terça-feira, 12 de dezembro de 2023

A "religião do medo"


Deparei com uma postagem provocativa. Alguém afirmava: “Minha religião não é baseada no medo, mas, no amor.” Outrem questionava. “- O que acontece com quem desobedece às regras? - Vai pro inferno”.

Tosca ironia, tentando vender ao cristianismo como a religião do medo. Deveriam conhecer melhor ao Islamismo.

Segundo quem contou, a expressão, “não temas” ou similar, aparecem na Bíblia 365 vezes. Se, a conta é exata ou não, é irrelevante; o fato é que é recorrente. Sempre Deus, através de um servo Seu, tentando encorajar alguém em face de uma dificuldade. Como o medo enfraquece, quem vai a um combate com ele já vai derrotado; é oportuna essa “injeção” antes de um enfrentamento qualquer.

A primeira vez que o medo aparece nas Escrituras, vem pelos lábios de Adão; “... Ouvi Tua Voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me.” Gn 3:10

Sempre falara em paz, com O Criador, após ter pecado sentiu-se inadequado para aquela relação. Nesse caso, o medo funcionou como um mecanismo de proteção, sendo O Eterno Quem É: “Tu És tão puro de olhos, que não podes ver o mal...” Hc 1:13

O Salvador ensinou a quem devemos temer, e por quê: “... Não temais os que matam o corpo, depois, não têm mais o que fazer. Mas, vos mostrarei a Quem deveis temer; temei Àquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno; sim, vos digo, a Esse temei.” Luc 12:4,5

“Deus É Amor”; porém, se em nome do amor acharem que, toda sorte de safadezas, blasfêmias, profanações, estão liberadas, não sabem o que é o amor, muito menos, têm a menor ideia de quem É O Altíssimo.

O primeiro aspecto do amor, que “não folga com a injustiça, mas com a verdade”, é o amor-próprio. Acaso alguém se lançaria na ribanceira de um cânion, ou, diante de um veículo em velocidade, gozando de razoável saúde psicológica? Não. Justamente por causa do amor-próprio, evitaria coisas deletérias, destrutivas. Teria medo de fazer coisas assim; esse medo seria sua proteção, não a castração de um direito.

O amor Divino não faz O Senhor permissivo; antes, zeloso em Seu trato conosco. “Ou cuidais que, em vão diz a Escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes?” Tg 4:5

O Eterno mesmo envia seus “não temas” encorajando aos Seus nas pelejas necessárias; porém, traça uma linha bem nítida, de, até onde podemos ir; “Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal.” Prov 3:7

O amor tem efeitos colaterais, uma vez que, “não busca os próprios interesses,” assim, esforça-se para agradar a quem ama. Alguém fez demonstração maior que o nosso Deus, nesse sentido? “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu Filho unigênito, para que todo aquele que Nele crê não pereça, mas tenha vida eterna.” Jo 3:16 Adiante O Salvador acrescentou: “Ninguém tem maior amor do que este, dar alguém a sua vida pelos seus amigos.” Jo 15:13 Paulo argumentou na mesma linha: “Mas Deus prova Seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.” Rom 5:8

A contrapartida que o amor deseja é ser correspondido. Passa longe de observar mero conjunto de regras, como supõem os que se atrevem a falar do que ignoram. As tais, são uma necessidade para os infantes espirituais, os primeiros passos, como um bebê apoiado no andador; “Se me amais, guardai Meus mandamentos.” Jo 14:15

Ademais, a Lei do Senhor só parece uma castração, para os ainda intoxicados pelas práticas da carne; aos renascidos do Espírito, a sensação que produz é outra; “Antes tem o seu prazer na Lei do Senhor; na Sua Lei medita de dia e de noite.” Sal 1:2

Quem olha de fora, não tendo provado e fala do que não entende, não tendo aprendido, tenta colar suas idiossincrasias, onde não há a mínima aderência.

