sábado, 28 de julho de 2018

A Necessária Vigilância

“Até importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem entre vós.” I Cor 11;19
O lado “bom” das heresias segundo Paulo é que elas fazem certa triagem entre os sinceros e os hipócritas no seio dos cristãos.

Como se espera a manifestação de alguém sincero num caso desses? Vejamos o exemplo do próprio Paulo; “Mas, quando vi que não andavam bem e direitamente conforme a verdade do evangelho, disse a Pedro na presença de todos: Se, tu, sendo judeu, vives como os gentios, não como judeu, por que obrigas os gentios a viverem como judeus?” Gál 2;14

O deslize pontual de Pedro, como fora público, demandou uma pública repreensão por parte de Paulo. As coisas pessoais devem ser tratadas no âmbito pessoal; “se teu irmão pecar contra ti vai ter com ele...” Mas, em caso de ensino, doutrina ou, postura de alguém de pública responsabilidade, como Pedro, só uma pública correção poderia repor as coisas no lugar.

Na verdade, desde o Antigo Testamento O Senhor avisou que provaria Seu povo, permitindo sinais verdadeiros mediante gente falsa, que, ensinaria heresias desencaminhando-os do Senhor. “Quando profeta ou sonhador de sonhos se levantar no meio de ti, e te der um sinal ou prodígio, e, suceder o tal sinal ou prodígio, de que te houver falado, dizendo: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los; não ouvirás as palavras daquele profeta ou sonhador de sonhos; porquanto o Senhor vosso Deus vos prova, para saber se amais o Senhor vosso Deus com todo o vosso coração, e com toda vossa alma.” Deut 13;1 a 3

E pensar que os mercenários modernos fazem filas de “testemunhos” para demonstração dos pretensos “sinais”, de seus ministérios, quando, é a doutrina, o ensino corroborado com os devidos frutos, que define quem é verdadeiro; não, eventual milagre que até o canhoto faz, como fez, aliás, mediante a pitonisa de Filipos, ou, nos dias de Jó.

O Testemunho que agrada ao Senhor não é ter algo para contar; antes, é um novo modo de ser; “Ser-me-eis testemunhas...” Esse ser renascido deve atuar de maneira tal, que seu testemunho de fidelidade será contado por outros, não, pelo próprio; “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao Vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;16

Então, se, somos desafiados a nos manifestarmos em caso de heresia doutrinária em nosso meio, perante os demais devemos manifestar a Cristo em nosso agir.

Isso de fazer Deus “visível” vem desde antanho; “Guardai-os, pois, e cumpri-os; (os mandamentos) porque isso será a vossa sabedoria e o vosso entendimento, perante os olhos dos povos, que ouvirão todos estes estatutos, e dirão: Este grande povo é nação sábia e entendida. Pois, que nação há tão grande, que tenha deuses tão chegados como o Senhor nosso Deus, todas as vezes que O invocamos?” Deut 4;6 e 7

Uma coisa é a advertência do Salvador que seríamos alvos de perseguições, calúnias; outra seria agir de modo a que nossos acusadores tivessem razão, o que, desqualificaria a ideia de calúnia, tornando a coisa, mera acusação fundada.

O objetivo proposto é que vivamos com lisura tal, que, para falar mal contra nós os oponentes carecerão mentir; “Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem, perseguirem e mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.” Mat 5;11

Vemos que, o alvo das acusações somos nós, os servos; mas, o motivo, Cristo em nós. Desse prisma, se, nosso modo de vida após o Novo Nascimento evidencia Cristo, estamos no rumo certo; se, não, temos fundadas razões para duvidarmos de nossa conversão, ou, pelo menos, da necessária edificação.

E sendo Ele a viver em nós, as razões pessoais devem ser entregues a Ele, invés de “pagas na mesma moeda” com o braço carnal; mas, as ameaças que se erguem contra “Seu Corpo”, a Igreja, essas devem ser enfaticamente combatidas; embora Seu Chamado seja universal, a “toda criatura” os ministros são Seus cooperadores, “despenseiros dos mistérios de Deus”, de modo que não devem armazenar impurezas doutrinárias em suas despensas.

