sábado, 25 de junho de 2022

Flores e frutos


“... a vara de Arão, pela casa de Levi, florescia; porque produzira flores, brotara renovos e dera amêndoas.” Nm 17;8

A disputa por poder levara alguns rebeldes a questionarem a liderança de Moisés e Aarão.

Sempre assim; quando aparenta que o poder encerra privilégios, todos se “voluntariam” a ele; porém, nos momentos em que pesa a responsabilidade, aí os voluntários somem.

Acaso algum dos portentosos líderes se ofereceu, quando cativos no Egito, para o necessário enfrentamento com Faraó, em Nome do Senhor? Invés disso, se opunham a Moisés, muitas vezes, porque às primeiras tentativas dele, Faraó endurecera o jugo.

Atualmente, advertimos contra a falta de memória, quando, grandes desastres pretéritos se apresentam como soluções e muitos acreditam. A amnésia sobre o que O Eterno fizera mediante Moisés, era o mal naquele tempo.

A Santa Paciência do Criador tinha dado espaço à ira; 14.700 pessoas foram mortas como juízo.
O Senhor resolveu reiterar Sua Escolha; requereu uma vara de cada tribo no tabernáculo, com a promessa que, a do escolhido floresceria. Naquela noite, Operou maravilhosamente, fazendo a vara de Aarão florescer e frutificar.

Uma alma sadia deveria “rebelar-se” antes de certos pleitos, pelas implicações envolvidas. Todos conheciam o histórico recente da libertação do Cativeiro; e inda cheiravam mal os cadáveres de uma praga que atingira aos rebeldes; a rejeição ao escolhido do Senhor, o motivo; o simples se atrever a colocar sua vara perante O Senhor, era já uma coisa indigna. Soa como Balaão argumentando com uma mula falante; para mim, qualquer animal que falasse encerraria o assunto. Tens “razão”!?

Perseverar na disputa subentendia certa dúvida ainda, em relação a Moisés; e mesmo Ao Senhor, que o escolhera.

Diariamente sou afrontado por indecências assim; a disputa de um cordeiro com uma ave de rapina não é um pleito legítimo: “Em quem você votaria? Lula ou Bolsonaro.” É indecente fazer essa pergunta, por desconsiderar o abismo moral que separa ambos; aliás, se essa senhora degredada, a moral, ainda existisse, aquele pária seguiria preso; sua quadrilha, apelidada de partido teria sido extinta.

Embora, ante a avalanche de números falsos, os bem intencionados possam pretender uma pesquisa verdadeira para evidenciar à fraude, eu recuso votar. Não faz sentido inquirir a um cidadão, se é favorável à polícia, ou aos bandidos. O óbvio ululante salta aos olhos.

Então, um líder de tribo com escrúpulos morais e um milímetro de discernimento, recusaria a participar da escolha; oraria humilhado, pedindo clemência a Deus, pela falta de noção e rebeldia circunstante. Bem sei quem é que Escolhestes; estou satisfeito com isso; diria meu probo cidadão, eventual.

O Senhor não equiparou Suas Divisas ao padrão rasteiro, mundano; antes, o “poder” no âmbito espiritual significa renúncia, serviço. “... Jesus, chamando-os a si, disse-lhes: Sabeis que os que julgam ser príncipes dos gentios, deles se assenhoreiam; seus grandes usam de autoridade sobre elas; mas entre vós não será assim; antes, qualquer que entre vós quiser ser grande, será vosso serviçal; qualquer que dentre vós quiser ser o primeiro, será servo de todos. Porque o Filho do homem também não veio para ser servido, mas para servir; dar Sua Vida em resgate de muitos.” Mc 10;42 a 45

A doentia inflação de títulos eclesiásticos portentosos, que grassa, de duas, uma; ou, significa um surto repentino e benfazejo que convenceu muitos sobre a nobre missão de servir; ou, os padrões mundanos invadiram a Igreja; a disputa por cargos visando o egoísta servir-se, invés do amoroso, servir.

Muitos escândalos que acontecem na “Igreja” derivam de se dar espaço e domínio para gente que não é igreja; mercenários infiltrados, reféns de anseios mesquinhos. Aí, quando o “pastor/a” mata, adultera, malversa, todos os idôneos são nivelados aos tais. A Imprensa se ocupa disso. Felizmente temos a garantia: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos;” Mat 5;6

Se fossem requeridas credenciais, conforme o ensino de Paulo, uns 70% dos “obreiros” que andam gritando profanações por aí estariam usando de outro modo suas vozes; quiçá, vendendo loterias, bijuterias, ou porcarias afins.

