terça-feira, 29 de julho de 2025

Ordem de despejo


“Quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano;” Ef 4;22

Conselhos sobre o que convém aos convertidos.

“... quanto ao trato passado...” A conversão que não for um divisor de águas, entre o modo natural e raso, e o novo nascimento, que traz à cena o homem espiritual, precisa ser avaliada se, deveras, aconteceu.

Se, vícios de outrora seguirem pujantes, invés de se tornarem reminiscências de um modo de vida superado, pode ser que a decisão por Cristo não tenha sido entendida em sua totalidade.

Escrevendo aos romanos, Paulo não cogitou que as coisas pretéritas seguissem atuantes; apenas, perguntou num desfio retórico, pelo resultado delas. “Que fruto tínheis então das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte.” Rom 6;21

Não significa que, uma vez convertidos tudo se muda abruptamente; santificação é um processo longo de aprendizado e obediência. Mas sempre que algum resquício do lamaçal se insinuar, O Espírito Santo lembrará nossa posição em Cristo; nos capacitará a andar conforme ela. Quando falharmos nos chamará ao arrependimento; jamais, à validação do erro, como uma coisa normal.

“... vos despojeis do velho homem...” Despojos eram “troféus” de guerra; bens que os vencedores tomavam dos vencidos como consequência natural de terem triunfado na peleja. Despojar, também significa deixar de lado, abrir mão, lançar fora. Esse é o sentido aqui.

O “novo nascimento” resulta da vitória de Cristo, contra o pecado que nos escravizava; o velho homem que se esbaldava nessas coisas sem compromissos com O Senhor, acaba banido, como um traste de pífio valor, que é melhor ser descartado. Pois, sua companhia atrapalharia ao crescimento do que foi regenerado.

Onde grassava a humana maneira de pensar com seus valores rasos e iníquos, os Divinos pensamentos devem receber assento. “Porque os Meus pensamentos não são os vossos, nem os vossos caminhos os Meus, diz O Senhor. Porque assim como os Céus são mais altos que a Terra, são Meus caminhos mais altos do que os vossos, e Meus pensamentos mais altos do que os vossos.” Is 55;8 e 9

Por isso, no verso seguinte Paulo acrescenta: “vos renoveis no espírito da vossa mente;” v 23

Ou, renoveis a vossa maneira de pensar. Conversão que, não adota A Palavra de Deus como norte forjará uma alma desnorteada. Uma bússola quebrada é pior que um relógio quebrado. Esse ainda acerta a hora duas vezes ao dia. A bússola errônea coloca tudo a perder. Assim, quem deixa a inerrância da Palavra por descaminhos humanos, ainda que, eventualmente, soem mais convenientes.

Por isso o “sine qua non” da salvação é o “negue a si mesmo”. A direção deve ser do Senhor. Aquele que “se converteu” e continua querendo as coisas a sua maneira, apenas se convenceu. “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem seu caminho; nem do homem que caminha, dirigir seus passos.” Jr 10;23

“... que se corrompe...”
Parece haver certa contradição aqui. “se” traz a ideia de incidir sobre si mesmo; e “corrompe” a de uma ação conjunta de romper com, em parceria com outrem. Porém, a contradição é apenas verbal.

Acontece que, o pecado tem um mentor que o patrocina, o inimigo. Sempre que rompemos com os mandamentos de Deus, sua mentoria terá tido efeito sobre o velho homem que inda respira, e voltará por um momento ao antigo consórcio, pecando.

Assim o homem “se corrompe” porque faz mal a si mesmo; “corrompe” porque rompe aos preceitos em parceria com o capiroto.

“... pelas concupiscências do engano.” Ou seja: Por cobiçar aquilo que é mal, sendo convencido que é bem, de alguma forma.

O que é a nefasta inversão de valores que grassa, senão, fruto do longínquo consórcio do homem ímpio com o canhoto, tentado situar o bem, num lugar que não está? A simples necessidade de repetição contumaz do vício que transforma seu exercício, além de deletério, contraproducente, como fazer buracos n’água, deveria bastar já para se ver que é mal. Todavia, o engano dum rasgo de prazer pontual, basta, como grades de uma prisão onde o preso deseja ficar.

