domingo, 20 de maio de 2018

Onde ficam o novo Céu e a nova Terra?

“Desde a antiguidade fundaste a terra; os céus são obra das tuas mãos. Eles perecerão, mas, tu permanecerás; todos eles envelhecerão como um vestido; como roupa os mudarás...” Salm 102;25 e 26

Quando ouvimos falar na promessa de novo Céu e nova Terra, tendemos a imaginar outro lugar no espaço, dado que, nosso conceito de “novo” abarca também a ideia, de, outro.

No decurso do Sermão Profético O Salvador adjetivou Céu e Terra como efêmeros; Suas Palavras, como eternas; disse: “O céu e a terra passarão, mas, minhas palavras não hão de passar.” Mat 24;35
Já dissera antes; “Porque, como os novos Céus, e a nova Terra, que hei de fazer, estarão diante da minha face, diz o Senhor, assim também há de estar vossa posteridade e vosso nome.” Is 66;22 Então, era um projeto; algo que O Senhor ainda faria.

Em II Pedro, A Palavra acena com tais lugares adjetivados como, “onde habita a justiça”. Cap 3;13

Deus apresentara a Terra adoecida, por causa das rebeldes escolhas humanas; “Na verdade a terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido as leis, mudado os estatutos, quebrado a Aliança Eterna.” Is 24;5
Porém, espera redenção, fiada na imensa Misericórdia Divina; “Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas, por causa do que a sujeitou, na esperança de que a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda criação geme, está juntamente com dores de parto até agora.” Rom 8;20 a 22
Será que a ideia de novo Céu e nova Terra implica a implosão, destruição dos atuais ou, simples abandono, numa migração sideral para outro planeta?

No texto inicial, numa linguagem antropomórfica, (na forma humana de falar) Terra e Céu serão mudados como se mudam vestes. Assim, o “novo” não seria outro lugar, mas, outra condição do mesmo lugar.

Vejamos o Apocalipse: “O que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. Disse-me: Escreve; porque estas palavras são verdadeiras e fiéis.” Cap 21;5 Ele não diz, faço tudo de novo; antes, “Faço novas todas as coisas.” Isto é, renovo.

Na epístola aos Hebreus encontramos mais; “... Ainda uma vez comoverei, não só a Terra, senão, também o Céu. Esta palavra: Ainda uma vez, mostra a mudança das coisas móveis, como coisas feitas, para que as imóveis permaneçam.” Heb 12;26 e 27

Se, o que faz a Terra manquitolar como ébrio é a consequência da maldição por causa da rebelião, as “coisas feitas” que incomodam ao Senhor e carecem ser abaladas são feitas pelo homem. Das feitas por Deus, aliás, A Palavra assegura: “... tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe deve acrescentar, nada se lhe deve tirar; isto faz Deus para que haja temor diante dele.” Ecl 3;14

A perfeição Divina que prescinde de retoques em Seus Feitos deveria nos assustar um pouco, levar a temê-lO; mas, nem sempre é assim; há quem duvide, escarneça, ignore, ou, se oponha.

Mas, voltando ao planeta, assim como, na conversão quem abandona os modos egoístas de viver em troca da submissão a Cristo, dele se diz com acerto que é “nova criatura”; também a Terra, após os abalos purificadores previstos, riscadas dela, todas as coisas feitas por mãos ímpias, que na sua diabólica autonomia deram azo a extinção de espécies e poluição, sobretudo, será a Terra de “roupa nova”; mais; será nova Terra.

Igualmente o Céu, ora, poluído, física e espiritualmente com lixo humano e demoníaco, com a prisão dos anjos caídos, e remoção das nossas coisas, também será novo Céu. O Céu de Deus vai bem obrigado; o que está sujo é o nosso.

Pedro anteviu; “Os Céus e a Terra que agora existem pela mesma palavra se reservam como tesouro; se guardam para o fogo, até o dia do juízo, da perdição dos homens ímpios... o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, os elementos ardendo se desfarão; a terra e as obras que nela há se queimarão.” II Ped 3;7 e 10

Depois propôs a questão: “Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser...? A bola está conosco. Digo, cada um de nós fará bem em refletir sobre isso. A nova Terra o Senhor fará durante, e, após o Juízo; as novas criaturas para habitar nela Ele está fazendo desde o Calvário.

