sexta-feira, 27 de outubro de 2023

O signo da serpente


“... lançou Arão sua vara diante de Faraó e seus servos, e tornou-se em serpente.” Ex 7;10

Um sinal que O Eterno dera, para fazer ver que era Ele que ordenara a libertação do povo. Porém, “... os magos do Egito fizeram o mesmo, com seus encantamentos.” V 11
Resistência por imitação. Um mal que campeia como nunca. 

O que são os falsos profetas, mestres, milagreiros alienados do Santo, bem como, o famigerado ecumenismo, senão, imitações fajutas, dos que se recusam à obediência devida ao Altíssimo?

Porém, “... a vara de Arão tragou as varas deles.” V 12 Os imitadores do cristianismo seguem fazendo sua encenação; “Como Janes e Jambres resistiram a Moisés, assim, estes resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé.” II Tim 3:8 A hora da verdade chegará.

Por que uma serpente como sinal? Foi pela sugestão da serpente, no Paraíso, que o primeiro casal deu assento à desobediência, caindo da plena comunhão, para a escravidão e morte.

Uma vara de pastor na mão de Moisés e Arão se tornar serpente, era um símbolo Divino, fazendo entender, quem conseguisse, que dali em diante, pela mão de um pastor, Moisés, os feitos da serpente poderiam ser dominados, mediante obediência.

Eles deveriam pegar à dita, pela cauda; por quê? Outro simbolismo eloquente. Isaías ensina: “O ancião e o homem de respeito é a cabeça; o profeta que ensina falsidade é a cauda” Is 9:15

Assim, os postulados mentirosos da serpente deveriam ser expostos, a partir da falsidade na qual se ancoravam. A proposta fora de que, desobedecendo, o ser humano daria um salto, deixando de ser apenas homem, tornando-se “como Deus”. A servidão, a escravidão na qual estavam, era uma viva demonstração da falsidade daquilo. Desobediência aprisiona. A Vara do Senhor estava libertando-os.

Quando nas agruras da marcha, rumo à Terra Prometida, os mais inconstantes murmuraram, Deus os entregou de novo, ao domínio da serpente. Muitas surgiram entre os murmuradores, ferindo seletivamente a esses.

Quem acha a Cruz de Cristo, pesada demais para si, e prefere as facilidades da serpente, morre resoluto, enganando-se; porque a serpente costuma anestesiar sua picada, com certo prazer. Usa essa calculada isca aqui, reservando seu anseio de escravizar, para a eternidade.

Naquele caso, vendo o juízo os mais avisados pediram socorro; Deus ordenou, e “Moisés fez uma serpente de metal, e colocou sobre uma haste; sucedia que, picando alguma serpente a alguém, quando esse olhava para a serpente de metal, vivia.” Num 21:9

Haveria algum poder curador numa imagem? Pior, imagem de serpente? Não. A Bíblica é categórica sobre o “poder” das imagens; “Têm boca, mas não falam; olhos têm, mas não veem. Têm ouvidos, mas não ouvem...” Sal 115:5,6
Pesa uma maldição contra os idólatras; “... tornem semelhantes os que fazem, assim como todos que nelas confiam.” V 8

Por que Deus ordenou, então? Para estimular a memória de que, rebelar-se contra Sua Autoridade, é tornar a agir conforme a serpente; entendendo isso, podiam se arrepender e ser perdoados.

Cristo tomou sobre si esse mesmo signo quando disse: “Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado; para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha vida eterna.” João 3:14,15

Aqueles, olhando para uma serpente de metal, deveriam recuperar a memória que encorajaria ao arrependimento; igualmente nós, olhando para O Salvador na cruz, devemos ter bem viva a causa; nossos pecados, e as consequências. “O salário do pecado é a morte...” Rom 6;23

Desde a queda foi predito que seria assim; O Eterno disse à serpente que se fizera “amiguinha” da mulher: “Porei inimizade entre ti e a mulher; entre tua semente e sua semente; esta te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar.” Gên 3:15

Se, fisicamente, olhando para a cruz as pessoas viam O “Cordeiro de Deus”, o “Verbo que se fez carne” para nos salvar, espiritualmente também podiam ver a serpente; digo, onde conduz sua rebeldia praticada, quando da própria queda, e aconselhada, quando da queda humana.

