sexta-feira, 17 de maio de 2024

O "preço" da Graça


“Nós, cooperando também com Ele, (Cristo) vos exortamos a que não recebais a Graça de Deus em vão” II Cor 6;1

Sendo um favor Divino, não é possível que alguém receba a Graça por méritos; doutra forma deixaria de ser graça para ser mera justiça. Porém, receber em vão, dá o que pensar.

O que é vão? Aquilo que é inútil, sem proveito, ou, tido como tal, por quem o recebe. Carecemos ser ciosos da Graça oferecida, invés de a tratarmos como algo vil. Deus nos honrou e nos deu uma preciosidade; espera que a tratemos dessa forma. “Como o que arma a funda com pedra preciosa, assim é aquele que concede honra ao tolo.” Prov 26;8 Sejamos sábios, pois.

Judas aludiu a uns, “... que convertem em dissolução a Graça de Deus; negam a Deus, Único Dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo.” Jd v 4

Alguns tratavam algo Excelso, como se, de parco valor, para próprio dano, e perdição. “Convertem em dissolução”, ou sejam, dissolvem-na, pelas suas maneiras ímpias e resilientes, invés de mudar, segundo lhes foi capacitado. “... fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos em novidade de vida.” Rom 6;4 Eis o objetivo!

Termos vivido de forma ímpia, errônea, antes de Cristo, e mesmo assim Ele nos ter chamado à Sua Luz Para Salvação, põe em relevo a grandeza do Seu amor; não, vulgariza a gravidade dos nossos pecados, como se, Sua inclinação perdoadora significasse uma espécie de licença para pecar. O Santo facilita quanto aos nossos erros pretéritos, mas responsabiliza-nos quanto aos passos presentes e futuros.

Aqueles que assim agem, perdem-se, não dando à santificação a necessária atenção. Sim, necessária, não, opcional; “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá O Senhor;” Heb 12;14 Ou, “Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;” Mat 5;8 Ainda: “Meus Olhos procurarão os fiéis da terra, para que se assentem comigo; o que anda num caminho reto, esse Me servirá.” Sal 101;6

Deus não toma em conta os tempos da ignorância, nos quais vivemos antes, uma vez iluminados por Cristo, somos responsabilizados, desafiados a andar conforme. Caso não, no tocante a nós, a eficácia da Graça não se verifica, como pontuou João: “Se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros; O Sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo pecado.” I Jo 1;7

Dos que se recusam a caminhar na luz, todos os “cristãos” que, quando exortados a andar em santidade, abandonando seus maus hábitos, presto recitam: “Deus é amor”. Essa verdade lhes soa como um biombo atrás do qual se pode esconder as perversas inclinações, o que, no fundo, é apenas uma demonstração clara das escolhas que, também convertem em dissolução a Graça, como se, a manifestação dessa derivasse de um sentimentalismo leniente, cúmplice, irresponsável.

Deus É Amor, sim; todavia, além dos pecadores, ama também justiça e santidade. Não fosse assim, não seria necessário o Sacrifício de Cristo; bastaria O Eterno fazer “vistas grossas” às nossas falhas e a vida seguiria.

Paulo ensina os “apêndices” necessários, pós Graça; “Porque a Graça salvadora de Deus se manifestou a todos os homens, ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, justa e piamente;” Tt 2;11 e 12

A abrangência do Amor Divino é universal, se manifesta a todos os homens, a essência por proba é estrita; impõe novo “modus vivendi” aos que o recebem; “... vivamos neste presente século, sóbria, justa e piamente.”

A vera conversão é tão radical que salta aos olhos, sobretudo, quando quem se converte levava uma vida dissoluta; “... Ele se inclinou para mim, ouviu meu clamor. Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs meus pés sobre uma rocha, firmou meus passos. Pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos verão, temerão e confiarão no Senhor.” Sal 40;1 a 3

Moderninhos que “precisam” pintar de preto seus templos, para que, os que amam às trevas se sintam em casa, também fazem, institucionalmente vã, a Graça, como se, o trabalho da Igreja fosse agradar à impiedade, invés de desafiá-la ao arrependimento.

