sábado, 6 de abril de 2024

O dia do Senhor


“O dia do Senhor virá como o ladrão de noite...” II Ped 3;10

Não que os demais dias sejam fortuitos, ou nossos; apenas um, seja do Senhor. Porém, assim é chamado o período em que O Senhor, finalmente, decidirá acertar contas com a humanidade, trazendo o juízo.

“Ai do dia! Porque o dia do Senhor está perto, virá como uma assolação do Todo-Poderoso.” Jl 1;15

“Ai daqueles que desejam o dia do Senhor! Para que quereis vós este dia do Senhor? Será de trevas e não de luz.” Am 5;18

“O grande dia do Senhor está perto, sim, está perto, se apressa muito; amarga é a voz do dia do Senhor; clamará ali o poderoso.” Sof 1;14

Pedro cita Joel: “O sol se converterá em trevas, a lua em sangue, antes de chegar o grande e glorioso dia do Senhor;” Atos 2;20 etc.

Vemos, pois, que o dia do Senhor não é um texto solto numa névoa obscura que algum profeta soprou sobre os ares da revelação; antes, algo categórico, afirmado, explicitado e reiterado; no devido tempo, sua incidência será inevitável.

Pedro pontuou que a “demora” do Senhor em tratar com a humanidade seria usada como se significasse falaciosa Sua Palavra; “... nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo suas próprias concupiscências, dizendo: Onde está a promessa da Sua vinda? porque desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação.” II Ped 3;3 e 4

A relação do Eterno com o tempo não é a mesma nossa; “Amados, não ignoreis uma coisa, que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia. O Senhor não retarda Sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânime para conosco, não querendo que alguns se percam, senão, que todos venham a arrepender-se.” II Ped 3;8 e 9

“O dia do Senhor virá como o ladrão, de noite...”
embora O Senhor venha para buscar o que é Seu, usa a figura do ladrão para ilustrar o “modus operandi”.

O ladrão vem inesperadamente; leva o que há de mais valioso; e o seu “feito” só é percebido depois, quando é tarde demais para evitar.

Embora muitos alardeiem um tempo de avivamento, isso brota do desejo dos seus corações, não, da Palavra. O Salvador ensinou que voltará em tempos de apostasia. “... Quando, porém, vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?” Luc 18;8

O que há de precioso para O Senhor? Cada alma salva, segundo o Salvador, vale mais que o mundo inteiro perdido. Os fiéis a Ele são o objetivo da Sua volta; “Os Meus Olhos estarão sobre os fiéis da terra, para que se assentem comigo; o que anda num caminho reto, esse Me servirá.” Sal 101;6

Se, para o mundo soam a “fundamentalistas, radicais, donos da verdade, feitores de discursos de ódio...” os fiéis ao Senhor, para Ele, isso é o que há de mais precioso; precisamente, por terem se mantido separados do mundo, por amor a Ele, como Ele prescreveu; “Dei-lhes A Tua Palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como Eu não sou.” Jo 17;14

O “roubo” será percebido tardiamente; só será entendido pelos desviados da verdade, que, a tendo aprendido, não foram resilientes o bastante, para nela perseverar.

Mas, perguntaria o mais atento; estou falando sobre o arrebatamento, ou o juízo do Senhor? Ambas as coisas fazem parte do “Dia do Senhor.” Remover os Dele do ambiente onde cairá Seu Juízo, é por assim dizer, o “juízo” do Senhor, quanto aos que nele creram. “... quem ouve Minha Palavra, e crê Naquele que Me enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.” Jo 5;24

Quando ensinou que não veio julgar, mas salvar, deixou evidente que o mundo já está condenado, como sistema ímpio; embora, individualmente as pessoas que se arrependem e mudam, ainda serão salvas. “Quem crê Nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no Nome do Unigênito Filho de Deus.” Jo 3;18

Quem tomou posse da vida eterna aqui, não vive contando os dias com sofreguidão, como os que acham que tudo se resume à existência terrena; “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15;19

Invés de olhar sôfregos ao “horizonte” em busca de sinais da volta do Senhor, desejamos que demore um tiquinho ainda; afinal, há tantos que gostaríamos de ver salvos.