Os imitadores de “Moisés” são inumeráveis; porém Aquele que sonda os corações não é ludibriado pelo arranjo fútil das aparências.

Os avessos à cruz perdem-se entre imitações, como os magos de Faraó; não há salvação sem Cristo, nem compromisso com Ele, sem cruz. Paulo sentenciou: “Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse e repito, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo, cujo fim é a perdição...” Fil 3:18,19

Nosso “Êxodo” também não é fácil; mas, chegando à “Terra Prometida” esqueceremos das dores; “Porque nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente;” II Cor 4:17

quinta-feira, 26 de outubro de 2023

Os que aprendem


“O Senhor Deus me deu uma língua erudita, para que Eu saiba dizer a seu tempo uma boa palavra ao que está cansado. Ele desperta-me todas as manhãs, desperta-me o ouvido para que ouça, como aqueles que aprendem.” Is 50:4

Erudito é aquele que possui vasta instrução; conhecimento. Pois, esse bem, pode ser um patrimônio intelectual para ser guardado, se assim desejar seu possuidor. Os que recebem dons do Senhor, porém, sabem que esses têm uma função, atinente às necessidades do semelhante. “Para que Eu saiba dizer, a seu tempo, uma boa palavra ao que está cansado.”

Os equipados com dons entendem que esses não são para o deleite, antes, para alguma utilidade na Obra do Senhor; “A manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil.” I Cor 12:7 Palavra da sabedoria e da ciência são dons do Espírito.

Além de saber o que dizer, a pessoa preparada há de saber quando, também; “... a seu tempo...” pois, “Tudo tem seu tempo determinado; há tempo para todo propósito debaixo do céu... tempo de estar calado, e de falar;” Ecl 3:1 e 7 “Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita ao seu tempo.” Prov 25;11

O ser, identificado nessa profecia, ora, aparece sábio; detentor de uma língua erudita; outra, soa a mero aluno; “... desperta meu ouvido para que eu ouça, como aqueles que aprendem.”

“... desperta meu ouvido...”
Figura de linguagem, comparando os ouvidos com alguém que estava dormindo, e foi acordado para algum afazer específico. O estar dormindo, espiritualmente, não tem a ver com sono do corpo; mas, com indiferença da alma, que mesmo estando morta, ou entre os que assim estão, pode não se incomodar, como se, o convívio com os alienados de Deus fosse seu lugar. Não poucas vezes encontramos: “Quem tem ouvidos ouça o que O Espírito diz às igrejas.” Quem está “dormindo”, ignora essa fala.

Paulo pensava diferente dos sonolentos; deu o necessário “soco na mesa”, para chamar de volta à razão, os que estavam assim, adormecidos; “... Desperta, tu que dormes, levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá.” Ef 5:14 Quem dorme espiritualmente, pois, o faz entre mortos.

Por certo o profeta messiânico se referia a Cristo. Uma língua com vasta instrução, para trazer alívio aos cansados era a Dele; “Vinde a Mim, todos que estais cansados e oprimidos, Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o Meu jugo; aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração; encontrareis descanso para vossas almas.” Mat 11:28,29

Quando O Senhor, em dependência filial ia “aprender” com o Pai, esvaziado de Sua Glória, mostrava mediante exemplo, como nos convém ser. “Porque não tenho falado de Mim mesmo; mas o Pai, que Me enviou, Ele Me deu mandamento sobre o que hei de dizer; o que hei de falar.” Jo 12:49

Ele, sendo Um com O Pai, não carecia aprender nada; esvaziado e feito homem, O Salvador precisou coisas que antes não precisara; “Ainda que era filho, aprendeu a obediência por aquilo que padeceu.” Heb 5;8 Aprendeu obediência, não por que fosse desobediente; mas, porque, sendo Deus, antes não precisara obedecer ninguém; então, ao se identificar conosco, careceu agir, “... como aqueles que aprendem...” “Porque Eu vos dei o exemplo para que, como vos fiz, façais também.” Jo 13;15