A sadia mensagem gera compunção, não, bem estar nos pecadores. Sempre foi assim; “Ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração, e perguntaram a Pedro e demais apóstolos: Que faremos, homens irmãos?” Atos 2;37

A Igreja deve ensinar os rumos, não os que estão fora, em seus corações, emporcalharem-na com suas perversões desejando que ela as canonize. Senão, não só a Graça, mas a própria igreja se fará vã.

quinta-feira, 16 de maio de 2024

Pudores de Brasília


“Foge por um instante do homem irado, mas foge sempre do hipócrita.” Confúcio

Concordo com o filósofo chinês. O homem irado está no ardor de um fogo veemente, cuja chama arrefecerá, a medida que o combustível da causa for consumido, pelo tempo.

O hipócrita age como um herói com dupla identidade. Esses quando um perigo assoma, deixam o “disfarce” de pessoas comuns, e colocam-se em socorro dos necessitados; aquele, quando vislumbra uma plateia, ainda que, com um expectador apenas, disfarça sua essência egoísta, veste a capa da virtude e entra no “teatro”, encenando o que, sabe que deveria ser.

Em suma: A ira é um rasgo pontual de inconformidade; hipocrisia é ausência de caráter negando a própria existência.

Temos tantos exemplos de hipocrisia que seria cansativo elencar. Paulo Pimenta falando em combater “Fake News” é mais ou menos como, o Conde Drácula prometendo doar sangue.

Os deputados esquerdistas do RS, sete ao todo, votaram contra a postergação do pagamento da dívida junto à União; claro, depois virão de novo posar de homens públicos, defensores do Estado e dos cidadãos gaúchos, certamente, isso também os coloca no rol daqueles dos quais devemos sempre fugir, segundo Confúcio.

Passada a tragédia nos virão pedir apoio. Para quê? Qual a necessidade que a sociedade tem de “representantes” assim? Em todos os âmbitos, municipal, estadual e federal, o serviço público tem sido pífio; há mais preocupação com a imagem dos “servidores” que com as vítimas; a sociedade civil, voluntária e organizada emergencialmente, é que tem feito a diferença nos socorros urgentes nessa desgraça.

Pautas minoritárias e identitárias têm sido levantadas como se, fizesse alguma diferença numa tragédia assim, fatores periféricos comportamentais, francamente!! Que atestado de indigência moral! Que servidores abaixo da linha de pobreza funcional!!

A bem da verdade, o PT nunca teve que lidar com oposição, até 2018. O surgimento de Jair Bolsonaro, seu probo governo mesmo durante a pandemia, mostrou que existe possibilidade de política honesta, além do “Teatro das Tesouras”, onde PT e PSDB encenavam renhida peleja diante das câmeras, enquanto faziam sujas negociatas nos bastidores.

A “imprensa” facilmente domesticável, pelo método de ade$tramento inteligente, nunca causou problema naqueles dias, em que os corruptos “eram felizes e não sabiam”, segundo Alexandre de Moraes.

Assim, dois “males” ao mesmo tempo desafiaram aos “defensores dos trabalhadores”; oposição de verdade, com a existência de deputados de direita combativos como temos tantos, felizmente, senadores, governadores. Não é o caso do nosso, infelizmente. Eduardo Leite chegou a dizer que o “excesso de doações prejudica o comércio local”. Que comércio? Que local? Que vergonha, Governador!!

O segundo “mal”, para desgraça do establishment, foi o advento das redes sociais. Em furtolândia precisam aprender a lidar com isso. Os fatos, esses rebentos sempre cobertos com os panos das conveniências, que eram ciosamente estendidos pelas mucamas da mídia venal, começaram a ser expostos, por falta de cobertas.

Se bem que, a verdade parece ser simpatizante do naturismo; ela, costuma se expor nua, sem nenhum pejo. A fartura de veículos que agora têm acesso ao desfile dela, acabaram se tornando feitores de grave obscenidade, prejudicial em extremo, aos pudores de Brasília.

Como ninguém desejaria ofender à ilustre princesa, dizendo que sairiam em perseguição contra a verdade, lhe ressignificaram, chamando-a de “Fake News”; com um nome bonito assim, bem que a podem caçar, sem que o vulgo, o ruminante, proteste. Ele sempre foi fartamente alimentado pela forragem midiática com aditivo alienante mesclado, pra não perceber que se faz sustentáculo aos que furtam seus direitos; sim, idiotas úteis saem gritando em defesa dos que lhe colocam antolhos.