Quando acontecer, se cumprirá a sentença de Rabelais, poeta francês: “Conheço muitos que não puderam quando queriam, porque não quiseram, quando podiam.” Hoje, ainda podes.

sexta-feira, 5 de abril de 2024

Desgraçando a Graça


“... Pecaremos porque não estamos debaixo da Lei, mas debaixo da graça? De modo nenhum. Não sabeis que, a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis; do pecado para morte, ou da obediência para justiça?” Rom 6;1 e 16

A Graça, desde a vitória de Cristo na Cruz, nos abriu uma porta que estava fechada, possibilitando a salvação dos que creem e obedecem; mas, nem sempre é devidamente entendida, ou, honestamente interpretada.
Quando, “desentendidos” são advertidos sobre determinadas posturas pecaminosas, exortados para que nelas não incorram, presto se escudam nela. Tratam-na como se fosse uma carta branca para pecar, acusando-nos de religiosidade, legalismo, como se, depois de Cristo, obediência tivesse se tornado desnecessária.

O que graça tem de gracioso é que nenhum de nós merece a salvação; ainda assim é salvo, quem crê e obedece ao Salvador; a justiça Dele é atribuída aos Seus, que pelos Seus méritos são remidos.

O Objetivo da Lei não era salvar; apenas deixar patente nossa necessidade do Salvador. “De maneira que a lei nos serviu de aio, para conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados.” Gál 3;24

Se, alguém imagina que a fé seja um substituto para a obediência, precisa refazer seu pensamento; a fé desafia-nos a agir conforme cremos; essa ação, coerente ou não, é que determinará a quem servimos. “... a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis...” Por isso a advertência de Tiago: “Mas, ó homem vão, queres tu saber que a fé sem obras é morta?” Tg 2;20 O que são as obras da fé, senão, agirmos conforme cremos?

Se a Graça possibilita atingirmos algo que a Lei não possibilitava, traz consigo uma responsabilidade maior. Antes, a obediência se restringia a sentenças estritas; “Não matarás!” Cristo disse que só odiar já nos coloca sob juízo; “Não adulterarás!” Ensinou que, olhar alguém com desejo, já polui nossos corações.

A desobediência se faz maior, por termos recebido dádivas que não estavam presentes na época da Lei, como o Bendito Auxílio do Espírito Santo, além do Precioso Resgate de Cristo. “Quebrantando alguém a Lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas. De quanto maior castigo cuidais será julgado merecedor aquele que, pisar o Filho de Deus, tiver por profano o Sangue da Aliança com que foi santificado e fizer agravo ao Espírito da Graça?” Heb 10;28 e 29

Logo, os fugazes inconsequentes que acham que a graça é sinônimo de alargamento do “caminho estreito” precisam entender o que significa o, “Negue a si mesmo; ou perder a vida para ganhar”.

O “Jugo de Cristo” que cada cristão deve tomar, não é outra coisa, senão, submissão cabal à vontade do Pai. “Se possível, passa de Mim esse cálice; todavia, não seja como Eu quero, mas como Tu queres.” “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte?” Rom 6;3

Nossa “morte” é uma identificação, mortificação das vontades pecaminosas. “Sabendo isto, que nosso homem velho foi com Ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado.” Rom 6;6

Quando diz que Ele “aboliu a Lei”, refere-se à lei do sacerdócio que sacrificava animais; “Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei.” Heb 7;12

O sábado, Cristo é senhor dele e disse: “É lícito fazer bem nos sábados.” Mat 12;12 Quanto ao mal, não é lícito dia nenhum. “Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, beber, por causa dos dias de festa, da lua nova, ou dos sábados.” Col 2;16

Não saímos da Lei, pela conversão, como quem pode andar, doravante, à sua maneira; antes, como uma mulher que viúva, e casa novamente, com um cônjuge ainda mais especial. “... vivendo o marido, será chamada adúltera se for de outro marido; mas, morto o marido, livre está da lei; não será adúltera, se for de outro marido. Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a Lei pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus.” Rom 7;3 e 4

A remissão de Cristo nos chama a frutificar, não a esbanjar nosso viver profanando ao Santo Nome, em libertinagens.