A Vontade do Pai era o limite da fala do Salvador; agora que falamos em Seu nome, Sua Vontade expressa na Palavra deve ser o limite para nós; “... Assim como O Pai Me enviou, também Eu vos envio...” Jo 20;21

No encerramento da revelação, O Senhor vetou acréscimos e omissões à Palavra. Nosso limite, como seus servos, é o que está escrito.
“Se alguém falar, fale segundo as Palavras de Deus...” I Ped 4;11

Paulo também prescreveu termos; “Eu irmãos, apliquei essas coisas por semelhança a mim e Apolo, por amor de vós; para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito...” I Cor 4;6

Como o abençoado do Salmo primeiro, nos convém “termos nosso prazer na Lei do Senhor, e nela meditar dia e noite.” Sal 1;2

Infelizmente, em muitos casos o que está escrito é ignorado, desprezado, por pessoas que, desejando o ministério, não buscam o devido preparo para o mesmo. Invés do que O Santo revelou na Sua Palavra, esses preenchem as lacunas de conhecimento bíblico com o que “O Senhor lhes revela”.

Deus pode; eventualmente faz, quando aprouver à Sua Soberana Vontade; mas, se O Salvador, apesar de Sua Onisciência, portou-se entre nós “como aqueles que aprendem,” assim fez, para realçar a importância do aprendizado. “Então, conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor...” Os 6;3

quarta-feira, 25 de outubro de 2023

Tempo de levantar



“Filho do homem, põe-te em pé, e falarei contigo. Então entrou em mim o Espírito, quando Ele falava comigo; me pôs em pé e ouvi o que me falava.” Ez 2:1 e 2

Um hábito respeitoso que a maioria das igrejas evangélicas preserva é de se colocarem em pé, os membros, enquanto, A Palavra de Deus é lida. Assim, o “põe-te em pé e falarei contigo”, literalmente, se verifica nesses momentos.

Entretanto, a experiência de Ezequiel serve como alegoria de algo maior que, o mero erguer-se alguém, de onde estiver.

Teologicamente se identifica a ruptura do homem com Deus, pelo pecado da desobediência, como, a “queda.”

Tendo perdido a comunhão, o direito à vida Eterna, não é forçarmos a barra, defendermos que houve uma queda; migramos da vida para a morte, com a escolha pela desobediência. “Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim, a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram.” Rom 5:12

Porque essa “herança maldita”, abarcou toda a humanidade, embora os humanos seguissem existindo, eram produtos de uma queda; gente espiritualmente morta (alienada de Deus), coisa que O Salvador falou sem rodeios. “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve Minha Palavra, e crê Naquele que Me enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.” Jo 5:24

Se, a desobediência ensejou morte e queda, a fé no Salvador e a obediência, facultam o novo nascimento; o ser humano que caiu, poderá voltar a estar em pé. O Senhor mencionou a necessidade de estarmos assim; “Vigiai, pois, em todo o tempo, orando, para que sejais havidos por dignos de evitar todas estas coisas que hão de acontecer, e estar em pé diante do Filho do homem.” Luc 21:36

Figura usada também por Paulo, onde tencionou ilustrar que, o convertido a Cristo voltou a estar em pé, e assim deve permanecer. “Aquele, pois, que pensa estar em pé, olhe não caia.” I Cor 10:12

Como ensinou O Mestre, “Deus não é Deus de mortos...” portanto, não fala com esses; Jesus esvaziou-se da Sua Glória, para estar “à altura” disso, por amor. Aos que Nele creem e obedecem, legou poder de voltarem a estar em pé; “A todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” João 1:12

Deixou patentes as impossibilidades dos mortos; “... aquele que não nascer de novo, não pode ver O Reino de Deus... aquele que não nascer da água e do espírito, não pode entrar no Reino de Deus.” Jo 3;3 e 5

Por isso, a conversão é indispensável, para entendermos o Falar de Deus, o que Ele revela em Sua Palavra.

“Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e de ninguém é discernido.” I Cor 2:14,15

Como no levantar de Ezequiel, no nosso, também é impossível sem a ajuda do Espírito Santo. “Então entrou em mim o Espírito, quando Ele falava comigo, e me pôs em pé...”

E, a comunhão com O Santo requer algumas coisas, como obediência, perseverança, resiliência nas aflições do mundo; senão a segunda queda será mais grave que a primeira; “é impossível que os que já uma vez foram iluminados, provaram o dom celestial, se fizeram participantes do Espírito Santo, provaram a boa Palavra de Deus, as virtudes do século futuro, recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus, e O expõem ao vitupério.” Heb 6:4-6

Por isso, a seriedade da exortação, para que, o que pensa estar em pé, não caia. Alguns desses recaídos, pensam que a relação que tiveram um dia com O Eterno inda pode existir estando eles, duplamente mortos.

Saul caiu assim; sentiu na pele a indiferença Divina; “perguntou Saul ao Senhor, porém o Senhor não lhe respondeu, nem por sonhos, nem por Urim, nem por profetas. Então disse Saul aos seus criados: Buscai-me uma mulher que tenha espírito de feiticeira... I Sam 28:6,7

A triste sina dos mortos espirituais; vendo-se alienados de Deus, tentam preencher a lacuna, com simulacros profanos, mentirosos e inúteis.
Se O Santo não fala mais comigo, uma feiticeira serve; pensou.

A quem basta ouvir “alguma coisa”, pouco importando se vai se cumprir ou não, qualquer “profeta” serve.

Agora, quem desejar um acesso ao Trono do Deus Vivo, que vá pelo Único meio possível; “... ninguém vem ao Pai, senão, por Mim.” Jo 14;6 “Filho do homem; põe-te em pé e falarei contigo!”

segunda-feira, 23 de outubro de 2023

A busca por luz


“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a Palavra da Verdade.” II Tim 2:15

“Procura apresentar-te a Deus...”
Diferente de uma apresentação aos homens, onde o cenário, eventual música, pompa e circunstância que engalanarem à cerimônia, poderão ensejar que façamos boa figura, perante O Eterno, a apresentação não carece dessas miscelâneas fúteis, que impressionam aos que se atêm às aparências.

“... o homem vê o que está diante dos olhos, porém, O Senhor olha para o coração.” I Sam 16:7 “Tens Tu porventura, olhos de carne? Vês Tu como vê o homem?” Jó 10:4

Ciente de qual beleza O Eterno preza, quem tenciona apresentar-se a Ele, deve “paramentar-se” das coisas que lhe agradam, para não ser rejeitado. “Bem aventurados os limpos de coração; porque eles verão a Deus”. Mat 5;8

“... aprovado...” “Não é aprovado quem a si mesmo louva; mas, aquele a quem o Senhor louva.” II Cor 10:18
Alguém aprovado por Deus, bem pode ser rejeitado pelos homens. O aplauso humano não deriva da mesma escala de valores dos Céus; O Salvador ensinou sobre o Fariseu e o Publicano; enquanto aquele se jactava de sua religiosidade inflado de orgulho, o publicano, sentindo-se indigno, clamava por misericórdia; e “... desceu justificado para sua casa, não aquele; porque qualquer que a si mesmo exalta será humilhado; qualquer que a si mesmo humilha será exaltado.” Luc 18;14

A aprovação Divina atina ao caráter, não, aos supostos talentos, méritos, de gente sem noção, com pressa de exibir-se.