Quase três semanas após o início da tragédia, descobriram tardiamente, que, não está tudo dominado como sempre esteve; os fugazes, enfim, posam no front; pois, precisarão de capas de engajados para vestir nas próximas eleições que estão bem próximas, aliás.

Não importa para os tais, as vidas que se perderam; se puderem, ocultarão a verdade quanto a isso também, falseando números para que eles falem o que melhor lhes convier. Afinal eles têm uma “imagem” a salvar. Breve terão novo pleito. E parece que o “Caramelo e a Esperança” não ajudaram muito.

A diferença da catástrofe moral, humana, de, ser nossa sociedade gerida por escórias assim, e a catástrofe climática que nos assola, é que os danos dessa, nus e crus, são visíveis de imediato; enquanto, aquela consegue diluir-se, ensejar alguma virtude, contando com a ingenuidade da plateia, cada vez menor, á medida que, as características dos “tempos felizes” dos biltres se apequenam também.

Não se trata de bandeiras, ideologias; valores verazes não podem ser reduzidos a isso. Mas, de crassa vileza que mercadeja com vidas preciosas, pela manutenção dos privilégios de tantas, inúteis.

Almas na prova


“Como o crisol é para a prata, o forno para o ouro, assim o homem é provado pelos louvores.” Prov 27;21

Metais como prata e ouro são derretidos para remoção das impurezas, tantas vezes, quantas, parecer necessário ao que tem a perícia para os purificar.

Essa arte deu origem a alguns provérbios, relativos a purificações maiores; das almas. “Tira da prata as escórias, sairá vaso para o fundidor;” Prov 25;4 “As Palavras do Senhor são palavras puras, como prata refinada em fornalha de barro, purificada sete vezes.” Sal 12;6 Não invertamos as coisas: A prata precisa ser purificada sete vezes, antes de ser comparada À Palavra do Senhor, que já é pura.

Antevendo o Ministério de Jesus Cristo, Malaquias disse: “... Ele será como fogo do ourives, como sabão dos lavandeiros.” Ml 3;2 Duas figuras atinentes à purificação; o sabão que desfaz sujeiras, e o fogo do ourives, que derrete metais, para remoção das impurezas.

Diz o texto inicial que, assim como os metais são refinados nos seus locais próprios, o homem é provado pelos louvores (que recebe), como?

A presente geração é um triste retrato da falta de noção, e desejo de louvores imerecidos. A facilidade de interação global pela INTERNET deixa isso mais evidente. Salomão, parece que estava vivendo nossos dias quando escreveu: “Há uma geração que é pura aos seus próprios olhos, mas nunca foi lavada da sua imundícia.” Prov 30;12

Todos somos livres para “curtir” ou enviar coraçõezinhos a quem postar algo. Todavia, a menor discordância, o mínimo reparo a uma colocação imprecisa, e pronto, estaremos sujeitos a chuvas e trovoadas. Quem somos para nos intrometermos nas vidas alheias?

Seria hipócrita dizer que não gostamos de elogios. Mas, gostamos ainda mais da verdade. Quando a coisa é desmedida, descamba para a lisonja, a sensação é ruim, de desconforto diante da falsidade. Mesmo quando elogiados com verdade, não nos cabe “subirmos à mesa” como se fôssemos alguma coisa. Paulo pergunta com muita razão: “Porque, quem te faz diferente? Que tens tu que não tenhas recebido? Se o recebeste, por que te glorias, como se não o houvesses recebido?” I Cor 4;7

O ego que faz o ser humano sobressair aos demais é uma ideia satânica. Esse tipo de “beleza” onde, um brilha e outros aplaudem, não o é tipo que os Céus apreciam. Quando alguém enche o mundo de caras e bocas e toda sorte de artifícios em demanda de louvores, deixa patente sua febre egoísta, seu desejo de brilhar, ser adorado, na sugestão maligna aquela: “Vós sereis como Deus.”