Isso porque, “... o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;4

O velho homem deseja o engano, o renascido anseia por Cristo, não porque Ele não sacie; antes, pelo prazer do relacionamento. Ele não deixa margem para outros anseios. “Aquele que beber da água que Eu lhe der nunca terá sede, porque a água que Eu lhe der se fará nele uma fonte que salte para a vida eterna.” Jo 4;14

segunda-feira, 28 de julho de 2025

Fugazes camuflados


“Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro Evangelho;” Gál 1;6

Paulo começou manifestando sua perplexidade: ‘Estou espantado com a rapidez com que passastes da Graça de Cristo para outro ensino!’

Alguém disse com propriedade o seguinte: “sentimos nas mudanças certo alívio; ainda que estejamos mudando para pior.” Por quê? Porque na hipocrisia que trai a si mesmo, o homem ímpio consegue fugir do que foi ordenado, e camuflar a fuga de cumprimento do dever; evadindo-se do que deveria, rumo ao que gosta. Eis a matéria-prima da hipocrisia! Conservação do rótulo e perversão do produto.

A primeira coisa que patrocina alguma mudança é a percepção, certeira ou errônea, que algo não está no devido lugar. Então, os de iniciativa partem em busca da “solução”; não raro, a “emenda sai pior que o soneto” como se diz, seja porque o diagnóstico não foi bom, ou, porque a solução intentada, não era.

Atrevo-me a pensar que, o que as mudanças têm de mais atraente aos egocêntricos é que, geralmente devem ocorrer alhures, nas vidas de outros; nos rituais, no método, ou, como foi entre os gálatas, na doutrina.

Assim, qualquer coisa que me faça “médico” invés de paciente soará mais atrativa, por razões óbvias.

Sempre que o problema parecer residir do lado de fora, eis-nos voluntários para propor resoluções; entretanto, caso ele se apresente como um mal íntimo, que me desafie ao abandono de alguns vícios diletos, nem sempre a vontade treinada no exercício dos maus hábitos se dobrará. Cristo foi preciso: “Negue a si mesmo.”

Alguém cantou: “A verdade gera confusão.” O Salvador, dos insanos motivos, disse: “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;20 Estamos prontos para a reprovação das más obras, desde que isso não nos custe nada; que sejam obras de terceiros.

“tão depressa...” Não temos, preciso, o intervalo de tempo, desde que Paulo formara um núcleo de cristãos entre os gálatas, até os dias que enviou a carta. Mas, aos olhos do apóstolo foi pouco tempo. Em geral, outro vício que macula a natureza humana desde a queda, é que, somos céleres para a fuga e morosos rumo ao dever.

Desse prisma, fica evidente que a rapidez na mudança era porque pretendiam fugir das renúncias e responsabilidades ensinadas, volvendo a um modo de vida mais semelhante ao que sempre estiveram acostumados. Invés de deixarem suas tradições religiosas por Cristo, tentavam fundir ambas as coisas. Assim, não deixavam o Evangelho, frontalmente; criaram um simulacro.

Se, a luta deles era o difícil convívio com Lei e Graça, deixando cada uma no seu lado da moeda, atualmente, as coisas desceram ao subsolo; o “novo normal” peleja por coisas que soariam risíveis aos rebeldes de então.

O que fazem certas “Igrejas Inclusivas” da atualidade, senão, criar “outro Evangelho”, onde, pecados de estimação acabam acarinhados, enquanto, quem se opõe a isso é que está “errado”?

Como foi então, a sentença é a mesma: “Ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro Evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema (maldito).” Gl 1;8

O primeiro perverso a “emendar” a Doutrina foi o canhoto. Deus dissera uma coisa e ele altercou que não era bem aquilo. O resultado, sentimos até hoje.