Não é a ameaça de possível pena que nos constrange à obediência; antes, o amor; os escrúpulos de entristecer ao Bendito Espírito Santo que em nós habita. João chamou à maturidade nisso, de “perfeito amor”; disse: “No amor não há temor, antes o perfeito amor lança fora o temor; porque o temor tem consigo a pena; o que teme não é perfeito em amor.” Jo 4:18

Enfim, não é que, quem não cumpre determinadas regras vai para o inferno; antes, quem se recusa a corresponder ao Amor de Cristo, já está no inferno; embora, na sala de espera.

Por causa do Seu amor, do prazer que Ele tem em salvar, aguarda um pouquinho ainda. Diz: “... Quem tem sede, venha; quem quiser, tome de graça da água da vida.” Apoc 22:17

A vereda dos justos


“O caminho do justo é todo plano; tu retamente pesas o andar do justo.” Is 26:7

“O caminho do justo...”
embora, diante de Deus não exista um justo sequer, nas relações interpessoais, a bondade Divina chama de “justos” gente como Jó, Samuel, Noé, Daniel... que adotaram um proceder em equidade e verdade. Os convertidos da Nova Aliança são justificados, não obstante, precisem longo processo de santificação. “... porque, havendo os teus juízos na terra, os moradores do mundo aprendem justiça.” Is 26:9

A “justiça” dos tais é uma disposição espiritual, uma índole direcionada à virtude, a qual, não podem praticar cabalmente, sem a ajuda Divina, do “Senhor Justiça Nossa”, Jesus Cristo; mesmo renascidos Nele, ajudados pelo Espírito Santo, ainda falham, carecem arrependimento e confissão.

Nesses, pela contínua disposição a aprender, os próprios erros da vida são professores; tendo comido dos frutos amargos das consequências, se fazem mais prudentes nos novos “plantios”; “a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4:18

Paulo chamou os dias de ignorância espiritual, de “noite”; os ensinos do Salvador de “armas da luz;” “A noite é passada, o dia é chegado. Rejeitemos as obras das trevas, e vistamo-nos das armas da luz.” Rom 13:12 A essas “armas” comparou com vestes. Não são para atacarmos algo, senão, o pecado; isso requer uma mudança no “ser”; como nos “vestimos”, evidencia a quais “inimigos” derrotamos.

“O caminho do justo é todo plano...” Plano, é uma alusão a ausência de “acidentes”; esses costumam acontecer, quando o giro da roda dos interesses, testa a veracidade de quem se comprometeu com outrem. Aquele que Deus reputa justo, o é, mesmo quando a justiça aponta armas contra ele; “... jura com dano seu, contudo, não muda.” Sal 15:4

Moveres efêmeros dos interesses não o dirigem; antes, uma escala de valores; uma capacitação recebida, para a prática da justiça; “Bem-aventurado o homem cuja força está em Ti, em cujo coração estão os caminhos aplanados.” Sal 84:5

Fortes Nele; nosso braço é incapaz diante de um adversário mais forte; “Maldito o homem que confia no homem, faz da carne o seu braço, e aparta seu coração do Senhor!” Jr 17:5 O efeito colateral da autoconfiança; aparta do Senhor. Presumirmos que podemos sem Ele, apenas deixará nuas, nossa impotência e presunção.

“... Tu retamente pesas...” Uma balança pesar algo correto parece óbvio, trivial; contudo, muitos usavam pesos diferentes, enganosos, sempre “a favor” do dono da balança. “Peso e balança justos são do Senhor; obra Sua são os pesos da bolsa...Balança enganosa é abominação para o Senhor, mas o peso justo é o Seu prazer.” Prov 16;11 e 11:1

Sendo a balança, uma figura para a aferição do comportamento de alguém, os “pesos justos” também o são. Essas coisas estragadas pelo mau uso, que, “todos são iguais perante a lei”, “Pau que bate em Chico também bate em Francisco”, etc. falácias de gente hipócrita, nas conveniências torpes dos discursos vãos, Perante O Santo se verificam, deveras.