Se, louvores desmedidos, invés de me constranger, encabular pela certeza da minha indignidade para tais, me fizerem sentir o tal, importante, a última baga da vinha, ainda estou sendo reprovado grosseiramente nesse teste.

A beleza aos Olhos Divinos está mais, no coletivo; na unidade direcional do enxame, no bailado vívido do cardume, no revoar simétrico do bando, na paz harmônica do rebanho.

Momentos como a catástrofe vivida no Rio Grande do Sul, onde todos, grandes e pequenos, famosos e anônimos, ricos e pobres se solidarizam e cada um contribui conforme suas forças, evidenciam nuances da beleza que O Eterno Ama, e preceitua: “... amá-lo (a Deus) de todo coração, todo o entendimento, toda a alma e todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, é mais do que todos os holocaustos e sacrifícios.” Mc 12;33

O amor que folga com a verdade, não considera o próximo uma entidade suprema, intocável que jamais possa ser corrigida, ensinada. Antes, por se importar com o semelhante, ajuda-o de todas as formas, sejam materiais, emocionais ou espirituais.

É na adolescência psíquica que alguém se abala com alheios apreços, sejam aplausos, sejam vaias. Na maturidade, aqueles que a ela chegam, ainda que não se tornem refratários a essas coisas, também não lhes atribuem um peso excessivo. Tanto os aplausos quanto as vaias, podem ter mais a ver com as limitações alheias, que com nossos méritos. Tenho por filosofia, não padecer por doenças alheias.

A maturidade que conta e traz discernimento para a vida, deriva de nossa relação sadia com A Palavra de Deus. Nela as coisas que dizem respeito à vida foram postas; é o manual do fabricante. Os que a rejeitam, não mudam o “manual”, tampouco as razões do Criador. Estão previstos nela.

O discernimento da essência das coisas, nessa miscelânia de falsidades, aparências artificialmente forjadas, deriva de nossa relação com a Palavra de Deus, que nos aperfeiçoa, tanto quanto possível, na limitação imperfeita que aqueda nos lançou; “... o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto, o mal.” Heb 5;14

terça-feira, 14 de maio de 2024

Antes do juízo


“Se Eu enviar a peste sobre aquela terra, derramar Meu furor sobre ela com sangue, para cortar dela homens e animais, ainda que Noé, Daniel e Jó estivessem no meio dela, vivo Eu, diz O Senhor Deus, que nem um filho nem uma filha eles livrariam, mas somente eles livrariam suas próprias almas pela sua justiça.” Ez 14;19 e 20

Quando O Eterno decide julgar um povo, mesmo que, a favor desse haja intercessores de vidas probas, como foram Noé, Daniel e Jó, nada pode ser feito. O juízo que parecer justo ao Santo, será levado a efeito; esses justos, hipoteticamente entre os alvos do juízo, tudo o que poderiam seria receber livramento das suas almas, nada mais. Nem mesmo seus filhos seriam herdeiros da justiça deles.

Enquanto O Criador ainda não está julgando, um intercessor aceitável perante Ele, basta; no caso daquele povo, esse abençoado não fora encontrado. “Busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro, na brecha perante Mim por esta terra, para que Eu não a destruísse; porém, a ninguém achei.” Ez 22;30

Antes do Juízo, O Senhor passa um “pente fino”, para ver se existe alguém que deva ser preservado: “Longe de Ti que faças tal coisa, que mates o justo com o ímpio; que o justo seja como o ímpio, longe de Ti. Não faria justiça o Juiz de toda terra?” Gn 18;25

Quando O Poderoso ainda se inclina a perdoar, um intercessor probo, basta; “busquei um homem...” Porém, gasta a Santa paciência, então, nem mesmo três santos da estatura de Noé, Jó e Daniel fariam diferença, no sentido de evitar o furor, do Eterno.