Não raro, se diz, inadvertidamente: “Deus não escolhe os capacitados; capacita aos escolhidos.” Isso é veraz; porém, deve ser entendido, para não usarmos diamantes em fundas. Digo, para que gente avessa à busca do devido preparo, não se esconda atrás desse dito, para justificar sua omissão na demanda pelo necessário entendimento. “Convém, pois, que o bispo seja... apto para ensinar;” I Tim 3:2

Acaso Timóteo não era escolhido? A exortação que encabeça esse escrito foi dirigida a ele, de modo que, a escolha Divina não significa que podemos ir ao front, de qualquer maneira, fiados no fato de sermos escolhidos.

Deus capacita aos que escolhe, aperfeiçoa, usando outros que já foram capacitados, para o ensino; “Ele mesmo deu uns para apóstolos, outros para profetas, evangelistas, pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo;” Ef 4:11,12

Um desses mestres, Salomão, escreveu: “Confia no Senhor de todo o teu coração; não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos; Ele endireitará tuas veredas. Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal.” Prov 3:5-7

“... como obreiro que não tem de que se envergonhar...”
Isso, grosso modo, pode significar apenas, não cometer atitudes que envergonhem, como pecados em público. Certo; é um mal a se evitar. Porém, quem foi chamado para ser “luz do mundo”, um agente difusor da Luz de Cristo, ser negligente em buscar a devida iluminação, o entendimento sobre as coisas que deve viver e falar, causa vergonha também.

Escrevendo aos Coríntios, umas três décadas após o advento do Salvador, Paulo considerou vergonhoso que muitos ainda padecessem de ignorância, no tocante à necessária compreensão espiritual. “... alguns ainda não têm o conhecimento de Deus; digo-o para vergonha vossa.” I Cor 15;34

Quem se esforça e busca no Senhor pelo conhecimento, será enriquecido dele, de modo que não será colocado em “saia justa” quando algum ateu, um seguidor de credo alternativo, ou, opositor do Evangelho vier, com suas perguntas capciosas; como bem disse Mccandlish Philips: “Você não põe o verdadeiro Evangelho fora de combate com duas ou três perguntas desajeitadas; antes, suas ilusões irão ruir, destacando mais claramente, à verdade.” (apud, Dave Hunt)

“... que maneja bem à Palavra da verdade.” Manejar bem é ter certa habilidade para empunhar à “Espada” como ela é; diferente de manipular, que é uma habilidade espúria, que não serve aos interesses do Eterno.

Além da habilidade, há um componente moral, que, Deus busca, nos que Ele quer enriquecer de conhecimento. “Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade;” Prov 2:7

A retidão nos domínios do Espírito não é um contingente extático; o reto, em princípio, busca todo o tempo por mais luz, para corrigir-se nos eventos que inda falhou, em sua conduta. 

“... tem o seu prazer na Lei do Senhor; na sua Lei medita de dia e de noite.” Sal 1:2 Essa busca sempre frutifica, pois dela, Deus se agrada; “Tenho mais entendimento que todos os meus mestres, porque os teus testemunhos são minha meditação.” Sal 119:99

sábado, 21 de outubro de 2023

O fogo necessário


“... importa que estejais por um pouco contristados com várias tentações, para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, honra e glória, na revelação de Jesus Cristo;” I Ped 1:6,7

A necessidade das tentações, para que, Cristo seja honrado pela nossa obediência; quando, o tentador assedia com a desobediência camuflada de prazer, mas, preferimos renunciar a tais coisas por amor a Cristo, honramos a Esse, e resistimos àquele.

Isso traz alguma tristeza? “... necessário que estejais por um pouco contristados...” escreveu Pedro.

Ao Espírito quem em nós habita após o novo nascimento, a ideia de pecar soa abjeta, à carne, a expectativa dos prazeres do pecado tem seus atrativos.

Mesmo que O Espírito se alegre pela nossa obediência, a carne exibirá traços de frustrações, por ter sua inclinação contrariada; “Os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito. Porque a inclinação da carne é morte; mas a do Espírito é vida e paz.” Rom 8:5,6

Paulo fez distinção entre duas tristezas; “Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para salvação, da qual ninguém se arrepende; mas, a tristeza do mundo opera a morte.” II Cor 7:10

Tristeza segundo o mundo vem como consequência do pecado e seus “frutos” deletérios; tristeza segundo Deus deriva de resistirmos às inclinações naturais, por amor a Ele.