O Eterno nos dá o direito de escolhermos “os pesos” com os quais aferiremos a outrem; usa aos mesmos, quando for pesar-nos; “... Com a medida com que medirdes vos medirão...” Mc 4;24 “Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, com a medida com que tiverdes medido vos medirão.” Mat 7:2

Eis o risco de fazermos mau uso do arbítrio! A severidade com que avaliamos a atitude de outrem, será a justa medida, quando nossa postura estiver em apreço.

“... pesas o andar do justo.” Por que esse cuidado com os reputados justos, invés de, com os outros de errados caminhos? Porque “... Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos.” Mat 22:32

Acaso algum pai faria vistas grossas aos erros dos próprios filhos e seria zeloso com os erros dos filhos do vizinho? Pode existir um insano assim; mas, não O Pai dos Espíritos. Os que estão alienados Dele, inda estão espiritualmente mortos; com esses tenta falar via difusão do Evangelho, para que “passem da morte para a vida.”

O zelo do Eterno incide sobre os regenerados; esses são Dele, tomam sobre si O Nome do Santo. Ele retamente os “pesa”, não para castigá-los; antes, corrigi-los para que não se percam. “... não desprezes a correção do Senhor, não desmaies quando por Ele fores repreendido; porque O Senhor corrige ao que ama, açoita a qualquer que recebe por filho.” Heb 12:5,6

Agora os “justos” sofrem renúncias, são desafiados por caminhos estreitos; no dia do juízo veremos o porquê: “Então voltareis e vereis a diferença entre justo e ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não serve.” Ml 3:18

segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

Os piores cegos


“Eles voluntariamente ignoram isto...” II Ped 3:5

Ausência de “gnose”, conhecimento, em geral é derivada das privações em que vivem as pessoas. Não tendo acesso aos meios que facultam o conhecimento, padecem a falta dele.

Ou, sendo por diretrizes políticas estreitadas nas raias da doutrinação ideológica, segundo as conveniências de quem dirige a educação, as vítimas de um sistema assim, aprendem apenas o que convém aos doutrinadores; seu alvo é formar idiotas úteis, não, pessoas esclarecidas. Nesse caso, grassa uma ignorância programada, incapaz de ver a própria existência, por terem aprendido algo, daquilo que nada acrescenta, deveras. Tais, ignoram ao que foi negado o acesso, mas, airosos desfilam sentindo-se os mais politizados dos seres.

A ignorância voluntária, quando o conhecimento está ao alcance, é uma doença difícil de entender. Nos “desinformados” em apreço, Pedro trata dos zombadores dos últimos dias, que fariam chacota da segunda vinda do Senhor, dizendo que, desde sempre as coisas foram assim. “... nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo suas próprias concupiscências, e dizendo: Onde está a promessa da Sua vinda? porque desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação.” II Ped 3:3,4

O juízo atingiu a humanidade mediante um dilúvio, caiu sobre Sodoma e Gomorra em forma de fogo e enxofre, essas coisas eram conhecidas dos coevos de Pedro. Portanto, a ignorância acerca disso, não era ausência de conhecimento, estritamente; antes, falta de vontade de considerar as lições pretéritas.

A difusão das Escrituras de geração em geração, entre outras coisas, visava ensinar mediante exemplos; “Toda A Escritura é divinamente inspirada, proveitosa para ensinar, redarguir, corrigir, instruir em justiça;” II Tim 3:16

Boa vontade em determinada empresa, já é, grande parte dela efetuada; a má, a aversão aos fatos e ensinos fecha a porta vetando a entrada da luz. Talvez da contemplação desse vício, tenha surgido o ditado que, “O pior cego, é o que não quer ver.”

O Salvador ensinou: “Se, teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Portanto, se a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!” Mat 6:23 Um componente moral, “olhos maus”, vetando um curso intelectual, a luz.