O Nome, A Palavra, a Igreja do Senhor são coisas Santas. Atualmente Ele não faz florescerem varas dos escolhidos; mas, ensina que cada postulante deve ser julgado pelos frutos.

Nossas “produções” de antes de Cristo são coisas para esquecer; “Que fruto tínheis então das coisas de que agora vos envergonhais?” Rom 6;21

Nele fomos capacitados a frutos melhores; “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento...” Luc 3;8

Como um dependente químico em recuperação precisa lutar contra aquilo diuturnamente, viciados em pecados também carecem todos os dias mortificar à má índole, por amor à vida; “... agora, libertados do pecado, feitos servos de Deus; tendes vosso fruto para santificação...” Rom 6;22

sexta-feira, 24 de junho de 2022

O Escudo da Verdade

“Ele (Deus) te cobrirá com Suas Penas; debaixo das Suas Asas te confiarás; Sua Verdade será teu escudo e broquel.” Sal 91;4

Escudo e broquel. A rigor, ambos são escudos; o primeiro maior, capaz de proteger o corpo inteiro, para evitar ataques distantes por meio de flechas e lanças; o broquel de tamanho reduzido, ajustado ao antebraço, para eventual luta corpo a corpo; lutadores empunhavam a espada com um braço, e fixavam o broquel no outro. Assim, a ideia é que a verdade serve de defesa contra as mentiras mais distantes, bem como, contra as que nos atacam mais de perto.

O mero fato da verdade ser ilustrada como arma de defesa implica que a mentira parte para o ataque. 

Sempre foi assim, desde seu nascimento no Éden; nascimento entre nós. Entre anjos ela fizera vítimas antes de Adão e Eva. “Pela multidão das tuas iniquidades, pela injustiça do teu comércio profanaste teus santuários...” Ez 28;18 

Lá, o “Querubim Ungido” já fizera sua campanha política que lhe deu um terço dos votos; para tanto, esse usurpador dever ser muito hábil na “arte” da mentira, da sedução.

Noutros tempos a mentira era “melhor”; digo, menos ruim que atualmente; pois tinha ainda, pudor e não ousava sair às ruas sem certa verossimilhança como camuflagem. Hoje está mais pelada que a “Globeleza” e airosa como aquela, sem nenhum pejo de ser vista nua e mal passada. “Fake News” é a verdade indesejável; calúnias, difamações grosseiras em prol do sistema corrupto, sempre são aquilatadas como “democracia”.

Embora a batalha milenar seja, eventualmente, ilustrada entre luz e trevas, vida e morte, salvação e perdição, Deus e Diabo; em essência é entre verdade e mentira.

Isaías viu nossos dias, ou semelhantes; “Como prevaricar, mentir contra O Senhor, desviarmo-nos do nosso Deus, falar de opressão e rebelião, conceber e proferir do coração palavras de falsidade. Por isso o direito se tornou atrás, a justiça se pôs de longe; a verdade anda tropeçando pelas ruas, equidade não pode entrar. A verdade desfalece, quem se desvia do mal arrisca ser despojado...” Is 59;13 a 15

Muitos protagonistas da dita “Batalha espiritual” parecem não ter entendido satisfatoriamente que, não devemos batalhar diretamente contra demônios que, já foram derrotados pelo Senhor.

Quando ensina que não lutamos contra carne e sangue, mas contra principados e potestades nas regiões celestiais, tem a ver com seus ensinos disseminados entre, e através, de pessoas de carne e sangue. As regiões celestiais estão entre nós.

Então, temos que identificar seus ardis, e desfazê-los. “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo conselhos, e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus; levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo.” II Cor 10;4 e 5

Se, nosso triunfo tem por fruto levar entendimentos à Obediência de Cristo, necessariamente, o triunfo da mentira faz suas presas rebeldes ao Senhor. A verdade não carece muletas; pode andar muito bem com as próprias pernas; não usa nenhum acessório, ardil, contorcionismo filosófico/intelectual, nada. Ela basta. “Porque nada podemos contra a verdade, senão pela verdade.” II Cor 13;8

Porém, a mentira não tem pernas curtas como diz o adágio; ouso; sequer pernas tem; é levada no colo pelos seus servidores, assim com um ídolo inerte, cuja “força” reside na ignorância, não sendo nada, em si mesmo.