A Lei veio manifestar o pecado, e continua valendo. Como Deus julgaria o mundo sem ela? Os que são de Cristo, já “morreram”; receberam a graça da salvação. Perseverando, nada a temer.

Em suma, a graça nos tirou do deserto e levou ao oásis; sujaríamos a fonte, invés de beber e preservar? “Pecaremos porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça?”

quinta-feira, 4 de abril de 2024

A Água da Vida


“... Se tu conhecesses o dom de Deus, e quem é que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e Ele te daria água viva.” Jo 4;10

A mulher se espantara por Jesus, um judeu, falar com ela. Judeus não se comunicam com samaritanos, era a “regra”. Havia uma rivalidade étnica a ser “preservada”; O Salvador parecia não se importar. Para espanto dela, O Senhor disse a frase acima. Se conhecesses o dom de Deus e quem Sou Eu, seria você a pedir água.

Maravilhosa lição de humildade! Podendo dispor de tudo, uma vez que a tudo criou, andarilhar como se, frágil, entre pecadores, desejando um pouco de atenção para falar do Seu amor. Um profeta previra: “Porque eis que O Senhor está para sair do Seu lugar, descerá e andará sobre as alturas da terra.” Miq 1;3

O amor desconhece distanciamento étnico, “leis de silêncio” estabelecidas pela inveja humana, melindres periféricos que poderiam ser óbices à sua manifestação. Apenas ama, a despeito das mesquinharias nossas.

Certas barreiras existem mais na alma que na realidade. Depois que se revelou à mulher, e falou alguns aspectos da vida dela que só Deus poderia conhecer, não tendo convivido, ela foi à sua aldeia e trouxe a muitos para que também escutassem ao “judeu” que pela convenção silenciosa estabelecida, sequer deveria ser ouvido.

Não apenas esqueceram da rivalidade, como constataram que, nem precisavam mais do testemunho da mulher sobre o Messias; eles próprios também criam pelo que tinham ouvido Dele. “muitos mais creram Nele, por causa da Sua Palavra. Diziam à mulher: Já não é pelo teu dito que cremos; porque nós mesmos o temos ouvido, e sabemos que este é verdadeiramente o Cristo, o Salvador do mundo.” Vs 41 e 42

Temos ouvido. O Senhor não operou portentosos milagres entre os samaritanos. Antes, eles cream “por causa da Sua Palavra.” Entretanto, entre os judeus, milagres espetaculares, como curas de cegos, surdos, mudos, leprosos, ressurreições de mortos, foram operados; além, do concurso da Sua Palavra. Entretanto, nem assim os principais O receberam.

“Veio para o que era Seu, os Seus não O receberam. Mas, a todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;11 e 12

Quantos se mantêm distantes do Messias e Seus ensinos, por terem algum preconceito. Alguém ser conhecido como cristão em determinados ambientes, soa como uma coisa maldita; uma ameaça.

O Salvador continua ignorando as barreiras e falando do Seu amor, tentando salvar a alguns mais, antes que o tempo esteja cumprido. Se alguém pensa que o ministério de ensino do Mestre acabou naqueles dias, não entendeu.
Lucas escreveu: “Fiz o primeiro tratado, ó Teófilo, acerca de tudo que Jesus começou, não só a fazer, mas a ensinar...” Atos 1;1

O “primeiro tratado” fora o Evangelho de Lucas. Os atos eram o segundo. Ele disse que Jesus “começara” a ensinar. O ensino não era um trabalho acabado. Os obreiros que Ele escolhe e capacita são extensões Suas, meios pelos quais Ele ainda ensina. “Eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos.”