Cristo, muitas vezes tratou com os que tinham preguiça de aplicar aos corações, o que era ensinado por Ele, desperdiçando preciosidades como se fossem coisas ordinárias. “Porque o coração deste povo está endurecido, ouviram de mau grado, fecharam seus olhos para que não vejam, e compreendam com o coração, se convertam e Eu os cure.” Mat 13:15

A rejeição ao Salvador não se deu porque Sua Doutrina fosse incongruente, facilmente refutável, cheia de pontos fracos. Antes, poque Sua Luz deixava nus aqueles que iam ter com Ele, vendo a si mesmos como eram; pior, tendo expostas suas sujeiras; optaram por manter “distância segura”, invés de se deixar esclarecer, e salvar.

Preferiam ser condenados a ser iluminados; “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas. Mas, quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3:19-21

Há uma obsessão suicida atuante nos que decidem se fazer servos da maldade, mesmo com luz bastante para saber.

Nos dias de Acabe, tendo ouvido lorotas de quatro centenas de “profetas”, ainda restou espaço para que fosse buscado Micaías, a pedido de Josafá; ele falou como os falsos, num primeiro momento. O ímpio rei sabia que aquilo não era verdade e o exortou a falar verazmente.

Advertido que morreria no combate, mandou prender o profeta e foi à peleja mesmo assim. Porém, decidiu disfarçar-se de soldado comum, abdicando das vestes reais. Por quê? Porque, no fundo sabia que o profeta do Senhor falara da parte Dele; invés de mudar de atitude e arrepender-se, decidiu ignorar voluntariamente o que fora dito, para sua própria perdição.

Bancarmos os desentendidos ante aquilo que entendemos, é formar um consórcio com o canhoto, para a destruição das nossas próprias almas.

O Senhor sonda aos corações. Perante Ele, o tal “jeitinho brasileiro” não terá eficácia nenhuma; “Porque A Palavra de Deus é viva e eficaz, mais penetrante do que espada alguma de dois gumes; penetra até à divisão da alma e do espírito, das juntas e medulas e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. Não há criatura alguma encoberta diante Dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos Daquele com quem temos de tratar.” Heb 4:12,13

domingo, 10 de dezembro de 2023

Os corpos; as regras


“Não sabeis que vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e não sois de vós mesmos?” I Cor 6:19

“... não sois de vós mesmos.”
Abortistas criaram o slogan: “Meu corpo, minhas regras”. A essa apropriação indébita soma-se o assassinato de inocentes, que essas pleiteiam como sendo um direito. Se os corpos fossem mesmo, delas, bem que poderiam requerer o direito de dispor desses, como lhes aprouvesse. Antes de discutir as regras é preciso identificar a propriedade.

Não foi nossa força ou nossos méritos que nos garantiram o fôlego de vida que nos trouxe até onde estamos. Num sentido puramente factual, não das falas sem noção de filhos ingratos, “não pedimos para nascer.” Somos frutos do Divino Amor e Sua Soberana Vontade. 
Propriedades do Senhor: “... Meu é o mundo e toda sua plenitude.” Sal 50:12

Ele pergunta: “Não Me é lícito fazer o que quiser do que é Meu?” Mat 20:15

Quem quiser se atrever contra O Criador, que antes responda essa questão básica: “... quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim?” Rom 9:20

Isso também vale para cristãos que desejam fazer tatuagens em seus corpos, por exemplo. Se já as tinham antes de conhecer à verdade, “Deus não toma em conta os tempos da ignorância.”

Porém, uma vez inteirados que somos templos do Espírito Santo, podemos decorar a “fachada” ao nosso gosto, não segundo o Dele? Nossa força vem Dele; “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, não nossa.” II Cor 4:7

A vontade do Espírito foi expressa sobre o porte conveniente; “Que cada um de vós saiba possuir seu vaso em santificação e honra;” I Tess 4:4

Nas obras da natureza o zelo Divino é menos estrito que, com seres humanos; isso mostra uma escala de valores e responsabilidades. Henri Lacordaire escreveu: “Deus não coloca uma etiqueta em cada campina que faz, porque só Ele faz campinas.” Não há necessidade de patentear o óbvio.