Como foi dito o Timóteo, o mesmo se aplica a nós; “... guarda o depósito que te foi confiado, tendo horror aos clamores vãos e profanos e às oposições da falsamente chamada ciência.” I Tom 6;20

“Guardar”, nesse caso, é bem mais que fazer uma ronda ao redor como um vigia qualquer; antes, estar de ouvidos atentos, “anteninhas” do discernimento, ligadas, para que, nenhum ensino espúrio seja recebido em nosso meio, antes, seja exposto, denunciado.

“Nunca se deixe influenciar por pessoas que não possuem princípios. Mantenha-se firme e vigilante, pois, quando a raiz apodrece, a árvore cai.” Hudson Pessini

sexta-feira, 27 de julho de 2018

Essa coisa antiga, o pecado

“Ninguém, sendo tentado, diga: Por Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e, a ninguém tenta.” Tg 1;13

Pra tentação ser real ela precisa, pelo menos, parecer desejável ao agente e ao paciente dela. No que tange a Deus, não é ludibriado por aparências. Assim, sendo o pecado uma desobediência à Sua Vontade, como, esse lhe pareceria desejável? O Santíssimo encerraria uma contradição? Ansiaria ser desobedecido? Logo, mesmo prescindindo das razões éticas, morais, da Santidade Divina, só pelas veredas da lógica, já vemos o pecado indesejável a Ele.

Todavia, incluindo esses aspectos mais elevados, o pecado desce ainda mais ante Seus Predicados; “Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal; à opressão não podes contemplar...” Hc 1;13 Não apenas indesejar o pecado faz parte de Seu Ser; antes, contemplá-lo apenas já fere Sua Santidade.

“Cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência.” V 14 prossegue Tiago.

Há dentro de mim, de você, uma inversão de valores após a queda, pela qual, deixamos de ser Imagem e Semelhança em submissão; pós o “sereis como Deus” praticado nos tornamos egoísmo e concorrência em perversão.

Esses “frutos” são filhos da morte espiritual que, após a queda contaminou toda a espécie humana. Paulo abordando isso não diz que herdamos a má inclinação, antes, herdamos a morte. “Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, pelo pecado a morte, assim também, a morte passou a todos os homens; por isso que todos pecaram.” Rom 5;12 Não morreram por que pecaram; pecaram porque estavam mortos.

Mesmo quem não transgredira uma ordem direta do Criador, como Adão, estava igualmente morto, por herança; “... a morte reinou desde Adão a Moisés, até sobre aqueles que não tinham pecado à semelhança da transgressão de Adão...” Rom 5;14

O Salvador disse que os que ouvissem Suas Palavras passariam da morte par a vida, e que, os mortos ouviriam Sua Voz. Pois, mesmo a promessa da oposição acenando com deidade alternativa, na prática, a submissão a ele forjou uma espécie de “Walking Dead”; vivos no prisma existencial, físico, e mortos no espiritual, separados de Deus.

Em Cristo somos desafiados a desobedecer o monstrengo forjado à imagem do tentador, o ego, “negue a si mesmo” para sermos, então, regenerados conforme o projeto original; o “Novo Nascimento”.

Desse modo, voltando a Tiago, quando adverte que, aquiescer ao pecado gerará a morte está falando, necessariamente, aos que foram redivivos em Cristo. Pois, não há risco de morrer para quem já está morto.

Inicialmente, o teste de obediência, a possibilidade de pecar era ímpar; determinada árvore vetada, apenas; agora, a coisa ainda pode ser unificada sob um signo, desobediência; mas, os desdobramentos são infinitos. Digamos que, o tentador e o tentado “trabalham” com matéria-prima mais abundante.

Todavia, o processo rumo à queda é o mesmo; Após sermos atraídos pelas nossas cobiças, “... tendo a concupiscência, concebido, dá à luz o pecado; o pecado, sendo consumado, gera morte.” Tg 1;15 Com quem a cobiça “transa” para conceber e dar à luz o pecado? A cumplicidade entre tentador e tentado copulam “engravidando” a esse que, dando à luz o pecado sob auspícios da cobiça, “revive” a morte.

Eis o sentido da cruz! A de Cristo em nosso favor foi literal, injusta, dolorosa. A nossa é espiritual, graciosa, pois, não merecemos tal favor; e, bem menos dolorida que a do Salvador. 