Cada um que trilha na vereda que Ele propôs, tem um quê de mestre, outro, de discípulo; isto é; tanto ensina a outros o que já aprendeu, quanto, é alvo de ensino de gente que sabe mais, e o estimula a crescer, em edificação.

As barreiras humanas, “fundamentalismo, radicalismo, religiosidade, discurso de ódio,” etc. são “proteções” para os que se escondem atrás delas; não, óbices a restringir a caminhada do Senhor, ainda em busca de quem tenha sede espiritual. Como disse à mulher samaritana, reitera: “Aquele que beber da água que Eu lhe der nunca terá sede, porque a água que Eu lhe der se fará nele uma fonte que salta para a vida eterna.” Jo 4;14

Quantos de nós que, vencemos essas e outras barreiras, movidos pelo testemunho de alguém que conheceu ao Messias antes, e nos apresentou. Agora, conhecendo-o também, podemos repetir a fala dos Samaritanos: “já não é pelo teu dito que cremos; más nós ouvimos Sua Palavra, e entendemos que, de fato, Ele É O Salvador; O Filho de Deus."

Conhecer Cristo e andar com Ele, não é fazer parte de um festival de adivinhações, como tantos patifes fazer parecer, furtando A Palavra da Vida, colocando em seu lugar suas obscenidades espirituais que chamam de “revelações.”

Requer conhecer melhor a si próprio, as más inclinações latentes em nós, e sermos gratos ao Salvador, por nos capacitar a triunfar sobre elas. “Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte? Dou graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor...” Rom 7;24 e 25

quarta-feira, 3 de abril de 2024

Varas escolhidas


“... no dia seguinte Moisés entrou na tenda do testemunho, e a vara de Arão, pela casa de Levi, florescia; porque produzira flores, brotara renovos e dera amêndoas.” Nm 17;8

Houvera uma disputa acerca do sacerdócio. O povo acusara a Moisés de favorecimento ao seu irmão Arão, que fora escolhido para sumo sacerdote. O Senhor ordenara que se pusesse doze varas diante de Si no tabernáculo, prometendo que faria florescer a do que fosse Seu escolhido, o que, poria termo à disputa.

Passada a noite, a vara de Arão “... produzira flores, brotara renovos e dera amêndoas.”

A acusação não procedera de todos, mas de dois ou três que desejavam a honra do sacerdócio. Todavia, chamados a colocar suas varas perante O Senhor, não houve um que dissesse: “Estou fora! Confio que Arão e Moisés foram escolhidos por Deus, portanto, não preciso de sinais. Não quero pecar pela insubmissão.”

Infelizmente, más conversações, ruins suspeitas, logram adeptos mais rapidamente que os ensinos santos. Convoquemos alguns a uma renúncia, em prol da santificação, depois, desafiemos aos mesmos a uma rebelião qualquer, prometendo vantagens, e presto veremos assomar a desobediência. “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à Lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;7

Todos estão prontos a pleitear por seus “direitos”; embora, mui poucos se deem por avisados quanto aos deveres. Em momentos de crise, falta de água, carne até, chamaram o Maná de “alimento vil”, ninguém se voluntariava à liderança; sempre iam cobrar de Moisés. Mas, na calmaria, presto pipocavam candidatos a líderes.

Ainda acontece isso no seio do cristianismo infelizmente. Quem se “voluntaria” a coisas com esse grau de seriedade, certamente não o faz tendo em mira as responsabilidades inerentes; antes, supostos privilégios.

O Eterno prometera que a vara de seu escolhido floresceria; porém, fez melhor. Além de flores deu frutos, amêndoas.

