terça-feira, 24 de dezembro de 2019

O "Espírito do Natal"


“... Descerá sobre ti o Espírito Santo; a virtude do Altíssimo te cobrirá com Sua Sombra; por isso também O Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus.” Luc 1;35

Muito se fala nessa época no tal de Espírito do Natal que estaria solto por aí fazendo até corações endurecidos pousarem de amorosos. Que espírito seria esse?

A Bíblia não menciona a data do nascimento de Jesus, portanto, qualquer que tenha sido o dia, 25 de Dezembro é uma escolha humana, arbitrária; desprovida de fundamento.

Se, por Natal entendemos o Nascimento físico de Cristo, como vimos acima, o Espírito coautor do Feito foi O Espírito Santo que atuou para que Maria concebesse sem auxílio humano. Mas, será que esses todos que enviam seus votos, decoram habitats com árvores e luzes, o fazem movidos pelo Espírito Santo?

Primeiro que a luz espiritual é uma figura de linguagem que fala de discernimento, entendimento correto das coisas espirituais. Essas luzes “made in China” estão para a Luz, como um ídolo qualquer para O Todo Poderoso.

Há duas coisas nesse Bendito “Espírito do Natal” que o separam de muito do que se vê por aí; um substantivo: Espírito; que o distancia de tudo o que é origem carnal; e um adjetivo; Santo, que o faz separado de tudo o que é profano.

Entretanto, o tal do espírito agora atuante é muito vulgar e “inclusivo” de modo a não fazer distinção nenhuma de cunho moral ou espiritual; até em zonas de meretrício as “profissionais” seminuas estarão ostentando uma toquinha vermelha que simbolizaria ao dito; pessoas que passam o ano de costas, quando não, em oposição a Deus e Sua Palavra, agora sobem em carros abertos vestidos de palhaços e espalham migalhas às crianças pobres abrindo caminho ao som de buzinas. Hipócritas!!

Alguém adúltero, corrupto, ladrão, assassino até, facilmente comprará um cartão com belas falas que não lhe dizem respeito em nada no seu modo de agir e enviará a outrem para “entrar no espírito”.

Por essas e outras que, qualquer que tenha olhos pode ver, e que não seja hipócrita há de admitir, eu passo dessa febre toda e ouso sem temor afirmar que isso não advém do Espírito Santo. É o velho e traiçoeiro espírito do mundo, onde, as pessoas são massificadas e induzidas a fazer o mesmo, sob o peso das datas que o mundo estabelece.

É Dia do pais? Todos dirão: “Feliz dia dos pais”; de igual modo no das mães, namorados, crianças, páscoa, etc. como agora, todos dizem o insosso “Feliz Natal”. O que todo mundo está fazendo é o que se programa para que todos façam.

Se, A Palavra de Deus ocultou a data e prescreveu que se comemorasse a morte de Jesus, não o nascimento é porque é isso o relevante diante de Deus. Essa falsa intimidade com “O Menino Jesus” é só uma máscara onde muitos tentam ocultar sua aversão aos Ensinos do Senhor Jesus, que servem para todos os dias do ano, não para um período específico apenas.

O “Aniversariante” é convenientemente escondido; um fantoche usurpador é posto em Seu Lugar; se fosse mesmo Ele a ser celebrado, Ele deveria receber presentes, não nós darmos os mesmos uns aos outros.

Quando nasceu recebeu ouro incenso e mirra dos sábios do oriente que O visitaram.

A felicidade, tanto quanto possível, aqui na terra, não é um “produto” manufaturado que se compra acabado; ela permite-se ser encontrada em algumas nuances nas sementes santas que são semeadas, e devidamente germinadas trarão promessas de ventura eterna nos que, os corações podem ser figurados como a “boa terra”. Nos demais a Semente perde-se.