Por isso, Paulo pontuou que, o “outro Evangelho”, a rigor não era outro; era o mesmo, porém, alterado. “O qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o Evangelho de Cristo.” V 7

Essa balela de tempos modernos, novos valores só cola, em ambientes avessos à Perfeição Divina. Onde tratam ao Eterno como se fosse biodegradável, sofresse ação do tempo.

Se, permitiu que algumas coisas fossem segundo os “rudimentos do mundo” e depois foram aperfeiçoadas, essas concessões têm a ver com nossa insipiência, não com alguma “evolução Divina”.

O que precisava ser mudado a Palavra traz de modo inequívoco; bem como, o que não deve. A Graça de Cristo não trouxe anomia, (ausência de lei) antes, nos convida a uma relação com Deus, superior à da Antiga aliança. Das leis em pedras, para a Lei do Espírito de vida em nossos corações.

Carecemos nos esvaziar das nossas predileções adoecidas e aprender do Senhor. Invés das prazerosas mudanças lá fora, a ousadia de lidarmos com nossas más inclinações, pregando-as na cruz.

Enfim, a Graça significa que recebemos o que não merecíamos; a gratidão por isso requer que atuemos, doravante, segundo nosso Senhor merece e deseja. “Porque somos feitura Sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 2;10

domingo, 27 de julho de 2025

Tempos de estio


“Bem-aventurado o homem cuja força está em ti, em cujo coração estão os caminhos aplanados”. Sal 84;5

Isso está alinhado com um dito de Jeremias: “Bendito o homem que confia no Senhor, cuja confiança é O Senhor. Porque será como árvore plantada junto às águas, que estende suas raízes para o ribeiro; não receia quando vem o calor, mas sua folha fica verde; no ano de sequidão não se afadiga, nem deixa de dar fruto” Jr 17;7 e 8

No salmo primeiro essa ideia está também; diz que tal homem, “Será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá seu fruto no seu tempo; suas folhas não cairão, e tudo quanto fizer prosperará.” Sal 1;3

Frutificar em tempo de estio, é uma “anomalia” facultada apenas aos que preservam sadia relação com O Eterno. Dado que, a “A fé é o firme fundamento das coisas que se espera, e a prova das que se não vê.” Hem 11;1

Os que a têm no Senhor, recebem a graça de fazer visíveis suas consequências, mesmo em cenários que sugeririam desolação; a firmeza dos benditos do Senhor, evidencia a Rocha que os sustenta. “... muitos o verão, temerão e confiarão no Senhor.” Sal 40;3

O homem natural tende a pautar suas entradas e saídas, em consórcio com a natureza, o vero homem de fé, relega à irrelevância as circunstâncias, e firma-se no que É Eterno.

Habacuque esposou uma postura assim, em palavras que vale rebuscar; disse: “Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, nos currais não haja gado; todavia, me alegrarei no Senhor; exultarei no Deus da minha salvação.” Hc 3;17 e 18

Se, acontecessem essas decepções todas, ele as veria com olhos naturais. Todavia, seguiria firmado Naquele que só a fé pode ver, e se alegraria Nele.

Claro que um “desapego” assim requer uma intimidade com O Santo que poucos conseguem atingir, ainda que, esteja ao alcance de todos.

Acontece que, se o objetivo amoroso do Eterno é amplamente inclusivo; “pregai o Evangelho a toda criatura...” Mc 16;15 Sua aprovação é seletiva, conforme a resposta de cada um. “Os Meus olhos procurarão os fiéis da terra, para que se assentem Comigo; o que anda num caminho reto, esse Me servirá.” Sal 101;6 Antes, a figura era, caminho aplanado; agora, caminho reto.

Assim como um extintor de incêndio que é requerido em ambientes públicos, raramente é usado, de certa forma, a fé. Aquele, é necessário possuir em todo o tempo, mesmo nos dias normais. Porém, é nos incêndios que seu valor excelso fica demonstrado.