Não há uma super nave criada para preservação da vida em eventos cataclísmicos; antes, a preservação será dos que estão refugiados numa Pessoa; “... se, alguém está em Cristo, nova criatura é...” II Cor 5;17

sábado, 19 de maio de 2018

"Sete coisas que teu pastor não te falou sobre o dízimo"

“Não ligarás a boca ao boi que debulha. Digno é o obreiro do seu salário... Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé” I Tim 5;18, 6;10

Qualquer pessoa minimamente informada sabe que vivemos dias tristes onde há ladrões travestidos de obreiros; mercadores da Palavra, como se Deus fosse vendedor de bênçãos. Entretanto, a existência desses não elimina a necessidade do dízimo, como, a existência dos corruptos não nos autoriza a sonegar impostos.

Deparei com as “Sete coisas que teu pastor não te falou sobre o dízimo.” Indício de uma geração de analfabetos bíblicos que consome o que os “Ungidos” dizem, apenas. Ora “O Senhor é Meu Pastor”; contou tudo que preciso saber.

Vamos a elas;

a) O dízimo não era em dinheiro, sim em alimento; Naquela época não era tão comum como hoje o dinheiro, havia mais escambo que moedas; e daí? Ainda hoje, cereais e animais valem dinheiro.

b) Só levitas recebiam; é vero. Era uma tribo sacerdotal que administrava as coisas espirituais no Tabernáculo; estava para Israel, como obreiros para a Igreja. Parece que isso não mudou.

c) Era entregue de três em três anos; isso quando se tratava de animais. Imaginemos um pequeno pastor que criasse umas setenta ovelhas; seu rebanho aumentasse oito num ano. Dizimaria 0,8? Os cereais eram oferecidos todo ano, as primícias; isto é, a primeira parte da colheita; “Honra ao Senhor com teus bens, com a primeira parte de todos os teus ganhos;” Prov 3;9

d) Além dos Levitas, órfãos viúvas e estrangeiros podiam receber; isso aumenta a necessidade de provisão, não diminui; portanto, como argumento contra o dízimo é estúpido.

e) A reprimenda em Malaquias é contra os sacerdotes apenas; será? “Esse mandamento toca a vós sacerdotes” está no capítulo 2; atina a dar honra ao Nome do Senhor, guardar o conhecimento e não fazer acepção de pessoas; o dízimo é tratado no Cap 3 e inclui todos; “Trazei TODOS os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa...” v 10 Contudo, acima dizem que só os sacerdotes podiam receber; agora, que só eles devem pagar. Gente com essa hermenêutica, esse nível de estupidez, fácil se faz guia dos avarentos.

f) Devorador era um Gafanhoto não demônios; é verdade, mas, é um método lícito que todo pregador usa; figuras de linguagem. Assim como os gafanhotos devorariam a seara dos infiéis, os demônios danariam a vida dos atuais. O método é lícito, pois, o demais é outro assunto.

g) Abrir Janelas do Céu não significava salvação, mas, abençoar a Terra com chuvas para a colheita farta. É. Mas, como a sociedade não é mais agro-pastoril apenas, há muitas formas de se ganhar dinheiro; figuradamente, até uma porta de emprego é “uma janela no céu”; Nunca ouvi, nem mesmo os piores safados pregando o dízimo como meio de salvação. Até porque, no Céu não se entra por janelas, mas, pela “Porta” Cristo.

“Deus não precisa dinheiro, Dízimo é Lei, Evangelho é graça; de graça recebestes, de graça daí”. Concluem.

Deus também não precisava de cereais ou, animais, no entanto, ordenou que se desse para os que trabalhavam na Obra.

Quem disse que Graça é “Casa da Sogra” onde podemos tudo? Era “Não adulterarás” Jesus disse: Apenas cobiçar já é adultério; A Lei dizia: “Não Matarás” Jesus disse: Apenas odiar já te faz réu do fogo do inferno. A Lei requeria rituais; a Graça requer purificação da consciência. Sempre exigências maiores.