Ele morreu; nós somos desafiados a considerar como mortas as más inclinações patrocinadoras das cobiças, andando após Cristo. “Pois, quanto a ter morrido, de uma vez morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus. Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas, vivos para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor. Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências; tampouco, apresenteis vossos membros ao pecado por instrumentos de iniquidade; mas, apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos; vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça.” Rom 6;10 a 13

Todo salvo traz em si a dupla natureza; a primeira, inclinada ao pecado acossada pela cobiça; e, o ser espiritual, renascido, que visa balizar os passos no “Caminho Estreito” dos ensinos de Cristo.

Quando meditei nas palavras: “O que é nascido de Deus não peca” deu um nó. Tinha nascido de novo, entretanto, pecava; ainda peco. Quando peco é minha natureza carnal que instiga, o homem espiritual é imagem e semelhança de Deus; não pode ser tentado pelo mal. Sempre que peco desobedeço; ando “na carne”. “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas, segundo o Espírito.” Rom 8;1

quinta-feira, 26 de julho de 2018

O voto reproduz conforme sua espécie

“A complexidade dos humanos começa pela incoerência; pois, a sinceridade machuca e a falsidade é intolerável.” Luiz Humberto Franciosi Junior

Não gostamos que outros sejam falsos para conosco, tampouco, sinceros? Resta o quê? A maioria das pessoas, os medíocres, sobretudo, não se importa que outros lhes sejam falsos, desde que, seja uma falsidade em “seu favor”; digo; que lhes seja lisonjeira, vantajosa. Como cantou Aguinaldo Timóteo: “Mente pra mim, mas, diz coisas bonitas.”

Muitos tentaram definir o humano em sentenças breves; “Um ente social”; “Um ser gregário”; “Um animal político”, etc. Essas definições apontam para nossa necessidade de relacionamento; sem qualificar, que tipo de relacionamento apreciamos, ou, carecemos.

Os filósofos, Sócrates, principalmente, tinham a coerência como fiadora dos seus argumentos; e, a busca pelo saber era, antes, um conhecimento interior das próprias inclinações viciadas, que, de relacionamento indiscriminado com terceiros; “Conhece a ti mesmo.”

Uma pressuposição implícita num debate era que, a coerência seria cara a ambos os oponentes de modo que, algo tido assente por eles serviria como instância de apelação a qualquer uma, que, eventualmente divisasse a mínima incoerência na fala do opositor.

Óbvio que essa “Ferramenta” é indispensável se, alguém empreender uma busca por Sophia. Como estabelecer um gládio de ideias contra uma “Metamorfose Ambulante” também cantada em prosa e verso, que, a cada instante muda de posição? Alguém honesto intelectualmente debater com um assim seria a tentativa inglória de equilibrar-se com um pé em terra firme, outro, na areia movediça.

Assim, um pleito entre um filósofo e um sofista seria um jugo desigual; aquele faria eventuais concessões a bem da verdade; esse mudaria seu dito a cada nova conveniência, pois, prevalecer no debate lhe seria mais caro que achar a veracidade do ser.

Em nenhum aspecto nossa incoerência é tão pujante quanto, na política. Os fisiológicos do interesse imediato fazem as mais espúrias barganhas, sacrificam valores que diziam lhes ser caros, se, vislumbrarem uma tênue vantagem pontual. Por um favor que vige por uma semana sacrificam quatro anos seus e de toda a nação, vendendo seus favores eletivos como fazem as prostitutas com o corpo.

A cada novo desmando dos poderes constituídos vociferam contra a liderança A, ou, B; manifestam suas decepções e acenam com desejo de mudança. Aí, chegam as eleições, aproximam-se, digo, e os mesmos de sempre figuram como favoritos nas pesquisas. O que foi feito do instante desejo de mudança de outrora? Mudou o desejo, acho.

Outra coisa muito comum entre eleitores; eles conseguem ser contra o aborto votando em abortistas; depreciam à censura, mas, votam em gente nitidamente totalitária; desprezam à corrupção, mas, apoiam corruptos. Acham o capitalismo selvagem, opressor, mas, jamais “socializam” suas posses, por abastados que sejam. São pela partilha igualitária das riquezas, mas, das riquezas alheias.

Um braço significativo da Igreja Católica apoia o Socialismo/comunismo; os da “Teologia da Libertação”. O socialista Evo Morales tentou vetar pregações cristãs, católicas e evangélicas na Bolívia; agora, o também socialista Noriega começa a fechar igrejas cometer assassinatos, violências contra ministros na Nicarágua.