Quando da chamada de Jeremias, que se sentiu mui “criança” para a missão, O Senhor lhe mostrou uma visão e perguntou ao profeta: “... Que é que vês, Jeremias? Eu disse: Vejo uma vara de amendoeira. Disse-me o Senhor: Viste bem; porque velo sobre Minha Palavra para cumpri-la.” Jr 1;11 e 12

Assim como velei pela escolha de Arão que fiz naqueles dias, confirmo tua chamada, era a mensagem a Jeremias.

O “simples” florescer de uma vara morta seria já um estupendo milagre; no entanto, Deus a fez frutificar. 

No Novo Testamento, somos chamados a algo mais que flores; “Não escolhestes a mim, mas Eu vos escolhi e nomeei, para que vades e deis fruto; e vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em Meu Nome pedirdes ao Pai, Ele vos conceda.” Jo 15;16

Óbvio que esse “tudo” se restringe às coisas que alguém pediria estando em Cristo. “... Se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram e tudo se fez novo.” II Cor 5;17

Mesmo quanto ao Sacerdócio de Cristo antes Dele ter vindo, houve pelo menos dois “voluntários”. “Porque antes destes dias levantou-se Teudas, dizendo ser alguém; a este se ajuntou o número de uns quatrocentos homens; o qual foi morto, todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos, reduzidos a nada. Depois deste levantou-se Judas, o galileu, nos dias do alistamento, e levou muito povo após si; mas também este pereceu, e todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos.” Atos 5;36 e 37

A Palavra ensina: “Ninguém toma para si esta honra, senão o que é chamado por Deus, como Arão.” Heb 5;4 O Salvador também pontuou: “Todos quantos vieram antes de Mim são ladrões e salteadores; mas as ovelhas não os ouviram.” Jo 10;8

Sendo o primeiro e indispensável passo, o “negue a si mesmo”, sempre que surge um “convertido” com muita sede de renome, privilégios, glória, confundindo púlpitos com pódios, temos fundadas razões para duvidar que o tal nasceu de novo.

Quem se converte deveras, muda seus alvos, necessariamente; “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, não nas da terra;” Col 3;1 e 2

Ninguém se voluntaria para sofrer. Entretanto, nossa chamada em Cristo, inclui o sofrimento no pacote; nos é honroso passar por ele; “Porque a vós foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer Nele, como também padecer por Ele.” Fp 1;29

Desde a igreja embrionária, “voluntários” já faziam estrago; “... alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras, transtornaram as vossas almas, dizendo que deveis circuncidar-vos e guardar a Lei, não lhes tendo nós dado mandamento.” Atos 15;24

Na presença de Cristo, nossas “varas” frutificam, sem necessidade de disputas.

terça-feira, 2 de abril de 2024

Sementes de justiça


“O fruto da justiça semeia-se na paz, para os que exercitam a paz.” Tg 4;18

Na verdade, um fruto é uma colheita; embora, traga em si as sementes para nova semeadura. Isaías ensina: “O efeito da justiça será paz; a operação da justiça, repouso e segurança para sempre.” Is 32;17

A consequência da justiça, a paz; que será semeada outra vez; terá reflexos nas relações interpessoais, daqueles que fruem paz com Deus.

A conversão é uma reconciliação, mediada e provida por Cristo; o convertido, não é, necessariamente, uma pessoa boa; antes, alguém mau que, inteirado da sua inimizade com Deus, e da possibilidade de desfazê-la pelos méritos do Salvador, foi ao encontro dessa reconciliação.

“Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus.” II Cor 5;19 e 20

Depois de reconciliados somos feitos “agentes” de reconciliação também; Cristo “... pôs em nós a Palavra da reconciliação.” A Justiça de Cristo atribuída a nós, nos levou à paz com Deus; esse “fruto” que recebemos de graça, também devemos “semear”, para, quiçá, persuadir a outros.

“... para os que exercitam a paz.” A ideia vulgar de paz é atrelada à inércia, ausência de muitos movimentos; uma calmaria contínua, que os amantes da paz desejariam manter.