Todo ministro que se faz semeador em submissão ao Divino Agricultor, do seu modo, espalha convites para as pessoas serem felizes um dia; o faz isso “full time”, não em uma data específica que todos encenam fazer.

Portanto, assim como recuso cobrir minha fachada de luzes e um arbusto qualquer de artifícios, também, embora respeitando boas intenções dos que enviam seus votos, recuso-me a retribuir, por uma questão de honestidade intelectual e moral; uma demanda da consciência no Espírito que me conduz, tanto quanto obedeço, pelos caminhos da Bendita Palavra de Deus.

Quem é habitado pelo Espírito Santo, por certo se identificará, ao menos em parte, com essas palavras; contudo, quem leu desconfortável, contrariado, tem em si mesmo o testemunho que é só o espírito do mundo que o anima.

Deprimente ver tantos evangélicos que deveriam ser “A Luz do Mundo” misturados sem nenhum pudor às falsas e enganosas luzes do mundo. Dá vergonha alheia. 

“Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus.” Rom 8;14

domingo, 22 de dezembro de 2019

Idades Espirituais


A Palavra de Deus apresenta a conversão como sendo um novo nascimento.

Isso não é mera alegoria, se dá, de fato e é indispensável à salvação; “... Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o reino de Deus.” Jo 3;3 Primeiro ensina que sem o nascimento espiritual ninguém pode ver o Reino; isso explica a “visão” dos ateus; depois, que sem os mesmos predicados não se pode entrar. Isso deixa patente a inutilidade de tanta religiosidade sem Cristo.

Pedro aconselha aos que passaram por isso: “Desejai ardentemente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo.” (I Ped 2; 2)

Paulo por sua vez, observa uma mudança de estágio: “Quando eu era menino falava como menino, pensava e discorria como menino; mas, quando me tornei adulto deixei as coisas de menino.” (I Cor 13; 11)

Já em Hebreus, encontramos a maturidade espiritual como alvo, com o “efeito colateral” do discernimento: “O alimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem, quanto o mal.” (Heb 5; 14)

Vemos então, nos textos supra, o recém-nascido, o menino e o varão perfeito. Isso posto resulta uma questão: Como é possível identificar a idade espiritual de alguém? Não deriva, como a vida natural, do tempo decorrido; contudo, fica evidente pelo crescimento alcançado.

Diferente da vida física que é mensurada pelos ciclos naturais, o viver espiritual se pode aferir pela liberdade de consciência e entendimento que, cada um atinge em Deus.

O recém-nascido vive a anomia, ausência de lei; seu agir se dá de maneira meramente instintiva; daí carece ser conduzido. Como o cego que O Senhor levou pela mão para fora da aldeia e o curou, os iniciantes precisam ser também conduzidos de igual modo.

O adolescente espiritual atinge o que pode chamar de heteronomia; (hetero do grego, outro) onde as suas ações são pautadas pelas aparências; daí, o que outros vão pensar conta mais do que o que Deus quer.

O jovem atinge o que se pode denominar socionomia; uma lei social. Uma espécie de ética de grupo; consciente que as implicações dos seus atos se refletem sobre todo o âmbito no qual se insere, vive um estágio de maior responsabilidade que o menino e o adolescente.

O homem maduro, o dito “varão perfeito”, chega à autonomia. Não em relação a Deus, mas em relação aos humanos apreços; não vive a sua maneira, tampouco, sem lei; não age para agradar os outros ou por mera conveniência coletiva; antes, sua consciência em Deus, a escala de valores morais do Espírito expressas na Palavra pautam o seu viver, mesmo que, eventualmente, contrarie opiniões circunstantes.