E pensar que há tantos incautos com o discurso distorcido que Jesus “fez opção pelos pobres” tentando “cristianizar” esse sistema assumidamente ateu e ateísta; pois, Karl Marx o criador do monstrengo dizia que a religião é “o ópio do Povo”; isto é, uma droga. Seu alvo é a desconstrução dos valores judaico-cristãos da sociedade; destruição da família e seus valores, entenda-se.

Ora, se eu sou contra o aborto, a descriminação das drogas, a ideologia de gênero, a corrupção, a única forma de votar de modo coerente seria votando em alguém que diga abertamente que tem os mesmos valores que os meus. Senão, trairei a mim mesmo, serei uma fraude.

Mas, a maioria é contra isso, a favor daquilo, sem sequer saber direito por que. Foram treinados a repetir conveniências de pilantras sem pensar, e tudo o que fazem é repartir os “frutos” de tal “treinamento”, malgrado, suas escolhas sejam bem incoerentes, insanas como dar um tiro no próprio pé.

Cheias estão as redes sociais de frases sobre semeadura e ceifa; plantio e colheita; ou, a tal “lei do retorno”; tais que compartilham isso devem pensar que vale apenas para as maldades feitas, não, para as burrices; como se, o voto não fosse uma semente, e o trabalho de eventual eleito, o fruto.

Aliás, o determinismo biológico vem desde a Criação, quando, O Criador ordenou que todos os seres vivos reproduzissem “conforme sua espécie”. Eis a Coerência de Deus!

Eu sei, deveria ter chamado aos incautos, eleitores de pilantras, de politizados. Eles curtiriam e me achariam “legal”; mas, eu me olharia no espelho e me acharia um patife. A consciência não pode ser incoerente; por isso, tantos, cauterizam-na.

A Graça possibilita, não facilita

“Rogo-vos, pois, eu, preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados.”

Os que pretendem uniformizar a sorte dos salvos teriam um problema aqui; “... eu, o preso do Senhor, rogo, que andeis...” Dissera Paulo. O preso admoestando sobre os passos dos que eram livres, pois, “a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo.” V 7

Os utilitaristas atuais teriam dificuldade de entender como um prisioneiro inocente seria alvo da Graça; normalmente as pessoas não associam Graça a um favor imerecido; antes, ao patrocínio de um desejo almejado; alguém preso, por certo, sonharia ser livre; só assim seria agraciado. Todavia, ao apóstolo, a salvação era suficiente, mesmo que perdesse sua vida, como, de fato, perdeu.

Se, não estamos presos como Paulo, tampouco, somos tão “livres” assim, a ponto de, nossas doentias inclinações prevalecerem à Vontade do Senhor. Somos “presos livres”, como se, usássemos tornozeleiras eletrônicas, que facultam liberdade dentro de certos limites.

A “liberdade” absoluta era para antes, quando, mortos; “Quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça.” Rom 6;20 “Mas, agora, libertados do pecado, feitos servos de Deus, tendes vosso fruto para santificação; por fim a vida eterna.” V 22 Notemos que, a progressão da salvação deve culminar em santificação, o que, resulta em menos poder, no quesito liberdade.

Como qualquer pai amoroso cercearia os passos a um filho se, ele rumasse às drogas ou, outros vícios, assim, Deus, nos disciplina dentro de Seus limites, para nos proteger, não, para limitar.

Os avessos à Sua Disciplina não são Seus Filhos; “Porque o Senhor corrige ao que ama; açoita a qualquer que recebe por filho. Se, suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, não, filhos.” Heb 12;6 a 8

João Batista exortara os “salvandos” a produzirem frutos dignos de arrependimento; Paulo escreveu aos salvos demandando frutos de santificação; requerendo maturidade espiritual. Afinal, santificação, separação do mundo e seus valores pervertidos não é um upgrade possível aos salvos; Antes, uma demanda indispensável, para os que desejam ver a Bendita Face do Santo. “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual, ninguém verá o Senhor;” Heb 12;14

Diferente do que ensina o catolicismo, que santificação seja a operação, em vida, de, pelo menos dois milagres, redundando num processo de reconhecimento e “Canonização” após a morte; a Bíblia ensina que é uma separação paulatina dos valores profanos do mundo, mudando nossos pensamentos pelos Divinos, infinitamente mais elevados, para que sejamos reputados, então, limpos de coração. “Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;” Mat 5;8

Esse papo moderninho de que os tempos são outros; a onda é ser “politicamente correto” e, a pretexto de “tolerância” devemos aquiescer com toda sorte de vícios amalgamados ao cristianismo é apenas perversão do inimigo infiltrado; pois, aquilo que é eterno jamais demanda um processo de “atualização” como se, biodegradável fosse.