No entanto, do ser humano O Criador parece mais cioso que, com o demais de Sua Criação. Em Jó lemos: “Ele sela as mãos de todo homem, para que conheçam todos os homens, Sua Obra.” Jó 37:7

Ele não precisa de impressões digitais para saber quem fez o quê; pode ler corações; mas, seu “selo” está a serviço de nosso conhecimento. “para que conheçam todos os homens, Sua Obra.”

O Altíssimo, podendo dispor de tudo à Sua Vontade, “tirou as cordas” do homem, convidando-o ao serviço voluntário; caso queira resistir, pode; como vaticinou Zacarias a respeito da entrada do Filho de Deus entre nós. “... Se parece bem aos vossos olhos, dai-me Meu salário; se não, deixai-o. E pesaram Meu salário, trinta moedas de prata.” Zac 11:12 O “dai meu salário” era figura de linguagem, para, dai-me ouvidos, crede em mim. Todavia, preferiram pagar algumas moedas, para poder matá-lo.

Os daqueles dias por suas obras disseram: “Nossa religião, nossas regras.” Ficaram na “velhice da letra”, como disse Paulo; isso os fez refratários ao ministério do Espírito, mediante o novo nascimento. “Mas, agora temos sido libertados da Lei, tendo morrido para aquilo em que estávamos retidos; para que sirvamos em novidade de espírito, não na velhice da letra.” Rom 7:6

A novidade de vida, pelo Espírito Santo, tolhe a autonomia, e nos desafia a andarmos Nele; embora possamos fruir certa liberdade em questões periféricas, nas vitais apenas a diretriz do Espírito deve apontar o rumo. “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem seu caminho; nem do homem que caminha, dirigir seus passos.” Jr 10:23

Meu corpo, comichões, escolhas, regras, todos devem ter resistidas suas punções, em prol da direção do Espírito, pois nela, nossas vidas são preservadas. “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.” Rom 8:1

A habitação do Espírito Santo em nós, não nos reduz a fantoches; antes, nos desafia a um bendito consórcio em santidade e obediência, que preservado e alimentado devidamente, faz nossas vidas agradáveis a Deus.

Embora tudo pertença ao Senhor, como vimos, por basear suas escolhas no amor, não coage ninguém a nada. Só pertencerá a Ele quem assim o desejar, abraçando Seus termos. Do coletivo desses faz a Igreja; A Palavra define-a como “Corpo de Cristo.”

“... assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo.” Rom 12:5

Ele pode dizer: “Meu corpo, Minhas regras.” “A todos quantos andarem conforme esta regra, paz e misericórdia sobre eles e sobre o Israel de Deus.” Gál 6:16

Nova criatura


“Ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.” II Cor 5:15

“Ele morreu por todos...”
A universalidade do Amor Divino; o que, não implica, necessariamente, na devida correspondência por parte do homem.

Woody Allen disse: “Se, Cristo morreu pelos nossos pecados, seria uma tolice deixar de cometê-los.” Pela forma com que o sujeito viveu, envolvendo-se com sua própria enteada, sendo acusado de ter cometido estupro também; realmente, ele não tinha escrúpulos ao pecar.

O Feito de Cristo deveria nos constranger, envergonhar, ao entendermos que foram nossas culpas que demandaram tamanho preço. “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado, incontaminado.” I Ped 1:18,19

Quem acha que, o inefável Amor Divino equivale a uma licença para pecar, deveria buscar entender melhor, em tempo, o que significa. Ao lado do Divino amor, mora Seu ódio; “Tu amas a justiça e odeias a impiedade...” Sal 45:7

“Considera a bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; mas para contigo, benignidade, se permaneceres na Sua benignidade; de outra maneira também tu serás cortado.” Rom 11:22

“... para que os que vivem, não vivam mais para si...”
O egoísmo esse subproduto da mentira que originou a queda, ainda é um traço marcante; o homem gostou da ideia maligna do “Vós sereis como Deus, e decidireis o bem e do mal.” Enquanto O Criador vê beleza no enxame, cardume, bando, rebanho, o egoísta mor plantou o orgulho individual nas almas caídas; onde, o ‘eu sou mais eu, o resto que se dane’, parece ser a “moral” vigente.