Também a fé, quando a vida transcorre dentro de certa calmaria, sem maiores incidentes, devemos tê-la e vivê-la; todavia, é nos momentos de grandes provações, que seu sublime valor assoma. Na hora do estio, a água acumulada evidenciará seu valor.

Acontece que, quem não cultivou à fé em momentos que esse cultivo seria tranquilo, tampouco o fará, ante os clamores apressados das emergências.

Tende a alma humana a ser como surfista. “Pegar ondas” sem nenhum motivo mais que, o prazer de se equilibrar sobre elas.

Outrora, tivemos a onda de certo Padre jogando bacias d’água sobre multidões; muitos foram após; a calmaria voltou. Nos States tivemos um “avivamento” onde certa Igreja seguiu cultuando de modo ininterrupto por alguns dias; muitos foram ver de perto aquela “Tsunami”; também se desfez.

Outro dia foram os bonecos de adultos com insanidades infantis, os tais “bebês reborn”; arrefeceu; agora certo “morango do amor”.

Assim vão as almas insanas pulando dum montinho a outro, conforme a criatividade doentia de uns, e visibilidade fútil propiciada por outros.

“Bem-aventurado o homem cuja força está em ti, em cujo coração estão os caminhos aplanados”. Nosso abençoado em apreço não sofre problemas de relevo. Em seu coração estão caminhos planos. Não dá relevância às futilidades que o vulgo dá.

Insano é o agir de quem firma-se em coisas efêmeras invés das eternas; Mesmo o homem que confia em si mesmo em lugar de Deus, está tentando se firmar na poeira, invés da rocha. “... Maldito o homem que confia no homem, faz da carne o seu braço e aparta seu coração do Senhor!” Jr 17;5

Em concorridos ambientes “espirituais” onde muitos aglomeram num entusiasmo coletivo, facilmente eclodem efusivas declarações de fé, “de festim”. Em momentos de crise como a que está vindo, os que brincam de crer, não acharão graça nenhuma.

Quando O Eterno permite que fortes ventos assolem as matas, as folhas secas e os galhos podres caem, e o que é vivo se destaca ainda mais.

sábado, 26 de julho de 2025

Asas do Espírito


“Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa”. Heb 10;36

Isso, se avaliado pelo escopo meramente natural, confundirá; não devemos trazer coisas de âmbito eterno para a arena rasa do imediatismo comum, segundo anseios da carne.

Paulo ensina interpretar às coisas do espírito; “As quais falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais”. I Cor 2;13

O raso tende a ver a vontade de Deus numa tarefa, à qual, nos aplicaríamos para resolver e depois poderíamos volver apressados, quais crianças sôfregas, em demanda da recompensa. Alguns animais são adestrados assim. Cada manobra executada de modo correto dá direito a uma recompensa imediata em forma de alimento. O Criador nos chama a algo melhor.

A vontade Divina não é um evento pontual, do qual podemos nos desincumbir, cumprindo-o; ela respeita a um modo de viver, o “caminho estreito”, que demanda renunciar às paixões carnais, “crucificá-las”; a recompensa prometida aos que fazem isso, espera no além. Depois de ser feita a vontade de Deus (negue a si mesmo) possais alcançar a promessa; a vida eterna.

Paulo pontua: “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens”. I Cor 15;19

Alistando aos heróis da fé do Antigo Testamento, e as coisas que sofreram, o Texto Sagrado diz: “Todos estes, tendo tido testemunho pela fé, não alcançaram a promessa, provendo Deus alguma coisa melhor ao nosso respeito, para que eles sem nós não fossem aperfeiçoados”. Heb 11;39 e 40

Mesmo tendo sido heroicos, ainda não foram recompensados; antes, esperam por nós para o grande dia da redenção, para que nos alegremos todos, juntamente.

A graça se revelou maior ao nosso respeito, porque vivemos depois de Cristo. Ele, pelo Seu exemplo, ensino, e legar do Bendito Espírito Santo atuando em nosso favor, nos oferece bênçãos que aqueles não tiveram.