De graça recebestes de graça dai O Senhor disse vetando que, como Geazi cobrassem por bênçãos Divinas; mas, ordenou que comessem junto dos que seriam abençoados“...porque digno é o operário do seu alimento.” Mat 10;10 A manutenção desses é desejo do Senhor.

Entretanto, como esses ensinam a abençoar aos pobres invés de dizimar, onde encontramos suas igrejas, que fazem tudo sem custo, pregam o evangelho, ministram a Santa Ceia, realizam batismos, casamentos, oficiam autos fúnebres, assistem estrangeiros órfãs e viúvas, e dão cestas básicas aos pobres?

Essa desculpa de não dizimar porque o pastor usaria indevidamente o “meu” dinheiro, me muda da posição de servo, que deve obedecer pra de juiz, que julga; primeiro: O dinheiro não é meu, é do Senhor; segundo, não estou autorizado a ser relapso com minha parte porque outro está sendo na dele, senão, vamos pecar à vontade, afinal, há tantos pecadores...

Em suma, erram os ministros que fazem do dízimo o cerne das pregações; é assunto para culto administrativo com devida prestação de contas; como erram os infiéis também. Sofrem todos da mesma doença, amor ao dinheiro.

“A avareza perde tudo ao pretender ganhar tudo.” La Fontaine

sexta-feira, 18 de maio de 2018

Verdade dá medo; dá vida

“...Temos uma cidade forte, onde, Deus pôs a salvação por muros e antemuros. Abri as portas, para que entre nela a nação justa, que observa a verdade.” Is 26;1 e 2

Vemos a gritaria relativista e “inclusiva”, onde, Deus sendo Amor, toleraria tudo e aceitaria todos; pois, cada um “tem a sua verdade” e “serve a Deus como O concebe.” No entanto a “Cidade forte” da salvação, duplamente murada, está reservada à “... nação justa que observa a verdade”.

Um deus que é fruto de minha concepção, nada mais é que um simples ídolo. O que são as imagens que tantos adoram, senão, frutos da concepção particular dos que verteram a imaginação em algo tangível?

O Senhor denunciou aos que usavam uma árvore para se aquecer, fazer fogo, e reservavam parte para esculpir um “Deus”; advertiu que essa segunda parte era tão cinza quanto a primeira que fora queimada. “Nenhum deles cai em si; não têm conhecimento nem entendimento para dizer: A metade queimei no fogo, cozi pão sobre suas brasas, assei sobre elas carne e comi; faria eu do resto uma abominação? Ajoelhar-me-ei ao que saiu de uma árvore? Apascenta-se de cinza; seu coração enganado o desviou, de maneira que já não pode livrar a sua alma, nem dizer: Porventura não há uma mentira na minha mão direita?” Is 44;19 e 20

Sua fonte verte do engano do próprio coração; as águas decorrentes são de mentira.

Mas, dizem alguns, esses crentes têm mania de serem donos da Verdade. Não. Ninguém sobre a Terra tem essa posse, embora, esteja acessível a todos que dela não tiverem medo. “Santifica-os na verdade; Tua Palavra é a verdade.” Jo 17;17

Quando apresentamos A Palavra de Deus a outrem não estamos falando “de fora”; digo, como se, fosse uma doutrina para corrigir terceiros e não nós; antes, a própria Palavra ensina que seremos medidos todos com a mesma “régua”. “Quem me rejeitar e não receber as minhas palavras, já tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado o há de julgar no último dia.” Jo 12;48

A diferença é que, o convertido por aceitar o Juízo Divino agora, crer na Palavra como ela É, e, tentar adequar sua vida aos Divinos Preceitos, fazendo isso, na conversão, é guindado à cidade aquela, onde, o Juízo não atingirá mais; uma vez que, identificado com a Justiça de Cristo mediante arrependimento é perdoado e deixa patente sua salvação mediante a novo modo de vida. “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve minha palavra e crê naquele que me enviou tem vida eterna; não entrará em condenação, mas, passou da morte para vida.” Jo 5;24

Assim, se, seremos julgados pela Sua Palavra, e, essa diz que, só quem ouve e crê tem vida eterna, não existe nenhuma faceta “inclusiva” tampouco, “verdade” alternativa, relativista que possa esquivar-se a isso. O Salvador deixou expresso que sem novo nascimento, da Água, (palavra) e do Espírito, (Santo), nada feito.