Entretanto, a exortação menciona a paz como carecendo um exercício, por quê?
O Salvador fez questão de pontuar que a paz que Ele trouxera era diferente da mundana. “Deixo-vos a paz, Minha paz vos dou; não vos dou, como o mundo dá. Não se turbe vosso coração, nem se atemorize.” Jo 14;27

Eva se fizera amiguinha da serpente, com a qual levara altos papos. A promessa do Eterno, que levantaria um “da semente da mulher” para pisar na cabeça da serpente, trazia também um fato novo experimentado pelos que se convertem.

Mesmo que tenham vivido suas vidas pretéritas “como o diabo gosta”, uma vez nascidos de novo, pertencentes a Cristo, a inimizade entre a semente do canhoto e os cristãos se torna inevitável.

Pertencendo a Cristo, seremos atacados em todo o tempo, pelo inimigo Dele; esse, porfia por nos separar do Senhor ao qual passamos a pertencer. Por isso, a manutenção de nossa paz com Deus, requer contínuo “exercício”, de renúncias, aprendizado, edificação, para que não venhamos a ser vítimas do Pai da mentira.

Escrevendo a Timóteo, Paulo também explanou o exercício necessário: “... rejeita as fábulas profanas e de velhas; exercita a ti mesmo em piedade; porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir.” I Tim 4;7 e 8

A promessa de bênçãos do Salvador acena aos pacificadores, o que também requer certo exercício. “Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;” Mat 5;9

Alguém de índole dócil, avesso a disputas, cordato, se diz que é um sujeito pacífico; outrem, ideologicamente contrário às guerras, defensor e medidas políticas que, supostamente evitem às mesmas, se diz que é um pacifista;

O pacificador é um promotor da paz; alguém que intervém onde há conflito, e labora tentando levar as partes ao armistício. Todo pregador idôneo, do Evangelho, é alguém que, inteirado pela Palavra, da inimizade entre o homem e Deus, sabedor também, da boa notícia, que, em Cristo todos podem reconciliar com Ele, ao ensinar e viver essas coisas, torna-se alguém que semeia a paz, na qual aprendeu a viver, depois de redimido.

O fruto da justiça de Cristo, é a salvação do próprio e a transformação decorrente, a semeadura que tanto pode ser com palavras, quanto, como o exemplo, o convite expresso ou implícito para que outros sigam seus exemplos.

Nem todos os que ainda carecem reconciliar com O Eterno recebem em paz a mensagem de salvação. Uns desdenham outros, usam meios violentos até. No que tange a esses, a justiça terá que usar, oportunamente, outros “argumentos.” “O homem de grande indignação deve sofrer o dano; porque se tu o livrares ainda terás de tornar a fazê-lo.” Prov 19;19

O Evangelho genuíno sempre será um convite; sóbrio, responsável, consequente, confrontador; jamais, uma coação. Quem, invés do exercício da Paz ao qual será chamado, preferir outra postura, considere suas forças e veja se pode lutar contra O Todo Poderoso.

O pré-socrático Estobeu, dizia: “Termina com má fama, quem decide duelar contra o mais forte;” Então, O Santo aconselha: “Que se apodere da Minha força, e faça paz comigo; sim, que faça paz comigo.” Is 27;5

domingo, 31 de março de 2024

Os bandidos bons


“... com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo” Luc 6;38

Por ocasião da “Paixão de Cristo” a esquerda brasileira publicou uma “homenagem” aos cristãos, trazendo a imagem de Jesus na Cruz, com a seguinte legenda: “Bandido bom, é bandido morto.” Abaixo, “Feliz Sexta-feira Santa!”.

A frase de Jair Bolsonaro, um cristão, tem sido usada de forma desonesta a torto e a direito, para fazer com que ela diga o que não diz.

Como se ele fosse um miliciano que matasse desafetos, justificando em nome duma “causa”, a violência. As mortes de Celso Daniel, Toninho do PT, Eduardo Campos etc. deixam ver que essa prática reside do lado esquerdo. O fato da “eleição” do Lula ter sido festejada nos presídios e ignorada nas ruas deve significar algo.