Nós que professamos O Santo Nome como sendo nosso Deus, temos preferência no juízo; digo, seremos julgados antes, como alguns textos mostram. Ao mesmo Ezequiel, O Eterno revelou a “prioridade” dos que alegavam compromisso com Ele; “Matai velhos, jovens, virgens, meninos e mulheres, até exterminá-los; mas a todo o homem que tiver o sinal não vos chegueis; começai pelo meu santuário. E começaram pelos homens mais velhos que estavam diante da casa.” Ez 9;6

Pedro transpôs o incidente para a Nova Aliança, e argumentou: “Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus; se, começa por nós, qual será o fim daqueles que são desobedientes ao Evangelho de Deus?” I Ped 4;17

O vasto tempo de espera da bondade Divina, Sua longanimidade, não tem sido devidamente valorizada pela inconsequência de tantos pecadores. Salomão abordou essa indiferença, oportunista: “Porquanto não se executa logo o juízo sobre a má obra, por isso o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para fazer o mal.” Ecl 8;11

Embora, a intercessão de uns e outros, tenha lá sua eficácia, em última análise, cada um terá que decidir-se sobre Deus, Seu Filho, de modo particular, pessoal; “... Como Eu vivo, diz O Senhor, que todo o joelho se dobrará a Mim, e toda língua confessará a Deus. Cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14;11 e 12

Por enquanto, no tocante à salvação, um homem na brecha dos nossos pecados, perante Deus, Jesus Cristo, basta; se negligenciarmos a Ele e o que fez, a menos que tenhamos um “plano B”, nosso encontro com o juízo será inevitável.

A Palavra de Deus, depois de rememorar a fidelidade do cumprimento das Palavras faladas em dias idos, e ter apresentado a Cristo como a Expressa Imagem de Deus, questiona sobre a possibilidade de um caminho alternativo para a salvação: “Porque, se a palavra falada pelos anjos permaneceu firme, toda a transgressão e desobediência receberam justa retribuição, como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram?” Heb 2;2 e 3

A Paz de Cristo, diferente da dos homens, tem uma incidência vertical; realinha-nos a Deus, a despeito do que o semelhante possa pensar ou sentir, ao nosso respeito; “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

Quando chegar o tempo da ira, que se avizinha célere, então, não haverá intercessor que baste, nada que desvie O Furor do Eterno; acontecerá que, a Espada do Espírito, que, ora luta oferecendo misericórdia para salvação, então, lutará apenas pela justiça, para condenação dos que ignoraram aos apelos do Amor Divino.

Alguns agem como se, o seu tempo fosse infinito; Einstein pensava diferente; “Duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana; não estou muito certo quanto ao universo.” Então, “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.” Is 55;7

segunda-feira, 13 de maio de 2024

A Ira Divina


“... a Terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto transgredem as leis, mudam Estatutos e quebram a Aliança Eterna. Por isso a maldição consome a Terra...” Is 24;5 e 6

Muitos especulam sobre as causas do que vivemos no Estado. Além da cantilena de sempre, o “Aquecimento Global”, outros aventam a possibilidade de causas espirituais estarem por trás disso.

Então, resgataram vídeos antigos de pregadores que denunciaram a dureza dos gaúchos em relação ao Evangelho; elencaram pesquisas com o alto número de divórcios em nosso Estado, a presença de cultos satanistas e até um cemitério desse tipo foi recentemente inaugurado em Viamão. Tais coisas seriam “atraentes” à Ira Divina.

Eu mesmo, num texto pretérito, aludi ao “Cristo Protetor” e ao fato de a maior autoridade do nosso Estado ser um pervertido sexual, não como as causas necessárias, mas, como nuances de uma sociedade idólatra, e alienada dos valores do Eterno.

Porém, se observarmos o verso inicial, do profeta Isaías, veremos que, a denúncia pela escolha da maldade de costas para O Criador é um fenômeno global. “A Terra está contaminada por causa dos seus moradores...” Não é uma característica exclusiva do Rio Grande do Sul, embora, nossas digitais nisso, sejam bastante graves.

O esperável seria, que, dores lograssem tocar corações, como num desfio a reconsiderar caminhos, escolhas; em geral, não é o que acontece. Talvez, os dias de Salomão fossem menos ruins que esses; escreveu: “Melhor é a mágoa que o riso, porque com a tristeza do rosto se faz melhor o coração.” Ecl 7;3

Malgrado, o heroísmo abnegado de muitos cidadãos, que, se aventuram a socorrer sem nenhum interesse raso, muitas autoridades, que deveriam dar exemplo, são pagas para isso, invés de um engajamento intenso, desinteressado e exemplar, preocupam-se com o que vai dar mídia, o que pode melhorar a imagem desse ou daquele, e render mais votos nas próximas eleições. Qualquer bicho, cavalo, cachorro, vira alvo de disputa se servir de vitrine. Pequenez insiste onde a situação requer grandeza.