O Salvador falou disso; “Porque em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vós vedes, e não viram; ouvir o que vós ouvis, e não ouviram”. Mat 13;17

Infelizmente, obreiros infiltrados, que não conseguem exceder às coisas da Terra, mesmo falando do Céu, eventualmente, perverteram à fé, fazendo-a parecer uma força, um método para realizações egoístas por aqui. Quem tem fé, “conquista, toma posse”, dizem esses mercenários aos incautos que perdem tempo, lhes dando ouvidos.

Isso tem lógica. Não se pode exigir dos répteis que voem. Assim, quem não nasceu de novo, até pode encenar uma teatralidade supostamente espiritual, mas esperar que toque aos Céus nas asas do Espírito, está fora de cogitação. “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente”. I Cor 2;14

Aos que O recebem, O Senhor capacita para as coisas do alto; “Mas, a todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome; Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus”. Jo 1;12 e 13

Paulo explica a impotência dos carnais, como uma necessidade; “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem pode ser”. Rom 8;7

O fato da natureza carnal concorrer com a espiritual nos que nascem de novo, enseja uma peleja íntima, que faz necessária a cruz em todos os dias. “Os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências”. Gál 5;24

Não significa que nossa natureza acostumada e inclinada ao pecado, morra; antes, que somos capacitados pelo Espírito Santo em consórcio com nosso espírito, vivificado, a dizer um sonoro não! às tentações, que nos assediam.
Muito embora, a recompensa pela obediência não seja imediata, a preservação da consciência em paz, e da comunhão com Deus, é.

Somos desafiados a abraçar à vontade de Deus, e caso aceitemos, seremos capacitados para isso. Ante às tentações teremos escolhas; cair ou resistir. Os escravos do pecado, ainda sem Cristo, sé têm a primeira.

O vulgo não entende nosso “fanatismo” que nos leva a evitar ambientes, e nos abster de certas coisas. Aves podem se fingir de répteis caso queiram, rastejando um pouco; mas, por quê sujariam suas penas?

Aquele que está se esforçando por fazer a Divina Vontade, certamente desafinará de outros que, andam segundo seus desejos desordenados.

A questão nem é se os descaminhos mundanos dão prazer ou não; antes, aonde conduzem. “O mundo passa, e sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre” I Jo 2;17

sexta-feira, 25 de julho de 2025

O lugar da luz


“Com minha alma te desejei de noite, com meu espírito, que está dentro de mim, madrugarei a buscar-te; porque, havendo Teus juízos na terra, os moradores do mundo aprendem justiça” Is 26;9

Felizes aqueles que sentem arder no íntimo um desejo por conhecer a Deus e Seus juízos, numa busca desinteressada no prisma dos anseios rasos.

Invés de demandar bênçãos, fazê-lo pedindo para aprender os juízos Divinos para depois, ensiná-los. Quando O Eterno deu carta branca a Salomão, “pede-me o que queres” ele pediu; “A Teu servo, pois, dá um coração entendido para julgar Teu povo, para que prudentemente discirna entre o bem e o mal; porque quem poderia julgar este Teu tão grande povo?” I Rs 3;9 Invés de riquezas pediu ferramentas.

Eloquente indício que alguém superou o egoísmo é quando deixa de pleitear por coisas meramente particulares, se preocupando com o bem, alheio. Tiago coloca o altruísmo como essencial para que sejamos atendidos. “Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para gastardes em vossos deleites”. Tg 4;3

Se, o alvo de Isaías era que os moradores do mundo aprendessem à justiça, certamente pretendia ensinar, o que aprendesse da parte do Senhor. Por isso orava, ao menos. Quando O Santo dá Sua Luz a alguém, o faz para que esse a difunda, não para que se feche qual quelônio na carapaça.