Alguém disse: “A mentira dá duas voltas no planeta antes que a verdade tenha tido tempo de vestir as calças.” Uma hipérbole bem humorada para ilustrar a solicitude voraz dos consumidores daquela, enquanto, a verdade pelo seu “peso” costuma andar menos.

Pois, na reta final desse embate entre Verdade e mentira, essa será exaltada em neon, para testar aos amantes da verdade, e julgar os carregadores do andor do engano.

Virá o Anticristo “esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, sinais e prodígios de mentira, com todo engano da injustiça aos que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. Por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam na mentira; para que sejam julgados todos os que não creram a verdade, antes tiveram prazer na iniquidade.” II Tess 2;9 a 12 Notemos que a mentira é sinônimo de iniquidade; a verdade é a perfeita equidade entre fatos e narrativa; a mentira fabrica seus “fatos”.

Quando, até aos justificados em Cristo, a mentira parecer vencedora, esses lograrão ver além das aparências; O Senhor os terá escudado; “Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade, para que guardem as veredas do juízo. Ele preservará o caminho dos Seus santos.” Prov 2;7 e 8

quinta-feira, 23 de junho de 2022

O Deus Vivo

 “Vede agora que Eu, Eu Sou; mais nenhum deus há além de Mim; Eu Mato, e Faço Viver; Firo, e saro; ninguém há que escape da Minha Mão.” Deut 32;39

Esse verso tem sido citado fora do contexto, por ignorância ou maldade, para fazer parecer que diz coisas que não fala. Quando O Eterno ensina: “Eu Mato e Faço Viver...” não significa que todos os nascimentos e mortes ocorrem diretamente por Sua Vontade; longe disso. Ele criou seres arbitrários; todas nossas ações terão consequências. Daí, somos advertidos a ser consequentes.
No contexto vemos a diferenciação entre O Deus Vivo e os bonecos de humana feitura. Quem confiavam nessas coisas, na hora da provação seria envergonhado; “Então dirá: Onde estão seus deuses? A rocha em quem confiavam, de cujos sacrifícios comiam gordura, e de cujas libações bebiam vinho? Levantem-se e vos ajudem, para que haja para vós esconderijo.” vs 37 e 38.

Nada mais justo: Se, na hora da calmaria, tais fantoches recebiam culto, como sendo deuses, que, na hora da tormenta livrassem àqueles que os cultuavam.
Foi em oposição a essas crendices, que O Eterno disse o texto aquele; diferente dessas ilusões, às quais destes formas, que carregais, mas nada servem na hora da angústia, “Vede agora que Eu, Eu Sou; mais nenhum deus há além de Mim; Eu mato e faço viver; Firo e Saro, e ninguém há que escape da Minha Mão.”

Quando diz: Mato e faço viver, não está enfatizando que faz, necessariamente, isso; mas, diferente dos ídolos inertes, Ele Tem Poder para tal; o fará, quando achar necessário. Tal poder, em absoluto, significa que não somos responsáveis por nossas escolhas e ações; “Porque o erro dos simples os matará, o desvario dos insensatos os destruirá. Mas, o que Me der ouvidos habitará em segurança, estará livre do temor do mal.” Prov 1;32 e 33 As alternativas de darmos ouvidos a Deus, ou nos desviarmos estão preservadas.
Nosso encontro com a morte é derivado de uma escolha arbitrária, não de um Capricho Divino: "... o erro dos simples, os matará...”

Paulo chamou a suicida autonomia humana de semear na carne; a submissão a Deus, de o fazer no Espírito, e advertiu das consequências de ambas as escolhas; “... Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará vida eterna.” Gál 6;7 e 8

Assim, O Poder de Deus para dar vida a quem jaz refém dos pecados não viola a liberdade concedida às criaturas; por isso, O Espírito Santo Obra por persuadir, sem se impor.
Se alguém cogita que, por ser O Santo, Todo Poderoso, está vigiando para, presto destruir a quem Lhe desagrada, erra. Ele Tem o poder para matar Seus oponentes, mas Seu Prazer está em salvar; “... Vivo Eu, diz o Senhor Deus, que não Tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois, por que razão morrereis...” Ez 33;11

Seu Poder para punir é contido pela força do Seu Amor, que prefere dar tempo aos errados de espírito, a punir de impulso ante à ira momentânea como faria um mero homem; “Porque Eu, o Senhor, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos.” Ml 3;6