Aí reside a meta de Deus, no novo pacto; Ele estabeleceu funções várias, “Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes levados ao redor por ventos de doutrinas...” Ef 4;12 a 14

E o Novo Testamento, diferente de um conjunto de leis a se observar tem como alvo a intimidade espiritual e o conhecimento de Deus. “Esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor: Nas suas mentes imprimirei minhas leis, também sobre os corações as inscreverei; eu serei o seu Deus, eles serão o meu povo. E não ensinará jamais, cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão dizendo: Conhece ao Senhor, porque todos me conhecerão…” (Heb 8; 10 e 11)

Contrário, pois, a um mero exercício ritual, um teatro de aparências, ou rigor legalista, o anelo de Deus é a purificação de nossas consciências no Espírito, porque, “O Sangue de Cristo que pelo Espírito Eterno, a si mesmo ofereceu sem mácula a Deus, purificará nossa consciência das obras mortas, para servirmos ao Deus vivo.” (Heb 9; 14)

Tal purificação é vital; sem ela corremos o risco de nos perdermos como adverte Paulo escrevendo a Timóteo; “Conservando a fé e a boa consciência, a qual, alguns rejeitando fizeram naufrágio na fé.” I Tim 1;19

Afinal, o que parecemos ante os outros, pode formar uma imagem, nem sempre verdadeira; o que somos perante Deus, porém, identifica um caráter e direciona a uma eternidade.

“Preocupe-se mais com sua consciência que com sua reputação. Porque sua consciência é o que você é; sua reputação, o que os outros pensam de você. E o que os outros pensam, é problema deles.” (Bob Marley)

domingo, 15 de dezembro de 2019

Fracos Professores


“Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus” Ef 3;19

Isso dá o que pensar; ser a igreja, tão frágil e imperfeita, um instrumento para ensinar potestades celestes sobre a Sabedoria de Deus??

O Reino dos Céus é hierarquizado, como deve ser toda organização que preza pela autoridade e bom funcionamento. Assim, principados e potestades são dignidades de grande vulto em termos de autoridade, embora, o texto não deixe claro se, as ditas autoridades que aprenderiam observando a igreja são anjos fiéis, ou, caídos.

Sim, mesmo entre os demônios as hierarquias originais permanecem como ensina o apóstolo mais adiante falando de nossa peleja; “Porque não temos que lutar contra carne e sangue; mas, contra os principados e potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.” Cap 6;12

Embora, nos anjos fiéis possa ter ficado resquícios de dúvidas, quando a oposição fez seu “comício libertário” prometendo-lhes mais vantagens sob novo governo; (Pela multidão das tuas iniquidades, pela injustiça do teu comércio profanaste os teus santuários... Ez 28;18) não obstante isso, digo, como o temor do Senhor é o princípio da sabedoria e eles se mantiveram nele é mais lógico concluir que quem aprende sobre a Sabedoria Divina observando a igreja sejam as potestades caídas.

Ora, se eles vivendo num paraíso perfeito, em plenitude de felicidade e bonança não resistiram ao “canto da sereia” do “Querubim Cobridor” deve-lhes ser humilhante assistir a tantos mártires que preferem deixar suas cabeças ser cortadas a negarem sua fé; isso, vivendo num mundo mau, de privações, restrições.

A cada bravo desses que diz um sonoro não! A Satã e um digno Sim! ao Eterno, além de um ato de justiça, concomitante há uma aula de fidelidade, honra, lealdade, valor que, as ditas potestades, tardiamente aprendem.

Quando o mesmo Paulo ensina que “Deus escolheu as coisas fracas para confundir às fortes” seu escopo inicial é puramente humano; O Santo não escolheu homens doutos, sábios, nem ricos; mas, pegou aos “que não são”; isso, porém, guindado ao nível das tais potestades faz ainda mais diáfana a lição sobre quão obtusos foram ante à sedução, e quão precioso é O Eterno que de coisas fracas faz joias, como o tempo faz diamantes de carvão.

Quando falo de igreja como embaixada do Reino dos Céus, contudo, refiro-me à genuína que será aprovada na vinda do Senhor; os fiéis entre todas as denominações.