Nada consegue melhorar um milímetro, seus corações egoístas, sua sede de poder que engole até a empatia.

No auge da pandemia não foi diferente; quando tudo estava fechado, igrejas até; a “fé” de alguns era tal, que surgiram as “lives”; todos queriam “adorar a Deus”. Pensamos, os mais ingênuos, que, pós calamidade, muitos se arrependeriam, deixariam suas vidas dissolutas e voltariam ao Evangelho. Ledo engano. A impiedade voltou mais pujante que antes; igrejas sérias seguiram sérias; as dos mercenários continuaram roubando.

Temo que tudo se repita. Durante a tragédia, empatia de uns, oportunismo de outros, sofrimento. Depois, vida que seguirá, cada um à sua maneira, sem sinais de que esteja constrangido por ter ofendido ao Eterno, ou, deseje mudar de atitude.

Quem cultuava seus ídolos seguirá a fazê-lo; quem cometia perversões, idem; quem vivia de baile em baile em busca de promiscuidade, também. “... transgredem as leis, mudam os estatutos, quebram a Aliança Eterna. Por isso a maldição consome a terra...”

Possivelmente, os mais “suscetíveis”, deplorem uma denúncia como essa, pela falta de sensibilidade, empatia. Mas, quem adverte contra os descaminhos, em tempos de calmaria, não se torna oportunista se seguir fazendo o mesmo, em dias dolorosos como os atuais. É apenas o ministério do ensino, segundo seu curso, mesmo quando outras coisas podem ensinar também.

Nem sempre quem mais chora num velório é quem mais amava ao que partiu; eventualmente, o remorso por ter tratado mal quem se foi, dá azo ao maior barulho quando se torna tarde demais para mudar. Assim, talvez seja mais sensível quem antevê os perigos, que outro que, em meio a eles, se enche de escrúpulos para depois seguir como antes.

Reitero, a Ira Divina pesa contra toda Terra. Tornados nos Estados Unidos, enchentes devastadoras no Oriente Médio, tufões e tsunamis na Ásia, terremotos na América central, etc.

Tudo isso são gemidos da criação aguardando pelo Criador. “Porque sabemos que toda criação geme, está juntamente com dores de parto até agora.” Rom 8;22

Inevitável nos solidarizarmos com os que sofrem perdas de toda espécie. Na medida das nossas possiblidades, ajudar. Todavia, quem foi capacitado a falar da parte de Deus, não pode ser omisso em tempo nenhum.

O riso das hienas, felizmente, poucas, não mostra o que os outros Estados pensam. Mostra o que aqueles bichos são. A imensa maioria tem feito grandes coisas, enviado socorro e motivação inefáveis. Deus os recompense por isso.

Nada mais eloquente que uma catástrofe dessas para mostrar quão efêmeras as posses. Se, algum bem puder eclodir do meio de tantas dores, seja, aprendermos priorizar as coisas eternas, em face das temporais. “Buscai primeiro, O Reino de Deus e Sua justiça...” Mat 6;33

domingo, 12 de maio de 2024

Cães sapiens


A maturidade chega quando, teorias bonitas que sempre cortejamos, finalmente nos fitam nos olhos e nos convidam para dançar. Ou, como disse David Bowie, é quando nos tornamos o que sempre deveríamos ter sido.

A capacidade intelectiva costuma ser mais célere que o bom siso. Mais facilmente entendemos às coisas, que, as praticamos. Dessa doença, ironias como a de Joelmir Betting: “Na prática, a teoria é outra.” Ou, “O que és, grita tão alto, que não consigo ouvir ao que dizes.” Pregadores puritanos.

Há um componente que, quando anexo à fala pode entortar às palavras retas. Se, a coisa certa é dita com motivações erradas, fingindo conectar o que é desconexo, ou, mesmo o tom do que é falado traz um peso derivado do aguilhão das paixões, cujo fogo, tende a produzir calor, enquanto sonega a luz, teremos um cego tateando crinas, e descrevendo-as como cabelos. Nesses dias sombrios, onde se vibra com a vida de um equino, e silencia quanto a centenas de vidas humanas perdidas...