A destruição desse engano é o primeiro passo, para quem desejar servir a Cristo. “Negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.” Os salvos que aprenderam andar em obediência ao Senhor, foram edificados no conhecimento Dele; “... nós temos a Mente de Cristo.” I Cor 2:16

Nele, é possível e necessário estarmos “mortos” e vivos ao mesmo tempo, como afirmou Paulo: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou por mim.” Gál 2:20

O velho homem com seus desejos e práticas desorientadas é mantido na “cruz”; mediante renúncias, obediência; enquanto o novo entra em cena, comprometido com O Senhor; Seus valores e objetivos; primeiro, em nós; depois, através de nós.

“... mas, (viva) para aquele que por eles morreu e ressuscitou.” O novo nascimento traz privilégios que eram impossíveis, antes. “... aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus... aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus.” João 3:3 e 5

Junto, responsabilidades de nos deixarmos moldar por Jesus Cristo; a mudança resultante será tal, que, de certa forma nos tornaremos outros; “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram e tudo se fez novo.” II Cor 5:17

As coisas velhas era o nosso antigo proceder, antes de nos rendermos ao Salvador; as motivações: “Fermento velho”; o ser: “Velho homem.” “Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais nova massa...” I Cor 5;7 “quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano;” Ef 4:22

Ele morreu uma vez por nós, isso basta. Ninguém é forçado a submeter sua vida a Ele. Todos são convidados; “Pregai o Evangelho a toda criatura.” Quem O aceitar, identifica-se com Sua morte, como ensina Paulo: “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte?” Rom 6:3

Porém, quem dá uns passos com Ele, depois volta correndo às seduções do mundo, faz pior que os que nunca creram; “Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado;” II Ped 2:21

A Palavra ensina: “... é impossível que, os que já uma vez foram iluminados, provaram o dom celestial, se fizeram participantes do Espírito Santo, provaram a boa palavra de Deus, as virtudes do século futuro e recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam O Filho de Deus...” Heb 6:5,6

O amor que “tudo suporta, tudo crê, tudo espera...” no fim, espera ser correspondido. Isso se demonstra no teatro das ações, não das palavras; “Se me amais, guardai meus mandamentos.” Jo 14;15

sábado, 9 de dezembro de 2023

Medo de tomar banho


“Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3:20

“... todo aquele que faz o mal...”
Embora o individualismo que grassa, com sua escala de valores, gostos e nuances de personalidade; onde, eventual conselho ou correção equivaleria a alguém “se meter” na vida de outrem, os que adotam o mal como modo de vida, abstraídas algumas peculiaridades periféricas, são rebanho comum.

Nos humanos apreços, contam escolhas políticas, esportivas, estéticas, religiosas, situações financeiras adjetivadas por “classes sociais”, etc. No prisma espiritual, há dois rebanhos apenas. Os maus obstinados, que, decidiram ser assim a despeito das emulações da bondade, e advertências da justiça; e os maus arrependidos, que, convencidos pelo Amor de Cristo e pela verdade, se arrependeram, mudaram de vida; malgrado, imperfeitos, são reputados bons, pela bondade de Cristo incidindo sobre eles.

Os primeiros estão espiritualmente mortos; os outros, foram vivificados em Cristo, nasceram de novo comprometidos com os valores do Salvador.

“... todo aquele que faz o mal, odeia a luz...” O que a luz tem de tão ruim, que enseja ódio? O problema dela não é em si, estritamente; mas, no que opera. Ela mostra as coisas como são; quem é mau, não “acha bonito ser feio” como dizia certo humorista; o tal, não adota o mal, plenamente; a reputação de mau lhe incomoda; assim, se sua maldade desfilar “no escuro”, ele poderá posar de bom.