Ainda, a tristeza assoma como consequência de termos, eventualmente, caído nalgum erro; e pensando melhor, depois, nos vermos arrependidos, e decididos a não o repetir.

Quando vem de uma queda pontual, é menos grave que o “duplo ânimo” que, funde em todo o tempo, um desejo pelas coisas santas, sem a necessária separação das profanas; “Chegai-vos a Deus, e Ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; vós de duplo ânimo, purificai os corações.” Tg 4:8 Mãos e corações ficam sujos; ações e desejos acoroçoados andam de mãos dadas.

Também, se vivemos segundo Deus, podemos nos entristecer como vítimas, ou, meros observadores da injustiça que grassa no mundo. Ló vivendo entre ímpios e injustos, sentiu tristeza por motivos alheios; “Porque este justo, habitando entre eles, afligia todos os dias sua alma justa, por isso via e ouvia sobre suas obras injustas.” II Ped 2:8

Vendo a covardia inominável do terrorismo, ou da defesa do aborto, por exemplo, qual ser, justo, não se entristecerá? Só alguém completamente abjeto, asqueroso, cultor do ódio e do egoísmo, se identificará com coisas assim.

Somos chamados a crer, depois, ensinados nas minúcias, sobre o que significa a fé que professamos; nos é permitido bradar a cidade e ao mundo, o que cremos. Que vice nossa fé, todos saibam dela! Não nos envergonhamos de Cristo; antes, nos é honroso pertencer a Ele!

Porém, chegará um momento que nossa fé será testada. Se, o ouro é testado ao fogo, e nossa fé é mais preciosa que ele, como vimos, inevitável que ela seja posta à prova, no “fogo” também.

Paulo ensina: “Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo. Se, alguém, sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; o fogo provará a obra de cada um.” I Cor 3:11-13

Notemos que, as provas incidem sobre os que se dizem fundamentados por Cristo; não os que abraçam credos alternativos. Deus prova aos que se dizem Seus.

Sobre esse Fundamento Único, é possível que nossas vidas sejam edificadas com materiais ordinários, “madeira, feno, palha” coisas que não resistem ao fogo das provações; uma “fé” que soa portentosa quando as coisas estão em céu de brigadeiro, mas, que se apressa a fugir, quando das provas que demandam renúncia e confiança em meio às tempestades.

Para os momentos tipo “pede pra sair” da fé, o “material de construção” deve ser melhor que aqueles combustíveis que o fogo devora; “ouro, prata, pedras preciosas...” Como ouro e prata são depurados ao passar pelo fogo, invés de consumidos, assim deve ser nossa fé.

Nos momentos adversos, devemos buscar bem fundo nossas más inclinações, omissões, para que, após a prova saiamos melhores que, quando entramos nela.

A disciplina espiritual faz parte de nossa filiação a Deus. “Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há, que o pai não corrija?” Heb 12:7

Nas tentações temos duas opções; sofrer resistindo-as, ou pecar; “Bem-aventurado o homem que sofre a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida...” Tg 1:12

quinta-feira, 19 de outubro de 2023

Maldade em cheque


Frequentemente tenho deparado com uma pergunta que, se, para o vulgo parece extremamente lógica, para o que está no usufruto de alguma luz espiritual, soa sem sentido. Diz: “Se Deus existe, por que há tanta maldade no mundo?”

A existência de Deus, segundo a “lógica” dessa inquirição, deveria trazer, necessariamente, paz, bondade, coexistência harmoniosa entre os homens, como testemunho. Deveríamos estar vendendo saúde, embora nossas almas pudessem estar mortas-vivas, quais zumbis.

A paz de Deus, diferente do mundo, não é efeito de conchavos, negociatas, trocas de interesses escusos; antes, derivada da justiça; “O efeito da justiça será a paz; a operação da justiça, repouso e segurança.” Is 32;17

A que a Justiça de Cristo atuando em nosso favor propicia, reconcilia-nos com Deus, não, necessariamente com o semelhante; “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando Consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5:19 Não raro, nos aproximarmos de Deus enseja que se afastem de nós, aqueles que têm medo do significado disso.