Então, o desejado ecumenismo, onde, todas as religiões pretendem se amontoar sob o acerto que concordam em não discordar, pode dar azo à paz inter-religiosa; Todavia, no Prisma espiritual, não passa de um motim contra O Senhor, que, no fim se revelará fatal. “Por que se amotinam os gentios, os povos imaginam coisas vãs? Os reis da terra se levantam, governos consultam juntamente contra o Senhor, contra o seu ungido, dizendo: Rompamos suas ataduras, sacudamos de nós as suas cordas. Aquele que habita nos céus se rirá; o Senhor zombará deles. Então lhes falará na sua ira; no seu furor os turbará.” Sal 2;1 a 5

O desafio para os pretendentes à salvação é “tomai meu jugo”, que demanda submissão; esses preferem sacudir as cordas, em nome da “liberdade” que é um disfarce pífio da eterna escravidão.

Cada um escolhe seus “doutores” segundo suas inclinações. O avarento tem em sua defesa os que negam a necessidade do dízimo; o devasso, os que “incluem” em nome do amor e sacrificam a justiça; o idólatra, os que se cobrem com o engano e dizem que o que Deus abomina, é para Sua “honra”; o mercenário aponta um dedo para Céu e os restantes para a Terra.

Porém, ao salvo convém sobriedade de alma, e subserviência ao Senhor, a Verdade. “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. Mas, tu, sê sóbrio...” II Tim 4;3 a 5

Na cidade aquela tem muros e antemuros; só se entra pela Porta. “Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á; entrará e sairá e achará pastagens.” Jo 10;9

quarta-feira, 16 de maio de 2018

Morrendo na praia

"O prudente procede com conhecimento, mas, o insensato espraia sua loucura.” Prov 13;16

O prudente oposto ao insensato; os predicados de ambos, também; àquele, conhecimento; a esse, loucura.

Uma característica amalgamada à prudência é o recato, pois, sendo a “ciência do santo”, muitas vezes o faz ciente de que certos pleitos não valem à pena; prefere silenciar a entrar num litígio inglório. Entretanto, o insensato “espraia sua loucura.” Isto é; espalha-a de modo amplo como a vastidão da praia.

Prudência é uma virtude sapiente, não, moral; digo, deve tributos mais à experiência que aos valores. Assim, mesmo tendo razão, eventualmente, mas, sabendo os inconvenientes de uma disputa e os pífios resultados possíveis, o prudente prefere ignorar afrontas e ficar em paz.

No aspecto da doutrina cristã, porém, quando uma heresia é posta em relevo, só um pusilânime optaria pelo silêncio, quando, seu zelo de Deus deveria ser um impulso ao combate.

No Velho Testamento, onde, o contexto era de inserção do povo na Terra Prometida muitas guerras foram necessárias e, quem se omitisse em um combate era amaldiçoado; “Maldito aquele que fizer a obra do Senhor fraudulosamente; maldito aquele que retém sua espada do sangue.” Jr 48;10

Então, embora seja prudente não atirarmos pérolas aos porcos, omissão quando deveríamos falar não é prudência, antes, covardia. Com pretexto de tolerância, inclusão, paz, muitas cobras e lagartos têm sido lançados entre os cristãos, que, para “não polemizar” permitem um mosaico de ensinos e posturas espúrias, onde deveria viger apenas a Palavra de Deus.

Um truque diabólico é fundir tolerância com aquiescência, como se fossem a mesma coisa. Tolerar é coexistir em paz, isso é fácil; mesmo discordando coexistimos com qualquer credo; aquiescer seria concordar, aí depende. Se, no Pacto Antigo maldito era quem evitasse a luta, no Novo, é quem falsifica a doutrina: “Assim, como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema.” Gál 1;9

Circula um texto atribuído ao Frei Beto, onde ele equaciona a preconceito dizer que são erros os sacrifícios de macumba oferecidos nas encruzilhadas. Deus sendo amor aceitaria qualquer um que expresse do seu jeito sua fé. Para quem se dispôs a discursar em defesa de um condenado com uma faixa advogando o aborto adiante, não consigo imaginar que autoridade ele tem.