O reducionismo ao rótulo, que presto desqualifica aqueles, dos quais discordamos, tolhe a análise honesta dos motivos, das escolhas.

Se, eu esposar que gosto da liberdade de expressão, equilíbrio respeitoso entre os poderes, um viés conservador nos costumes, da preservação dos valores cristãos, que sou contra o aborto, a imposição das garras do Estado onde devem habitar os direitos do cidadão, empreendedorismo econômico etc. em lugar de, quem me ouve, pensar sobre isso, se faz sentido defender tais coisas ou não, muitos, por desafeitos a pensar, acharão um atalho.

Se, sua predileção se chocar com algumas dessas coisas, logo me tacharão: Bolsonarista!

Ora, foi Bolsonaro que inventou essas opções? Não. Como que, defendê-las se tornou um adjetivo derivado do nome dele? Por muito tempo Jair foi difamado, chamado de nazista, fascista, golpista... assim, seria uma forma de colar todos esses adesivos em mim, economizando cola?

Ora, eu discordo da esquerda porque eles defendem o aborto, a descriminação das drogas, a estatização, o assistencialismo em detrimento do desenvolvimentismo, censura, imposição do homossexualismo como disciplina nas escolas, a doutrinação ideológica endeusando o comunismo, vertendo a educação em mera doutrinação... etc. não porque os canhotos são “Lulistas”.

Lula e Bolsonaro passarão. Os valores que um e outro defendem, não. É tão mais fácil colar um rótulo que exercitar os neurônios; criticar outrem que avaliar aos próprios motivos. Aliás, narrativa e fake News são gêmeas, univitelinas.

As narrativas que fazem da castração dos direitos, “defesa da democracia”, e das críticas verazes, “fake News”, não são meros frutos da imaturidade cidadã. São derivados da imbecilização coletiva, mão-de-obra barata de quem aprendeu a replicar mentiras, invés de exercitar neurônios.

Cada um pode concordar com, ou, defender ao, que quiser. Mas, se fizer isso à força de gritos, não à persuasão de argumentos, invés de um cidadão cuja individualidade devo respeitar, cujos pensamentos convém considerar, verei um títere, um “idiota útil” como os socialistas chamam, metátese de um câncer social.

A melhor crítica de um postulado político são suas consequências. O que ele produz, valida, ou não, sua defesa. Todavia, para os idiotas úteis, sua bandeira consagra tudo; a adversa desafia ao ataque, como o pano do toureiro, ao touro, nas arenas de Madri.

Desgraçadamente, nos tornamos uma sociedade que, intelectual, moral e espiritualmente cresce para baixo, como rabo de cavalo. Os xingamentos anulam a reflexão, sentenças decoradas substituem ao ensino, repetições de platitudes se pretendem, reflexões filosóficas... como cães que festejam aos conhecidos e latem contra os estranhos, assim o “homo sapiens” ante o que ignora, e o que pensa saber.

A Palavra de Deus denunciou esses dias, onde as predileções particulares usurpariam à verdade. “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” II Tim 4;3 e 4

Como buscaria aperfeiçoamento, higidez psicológica, adequação espiritual à vontade de Deus, quem se supõe pronto, independente, maduro, politizado, o último maracujá da latada? A mesma Palavra de Deus deixa patente a desesperança nesses casos. “Tens visto o homem que é sábio aos seus próprios olhos? Pode-se esperar mais do tolo do que dele.” Prov 26;12

Não que, por me atrever em coisas mais altas que o lugar comum, isso signifique maturidade adquirida, ser uma fonte donde só mana, e não precisa receber; antes, estamos em pleno processo de aprendizado, colhendo lições de tropeços diuturnamente; afinal, nesse quesito, as falhas são as melhores docentes.

Enfim, a maturidade não deriva, necessariamente, do curso dos dias. Há muitos meninos velhos. É um apanhado de experimentos que nos faculta crescer com nossas dores, e não sofrer pelas doenças alheias.