Ouse alguém contar, quantos humanos se atrevem à reconciliação com Deus mediante Cristo, e quantos preferem manter a inimizade decorrida do pecado como modo de vida, e logo começará a se aproximar da resposta acerca da maldade no mundo.

Eram “bons tempos” aqueles, onde os ímpios apenas decidiam seguir suas vidas às suas maneiras; agora, como que possuídos por um ódio maior que eles, investem contra os que inda são fiéis a Deus; sua inimizade com O Eterno foi potencializada pela urgência de Satã, que, usa os que lhe obedecem; “... Ai dos que habitam na terra e no mar; porque o diabo desceu a vós, com grande ira, sabendo que já tem pouco tempo.” Apoc 12;12

Nos dias de Paulo, O Eterno desafiou aos quatro ventos, esperando o surgimento de um inquiridor que fizesses as devidas perguntas, que colocasse a presumida existência e sabedoria Divinas, numa “saia justa”; “Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século? Porventura não tornou Deus louca, a sabedoria deste mundo?” I Cor 1:20

Desde quando que, a existência Divina significa a negação da vontade do homem? Quem supõe que O Eterno seja um ditador, que impõe mediante coerção, o Seu querer, ainda não sabe nada sobre Ele. Deus mostra a dualidade da vida e desafia à melhor escolha; “Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que te tenho proposto vida e morte, bênção e maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e tua descendência.” Deut 30:19

Sua existência deve e pode ser entendida pelas Suas Obras; não por suposta ventura indiscriminada, onde todos colham uvas e azeitonas, mesmo semeando espinhos e cardos.

Os que O conheceram observando os Divinos feitos, preferiram bancar os desentendidos, adorando “deuses” com quais, o convívio fosse mais fácil que as santas exigências do Altíssimo;

“Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto Sua Divindade, se entende e claramente se vê pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis, porquanto, tendo conhecido Deus, não O glorificaram como Deus, nem Lhe deram graças; antes. em seus discursos se desvaneceram; seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.” Rom 1;19 a 22

Notemos que o conhecimento não encontrou obstáculos intelectuais; antes, numa vontade enferma, na qual o homem preferiu seguir à sua maneira fazendo simulacros segundo sua imaginação doentia, imagens; invés de se render ao Todo Poderoso, para o conhecer inda mais.

A idolatria humana segue a todo vapor, criativa como nunca. Atualmente se vende até replicas da “Arca da Aliança”, para as pessoas decorarem suas casas. Pouco mais de cem reais e você receberá em caso, algo que, segundo os que já receberam, além de “muito bonita, confere um ar de espiritualidade ao ambiente.”

Invés de um relacionamento sadio com O Deus Vivo, que demanda conhecer e obedecer Seus preceitos, as pessoas se contentam com um “ar de espiritualidade”, pouco se importando, quais espíritos gravitem nesse ar.

A maldade campeia, porque Deus não a pune de imediato; “Porquanto não se executa logo o juízo sobre a má obra, o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para fazer o mal.” Ecl 8:11

Os que perguntam o porquê, da maldade, são os que menos se importam com a reposta. A pergunta retórica é uma tentativa de fuga, de terceirizar o mal, quiçá, culpar Deus, uma vez que não o conseguem ver em si mesmos. “De que se queixa o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados.” Lam 3:39

quarta-feira, 18 de outubro de 2023

Almas nuas


“... Vós sois os que justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece vossos corações...” Luc 16:15

Como é fácil justificar a si mesmo! Desde a queda esse vício nasceu e foi crescendo sem parar; “a serpente me enganou... a mulher que me deste por companheira...”