Porque, infelizmente, muito do que se diz igreja por aí, olhando para sua atuação as potestades das trevas aprendem a ser piores do que são, pois os homens profanos conseguem a proeza de superar os demônios em maldade.

Judas alertou; “... estes, semelhantemente adormecidos, contaminam sua carne, e rejeitam a dominação; vituperam as dignidades. Mas, o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo, e disputava a respeito do corpo de Moisés, não ousou pronunciar juízo de maldição contra ele; mas disse: O Senhor te repreenda. Estes, porém, dizem mal do que não sabem; naquilo que naturalmente conhecem, como animais irracionais se corrompem.” Vs 8 a 10 A peleja de dois grandes com certo respeito, malgrado, os lados diametralmente opostos.

Outros superam-nos, engajadamente negando a existência de Deus. Gastam tempo e esforços para escrever tratados ateus para a negação do óbvio; os demônios não são ateus; “Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios creem, e estremecem.” Tg 2;19

Mas, diria alguém: Eles viram a Deus. Nós também, tanto quanto possível; o suficiente para crermos; “Porque Suas coisas invisíveis, (de Deus) desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto Sua divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles (os ateus) fiquem inescusáveis;” Rom 1;20

Spurgeon disse que, se, após contemplar os céus, os astros em suas órbitas precisas, suas grandezas e as demais riquezas da criação, ainda assim, alguém se declara ateu, juntamente se declara imbecil e mentiroso. O salmista fez apreço semelhante, aliás: “Disse o néscio no seu coração: Não há Deus...” Sal 14;1


Contudo, lutar contra potestades não é exorcismo; disseminam cegueira onde dominam; nosso labor, dos que creem é desfazer os conselhos da mentira pela verdade; “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas, poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo conselhos, e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus; levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo;” II Cor 10;4 e 5


Se, conhecimento de Deus, agora, até eles aprendem observando os fiéis, uma coisa podemos que eles não podem; alinhar nosso entendimento à obediência de Cristo. Nele; só Nele pisaremos serpentes e escorpiões...

sábado, 14 de dezembro de 2019

O tamanho da humildade


“Torna para tua casa e conta quão grandes coisas te fez Deus. Ele foi apregoando por toda a cidade quão grandes coisas Jesus lhe tinha feito.” Luc 8;39

A ordem fora para testemunhar aos seus, dos feitos de Deus em seu favor; contudo, ele saiu por toda a cidade apregoando os feitos de Jesus.

O “motor” que o impulsionou a fazer mais do que o que lhe fora mandado foi a gratidão, o amor pelo que, de tão dura sina o livrara. Não havia vantagens temporais a buscar; apenas, uma excelente notícia a espalhar; isto é o Evangelho!

Uma vez que deveria testificar de Deus, e saíra fazendo-o de Jesus, teria o que fora possesso, pois, a compreensão exata da pessoa de Jesus? De que Ele É Deus? Não creio que seja assim.

Tendemos a testificar do que vemos, mais que, entender o poder que atua. Mesmo em nossos dias, se alguém recebe um milagre após a oração de um ministro qualquer, costuma sair realçando mais ao ministro, que à misericórdia Divina. No caso de O Ministro ser Jesus, como então, dava no mesmo; hoje não.

Aliás, por se arvorarem em milagreiros, que muitos patifes da praça abarrotam suntuosos templos, de incautos, como se, a Atuação Divina” dependesse da cooperação de tais “ungidos”. O Eterno não depende de nada fora de Si para fazer o que deseja.

Quando engrandeceu reis e profetas foi porque o quis, não porque tais “grandezas” trariam alguma vantagem ao Altíssimo.

Usou um anônimo para advertir Acabe sobre sua imprudência; outro para ungir Jeú como rei que deveria exterminar à casa do mesmo Acabe; uma jumenta até, para desviar ao avarento Balaão da morte...

Contudo, os grandes, Saul, Davi, Salomão, Uzias... trouxeram problemas.