Desgraçadamente “progredimos” de uma geração de heróis que nem mesmo o martírio era coação suficiente para que negassem a fé, como Paulo; para uma igreja pusilânime, covarde, onde críticas, zombarias são “provas” muito duras; francamente!

Esperam que, a Graça Divina, necessariamente lhes trará facilidades, favores, fama, aplausos, grandeza... Essa seria a “Fé inteligente”, que “toma posse” das chaves disso ou, daquilo. Nos últimos dias os homens serão amantes de si mesmos; tendo aparência de Piedade, mas, negando sua eficácia. Disse Paulo a Timóteo.

Tiago denunciou a duplicidade em Sua Epístola; e, diverso da santificação que O Senhor deseja, essa redunda em impureza. “Chegai-vos a Deus; Ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; vós de duplo ânimo, purificai os corações.” Cap 4;8

Em Cristo somos vocacionados ao Reino dos Céus; se, devemos andar de modo digno, é o “aplauso” Celeste, não, terreno que devemos buscar; Pois, disse O Salvador aos Fariseus: “... Deus conhece vossos corações, porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.” Luc 16;15

Por aqui podemos estar presos, desempregados, enfermos, humilhados; se, malgrado essas variáveis todas estivermos em paz com Deus, então, inda estaremos sob as asas de Sua Graça. Senão, mesmo que tenhamos ganhado o mundo inteiro, nossa efêmera presunção de donos, de poderosos será apenas o disfarce pontual, camuflagem de nossa prisão eterna.

Muitos que andaram na Fé, segundo a vocação Divina sofreram bem mais que nós; as perseguições lhes impetradas não maculou quem eram; mas, realçou quem o mundo é; “Dos quais o mundo não era digno...” Heb 11;38

Na vereda da fé carecemos de ouvidos para ver melhor.

domingo, 22 de julho de 2018

O Bálsamo do Perdão

“Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu companheiro, como também tive misericórdia de ti?” Mat 18;33

Questão posta a um que foi perdoado em suas múltiplas falhas, e, não quis perdoar a outrem que falhou para consigo.

Temos grande necessidade de receber perdão, dadas nossas muitas falhas; e, dificuldade em doar, por causa do egoísmo. Aqui também, o “negue a si mesmo” cumpre seu papel.

Essa coisa rasa tipo, “perdoo quem merece; sou bom pra quem é bom comigo” é escambo, comércio, não, perdão.

O perdão veraz desafia-nos a sermos bons para quem foi mau conosco, a ponto de fazer inda mais; agir de modo a constranger eventual faltoso para que busque perdão; “Portanto, se, teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se, tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas, vence o mal com o bem.” Rom 12;20 e 21 “Amontoar brasas sobre sua cabeça” não se refere a vingança; antes, constrangê-lo a rever suas razões, uma vez que, quereria mal a alguém que lhe trata bem.

Noutra parte diz mais: “Orai pelos que vos perseguem...”

Certa vez Pedro quis saber até onde O Senhor requereria dos Seus essa coisa difícil, perdoar. “Então Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe disse: Não te digo que até sete; mas, até setenta vezes sete.” Mat 18;21 e 22

Não é um número que deva ser levado ao pé-da-letra; contarmos até 490 vezes e depois não precisamos perdoar mais. A ideia é mais ampla; Quando O Eterno revelou a Daniel o tempo determinado para Sua Obra entre os Judeus, povo de Pedro, disse que duraria “setenta semanas”; isto é: Setenta vezes sete. “Setenta semanas estão determinadas sobre teu povo, sobre a tua santa cidade, para cessar a transgressão, dar fim aos pecados, expiar a iniquidade, trazer a justiça eterna, selar a visão, a profecia e ungir o Santíssimo.” Dn 9;24

Assim, Pedro deveria entender da seguinte forma: Enquanto a Obra Misericordiosa de Deus estiver em curso, deveis perdoar sempre, como Deus o faz. Não se trata estritamente de um número; antes, de uma inclinação espiritual.