Paulo, depois de ter aprendido a ouvir a voz do Espírito na consciência, ainda não se justificava; “Porque em nada me sinto culpado; mas, nem por isso me considero justificado, pois, quem me julga é O Senhor.” I Cor 4:4

Além de legislar em causa própria, os que assim agem o fazem no tribunal errado; “... diante dos homens...” O juízo que valerá, terá uma plateia melhor que apenas homens: “Digo-vos que todo aquele que Me confessar diante dos homens também o Filho do homem o confessará diante dos anjos de Deus.” Luc 12:8

Sempre que o homem se justifica depois de fazer algo errado, no fundo, é “justificado” por Satanás. Foi ele que sugeriu a ruptura com a Deus, a autonomia, onde o homem decidiria por si mesmo acerca do bem e do mal. Quem ousa ir de encontro ao que está escrito para defender suas predileções, sejam quais forem, age no princípio dele. Quem será que estaria inspirando aos pretensos editores da Bíblia que desejam remover porções “polêmicas”?

Não me sentir culpado de nada, por encontrar o silêncio na consciência é bom sinal; mas, ainda assim, não devemos nos achar, a última baga da vinha; como disse Paulo, “quem me julga é O Senhor.”

Pode que nossa consciência tenha tentado nos advertir de alguma falha, e, por falta da devida “sintonia fina”, inda não nos demos por avisados. Prudência é melhor que presunção. Porém, se nada que desabone, houver, com o advento da presunção, de algum mérito próprio, passará a existir o orgulho. “Aquele que pensa estar em pé, cuide-se; não caia”.

Além de silenciar a consciência por não haver dolo em nossos atos, pode também, estar cauterizada, por largo curso de tempo sem ser ouvida; há gente sem noção, que faz às coisas à sua maneira contra essa voz interior; o tal, rejeita os alertas da consciência, tanto, que ela cauteriza; não a ouve mais por falta de hábito. Nesse caso, o silêncio não tem a ver com ausência de culpa, mas, com asfixia.

Se, o juízo será diante do Eterno e Seus anjos, qual o sentido de estarmos “bem na foto” diante dos homens? Há tantos “filtros” enganosos que nos fazem parecer o que não somos. Um ilusionista com suas habilidades deixa evidente quanta coisa pode parecer o que não é, diante de nós.

No mesmo texto em que denuncia a esse fajuto “Photoshop” da alma, O Salvador apresenta a eficácia disso; “... Vós sois os que justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece vossos corações, porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.” Luc 16:15

Um homem prudente, nesse teatro de enganos que se tornou o mundo pela impostura do canhoto e a cumplicidade do homem caído, deve temer mais os elogios que as vaias.

Vaias, geralmente denunciam que nossa atuação não agradou; quem disse que seria sábio agradar gente se hábitos malsãos? Ser rechaçado por aqueles de mau proceder é um elogio oblíquo. Há elogios sinceros, raros. Os aplausos podem significar certa “simetria” com a impiedade, o que convém evitar, por desfazer nossas defesas; “O homem que lisonjeia seu próximo arma uma rede aos seus passos.” Prov 29:5

Assim, quem procura fazer boa figura perante os homens, precisará, necessariamente, alinhar-se ao que esses aprovam. A vontade Divina não entra em consideração.

Alinhar nosso viver ao querer Divino requer uma ruptura comportamental com o mundo; “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12:2

A vontade Divina anseia nos justificar; a partir de um coração transformado, não, de uma encenação fajuta ante mal-informados.

Enquanto, por seus meios sub-reptícios, o inimigo planta no coração degenerado o “afirme a si mesmo” dourando a pílula do orgulho com verniz de religiosidade; ou, nem isso, para os que sovem a desobediência como símbolo de independência, O Salvador é severo; “Negue a si mesmo; tome sua cruz e siga-me.” É mais difícil assim? É. Mas, como disse alguém: “O que nos está proposto é glorioso demais para ser fácil.”

Enfim, se, para efeito dos aplausos terráqueos, fazermos boa figura onde não importa, basta “certo talento e boa dose de mentira”, como disse Kirkegaard, para comparecermos perante O Eterno, a exigência é mais esmerada; “Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;” Mat 5:8