Entretanto, se, por Ser Eterno Ele tem o tempo ao Seu dispor, conosco, que estamos restritos à vida, “debaixo do céu”, o tempo tem uma relação breve; devemos ser parcimoniosos com o nosso; “Tudo tem seu tempo determinado; há tempo para todo o propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou;” Ecl 3;1 e 2
Mesmo Ele tendo Seu Prazer em salvar, como vimos, abrirá mão desse prazer, no devido tempo, pois, também se apraz em fazer justiça, e com essa julgará a todos. Se, desde aqueles dias, advertia da inutilidade profana dos deuses de humana feitura, o que diria dos de hoje, quando a ciência se multiplicou e A Palavra está disponível a todos?
Ironicamente, vendo uma súcia de mercenários usando Sua Palavra para ganhar dinheiro, se dizendo pastores, Colocou Sua advertência nos lábios de um leigo; Bolsonaro tem repetido à exaustão; “Meu povo foi destruído, porque lhe faltou conhecimento...” Os 4;6

Se, do ponto de vista dele, isso se refere à política da nação, e faz sentido, no Prisma Divino atina à vida espiritual.
Mesmo podendo decidir sobre tudo, O Santo nos dá direito de escolha no mais importante: “Escolhe, pois, a vida.”

domingo, 19 de junho de 2022

Morte ao traidor!


“Eis que a mão do que me trai está comigo à mesa”. Luc 22;21

A sina do traidor geralmente é uma proximidade distante; pode estar fisicamente junto, enquanto o coração fica longe; se alinha com os inimigos, coautores da traição.

A lealdade não usa máscaras, diferente da perfídia; “Leais são as feridas feitas pelo amigo, mas os beijos do inimigo são enganosos.” Prov 27;6 Sendo inimigo, por quê beijaria? Por necessidade da camuflagem de amigo, sob a qual, poderia esconder a espada da vileza.

Só “amigos” traem; inimigos são fiéis. “Deus me livre dos meus amigos, que dos inimigos eu me cuido.” Voltaire.

A impressão de amizade nos deixa confiados, com defesas abaixadas; assim, facilmente podemos ser atingidos, se nos deixarmos convencer por aparências fabricadas; “Aquele que odeia dissimula com seus lábios, mas no seu íntimo encobre o engano; quando te suplicar com voz suave não te fies nele, porque abriga sete abominações no seu coração.” Prov 26;24 e 25

O normal seria que a boca falasse do que o coração está cheio; no caso do dissimulador em apreço, com o coração cheio de ódio, inveja, maldade, fala diverso disso, suave; seu cuidado não atina a não ofender, antes, a não se trair deixando patentes suas rasteiras intenções.

Uma das características do Cidadão dos Céus é “Aquele que anda sinceramente, pratica a justiça; fala a verdade no seu coração.” Sal 15;2

Nem mesmo laços de sangue bastam para evitar esse mal; na verdade os de perto são os primeiros a manifestarem uma distância fria, no quesito lealdade; “Porque o filho despreza ao pai, filha se levanta contra sua mãe, nora contra sua sogra; os inimigos do homem são os da sua própria casa.” Miq 7;6 “Assim os inimigos do homem serão os seus familiares.” Mat 10;36

Acaso convidaríamos à mesa, um inimigo? Conscientemente não. Mas, ingenuamente, geralmente o fazemos; pois, faltam-nos habilidades para irmos, como Deus, além das aparências. “... Não atentes para sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque o Senhor não Vê como vê o homem; o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor Olha para o coração.” I Sam 16;7

Num mundo moralmente poluído como esse, nem sempre será possível estarmos entre amigos. Mas, quem atingiu certa maturidade espiritual há ver as coisas como são; “o que é espiritual discerne bem tudo, e de ninguém é discernido.” I Cor 2;15 ou, “o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto o mal.” Heb 5;14

Não significa que não nos assentaremos à mesa, se nela houver alguém assim; mas, quem pode ver pelos olhos espirituais, também saberá com quem se assentou; como O Salvador. “... a mão do que trai está comigo, à mesa.”

O convívio com pessoas más é necessário, num mundo onde a maldade predomina; se, eventualmente tivermos em comum, a mesa, o ambiente, que nosso agir, nosso caráter não sejam contaminados; antes, preservem a identidade em Cristo. “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens...” Mat 5;16

Eventualmente, a separação é filosófica; “... não anda segundo o conselho dos ímpios...” outras vezes, física mesmo; nos apressamos em deixar ambientes polutos; “... nem se detém no caminho dos pecadores...” e sendo de Cristo, certamente seremos seletivos ao escolhermos nosso lugar de lazer; “... nem se assenta na roda dos escarnecedores.” Sal 1;1

Isso sobre a traição fora de nós; a mais perniciosa e comum, é a dos que traem a si mesmos. Eis que os pensamentos convenientes do que me trai estão comigo, em minha mente doentia.