Para início de conversa a Palavra de Deus não é nenhum um pouco inclusiva, doutrinariamente. Se, a mensagem é para todos; “pregai o Evangelho a toda a criatura”, a forma de entrada é única, terminante, radical; “Ninguém vem a Pai senão, por mim”.

Quanto a oferendas para orixás, ou, velas para imagens a Palavra é categórica: “Portanto meus amados fugi da idolatria. Falo como a entendidos; julgai vós mesmos o que digo. Porventura o cálice de bênção, que abençoamos, não é comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos não é porventura comunhão do corpo de Cristo? Porque nós, sendo muitos, somos um só pão, um só corpo, porque todos participamos do mesmo pão. Vede a Israel segundo a carne; os que comem os sacrifícios não são porventura participantes do altar? Mas, que digo? Que o ídolo é alguma coisa? Ou que o sacrificado ao ídolo é alguma coisa? Antes digo que as coisas que os gentios sacrificam, sacrificam aos demônios, não a Deus. E não quero que sejais participantes com demônios. Não podeis beber o cálice do Senhor e o dos demônios; não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da dos demônios.” I Cor 10;14 a 21

O Senhor chamou aos hipócritas, sepulcros caiados, assassinos, todos pelo nome. Quem disse que amor condescende com mentira, hipocrisia, ou, sacrifica a verdade? Se, estou prestes a pisar no poço de areia movediça e outrem que sabe e vê não me avisa para me salvar é um filho da mãe, não, alguém que ama.

Há enorme diferença entre ser incluído na Igreja, e ingressar no Reino de Deus. Se a coisa toda se resume à Terra apenas, quem precisa de Igreja? Agora, se há um juízo com recompensas além, quem autorizou-nos a adulterar os termos Divinos?

Não são pendores “politicamente corretos” nem comichões por aplausos humanos que encontraremos lá; antes, “... a palavra que tenho pregado; essa o há de julgar...” Jo 12;48

Em suma, uma banana pro cantado em prosa e verso, ecumenismo; outra aos falsificadores da Palavra que espraiam sua loucura ante ouvidos incautos; o servo prudente é remédio amargo, uma vez que se mantém fiel à Palavra, todavia, é medicinal.

Os “inclusivos” não passam de encantadores de serpentes; suas flautas não tocarão lá; é lugar de ovelhas; a essas basta a voz do Bom Pastor.

terça-feira, 15 de maio de 2018

Pequenos e Grandes

“Qualquer que receber este menino em meu nome, recebe a mim; e quem que receber a mim, recebe o que me enviou; porque aquele que entre vós todos for o menor, esse mesmo é grande.” Luc 9;48

A aparente contradição na fala do Salvador deriva da existência de duas escalas distintas de grandeza; aliás, opostas.

O padrão mundano, que, “canoniza” gente indigna sem valor; e O Divino, que honra aos que, cientes da própria indignidade esvaziam-se de pretensões de grandeza; esse esvaziamento agrada a Deus, de modo que recompensa honrando aos que têm a si mesmos em baixa consideração. Isso lembra uma frase do Talmude que diz: “A grandeza foge de quem a persegue e persegue a quem foge dela.”

Dos “grandes” do mundo, Ruy Barbosa fez um preciso diagnóstico: “De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.” Claro que ele não se envergonhava de ser honesto. Estava abominando a desonestidade exaltada, apenas.

Os que anseiam ser frutíferos espiritualmente devem observar o conselho de Paulo: “Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas, cada qual também para o que é dos outros. Então, haja em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas, esvaziou-se tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; achado na forma de homem, humilhou-se a sendo obediente até à morte, e, morte de cruz.” Fp 2;4 a 8

Embora alguns falsificadores da Palavra ensinem que o homem deve ter auto-estima em alta, A Bíblia nos desafia à humildade; nosso problema não é baixa consideração sobre nós mesmos, antes, orgulho. Se, somos exortados ao auto-esvaziamento, “negue a si mesmo” é porque o homem alienado do Criador é cheio de si; orgulhoso.