A Luz costuma dar nome, pelagem, tipo sanguíneo e até o DNA aos bois; estraga a festa presunçosa, dos que ostentam rótulos vistosos disfarçando produtos ordinários, nefastos.

Há uma “ética utilitarista” na maldade, que faz seus pacientes preferirem as trevas, por serem estas mais úteis na “construção de uma imagem;” de quem liga para aparências alienado da essência. “... a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz...” v 19

Qualquer credo que dilua a verdade, afaste a responsabilidade individual, transfira culpa, por inverídico e inverossímil que seja, presto recebe anuência dos maus, mais por sua função secundária, de camuflar o ódio à luz, que por outra razão qualquer.

O espiritismo por exemplo, malgrado o cerne de sua doutrina negue a eficácia de Cristo, (se, cada pagaria seus erros em encarnações várias, Cristo não pagou nada) não obstante isso, digo, tem adeptos aos milhares, em todos os cantos.

O que ele tem de atraente? O fato que, faria de mim, invés de um agente moral, cujas consequências das ações incidiriam sobre mim, inda nessa vida, e eternamente, mero títere, de “carmas” pretéritos, cujos “boletos” não vencem nunca; eu teria a eternidade para pagar, voltando a viver aqui, tantas vezes, quantas, necessário fosse. Nada mais diabolicamente calculado, para ninar o berço dos maus contra a vigília das culpas, para que sigam alheios às consequências, dando asas a toda sorte de maldades e prazeres deletérios. A Luz de Cristo estraga isso; que ódio!!

“... não vem para a luz...” Deus fala, sinaliza, orienta desejando que o homem mau, objeto do Seu Amor, venha ao Seu encontro para ser perdoado, regenerado; todavia, não força ninguém a nada. Dissemina Sua Palavra visando convencer, persuadir, mas, não toca no arbítrio dado ao homem. Ir ou não para a luz, é escolha de cada um.

O “negue a si mesmo”, que tolhe do homem a gerência da própria vida em prol do Senhorio de Cristo, “nega” também toda gama de coisas que “por vergonha se oculta”. O perdão do Salvador nos possibilita um recomeço, Nele, sem a incidência dos antigos pesos. A Luz não apenas mostra nossa sujeira, pois; antes, também traz consigo a Água da Vida que nos lava. “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados...” II Cor 5:19

“... para que suas obras não sejam reprovadas.”
Esse é o sintoma mais alarmante nas escolhas dos homens maus. Não se importam de ter o mal, como modo de vida; porém, não desejam ser conhecidos pelo que são. Maus. Pretendem fazer boa figura na festa da vida, com vestes furtadas. Sendo maus, mas, “vestindo-se” como bons.

Não querer ser reprovado até que é uma coisa boa. Porém, nos domínios da verdade. Por isso, O Criador colocou em nós a consciência, essa fonte íntima que valora escolhas, segundo os padrões celestes. Nela que, Deus nos aprova ou denuncia, a despeito dos apreços humanos.

A Luz de Cristo mostra-nos como somos; traz junto o agente de limpeza que dá o “branco” requerido para a festa nos Céus. “... ele será como o fogo do ourives, como o sabão dos lavandeiros.” Ml 3:2 

No fundo, os “Cascões” têm medo do banho.

quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

Força da comunhão


“Porque Deus é que opera em vós tanto o querer quanto, o efetuar, segundo Sua boa vontade.” Fp 2:13

Evitemos dar ocasião para mal entendidos. Não significa que somos marionetes de Deus, das quais Ele “puxa as cordinhas” coagindo as escolhas.

Opera em nós, querer e efetuar; porém, antes disso fizemos a escolha de renunciar o mundo, em prol do conhecimento e da adoção da Vontade Divina. Renunciamos à autonomia suicida proposta pela oposição, escolhendo a obediência, em Cristo.