Enfim, quanto menor formos em nosso nome, status, pretensão, maiores as chances de uma real utilidade pra Deus, dado que, se Ele operar por nosso intermédio fica mais fácil se notar quem operou;

Não que, O Eterno padeça caprichos humanos; dar-lhe o que é devido é justiça; “Eu sou o Senhor; este É O Meu Nome; Minha Glória, pois, a outrem não darei, nem Meu Louvor às imagens de escultura.” Is 42;8

Às imagens, tampouco aos ministros de carne e osso que, nada podendo se ostentariam como poderosos. Geazi o avarento assistente de Eliseu tem vasta descendência entre nós.

Então, “Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; as coisas vis deste mundo, as desprezíveis, as que não são, para aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorie perante Ele. Mas vós sois Dele, em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, justiça, santificação, e redenção; para que, como está escrito: Aquele que se gloria glorie-se no Senhor.” I Cor 1;27 a 31

Escrito; onde? Jeremias dissera: “Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas, mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me entender, me conhecer, que Eu Sou o Senhor; que faço beneficência, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o Senhor.” Jr 9;23 e 24

Nossa glória, pois, será atuar de uma forma que agrade a Deus, pois, “A alegria do Senhor é nossa força”.

A excelência do nosso testemunho é sermos cooperadores de Deus, não como agentes de milagres, mas com um modo de vida cujo caráter transformado ilumine e deixe visível o milagre em nós operado; e o façamos de modo a deixar patente a origem da transformação; “Não se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador; dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;15 e 16

Humildade não é sermos grandes, nem pequenos, mas sermos o melhor, onde O Senhor nos colocar; lugares altos, ou, baixos.

Muitos morrem de amores por certo prefeito capixaba que mistura-se aos operários e faz trabalhos braçais. Não duvido da sinceridade e boas intenções dele; mas, foi eleito para ser prefeito; perde-se atuando como ajudante de serviços gerais.

Humildade não se mede pelo degrau ocupado, mas, pelo estado de espírito em que servimos. “De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada, se é profecia, seja segundo a medida da fé; se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino; quem exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; quem preside, com cuidado; quem exercita misericórdia, com alegria.” Rom 12;6 a 8

domingo, 8 de dezembro de 2019

Sarados espirituais


“Senhor meu Deus, clamei a ti e Tu me saraste.” Sal 30;2


“Senhor meu Deus...”
requer um relacionamento. Houve reis até, que chegaram aos profetas e pediram: “Clama ao ‘teu’ Deus.” Como disse Dario a Daniel ao lançá-lo na cova dos leões: “O teu Deus a quem continuamente serves, Ele te livrará.”

Quando alguém fala “Senhor Meu Deus” não está se dizendo proprietário de Deus, antes, servo; pretende ter com Deus um relacionamento fiel. Como O chamaria Senhor sem obediência?

Dois vícios são muito encontráveis no nosso meio. O clericalismo onde, apenas uma casta de “especializados” sabe como se procede e nas mãos desses, deve o povo comum buscar diretrizes; e a banalização irresponsável, na qual, até quem não dá a mínima para O Altíssimo e Sua Palavra se diz Dele.

“Deus é Pai não é Padrasto;” “Também sou filho de Deus”. Isso de gente, cujos passos, em nada testificam de uma filiação tão nobre.

Certos traços filiais são necessários para que a coisa se mostre veraz; “Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, não filhos.” Heb 12;7 e 8

Há um meio termo saudável. Não é só para “especialistas”, nem para todos de qualquer maneira; É acessível a todos, mediante o mesmo padrão: “A todos quantos o receberam, (a Cristo) deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

Se, o convite é abrangente; “vinde a mim todos que estais cansados e oprimidos...” a condição é precisa para os que ousarem tal passo: “Tomai sobre vós o Meu jugo e aprendei de mim...”