Muitos confundem religião com salvação. Pregamos uma mensagem tendo a Palavra de Deus como fonte, e tribunal de apelação, para nossos argumentos; eventuais orgulhosos atingidos por ela, presto escudam-se no direito de terem suas religiões, como se, forjar religiões fosse o fito da Palavra.

Ela foi dada para gerar filhos para Deus; atua denunciando a todos nós como pecadores, alienados Dele, carentes de salvação; mais; garante que se não nos arrependermos para “nascer de novo” estamos fora, sejamos religiosos ou, não. Isso fere o orgulho de muitos. A mensagem evangélica saudável não tenciona ferir orgulho, apenas; antes, crucificar.

Na história do Fariseu e do Publicano O Salvador mostrou que uma pessoa pode ser religiosa e, cheia de si ao mesmo tempo. Patentear solenemente insana pretensão de pureza, quando, sequer aceita perante O Santo é. O Senhor dissera ao sacerdote Eli: “... os que me honram honrarei, porém, os que me desprezam serão desprezados.” I Sam 2;30

Os que se fazem pequenos aos próprios olhos, e lhes basta a aprovação Divina, malgrado, a rejeição humana, a esses, O Senhor honra; a alguns exalta ainda na Terra, embora, a justiça cabal esteja guardada para o além.

Tristemente somos a geração mimimi, onde tudo fere, tudo melindra, tudo deve ser “politicamente correto” ou será um “ismo” qualquer, “fobia” quando não, “Bullying”. Ora, se você quer ser salvo para ver a Bendita Face do Senhor um dia, pare de frescura! Tome tenência! A verdade só ofende a quem se escuda na mentira e os mentirosos estão fora do Reino.

O evangelho não é um compêndio para por em realce os pretensos direitos ímpios; antes, uma declaração de Amor de Deus, que reservou a Si o direito de expor os termos em que considera correspondido o Seu Amor. Esses são cristalinos: “Se me amais, guardai os meus mandamentos... Aquele que tem meus mandamentos e os guarda é o que me ama; quem me ama será amado de meu Pai; Eu o amarei e me manifestarei a ele. Jo 14;15 e 21

Quem nega seu orgulho encravando-o na cruz, não se atreve a altercar contra a Palavra de Deus como se, a mesma fosse fruto para discussões, debates; sabe que é a “Constituição do Reino”; esforça-se para cumpri-la. Os demais, que diferença faz, se estão fora mesmo?

Os que têm vida espiritual sadia sabem que os lugares altos são duros, pesados; não os almejam, pois, não olham para eles como vendo privilégios, antes, responsabilidade. Todavia, os carnais, os bobos alegres anseiam títulos, posições, renome; sua busca doentia pelas glórias da Terra patenteia o quão pouco acreditam na recompensa do Céu.

“A grandeza não consiste em receber honras, mas, em merecê-las.” Aristóteles

domingo, 13 de maio de 2018

Sabor de Sal

“Todas tuas ofertas de alimentos temperarás com sal; não deixarás faltar à tua oferta de alimentos o sal da aliança do teu Deus; em todas tuas ofertas oferecerás sal.” Lev 2;13

Naquela época sem energia elétrica, um dos poucos conservantes usados era o sal. A carne salgada pode resistir por muito tempo em condições de ser consumida; seu uso inibia a putrefação, processo célere em climas quentes, sobretudo.

Como os sacrifícios deveriam subir perante O Senhor em “cheiro suave”, Ele ordenou que se fizesse assim. Além disso, há um tipo profético apontando para “sacrifícios” futuros da Nova Aliança, onde, piedade, testemunho, constância e gravidade dos salvos foram figuradas usando o sal como parâmetro. “Vós sois o sal da terra; se, o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora e ser pisado pelos homens.” Mat 5;13

Paulo aludiu à linguagem sadia esperável dos salvos usando a mesma figura: “Vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um.” Col 4;6

Infelizmente, muito da “piedade” humana é biodegradável; isto é: Não resiste à ação do tempo, nem, as adversidades que testam-na. Camões, o poeta disse: “A verdadeira afeição na longa ausência se comprova”. Aquele que É Amor, Deus, por certo não se contentará com algo que não seja vera afeição; correspondência real ao Seu Amor. Mas, como reagirá nosso sentimento em relação a Ele, em caso de demorada ausência? Seguirá conservado na redoma da constância, como se, carne temperada com sal, ou, apodrecerá indefeso ante o calor da provação?

