso desfazer a inimizade que a desobediência ensejou. “... Deus estava em Cristo reconciliando Consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; pôs em nós a Palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

Cabe-nos sofrer nessa dupla natureza o apelo incessante da perversão da carne, mortificando-o na cruz, pois, o fim das criaturas é louvarem ao Criador, para então, fruírem prazer em consórcio com Ele. Dos ímpios Ele diz: “... estes escolhem os seus próprios caminhos, a sua alma se deleita nas suas abominações... fizeram o que era mau aos Meus Olhos, escolheram aquilo em que Eu não tinha prazer.” Is 66;3 e 4

Satanás vendeu que o homem fora criado para ser autônomo, independente; uma vez aceita essa perversão, a felicidade plena, nunca mais habitou a terra.

Há uma fábula que diz que o machado queria ser amigo das árvores, mas elas relutavam receosas; até que uma, vendo seu cabo de madeira assentiu, ele é um dos nossos. No fim as incautas árvores foram dizimados pelo novo “amigo”.

O Criador não dá boas-vindas à destruição, mesmo que aparente ser de outro naipe. O homem natural pós-queda é mau, inclinado ao mal; por isso a reconciliação demanda renunciar a esse indigno, por Cristo. “Negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-Me.”

Se, na terra doentia dos contrastes, quanto mais se aproxima do fim, o homem ímpio mais se distancia do seu fim; o fiel, quanto mais se “desinteressa” por prazeres efêmeros, mais se habitua ao modo de vida necessário para adentrar em bem aventuranças eternas, onde, “Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; não haverá mais morte, pranto, clamor nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas.” Apoc 21;4

Reconhecimento de Deus


“Confia no Senhor de todo teu coração, não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos; Ele endireitará tuas veredas.” Prov 3;5 e 6

À advertência de não colocarmos nosso próprio entendimento acima do Divino, somo desafiados a reconhecermos O Senhor em todos os nossos caminhos. Mas, o que devemos entender por reconhecer?

Reconhecer = Latim, Recognoscere; “Tomar conhecimento, trazer à mente outra vez, certificar.” Simplificando, conhecer de novo.

Assim resultaria uma questão: Por quê, necessitamos conhecer duas vezes, no caso, O Senhor? Porque a primeira etapa é puramente conceitual, teórica; na segunda, o reconhecimento há de moldar nossas ações; ou, a falta dele plasmará nossa hipocrisia. “Se os fatos não se encaixam na teoria, modifique os fatos.” (Einstein)

Em linhas gerais os ensinos dos Fariseus eram bons. Se poderia dizer que conheciam a Deus. Todavia, isso se dava meramente no prisma teórico. O Salvador disse: “Na cadeira de Moisés estão assentados os escribas e fariseus. Todas as coisas, pois, que vos disserem que observeis, observai-as, fazei-as; mas, não procedais em conformidade com suas obras, porque dizem e não fazem; pois, atam fardos pesados, difíceis de suportar e põem aos ombros dos homens; eles, porém, nem com o dedo querem movê-los;” Mat 23;2 a 4 Sintetizando; podemos dizer que eles conheciam a Deus, mas não O reconheciam.

O mesmo texto que, eventualmente, um pregador reparte com seus ouvintes desde um púlpito, voltará a ele em breve nos embates práticos da vida, onde será instado a reconhecer o que já conhece.

Suponhamos que tenha pregado um sermão contra a mentira: “Ficarão de fora os mentirosos...” E, ao chegar em casa, uma situação constrangedora qualquer acene que é “melhor” omitir algum tropeço da esposa, ainda que leve, para evitar barulho, o que fará? Lembrará do que falou sobre a mentira; será desafiado pelo Espírito Santo a reconhecer Deus, como Senhor de Sua vida. Terá algum descontentamento eventual ao assumir seu erro, mas, a saúde espiritual e do relacionamento será preservada.