Todavia, perdão é via de mão dupla; a pessoa que falhou precisa admitir isso e desejar perdão. Que adiantaria dar a alguém algo que ele não quer? Esse é o dilema de Deus, inclusive, que está sempre pronto a Perdoar; renova Suas misericórdias a cada manhã como disse Jeremias; contudo, só perdoa aos que se arrependem; desejam Seu perdão.

Conosco se dá o mesmo. “Ora, se teu irmão pecar contra ti vai e repreende-o entre ti e ele só; se, te ouvir, ganhaste teu irmão; mas, se não te ouvir, leva contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda a palavra seja confirmada. Se não as escutar, dize-o à igreja; se também não escutar à igreja, considera-o como um gentio e publicano.” Mat 18;15 a 17

Como vemos há quem erra e não admite que o fez; em particular, perante testemunhas, nem, perante a sociedade inteira; nesse caso, não deseja perdão; seja feita sua vontade.

Há ainda o terceiro tipo, o mais nocivo, talvez; os que querem o convívio amistoso onde carecem perdão, mas, chegam “sem querer querendo”. Pecaram gravemente contra alguém; causaram funda ruptura. Passado um tempo encontram sua vítima e, invés de admitir sua falha e pedir perdão “dividem” a culpa e “se perdoam” junto. Tipo: “Foi bobagem “nossa” vamos colocar uma pedra em cima e tocar o barco; a Obra de Deus continua, dá cá um abraço.”

Se, um fizer isso comigo, já fizeram, aliás, invés de sarar uma decepção dormida, reaviva-a ainda mais forte. Ora, a pessoa feriu de modo intenso, quando teria oportunidade de sanar, com o único remédio possível, arrependimento, tenta fazer meia sola com esperteza? Vai se catar!!

Platão dizia que é fácil perdoar uma criança com medo do escuro; difícil, a um adulto com medo da luz; é o caso aqui.

Claro que o perdão é medicinal, tanto para quem dá, quanto, para quem recebe. Nenhuma medicina se aplica, contudo, sem prévio diagnóstico da enfermidade.

Assim, o “dar de comer ao inimigo, vencer o mal com o bem” é uma forma prática de deixar patente que as “razões” dele não são racionais; constrangê-lo a revê-las, não, ignorar a existência da inimizade.

Enfim, o bálsamo do perdão cura duas feridas com uma dose só; mas, tal passo depende, necessariamente  de quem fez sangrar as mesmas.

“Aquele que não pode perdoar destrói a ponte sobre a qual ele mesmo deve passar.” G. Herbert

sábado, 21 de julho de 2018

"Nossas" Vitórias em Deus

“Em Deus faremos proezas; porque Ele é que pisará nossos inimigos.” Sal 60;12

Certa confusão gramatical aqui; os predicados sinonímicos, “faremos proezas” e “pisará nossos inimigos” atinam a diferentes sujeitos; nós e Deus. De modo a parecer que, o que faremos, Ele fará.

Ensinam-nos os mestres de teologia, sobre inspiração, que, a origem da revelação dos escritores e profetas era Divina; a forma de expor, humana. Assim, a construção era uma amálgama, Divino-humana. De Deus o poder; do homem a disposição de cooperar com Ele.

O Eterno me faria saber de algo e deixaria que eu expusesse com minhas palavras, como me parecesse melhor. Isso explicaria pequenas “discrepâncias” entre os Evangelhos sinóticos. Os mesmos fatos por três repórteres diferentes. Mateus, Marcos e Lucas.

Em Ezequiel vemos um incidente onde Deus ordena algo ao profeta, e, de certa forma, Ele mesmo faz; “Disse-me: Filho do homem põe-te em pé, e falarei contigo. Então, entrou em mim o Espírito, quando Ele falava comigo; me pôs em pé e ouvi o que me falava.” Ez 2;1 e 2

Os defensores da predestinação dizem que, sendo nós pecadores, inclinados ao mal, não poderíamos desejar o bem; os “eleitos” seriam salvos sem cooperação nenhuma, apenas por eleição Divina. O problema mais sério de sua doutrina é que, ao exaltarem a Soberania ferem a Justiça Divina.