“... clamei a ti...” Muitos falam alhures sobre o “poder da fé” de uma forma diluída, como se, a mesma tivesse alguma virtude em si, invés de ser apenas um lastro para o relacionamento com quem, deveras, tudo pode.


Ora, para quem devaneia com um poder intrínseco à fé, qualquer fé serve. Em Buda, Alá, Krishna, Osíris, ETs, Gnomos, Bruxas...

A fé saudável nunca foi apresentada como tendo poder; antes, como sendo uma atitude que agrada Àquele que o tem. “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e É galardoador dos que O buscam.” Heb 11;6

Quando O Salvador disse: “A tua fé te salvou” não estava aludindo a suposto poder da fé; antes, referia-se à qualidade da mesma; Ele dissera: “Crede em Deus, crede também em Mim.” Desse modo, “Tua fé te salvou” porque crestes em quem te poderia salvar.

“... e Tu me saraste.” A ideia geral de sanidade atina às coisas do corpo estritamente; embora, seja bem mais ampla que isso. No livro de II Reis temos Eliseu, o profeta, derramando uma porção de sal numa fonte corrupta de Jericó e “sarando” às águas. Moisés fizera semelhante em Mara. Em resposta à oração de dedicação do templo feita por Salomão, O Eterno prometeu mediante certas condições de fé e arrependimento, ouvir desde os Céus e “sarar” à sua terra.

Alguns adeptos da errônea ideia que servos de Deus são dedetizados e jamais ficam doentes por causa da fé, torcem o sentido de Isaías, onde diz que, “Pelas Suas pisaduras fomos sarados.”

Em cima disso afirmam, como faz R. R. Soares, por exemplo, que todas as doenças são do inimigo; devemos “tomar posse da bênção” que já é nossa.

Nesse caso, o que precisa de saúde é a compreensão dele que está enferma. No contexto imediato se pode ver o tipo de enfermidade em foco; “... Ele foi ferido por causa das nossas transgressões, moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele...” Cap 53;5

Se, a “doença” era de transgressões, iniquidades e a consequência da cura foi o restabelecimento da paz com Deus, necessária se faz a interpretação que, a saúde em realce seja espiritual, não, física.

Não significa que O Senhor não cure moléstias físicas também; apenas, não é essa a prioridade. Nem sempre quer. “Minha graça te basta, pois, Meu poder aperfeiçoa-se na fraqueza.”

As enfermidades pesam; somos ditosos quando O Senhor nos socorre no tocante a elas; contudo, essas não vão além da sepultura;

Há males maiores de consequências eternas que devem ser alvo de nosso zelo, vigilância e orações; “... Não temais os que matam o corpo, depois, não têm mais que fazer. Mas, Eu vos mostrarei a quem deveis temer; temei Aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno; sim, vos digo, a Esse temei.” Luc 12;4 e 5

sábado, 7 de dezembro de 2019

Apreço da Honra


“Entregue-se a veste e o cavalo à mão de um dos príncipes mais nobres do rei; vistam delas aquele homem a quem o rei deseja honrar; levem-no a cavalo pelas ruas da cidade e apregoe-se diante dele: Assim se fará ao homem a quem o rei deseja honrar!”


Hamã expondo a sua noção de honra, pensando que a mesma lhe caberia; o alvo da mesma era seu desafeto Mardoqueu.

Esse denunciara uma trama que atentaria contra a vida do rei e fora esquecido; mas, no devido tempo O Senhor trouxe à memória do rei; então seria recompensado com honra.

Mardoqueu não fizera por interesse; antes, em sua lealdade ao rei fez o que lhe parecera justo, a despeito de eventuais consequências.

Honra é um anel que só fica bem no dedo do mérito. Deprimentes os debates políticos onde, a dignidade da posição requer tratamento nobre, e a indignidade do ocupante justifica um palavreado vil; “Vossa Excelência é um safado! Vossa Excelência é um corrupto, mentiroso!” Que droga de excelência é essa que usa andrajos tão sujos, como as vestes da safadeza, corrupção, mentira?