Na Parábola do Semeador O Senhor figurou os meramente emotivos como sementes que caíram sobre pedras; presto nasceram e ao primeiro calor secaram. Como crianças que “desgostam” de um brinquedo assim que divisam outro diferente, se portam os que fazem calorosas profissões de fé em momentos de abalos emocionais e saem de fininho ao primeiro sinal de luta.

O exemplo de Jó, que, privado de todos os seus bens preservou sua integridade é o que O Santo espera dos Seus. Ele não permitiu aquilo tudo que Seu servo fiel sofreu por algum rasgo de sadismo em Seu Caráter Santo; antes, para desbancar falácias do inimigo e nos ensinar algo sobre a fé que Ele aprecia.

O Mesmo Senhor, aliás, depreciou nuances de “piedade” tão tênues, que comparou ao orvalho, o qual foge rápido com a chegada do sol; “Que te farei, ó Efraim? Que te farei, ó Judá? Porque a vossa benignidade é como a nuvem da manhã, como o orvalho da madrugada que cedo passa.” Os 6;4

Em Platão também encontramos algo interessante sobre o caráter; disse mais ou menos o que segue: “Quando alguém for considerado justo, virtuoso, lhe caberão elogios, louvores, aplausos; e, não saberemos se, o tal, é justo por amor à justiça, ou, aos louvores que recebe; Convém testá-lo numa situação em que todas essas coisas lhe sejam negadas; se, ainda seguir sendo justo ama a justiça”.

Pois, na caminhada com O Senhor somos desafiados a uma peregrinação entre adversários, e ainda levando nossas cruzes; não há aplausos, louvores, reconhecimento algum, enquanto, na Terra. Ainda há situações em que o Próprio Senhor parece se distanciar para infundir em nossas almas a preciosa têmpera da fé; “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor; firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10

Entretanto, há pregadores melosos, de um lado, outros, espancadores inchados na carnal compreensão, com ênfase doentia em usos e costumes pensando que falta de educação seja sal. Felizmente há saudáveis também, claro! Mas, a carne viva detesta sal; arde. “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus; não é sujeita à lei de Deus, nem, pode ser.” Rom 8;7

Devemos, os ministros, aprender com o exemplo de Davi que recusou-se a oferecer ao Senhor sacrifícios que não lhe custassem nada. Assim, antes de nos candidatarmos à fala, emprestarmos ouvidos apurados e submissos à Palavra de Deus; quem sai por aí espalhando mel ainda não aprendeu o valor do sal. Aquilo que cheira suave ao paladar natural se faz nauseabundo às Narinas de Deus.

Aplausos e facilidades terrenas onde deveria ser campo de batalha, não mostram que Deus alargou a porta, antes, que há ímpios usando verniz.

Quem ama a justiça faz réu a si mesmo todos os dias; policia-se revendo seus passos e busca perdão sempre que falha; pois, quando despertar no além anseia seu parecido com o Pai; “Quanto a mim, contemplarei tua face na justiça; me satisfarei da tua semelhança quando acordar.” Sal 17;15

sábado, 12 de maio de 2018

O Senhor é o Teu Pastor?

“Crescia a palavra de Deus; em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé.” Atos 6;7

Efervescência da Igreja recém nascida, que, contemplava logo ali, a vergonha do Calvário; mais perto ainda, a erupção de Pentecostes.

O componente emocional, devidamente direcionado ajuda na propagação da fé. Porém, esse mesmo fator, acometido da febre oportunista patrocinara imprudências dos que abdicavam das posses imaginando a volta iminente do Senhor. Quando essa não se verificou muitos estavam apostatando.

Se, durante o Ministério do Messias foram os religiosos a maior oposição, agora, “... grande parte dos sacerdotes obedecia à fé.” O que faz alguém migrar da condição de oponente a seguidor?