Isso não é “privilégio” de pregadores. Tomo esse exemplo, pois, muitas vezes ocorreu comigo de ser corrigido pelas mesmas coisas que ensinei; mas, pode se dar com qualquer um que conhece os preceitos Divinos.

Pois, a Palavra de Deus meramente conceitual, pode ser doce; mas, se ousarmos colocá-la em prática, o amargor de subjugar nossa natureza rebelde aparecerá. João reportou: “Fui ao anjo, dizendo-lhe: Dá-me o livrinho. Ele disse-me: Toma-o, come-o; ele fará amargo o teu ventre, mas, na tua boca será doce como mel.” Apoc 10;9

As redes sociais, por exemplo, são arena da “sabedoria” virtual, conceitual, meramente. Qualquer um, a despeito dos valores que adote em seu viver, bem pode “colar” frases de profundo saber, tanto filosófico quanto, espiritual. Assim, o que disseminamos “na nuvem” conta parte do que conhecemos; o nosso dia a dia com os de nosso convívio, nosso agir deixa patente o que reconhecemos. “Na prática a teoria é outra”. (Joelmir Beting)

Um aspecto muito importante no reconhecimento da Soberania do Senhor é a oração. Confessando erros, buscando perdão, ou luz, antes de decisões importantes. Kierkegaard dizia que a oração não tem como alvo influenciar a Deus, antes, aperfeiçoar o caráter de quem ora; e o dizia muito bem.

Deus sabe o que necessitamos antes de pedirmos, ensina a Bíblia, todavia, nos exorta a que oremos sem cessar. Assim, se a oração logra aperfeiçoar minha alma na humildade e dependência do Santo, sua eficácia é imediata, ainda que, eventual resposta demore.

Se, reconhecimento de Deus aperfeiçoa minhas veredas, quando oro estou sendo aperfeiçoado.

O Salvador desafiou seus ouvintes a permanecerem em Suas Palavras, para conhecerem à Verdade. Isso não é outra coisa, senão, tomá-las como parâmetro na hora de agir. Ele mesmo na Parábola do Semeador ilustrou como sementes sobre pedras, sem possibilidade de aprofundar raízes e suportar o sol, os que, alegremente conhecem Sua mensagem num primeiro momento, e não reconhecem quando necessário, na hora da tentação.

Oséias exortara ao conhecimento de Deus secundado por mais, algo como, não desistir da escolha na hora prática, disse: “Conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor; Sua saída, como a alva, é certa;” Os 6;3

Em suma, o conhecimento que não melhora meus caminhos, não aperfeiçoa meu caráter, resulta como nuvens que não trazem chuva; ainda que possam plasmar belas figuras no céu, serão inócuas no ponto de vista prático.

Ademais, aquele que não reconhece a Deus, acaba endeusando suas próprias opiniões que, se “úteis” na calmaria, na hora do perigo serão vãs. “Então clamarão a mim, mas, não responderei; de madrugada me buscarão, porém, não me acharão. Porquanto odiaram o conhecimento; não preferiram o temor do Senhor. Prov 1;28 e 29

segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

A Palavra da Vida


“Porque esta palavra não vos é vã, antes é vossa vida;” Deut 32;47

A Palavra Divina como vida, não é metáfora; antes, sua descrição essencial. As vidas humanas só permanecerão, à medida que, em obediência, se deixarem moldar por Ela.

Paulo exortou: “Retendo a Palavra da Vida, para que no dia de Cristo possa gloriar-me de não ter corrido nem trabalhado em vão.” Fp 2;16

Se, biologicamente a vida pulsa no sangue, “Porque a vida da carne está no sangue; pelo que, esse vos tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas almas...” Lev 17;11

Espiritualmente, a vida está na Palavra de Deus, que, encarnada derramou o próprio Sangue, em obediência irrestrita, para pagar a dívida de um que, derivou por palavras alternativas e perdeu a vida, no Éden; legando essa “herança maldita” a toda sua posteridade.