Porém, em certo sentido concordo com eles; somos maus e inclinados ao mal, contudo, a mesma “força” que O Senhor deu a Ezequiel dá a todos que escutam Seu chamado; possibilita obediência; porém, o “ouvi o que me falava” a ponto de reagir como o esperado, sempre será escolha humana; senão, não haveria diatribes contra os que resistem. “... vós sempre resistis ao Espírito Santo...” Atos 7;51 etc.

A salvação continua sendo Graça excelsa, mas, ninguém é forçado a aceitá-la. A “graça irresistível” patrocinaria uma parcialidade que destoa da justiça que ama, “O Juiz de toda Terra.”

Os filósofos, Immanuel Kant, sobretudo, faziam distinção entre essência e aparência das coisas. À primeira chamavam Númeno, ou, a coisa-em-si; à aparência, a percepção sensorial, o Fenômeno, ou, a coisa-para-si. Simplificando: Como as coisas são; e, como as percebo.

Quantas vezes ouvimos alguém dizendo que determinada calça ficou pequena, quando, na verdade foi a barriga que ficou grande? Assim, pode Deus parar a Terra por certo tempo enquanto Josué batalha, e o cronista narrar que pararam Sol e Lua. Nenhuma mentira no relato; apenas, uma variável entre o Númeno e o Fenômeno.

Então, quando o salmista diz que “Em Deus faremos proezas, porque Ele pisará nossos inimigos,” está já apresentando essa “fusão” perfeita dos que ouvem a Deus, obedecem-nO, e atuam conforme Suas diretrizes. Dele o Força, O Poder, o “Tesouro”; nossa a submissão, aquiescência, cooperação; o “vaso”. “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus; não, nossa.” II Cor 4;7

Por isso é necessário o “negue a si mesmo”. Enquanto eu estiver no comando da minha vida, O Senhor estará do lado de fora; se, a conversão equivale a uma cirurgia de transplante de coração, onde, o coração endurecido é mudado por outro maleável, não somos tão “anestesiados” assim, a ponto de sermos forçados a querer.

Quando diz: “Porei dentro de vós Meu Espírito e Farei que andeis nos Meus estatutos...” Refere-se aos remanescentes fiéis, que receberam a “água pura” (doutrina) e foram purificados da idolatria.

Para que Deus faça proezas através de nós Ele demanda uma identificação, submissão tal, que possamos dizer como Paulo: “Não mais vivo eu; mas, Cristo vive em mim.” Pois, “Se, alguém me ama, guardará minha palavra; Meu Pai o amará; viremos para ele e faremos nele morada.” Jo 14;23
Embora, “em Cristo” pareça se referir a lugar é um “lugar” tão “invasivo” que acaba mudando o ser; “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; eis que tudo se fez novo. Tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação.” II Cor 5;17 e 18

O que Deus fez por nós anseia fazer para outros usando-nos; por isso, Ele deu-nos o ministério da reconciliação.

Embora, “vitória” no contexto materialista atual seja a conquista de coisas, as “proezas” que glorificam a Deus são conquistas sobre o pecado, santificação. O Santo não poria mais lenha num fogo que deseja apagar; o egoísmo.

Ele pisará nossos inimigos; o mais cruel de todos, que todo dia quer me matar é meu ego; essa proeza de vencê-lo só é possível em Deus, na cruz. Não consigo amar meu próximo como a mim mesmo, a não ser que Cristo o faça, em mim.

sexta-feira, 20 de julho de 2018

A Primazia do "Segundo Adão"

“Deus os abençoou e lhes disse: Frutificai, multiplicai-vos, enchei a terra, sujeitai-a e dominai...” Gên 1;28

O Criador estabelecendo ao homem como regente, governador sobre a criação. Uma regência em submissão, claro, o que demandava obediência ao Eterno.

Alguns dizem estupidamente que a “árvore proibida” é uma metáfora para o sexo, como se, esse fosse pecado; não. O sexo em parâmetros lícitos é abençoado; e, o parâmetro Divino é hétero e matrimonial. Como Adão e Eva cumpririam o “Frutificai e multiplicai-os...” sem ele? Deus mandaria fazer algo e puniria ao ser obedecido??