O profeta versara que, as maldições todas que danavam à terra, derivavam da aversão dos povos ao querer do Eterno. “Na verdade, a terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido as leis, mudado os estatutos, e quebrado a Aliança Eterna. Por isso a maldição consome a terra; os que habitam nela são desolados; por isso são queimados os moradores da terra, poucos homens restam”. Cap 24;5 e 6

Os “Juízos” anelados por ele, não eram julgamentos sobre as más escolhas; a consequência da maldição sobre elas era já uma incidência judicial. A rigor, o profeta queria aprender a doutrina, os ensinos do Senhor, para retransmitir; facultando assim, que os que se dessem por avisados pelos “juízos”, (ensinos) fossem livres do juízo, punição.

Adiante ele versou sobre a consequência disso; de andarem as pessoas em justiça diante de Deus; “O efeito da justiça será paz; a operação da justiça, repouso e segurança para sempre. O meu povo habitará em morada de paz, em moradas bem seguras, em lugares quietos de descanso”. Cap 32;17 e 18

Pois, a Excelsa Justiça de Cristo, logrou a façanha de pacificar a relação do pecador com O Criador, naqueles que se lhe submetem. “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação”. II Cor 5;19

Identificar nalgum momento, que há um vazio interior a clamar por preenchimento é comum a todas as almas. Entretanto, a maioria busca para isso simulacros que não preenchem, antes, acentuam o vazio.

Dessa estirpe os que se dão às drogas, alcoolismo, promiscuidade, religiosidade alternativa e toda sorte de vícios. Colocam “remendos novos em panos velhos”, e cada vez o rasgo se faz maior.

Como na medicina humana, antes da prescrição do tratamento é necessário o diagnóstico, assim, nas coisas espirituais. Davi, nos dias do seu desterro, errante pelas cavernas da terra, fugitivo sem crimes, identificava claramente o que lhe faltava. “Assim como o cervo brama pelas correntes das águas, suspira minha alma por ti, ó Deus! A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus?” Sal 42;1 e 2

A sede de Deus não pode ser ludibriada com refrigerantes, tampouco, cisternas de humana feitura podem conter as necessárias águas. Nos dias de Jeremias ele usou essa figura atinente à apostasia que grassava; “Porque o meu povo fez duas maldades: a Mim deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm águas”. Jr 2;13

Por fim, O Salvador, falando a uma mulher samaritana, também figurou Sua Doutrina como uma água milagrosa; “Aquele que beber da água que Eu lhe der nunca terá sede, porque a água que Eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna”. Jo 4;14

Infelizmente os moradores do mundo não querem compromisso com os juízos de Deus. Alguns sonegam partes, distorcem o sentido de outras; há ainda os que querem “editar” à Palavra, para se alinharem apenas ao que concordam.

Os que receberam luz, como Isaías naqueles dias e muitos ministros hoje, precisam laborar para que essa esteja no devido lugar. “Não se acende a candeia e coloca debaixo do alqueire, mas no velador; dá luz a todos que estão na casa”. Mat 5;15

quinta-feira, 24 de julho de 2025

A verdade dá medo


“... conhecereis à verdade e a verdade vos libertará”. Jo 8;32

Simples assim? Sim, e não. Simples o conceito, complexo o que ele abarca. A Verdade é A Palavra de Deus. “Escolhi o caminho da verdade; propus-me seguir os Teus juízos”. Sal 119;30

Da abrangência e incidência da Palavra o alcance é insondável: “Porque a Palavra de Deus é viva e eficaz, mais penetrante do que espada alguma de dois gumes; penetra até à divisão da alma e do espírito, juntas e medulas; é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. Não há criatura alguma encoberta diante Dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos Daquele com Quem temos de tratar”. Heb 4;12 e 13

Sendo comparada a uma espada de dois fios, significa que ela corta para ambos os lados. Tanto é eficaz, quanto aos erros dos outros, quanto o é, atinente aos nossos.

A parcialidade humana pujante nas almas sabotadas pelos sentimentos ideológicos, não permite que a espada corte para os dois lados. Quando, surge em maus lençóis um expoente da sua cor ideológica, o sabotado, invés de lidar com isso pontualmente, presto atira todos na mesma vala. “Não adianta perder tempo com política; são todos ladrões, não se salva um”.