A Melhor Aliança


“Agora alcançou Ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de uma melhor aliança que está confirmada em melhores promessas.” Heb 8;6

Comparação entre a Aliança pelo Sangue de Cristo, com a antiga, na qual, se oferecia sangue de animais em favor dos pecadores. Nele, Ministério mais Excelente, Melhor Aliança, Melhores Promessas.

Os dois acordos de Deus com o povo, vulgarmente chamamos de Antigo, e Novo, Testamentos. João explica: “Porque a Lei foi dada por Moisés; a Graça e a verdade vieram por Jesus Cristo.” Jo 1;17

Por que Deus precisou melhorar àquela? Era ruim? A Palavra responde: “... a Lei é santa, o mandamento santo, justo e bom.” Rom 7;12

Então, foi necessária uma melhoria, por quê? Porque Deus queria tirar os pecados, o que não era possível através da Lei. “Por isso nenhuma carne será justificada diante Dele pelas obras da Lei, porque pela Lei vem o conhecimento do pecado.” Rom 3;20 Foi João Batista que disse: “... Eis O Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” Jo 1;29

A Lei mostra o que não deve ser feito; mas, não capacita ao seu informado, a andar conforme. Como sua transgressão redunda em morte, Paulo disse que a letra, (da Lei) mata; aludindo ao Feito de Cristo, diz: “... nos fez também capazes de ser ministros de um Novo Testamento, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata e o espírito vivifica.” II Cor 3;6

Dos sacrifícios de então, diz: “... é impossível que o sangue dos touros e bodes tire pecados.” Heb 10;4

Por que eram requeridos então? Porque onde o arrependimento era sincero, funcionavam como um cheque pré-datado, cujo resgate seria possível em dias futuros. Os teólogos chamam de um tipo de Cristo. “Mas, vindo Cristo, Sumo Sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação, nem por sangue de bodes e bezerros, mas por Seu Próprio Sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção.” Heb 9;11 e 12

Como, as placas de trânsito regulamentam o que podemos e o que não, mas, não capacitam ninguém a andar rigorosamente como as regras que prescrevem, assim, a Lei. Informava a todos o que Deus aprova e o que reprova, sem capacitar à necessária obediência, cuja origem não estaria na lei, estritamente, mas no espírito.

A desobediência resultou inevitável, “porque a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à Lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;7

A “purificação” naqueles rituais, era externa, formal, sem tocar na causa dos pecados. Nesse quesito, a diferença entre uma e outra Alianças, é substancial; “Porque, se o sangue dos touros e bodes, a cinza de uma novilha esparzida sobre os imundos, os santifica, quanto à purificação da carne, quanto mais o Sangue de Cristo, que pelo Espírito Eterno se ofereceu imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?” Heb 9;13 e 14

Numa purificação que excede à mera aparência de arrependimento que poderia ser encenada pela carne, e toca na consciência, o espírito do homem, cada vez que a Grandeza do Resgate for lembrada, está a diferença, da antiga Aliança, para outra mais excelente, melhor, fiadora de melhores promessas, aceitável, ante O Eterno.

Se, antes, muitos podiam tratar pecados como aniversários, algo que se repete periodicamente sem compromisso com mudanças, “nesses sacrifícios, porém, cada ano se faz comemoração dos pecados.” Heb 10;3

Agora, O Sangue de Cristo basta para todos os pecados; “... estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, O Justo.” I Jo 2;1

Porém, quem não levar suficientemente a sério nosso Santo Advogado, poderá descobrir tardiamente, que a Graça é mais severa que a Lei. “Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, provaram o dom celestial, se fizeram participantes do Espírito Santo, provaram a boa Palavra de Deus, as virtudes do século futuro, e recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam O Filho de Deus, O expõem ao vitupério.” Heb 6;4 a 6

O risco de levarmos algo excelso, santo, de modo superficial, é perdermos o necessário temor; começarmos a achar que nossas predileções rasteiras são iguais à Vontade de Deus. Longe disso.

“... Meus pensamentos não são os vossos, nem os vossos caminhos os Meus, diz o Senhor. Porque assim como os céus são mais altos que a terra, assim, são Meus caminhos mais altos do que os vossos, e os Meus pensamentos mais altos do que os vossos.” Is 55;8 e 9