Outros especulam que a dita árvore era a macieira, embora, a Bíblia não especifique que fruto era. À mulher pareceu boa para se comer, agradável aos olhos, e “desejável para dar entendimento.” Essa última parte por causa da mentira de Satã que dissera que eles seriam como Deus, se, comessem.

Que fosse boa para comer, e, agradável aos olhos é de se esperar, por dois motivos: Primeiro; todas as árvores frutíferas do Jardim eram assim; “O Senhor Deus fez brotar da terra toda árvore agradável à vista e boa para comida...” Cap 2;9 Segundo; como o veto era um teste de obediência, submissão, natural que tivesse seus atrativos, senão, sequer faria sentido; seria estúpido como proibir-nos de fazer o que não gostamos.

O “fato novo” ao qual a mulher sucumbiu foi a promessa de um upgrade espiritual; “Sereis como Deus.” Quantas vezes ouvimos, quiçá, dissemos, que, quando algo é proibido é mais gostoso? Por certo esse “mais” não é nosso, mas, é o instigador do pecado que vibra conosco anexando seu prazer de afrontar a Deus, ao prazer natural.

Como o inimigo é “sócio” no desfrute do prazer ilícito faz parecer desejável a nós, aquilo que é desejável a ele; em suas tentações busca nos fazer hospedeiros de seus anseios. Acaso, ser como Deus era um anelo do primeiro casal, ou, dele? Ora, no que era possível, as criaturas serem como O Criador já eram; “Imagem e Semelhança;” o que lhes faltava?

Diz A Palavra: “... sois servos daquele a quem obedeceis, ou, do pecado para a morte, ou, da obediência para justiça.” Rom 6;16

Assim, tendo obedecido a Satã, não, ao Criador, a raça humana, invés de ser como Deus, tornou-se como o maligno.
O segundo “domínio” após perdido o governo sobre a criação foi não uma dádiva, mas, um desafio que mostra nossa incapacidade, nossa miséria, sem Deus. “... o pecado jaz à porta; sobre ti será seu desejo, mas, sobre ele deves dominar.” Gen 4;7

Isso é tão impossível, à raça caída, que, Paulo apresenta o velho homem como “servo do pecado”, não do inimigo, embora, dê no mesmo. Falando aos cristãos romanos disse: “Quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça.” Rom 6;20

Eis a “liberdade” que o usurpador oferece! Ninguém precisa agir em justiça; “faça o que quiseres, pois, é tudo da Lei” foi cantado em prosa e verso. Atualmente vige a “desconstrução dos padrões heteronormativos da moral judaico-cristã”. O mesmo estrume diabólico com outro verniz.

Imaginemos como ilustração, que, estejamos diante de um inimigo poderoso, infinitamente mais forte que nós; tímidos, sedentos e desnutridos em nossa trincheira; de repente surge um “boina verde” sarado, poderoso e diz que deixemos a luta consigo que Ele vencerá em nosso lugar. Se, confiarmos Nele vencerá; será nosso Salvador.

Ora, para que Cristo lute em meu lugar devo entregar-lhe minha vida; “negue a si mesmo”. Na verdade Ele já venceu quando disse: “Está consumado”. Porém, Sua Vitória só se aplica aos que O reconhecem como Senhor, obedecendo-lhE.

Mas, se o usurpador já foi derrotado, por que insiste ainda em tentar aos seres humanos para que pequem? Na verdade tenta só aos salvos; os demais ainda são servos do pecado; o próprio pecado se encarrega de arrastar-lhes ao abismo.

O tentador é “Pai da Mentira” não tem nenhum compromisso com a verdade; assim, segue prometendo o que não possui, e cegando a quem pode para esconder sua derrota. Como Lula na cadeia jurando inocência e honestidade. “O deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo...” II Cor 4;4

Adão perdeu o domínio Terreno e, sua descendência foi dominada pelo pecado. Cristo, o “Segundo Adão” venceu; resgatou ambos os domínios. “... É-me dado todo poder no Céu e na Terra.” Mat 28;18

O governo do homem em submissão ao Criador fracassou; agora, é o Senhorio do Filho do Homem para salvação de todos que se lhe sujeitam.

Os demais seguem “livres da justiça” até serem presas do juízo eterno. Melhor ser servo de Cristo, que “livre” assim. Façamos a melhor escolha.