Ninguém se torna bom por morrer. É uma figura de linguagem que qualquer mentecapto honesto consegue entender, significando o óbvio; que todo o bandido é mau, e só deixa de sê-lo, se deixar de viver. Portanto, defende o autor, se deve tratar aos tais nos rigores da lei, não, com leniência e impunidade, como a esquerda faz.

Nós cristãos acreditamos na conversão, e nas radicais transformações que ela opera. “Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs meus pés sobre uma rocha, firmou meus passos.” Sal 40:2

A Palavra de Deus requer nossa “morte” para que sejamos “bons”. Cheias estão as igrejas, de traficantes, assassinos, ladrões, assaltantes que “morreram”, na sua identificação com Cristo, e mudaram de vida; “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte? De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos também em novidade de vida.” Rom 6:3 e 4

Invés de erguer a voz pelo desarmamento, pelo fim das guerras como faz o laureado “Papa Francisco”, os cristãos bíblicos ensinam A Palavra de Deus, que, recebida muda, cada um, em particular, reconciliando-o com Deus.

Defender o desarmamento me colocaria no mesmo barco que Lula, Maduro, Ortega, e outros patifes do mesmo calibre; recuso-me a pensar sobre isso. 

Não há nenhuma violência nas armas, antes nas pessoas. Mudados os corações, mudarão as atitudes; senão, com armas, ou sem, a gente pode matar a pedradas, com fez Caim.

Quanto aos cidadãos e suas relações com as autoridades A Palavra de Deus é clara: “Porque ela (a figura de autoridade) é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, vingador para castigar o que faz o mal.” Rom 13:4

A paz que Deus aprecia é consequência de um valor maior, não um bem em si mesmo; “O efeito da justiça será paz...” Is 32;17

Outra, baseada na falsidade coletiva, onde, em nome dela todos concordarão em não discordar será feita. O ecumenismo do “Papa” Chico pleiteia por ela. Quando conseguida, será a gota d’água no copo do motim global, o início do fim, o juízo de Deus. “Pois, quando disserem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida, de modo nenhum escaparão.” I Tess 5:3

Poderia hipocritamente esbravejar contra as guerras, alhures, fazendo minha pose de pacifista, para admiração de incautos. Mas, logrado esse ouro de tolos, sentiria vergonha de olhar no espelho.

Prefiro, antes, esclarecer um ou dois, acerca do Divino propósito, onde meus escritos alcançarem; vai que os tais, consigam a bênção de reconciliar um ou outro, com O Príncipe da Paz, Jesus Cristo?

A Palavra de Deus mira sanar nossos corações, não abafar as consequências, mantendo as causas intactas. “De onde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam? Cobiçais, e nada tendes; matais, sois invejosos e nada podeis alcançar...” 4:1 e 2

Não é propósito do Eterno salvar o mundo como sistema; será condenado. Seu propósito para o qual nos convida ao engajamento é salvação das almas, em particular; cada uma que der ouvidos à Boa Nova. Fora disso, os discursos podem soar convincentes, aprazíveis, necessários. Com a eficácia de uma agência funerária maquiando mortos.

Quanto aos blasfemos do princípio, que chamaram a Jesus Cristo de bandido, insinuando que, assim, foi justa sua morte, um alerta: Quem tem bandidos de estimação, não são os cristãos. Eles, os canhotos idolatram muitos, inclusive, ao maior de todos.

Portanto, se ele, ao alguns dos tais, se tornarem “bons” de repente, lembrem de sua própria sentença. Afinal, “... com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo”.