O Salvador falou sobre as “honras” humanas; “...Vós sois os que justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece vossos corações; porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.” Luc 16;15

Então, olhemos por um pouco a honra do prisma Divino; a quem, O Rei dos Reis desejaria honrar?

Assim como o amor só se realiza por via de mão dupla, isto é, demanda correspondência, também a verdadeira honra, perante O Senhor; Ele diz: “... aos que me honram honrarei, porém os que me desprezam serão desprezados.” I Sam 2;30

Embora, para efeito de Salvação conte apenas a Graça, dado que, não a merecemos nem poderíamos pagar por ela, no prisma das recompensas, certo “mérito” será requerido sim; O Santo não coloca as divisas Excelentíssimas da Sua Aprovação nas fardas sujas dos safados. Vejamos: “Com o benigno, te mostras benigno; com o homem íntegro te mostras perfeito. Com o puro te mostras puro; mas com o perverso te mostras inflexível.” II Sam 22;26 e 27

Grosso modo todos trazem na ponta da língua a tal da lei da semeadura; no entanto, nem sempre a compreensão do significado tem acuidade com a realidade espiritual; vejamos: “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, isso ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará vida eterna.” Gál 6;7 e 8

Notemos que as duas possibilidades de semeadura são, na carne, ou no Espírito. As mesmas ações podem sofrer apreços totalmente opostos, dependendo do motivo que as inspira.

Até Platão que desconhecia ao Evangelho dizia que, quando alguém pratica obras justas tendo em vista as honrarias e aplausos que advirão, o tal, ama essas coisas, não à justiça em si. Pois, quem ama-a, pratica-a sem necessidade de nenhum incentivo a mais que esse amor, a despeito da ingratidão que colherá; incompreensões até.

Eventualmente nossas obras feitas no espírito correto, na motivação que honra a Deus, podem até ser recompensadas ainda na Terra, como foi a de Mardoqueu; mas, muitos partem para o além cobertos de injustiças por aqui, como foi o Apóstolo Paulo, por exemplo que, invés de um carnal reclame contra a injustiça dos homens aceitou seu martírio seguro da Justiça Divina; “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; não somente a mim, mas também a todos que amarem Sua Vinda.” II Tim 4;7 e 8

Esse “cristianismo” que lota templos em demanda de interesses mesquinhos, entulha as redes sociais de “profecias” de facilidades para atrair incautos está a anos-luz, da fidelidade que merece O Santo, que, sem pecados padeceu por nós.

Um lugar de honra certamente está reservado aos fiéis, mas, esse não nesse antro de corrupção; “Levantai-vos, e ide-vos, porque este não é lugar de descanso; por causa da imundícia que traz destruição, sim, destruição enorme.” Miq 2;10

Invés de “orações fortes” como acenam mercenários modernos a eficácia da oração está na aceitação, por parte do Senhor, da vida de quem ora; “Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos, e Seus Ouvidos atentos às suas orações; Mas o rosto do Senhor é contra os que fazem o mal.”

Desse modo, a honra de ser atendidos pelo Rei dos Reis quando oramos, requer que antes O honremos, seguindo o que Ele em Sua Palavra falou. É antes de tudo, fiel, o homem a quem O Rei deseja honrar.

domingo, 1 de dezembro de 2019

Conflito de Amores


"... Também eu vos perguntarei uma coisa, e então vos direi com que autoridade faço estas coisas: O batismo de João era do céu ou dos homens? respondei-me." Mc 11;29 e 30
 
O Senhor fora questionado sobre a origem da Sua Autoridade. Antes de responder propôs a questão em realce; de onde era o batismo de João?

Se, ele fora delegado pelo Eterno a fazer o que fazia, então, óbvio, a autoridade que representava era O Próprio Deus.