Invés de encarar à verdade que expõe os erros de seu herói, foge atacando quem nem estava em apreço.

Ante à filosofia, encontraríamos Aristóteles dizendo: “A pior forma de desigualdade, é considerar iguais, aos que são diferentes”.

A verdade também versa sobre isso; “O que justifica o ímpio, e o que condena o justo, tanto um quanto outro são abomináveis ao Senhor”. Prov 17;15 Pois, a fuga disfarçada de ceticismo peca em duas versões. Fazendo vistas grossas ao corrupto, e imputando inverdades a outro de oposição.

Conhecer à verdade acaba sendo um desafio para valentes, dado o medo que causa. Muitos, nos dias do Salvador preferiram a fuga, mesmo sob risco de condenação; “E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más”. Jo 3;19

Ninguém se sente confortável precisando reconhecer que é mau; que suas obras são más. Esse é, talvez, o maior “defeito” da verdade. Ela não atua para produzir conforto, antes, para manifestar à realidade.

Na Bíblia a expressão, “conhecer” significa ter íntima relação; tanto que, em muitos relatos diz: “Conheceu fulano sua esposa e essa teve um filho”.

Logo, conhecer à verdade demanda igual liame afetivo, relacional, se desejamos mesmo, ser libertos por ela.

Além de a conhecer, O Senhor colocou uma condicionante mais: “... Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis Meus discípulos”. V 31

A Palavra de Deus é boa, tanto quando confirma determinados passos nossos como probos, quanto, quando denuncia outros, como réprobos. Quando alguém perambula em demanda de aprovação aos próprios descaminhos, não serve a ninguém, exceto, ao ego. E a condição primeira para sermos salvos, é o destronamento desse impostor. “Negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me”. Luc 9;23

Nunca a mentira foi tão adotada quanto é nesse tempo, em nosso país. Por autoridades de altos postos, aos quais cumpriria, entre outras coisas, legar bons exemplos, invés de se expor em obscenidades morais como têm feito.

Se querem aprovar à censura, como os do sistema dominante desejam, somos “213 milhões de tiranos”; porém, se desejam evitar sanções estrangeiras contra a ditadura que se instaura por aqui, devemos nos unir em defesa, somos “soberanos”. Se, somos soberanos e tiranos ao mesmo tempo, devemos ser todos ditadores, acredito.

Pessoas que, como canas ao vento se inclinam sempre para onde sopram seus interesses imediatos, não valem nada; sequer chegaram perto de conhecer à verdade. Os venais têm preço; enquanto os verazes têm valor.

Aquele que, convidado por Deus para conhecer a verdade, atende ao chamado e persevera, necessita de coragem para não fugir a cada mostrengo que descobrirá nas próprias inclinações e atitudes. Invés de uma “conveniência” covarde e fugitiva, esse embraçará ao escudo da fé, a Espada do Espírito, e verá em cada constrangimento necessário, uma cura, invés de uma perda.

“O que encobre suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia”. Prov 28;13

Os que nos acusam de nos escondermos atrás da Bíblia, como se, enfrentar a si mesmo, deveras, fosse a coisa mais fácil, no fundo, não têm coragem de manifestar à mesma “covardia”.

Com a praga das rãs, o conhecimento da verdade nos fará ver anfíbios para todo lado; mesmo onde sequer imaginávamos existir; porém, libertos pela verdade, ganhamos um esconderijo sim. “Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará”. Sal 91;1

O descanso superior


“... os judeus perseguiram Jesus, e procuravam matá-lo, porque fazia estas coisas no sábado. Jesus lhes respondeu: Meu Pai trabalha até agora, e Eu trabalho também”. Jo 5;16 e 17

O Sábado, provavelmente, era o mandamento mais fácil de ser cumprido; salva alguma emergência pontual, do ponto-de-vista meramente superficial dos religiosos, bastava repousar nele.