Em Cristo a vida tanto está no Seu Sangue, para efeito do necessário resgate, quanto na Palavra, para regeneração dos que, doravante andarão segundo Deus. O Novo Nascimento que nos salva não é um fato biológico, antes, espiritual; “Os quais não nasceram do sangue, da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.” I Jo 1;13

Quando a Mensagem soou dura demais a certos ouvidos melindrosos, o povo escoou da Presença do Salvador, quedando apenas os discípulos meio duvidosos. Jesus questionou-os: “... Quereis vós também retirar-vos?” Na resposta inspirada de Pedro, A Palavra foi apreciada como ela realmente é; “Respondeu-lhe, pois, Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as Palavras da vida eterna.” Jo 6;67 e 68

Eventualmente, se usa a metáfora do Sangue; foi Ele que nos redimiu; Pedro diz que os salvos foram “Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do Sangue de Jesus Cristo:” I Ped 1;2

Entretanto, quando espraiou Seu desejo de comunicar salvação a todos os povos, O Salvador ordenou que se levasse Sua Palavra, (eis a aspersão do Sangue!) Essa revela o estado perdido de todos nós, sem Ele; e ainda propicia a compreensão do significado do Seu Sangue derramado em nosso favor; “Ide por todo mundo, pregai o Evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.” Mc 16;15 e 16

Agora, “beber Meu Sangue” dito no discurso “duro de ouvir”, equivale a “Crer nas Minhas Palavras” (óbvio; crer demanda obedecer, para verificação da eficácia) “... Minha Doutrina não é Minha, mas Daquele que Me enviou. Se alguém quiser ‘fazer a vontade Dele’, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus, ou se Falo de Mim mesmo.” Jo 7;16 e 17

Desgraçadamente, invés de “Fazer a Vontade Dele” (de Deus) para obtenção da vida regenerada, a maioria é ensinada, e assim deseja, a fazer alguns rituais religiosos para obter “vitória”; nome pomposo que gente carnal e descompromissada com santificação dá, ao suprimento de comichões e deleites eventuais.

Sempre que, a vontade original, patrocinadora de um ato, por religioso que pareça, for humana, ainda andaremos segundo o mundo, que, por alienado da vida eterna aposta todas as suas fichas aqui. “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15;19 Fomos chamados a fazer, em Cristo, um “Tesouro nos Céus”, não a sofrer miséria espiritual.

Para tal, somos desafiados a uma ruptura com o natural, como sinal de Dependência do Eterno, para só então, fruirmos Sua Vontade; “... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável e perfeita Vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Assim, para bem vivermos A Palavra da Vida, carecemos descartar conselhos, ambientes e parcerias com a morte; “Bem aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, tem seu prazer na lei do Senhor, na Sua Lei medita de dia e de noite.” Sal 1;1 e 2

Desde que, a rejeição À Palavra ensejou a desobediência e a queda, a maldição campeia; “Maldita é a Terra por tua causa.” Disse O Criador a Adão. Quem deixa A Palavra Viva pelas humanas inclinações ainda escolhe a maldição. “... Maldito o homem que confia no homem, faz da carne o seu braço e aparta seu coração do Senhor!” Jr 17;5

Não nos enganemos; só “os limpos de coração verão a Deus”, e a “limpeza” quem verifica não são as humanas inclinações; “Com que purificará o jovem (o Homem) seu caminho? Observando-o conforme Tua Palavra.” Sal 119;9

domingo, 2 de janeiro de 2022

A Graça do Eterno


“Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens, ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, justa e piamente,” Tt 2;11 e 12

Alguns aspectos sobre a Graça de Deus; sua universalidade. Trouxe salvação a “todos os homens”. Não significa que todos a receberam e serão salvos; mas, que a intenção do Eterno foi buscar indistintamente, todos; “pregai o Evangelho a toda criatura.” Ordenou. “O Senhor não retarda Sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas É Longânime para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se.” II Ped 3;9 Eis a graciosa Intenção do Eterno!