Ninguém se torna servo de Deus na marra. Somos ensinados e eventualmente persuadidos, que O Criador É Bom; sabe o que é melhor para nós.
Confiando nisso, seremos convencidos a abandonar a força do nosso braço, as escolhas da nossa maneira, para sermos por Ele, conduzidos. “Bendito o homem que confia no Senhor, cuja confiança é O Senhor. Porque será como a árvore plantada junto às águas, que estende suas raízes para o ribeiro; não receia quando vem o calor, mas sua folha fica verde; no ano de sequidão não se afadiga, nem deixa de dar fruto.” Jr 17:7,8

Paulo ensina: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12:1,2

A renúncia dos anseios naturais é uma escolha indispensável, para que conheçamos O Divino querer. Mesmo quando passamos a pertencer ao Senhor, ainda temos escolha entre obedecer ou pecar.

Um salvo não o é porque para de pecar; antes, porque começa a crer. Ainda, peca; não mais, sem culpa, sem dor. A consciência, antes cauterizada, morta, é regenerada no novo nascimento; erros que cometíamos “seguros”, não mais podemos. Se o fizermos sentiremos o peso da culpa, necessidade de perdão. A iluminação para que vejamos o mal como é, também deriva da operação Divina em nós.

À medida que crescemos em santificação, amadurecimento espiritual, comunhão, tendemos a errar menos; paulatinamente, somos aperfeiçoados no conhecimento das coisas segundo os padrões celestes. Invés dos nossos direitos, o pleito costumeiro do homem natural, atinamos aos nossos deveres, como viver para agradar ao Criador.

A exortação a não errar nessas coisas, discernir segundo a escala de valores celeste, é o aperfeiçoamento requerido dos que tencionam viver com O Santo; “O mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto, o mal.” Heb 5:14

Coisas tipo: “Que mal tem?” Ou, “Eu nasci assim.” Não fazem parte do vocabulário de um salvo. Seu tribunal de apelação não é seu; antes, do “está escrito.” “Tem seu prazer na Lei do Senhor; na Sua Lei medita dia e noite.” Sal 1:2

Vimos que, Deus opera em nós o querer e o efetuar, “segundo Sua vontade”; assim, quem deseja a Vontade Dele como diretriz, também pode contar com a Santa ajuda, na prática do que é agradável ao Eterno. Quando cedemos espaço à carne e sua contumaz rebeldia estamos por conta própria; não tenhamos blasfemos pensamentos, achando que, o eventual querer desorientado contaria com o apoio dos céus.

O “apoio” para pecar vem de outra fonte, como disse Billy Graham: “Se o homem quiser navegar para longe de Deus, Satanás sempre terá um barco ao dispor dele.”

A segurança da salvação, deriva de se andar em espírito, nome alternativo para “ser dirigido por Deus;” O Espírito Santo e Sua diretriz ao nosso espírito, é a Operação Divina, chamando-nos a um consórcio, mediante obediência. “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo O Espírito.” Rom 8:1

Opera em nós, com nosso consentimento, pelo qual, deixamos nossa maneira fútil de ser e pensar, acatando a excelência da proposta Divina; “Porque Meus pensamentos não são os vossos, nem, vossos caminhos os Meus, diz o Senhor. Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são Meus caminhos mais altos do que os vossos, e os Meus pensamentos mais altos que os vossos.” Is 55:8,9

A futilidade corrente nas redes sociais, tipo: “quem ama a Jesus curte, compartilha” apenas deixa patente o quão superficial somos. Nosso amor por Ele requer coisas mais profundas; “Se me amais, guardai os Meus mandamentos.” Jo 14:15

Deus opera em nós, quando nos dispomos a operar Nele; nos Seus valores; na Sua Vontade. Se quisermos as coisas à nossa maneira, contamos apenas com nossas forças. Nossa dependência que parece enfraquecer, é que possibilita grandes vitórias; pois, “... quando estou fraco, então sou forte.” II Cor 12;10