O Sinédrio via em Cristo uma ameaça ao seu poder; constrangiam às pessoas comuns dizendo que seriam expulsas das sinagogas se, dessem crédito ao Nazareno. A sede de poder, que, mesmo se fossem potáveis as águas de todos os oceanos não bastaria para curar essa doença humana ímpia.

As pessoas eram reféns, pois, “amavam mais a glória dos homens que a de Deus”. Sabemos que para amar algo, ou, alguém, necessitamos conhecer. A ação do Espírito Santo derramado em profusão sobre muitos, propiciou uma visão melhor do Senhor e ocasionou essa mudança interior. A coisa não se deu apenas entre o povo comum, já inclinado de antemão a certa simpatia pelo Salvador; eram da classe sacerdotal muitos dos convertidos.

Eles obedeciam à fé; um corpo doutrinário inda incipiente, mas, que demandava certa postura dos que pretendiam pertencer ao Senhor.

Hoje, muitos se perdem no barateamento da Graça, como se, coisas como obediência e disciplina fossem resíduos de legalismo.

O “Ministério do Espírito” possibilitado após o Bendito Resgate do Calvário é mais rigoroso em suas demandas que a Lei. Aquela requeria algo mais simples; pecou? Ofereça um sacrifício e está perdoado.
A Lei vetava matar; Cristo ordenou nem odiar; a Lei tolhia adulterar; O Senhor mandou sequer, cobiçar, etc. A diferença na Era da Graça é que o mesmo sacrifício é eficaz para todas as falhas, se, houver arrependimento e confissão.

Porém, a pureza demandada é muito mais que algo exterior. Para aquela “purificação” até sangue animal servia; entretanto, tivemos um salto na escala de santidade requerida; “Vindo Cristo, Sumo Sacerdote dos bens futuros, por maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação, nem por sangue de bodes e bezerros; mas, por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, e efetuou eterna redenção. Porque, se o sangue dos touros e bodes, a cinza de uma novilha esparzida sobre imundos, os santifica, quanto à purificação da carne, quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?” Heb 9;11 a 14

Impureza que nos permeia, obras mortas; o desafio é para que sirvamos ao Deus Vivo. Mesmo a fé, se não tiver obras será morta. A fé sadia enseja obediência naquilo que passamos a crer.

Entretanto, quando enfatizo obediência, nem de longe cogito da “Ungidolatria” que grassa, onde auto-proclamados líderes requerem obediência cega aos seus ensinos e mandingas, mesmo que afrontem à Sã Doutrina.

Quando dizemos: “O Senhor é O Meu Pastor”, pensamos na maioria das vezes num provedor de pastos verdes e águas tranquilas; Ele É. Entretanto, se perguntarmos em que consistem esses bens, a maioria dos “crentes” apontará para as coisas do ventre. As “Palavras de vida eterna” não precisamos receber do Senhor; o bispo A, apóstolo B, missionário C nos dizem o que devemos fazer; será?

Passou o tempo em que um homem ficava quarenta dias no monte para ouvir a Voz de Deus. Mesmo um texto como esse, de pouco mais de setecentas palavras é insuportável à maioria. Somos a geração manchete, vídeo; de preferência, vídeos engraçados. Enquanto rimos de tolices e nos empanturramos de cultura inútil deixamos de conhecer a Deus; aí, como poderemos amá-lo a ponto de obedecer?

Há espaço e tempo oportuno para todas as coisas; mas, se Deus não for prioridade para nós, não obedecemos à fé; enganamos a nós mesmos.

Sempre oportuno lembrar a exortação de Daniel a Belsazar, que gastara tempo com um monte de futilidades e nada, relativo à vida; Por isso a perdeu. “... deste louvores aos deuses de prata, de ouro, de bronze, de ferro, de madeira e pedra; que não vêem, não ouvem, nem sabem; mas, a Deus, em cuja mão está tua vida, de quem são todos os teus caminhos, a Ele não glorificaste.” Dn 5;23

É melhor ser um oponente sincero que um “seguidor” relapso; aqueles, se convencidos mudam; esses são convencidos demais para isso.