Os que envolviam fidelidade exclusiva ao Eterno, e respeito ao direito de propriedade e demais liberdades do semelhante, sempre requeriam uma vigilância maior. O sábado deveria ser santificado, consagrado ao Senhor. Um memorial pela libertação da servidão onde nenhum repouso era possível. Por isso, deveriam ser gratos a Ele.

Pecados como a cobiça, maus intentos em relação ao próximo poderiam acontecer sem sequer ser identificados. Todavia, alguém fazendo um trabalho qualquer naquele dia, seria visto e denunciado. Por isso, tal transgressão parecia-lhes o “pior” pecado.

O Salvador fez uma releitura dos mandamentos, aplicando o sentido espiritual, e fez ver que a coisa não era tão simples. “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo. Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo...” Mat 5;21 e 22

"Não cometerás adultério... Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela”. Vs 27 e 28

Ao repouso, invés de acrescentar um rigor mais profundo, atenuou; “O sábado foi feito por causa do homem, não o homem por causa do sábado”. Mc 2;27 O descanso foi feito em atenção à necessidade humana.

Ardiam em zelo pela guarda desse dia, porque nele O Criador repousara; O Senhor tinha uma má notícia para os zelosos; “...: Meu Pai trabalha até agora, e Eu trabalho também”.
Precisamente naquele momento estavam dando trabalho, a pretexto de defender o repouso. O que cansa ao Eterno é a resiliência maligna no pecado; “... Me deste trabalho com teus pecados, Me cansaste com tuas iniquidades”. Is 43;24

Sempre que nosso zelo verte do anseio de provar que alguém está errado, mais que, da intenção de glorificar a Deus pela obediência, é carnal. Meu intento de obedecer mira meus próprios erros, não, os de outrem.

Aos que chama a Si, O Salvador oferece um sábado diferente; um descanso de abrangência muito superior ao repouso dos corpos. “Tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei de Mim, que Sou manso e humilde de coração; encontrareis descanso para vossas almas”. Mat 11;29 O descanso da alma em Cristo, só quem frui pode aquilatar o quanto vale.

Aquele repouso pontual, um dia em sete, além do cuidado amoroso com a saúde humana, era um tipo profético de um repouso maior. Devemos entender a Lei, “... à sombra dos bens futuros, não à imagem exata das coisas...” Heb 10;1

Um tipo profético é um símbolo de algo maior ainda porvir; como os sacrifícios de animais, o eram, do Sacrifício de Jesus Cristo. Assim, o descanso do sábado apontava para o descanso superior no Reino do Senhor.

Antes de ensinar que o repouso de Cristo é superior ao da Lei, A Palavra ensina a diferença entre Ele e Moisés; “Porque Ele é tido por digno de tanto maior glória que Moisés, quanto, maior honra que a casa tem aquele que a edificou”. Heb 3;3

Aos que endurecem o coração ante À Palavra de Deus, está posta uma dura sentença; “Assim jurei na Minha ira que não entrarão no Meu repouso”. Heb 3;11 “A quem jurou que não entrariam no Seu repouso, senão aos que foram desobedientes?” v 18

Embora, aquele repouso significasse, entrar na terra prometida, terminar a peregrinação pelo deserto, (toda aquela geração pereceu no deserto, exceto, Josué e Calebe) figura bens futuros atinentes a nós, como adiante o texto expõe: “Porque nós, os que temos crido, entramos no repouso...” Heb 4;3 “Porque, se Josué lhes houvesse dado repouso, não falaria depois disso de outro dia. Portanto, resta ainda um repouso para o povo de Deus”. Vs 8 e 9

Então, os que tentam colocar sobre os cristãos um jugo superado, erram de modo tosco, por ignorância. “Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou beber, por causa dos dias de festa, da lua nova ou dos sábados, que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo”. Col 2;16 e 17

Não significa que a Lei vete e a Graça seja licença para pecar, como alguns bobos-alegres esposam. Os salvos são convidados a lugares mais altos, responsabilidades maiores. 

“... Ele... é mediador de uma melhor aliança que está confirmada em melhores promessas”. Heb 8;6 “Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente, se faz também mudança da lei”. Heb 7;12