A condição de acesso; “renunciando à impiedade e às concupiscências...” Por ser graça, parece soar aos ouvidos desavisados ou, mal intencionados, como se fosse algo pueril, oco, desprovido de conteúdo, compromisso. Assim, muitos, vivendo suas vidas de modo que A Palavra diz ser réprobo, abominável, até, pretendem-se incluídos nela. Ora, a Graça inaudita abriu-nos a Porta Estreita, antes inacessível; adequar nosso viver até a “largura” que possa passar por ela é um desafio ao qual somos expostos, todos os que ansiarem por salvação.

Apesar da maravilhosa Graça, a possibilidade de inserção no Reino Santo, legada a pecadores, ainda requer que empreendamos esforços para o devido ingresso. “... fortalecei-vos no Senhor, na força do Seu Poder. Revesti-vos de toda armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do Diabo.” Ef 6;10 e 11 

É um esforço conjunto, “no Senhor”, o que demanda alinharmos nosso modo de pensar ao Dele, revelado em Sua Palavra; “Porque Meus pensamentos não são os vossos, nem os vossos caminhos os Meus, diz o Senhor.” Is 55;8

Esses esforços implicam num novo modo de vida, ao qual, depois de renunciarmos coisas desprezíveis devemos buscar; “... vivamos neste presente século sóbria, justa e piamente.”

A falta de sobriedade nos levaria pelos caminhos da apostasia. “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. Mas tu, sê sóbrio...” II Tim 4;3 a 5 

Assim, para não nos indispormos com O Senhor da Obra, muitas vezes nos indispomos com invasores imiscuídos nela.

A justiça como modo de viver nos protege contra os dardos da calúnia, mas não os evita; os males que a oposição nos vier a imputar, no devido tempo, se revelarão inócuos; “Estai, pois, firmes, tendo cingidos vossos lombos com a verdade, vestida a couraça da justiça;” Ef 6;14 Não que, maledicência não faça danos aos seus alvos, “O que pleiteia por algo, a princípio parece justo, porém vem seu próximo e o examina.” Prov 18;17

Muitas vezes somos levados a nos defender pelo que não fizemos, ou, que fizemos de modo probo e foi distorcido para que parecesse ímpio. Entretanto, se a referida couraça estiver nos protegendo, em tempo, o veneno da calúnia voltará para sua fonte. “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, isso também ceifará.” Gál 6;7

Por fim, piedade como modo de vida. Devoção, compaixão, afeto, por Deus, Sua Obra, e pelos semelhantes, quer irmãos na fé, quer não, são nuances do que encerra a piedade.

Receitando essa a Timóteo, Paulo figurou-a como um exercício espiritual, com proveito aqui e além; “... exercita a ti mesmo em piedade; porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir.” I Tim 4;7 e 8

Noutra parte, onde descreveu o próprio exercitar, acresceu detalhes da “malhação”: “Todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, uma incorruptível. Pois, assim corro, não como a coisa incerta; combato, não como batendo no ar. Antes, subjugo meu corpo, o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira ficar reprovado.” I Cor 9;25 a 27

Enfim, a Graça Divina é demonstração prática do Seu Amor pelos homens; nosso esforço em renúncia das más inclinações, mortificação das obras da carne, cruz, é a devida correspondência, que a Graça Santa e Amorosa espera.

Passaram-se muitos séculos, desde o “presente século” no qual Paulo escreveu aquilo, a Tito. Entretanto, Deus É Eterno, e Sua Palavra, igualmente; nenhum aspecto da Graça colide com a justiça que Ele também ama.

Esses modernismos profanos derivam da doentia apostasia que grassa, pois, A Graça, malgrado se tenha manifestado no tempo, não é refém dele; “Jesus Cristo É o mesmo, ontem, hoje e eternamente.” Heb 13;8