Os insensatos


“Não sejais insensatos, mas entendei qual é a vontade do Senhor.” Ef 5:17

“Insensato significa um que não é são, ou seja, que age de modo inconsequente, sem ter um bom senso das suas atitudes. O insensato é aquele que é insano, anormal, uma pessoa de difícil trato e entendimento. Também costuma ser chamado de desequilibrado, irresponsável.” Enc. de significados

O desequilíbrio que devemos evitar, atina à nossa compreensão da vontade Divina. Em geral, as pessoas frequentam igrejas inclinadas a sentir, mais que, a entender. Todo o iniciado, que começa a ler as Escrituras deveria ouvir seriamente a pergunta que Filipe fez ao eunuco: “... Entendes tu o que lês?” Atos 8:30

Sem entendimento, facilmente seremos desviados do alvo. A edificação foi receitada, “Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em redor por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.” Ef 4:14

Por ser nosso coração, (mente, emoções, vontades) a fonte dos nossos sentimentos, o risco de nos enganarmos com o que sentimos é sempre presente, afinal, “Enganoso é o coração, mais que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?” Jr 17:9

Quando o Eterno elogia a Davi por ser um “homem segundo o Coração de Deus”, está patenteando Sua vontade sobre como devem ser todos; invés de decidirmos por nós mesmos, como sugeriu o traidor, consultarmos antes a Deus, Fonte de toda sabedoria.

Portanto, diferente do que ensina o R. R. Soares, “só faças se sentires no coração;” passemos antes, nossas desejadas atitudes pelo crivo do Espírito, analisando se elas se alinham ao Divino querer. “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.” Prov 4:23

Se nosso coração estiver alinhado ao Eterno, poderemos dizer, como o salmista: “... todas as minhas fontes estão em Ti.” Sal 87:7

O engano é a ferramenta de trabalho do canhoto; porque sentimos que determinada mensagem é mais “palatável”, mais fácil de ouvir, certa “profecia” está mais alinhada aos nossos anseios, se não vigiarmos nessas coisas, corremos o risco de colocarmos nosso paladar carnal, nossa inclinação natural no lugar do propósito do Senhor. Uma troca tão prejudicial, que, quando feita em dias idos, causou espanto nos Céus; “Espantai-vos disto, ó céus, horrorizai-vos! Ficai verdadeiramente desolados, diz O Senhor. Porque o Meu povo fez duas maldades: a Mim deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm águas.” Jr 2:12 e 13

Paulo advertiu contra a insensatez desse tempo, onde, as pessoas deixariam a Palavra da vida, pelas sedutoras mentiras que se alinham às suas doentias inclinações; “Pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições...” II Tim 4:2 a 5

Insensatos são apresentados, como que, embriagados pelas próprias cobiças; tanto que, a exortação a Timóteo em oposição a eles traz: “mas tu, sê sóbrio.”

Quantos simplórios frequentam cultos, e “sofrem” de má vontade a exposição da Palavra de Deus, para depois, no momento da oração, ouvirem o que “Deus lhes dirá”, através de um eventual “profeta”. Cáspita!! A pregação da Palavra por um ministro idôneo, é Deus falando! O que vem depois é passível de engano, sujeito a julgamento; na maioria das vezes, verte de “profetas” que se ocupam mais em ser agradáveis que verdadeiros.

O insensato prefere se sentir bem, a adequar-se à Divina vontade. O “negue a si mesmo” é o primeiro passo para que sejamos salvos; tomarmos a cruz é uma constante na caminhada; o prazer não faz parte, necessariamente, do pacote da salvação. “No mundo tereis aflições...” preveniu O Salvador.

O que devemos buscar após o perdão, é a santificação; um modo de viver alinhado à Palavra do Santo, que trará o silêncio de nossas consciências vivificadas no espírito, pela certeza de estar reconciliados com Deus.

Afinal, o “novo nascimento” é uma forma figurada de descrever a reconciliação que nos salva; “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5:19

Como há doçuras que são danosas à saúde em certos casos, as coisas “doces” de ouvir, forjadas na confeitaria dos falsos profetas também podem ser letais.

Uma mensagem veraz, em geral é sisuda, confrontadora, mas, medicinal; como disse alguém, “A calmaria que te faz dormir, é mais perigosa que a tempestade que te mantém acordado.” “Não sejais insensatos...”