Agora, se fizesse as coisas de moto próprio, daí tudo se resumiria em sua pessoa apenas. Todos tinham a João como profeta do Altíssimo; então, quando ele apresentou a Jesus como "O Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo", em nome do Pai, o fez.

O outro joão escreveu depois que o Batista viera precisamente para apresentar a Luz ao mundo; "Houve um homem enviado por Deus, cujo nome era João. Este veio para testemunho, para que testificasse da luz, para que todos cressem por ele. Não era ele a luz, mas para que testificasse dela." Jo 1;6 a 8

A questão da autoridade sempre foi um problema para o homem e algo de extrema importância para Deus; pois, foi justo ao desconsiderá-la em busca de um "Plano B" que o casal edênico pecou e deu início a todos os desdobramentos nefastos da queda.

O propósito original para nossa criação é de servos, ainda que, com uma intimidade mais estreita, como de filhos e Pai, no caso de nossa opção ser por Deus.

Nosso livre arbítrio resume-se a uma escolha dual, tipo eleição em segundo turno; tal escolha determinará a quem servimos, não será mero falar assim ou assado; mas, são nossas ações que testificam do Senhor que escolhemos; "Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para morte, ou da obediência para justiça?" Rom 6;16

Então, diferente do que alguns pensam, batizar-se não equivale a adesão religiosa, "passá pá crente" como dizem; antes, é um testemunho público de reconhecimento de duas coisas essenciais; nossos pecados, que demandam o auxílio do Redentor, e a Autoridade sobre nós desde então; batismo não é uma aquisição é uma entrega. "Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte?" Rom 6;3

Se, no Macro foi João Batista que testificou do Senhor para quem lhe ouvia, cada um em particular, que se batiza em Cristo testifica também, uma vez que o confessa publicamente como Senhor; "Portanto, qualquer que me confessar diante dos homens, Eu o confessarei diante de Meu Pai, que está nos céus." Mat 10;32

Muitas vezes aquilo que nos é pacífico ao entendimento e consciência, nem sempre o é perante as conveções; noutras palavras: Percebemos as coisas como são, mas não temos ousadia de assumir publicamente essa percepção, pelo medo dos apreços horizontais dos que zombarão de nós; o clássico temer mais aos homens que a Deus.

Pois, no âmbito da atuação do Senhor havia coisas tão fantásticas que por si só externavam Sua Autoridade sobrenatural. "Pode um demônio abrir os olhos a um cego"? Perguntaram. Nesses casos a resitência não passa de hipocrisia; as palavras da boca atuam contra o saber apenas para abafar no grito, às da consciência.

O Prícipe Nicodemos foi um que viveu esse conflito; para ele o testemunho dos feitos de Cristo bastava como prova da Sua Autoridade; "Este foi ter de noite com Jesus, e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que És Mestre, vindo de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que Tu fazes, se Deus não for com ele." Jo 3;2

Se, estava convencido da Autoridade Divina do Salvador, nem assim ousou escancarar isso; antes, foi buscá-lo de noite, escondido dos colegas do Sinédrio.

O Senhor É A Luz; os conflitos que enseja não são de sapiência; são de amores. Desafia-nos a mudar de afetos coisa dura para a natureza carnal; "A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque as suas obras eram más." Jo 3;19

Por isso, ensinou, sem o "Novo nascimento da Água e do Espírito" nada feito. Seguiremos amando às trevas e fugindo da Luz.

Em suma, não é identificar a origem da autoridade o nosso problema; identificamos e entendemos que O Senhor requer o direito Seu de dirigir nossas vidas, mas ainda gostamos mais da sugestão da oposição de nós mesmos decidir sobre bem e mal.

Jesus não é rejeitado por obscuro, confuso; antes É claro demais; assusta.

"A verdadeira tragédia não é as crianças temerem ao escuro; antes, é os adultos temerem à luz". Platão.