Quando O Senhor ensinou que, à vinda da luz os homens preferiram as trevas por maior identificação com o mal, denunciou que eles traíam a si mesmos, se condenavam; “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más.” Jo 3;19

A quilômetros enxergamos os lapsos de caráter de Judas; mas, são os nossos, os vícios que acariciamos dentro de nós, para com os quais somos lenientes, que nos podem matar. Se possuo perspicácia para ver as falhas alhures, certamente a tenho também, para identificar os erros em mim.

Ocorre-me uma frase de Oswaldo Cruz; “Observando os erros alheios, o homem prudente corrige os seus.” Pois, por outro lado eu diria que, o mau hábito de só ver os erros alheios, torna o homem insensato, incapaz de cuidar dos seus.

Quando houver tanto de Cristo em nós, que o si mesmo não arbitre, não haverá espaços para traição. O traidor assentar-se-á comigo à mesa, mas será mortificado na cruz.

sábado, 18 de junho de 2022

Deus Vivo e os autoimóveis


“Não terás outros deuses diante de Mim.” Ex 20;3

Sendo Ele Quem É, nada mais justo que demande exclusividade. Todos os demais não passam de humanas criações, espantalhos inertes que precisam ser carregados. “Têm boca, mas não falam; olhos, mas não veem. Têm ouvidos, mas não ouvem; narizes, mas não cheiram.” Sal 115;5 e 6

Ao bani-los, no fundo, O Eterno Está protegendo aos Seus, vetando que repousem sua confiança naquilo que não é nada, afastando-se da vida.

Quando Belsazar foi destronado, Daniel advertiu-o de seu culto às futilidades, de costas para Aquele que detinha sua vida; “... deste louvores aos deuses de prata, ouro, bronze, ferro, madeira e pedra, que não veem, não ouvem, nem sabem; mas a Deus, em cuja mão está tua vida, de quem são todos os teus caminhos, a Ele não glorificaste.” Dn 5;23

O Egito de onde o povo acabara de migrar, era eivado de deuses; Anúbis, Rá, Ápis, Isis, Osiris etc. A nova relação trazia a mudança de um cenário de escravidão entre o politeísmo, para a liberdade responsável, sob tutela do Único Deus. 

O Eterno apresentou-se a Moisés dizendo: “Eu Sou O que Sou”; por ser Eterno, Sempre Foi e sempre Será; e porque aqueles simulacros vistos, não eram. Meras ilusões humanas.

Crianças brincam com seus “automóveis” de plástico numa fantasia natural, devaneando com o domínio dos verdadeiros. Quando adultos, de posse desses, não carecem mais daquelas veleidades infantes.

Assim, ídolos de humana feitura derivam das ilusões de gente privada do Deus Verdadeiro; quem O Conhece e recebe, não tem mais espaço para “brinquedos”; a nova realidade destrona à fútil fantasia; só um insano, imbecil, aquilataria como iguais, os espantalhos, e O Criador.

Logo, quem conhece ao Deus Único, Sua Plenitude não deixa espaços a serem preenchidos. Quando alguém tem muitos deuses, a rigor, não tem nenhum. Me espanto com certos amigos virtuais que postam de roldão, numa sequência breve, um texto com promessas bíblicas, a seguir as boas vibrações de Budha, um ensinamento espiritual de Osho, uma receita de Chico Xavier, uma “bênção” dos pretos velhos, uma filosofia dos Vedas, etc.

Leio aquilo preocupado, com a gritante carência espiritual de tal amigo; se conhecesse O Deus Vivo, não precisaria de tantos autinhos de plástico, assim.

Pior, o “representante de Deus na Terra” o Papa Francisco fazendo todo empenho para formatar a igreja única, ecumênica, onde todos os credos serão “válidos”. Islâmicos, animistas, católicos, protestantes, hindus, panteístas, etc. Tudo no mesmo balaio de gatos.

A mesma lógica: Quem tem deuses demais, é porque não tem nenhum. O Deus Vivo, diria: “Me inclua fora dessa”. Aliás, já disse, a quem pretendia cultuar coisas criadas concomitante Consigo; “... assim diz o Senhor Deus; Ide, sirva cada um os seus ídolos, pois que a Mim não quereis ouvir; mas não profaneis mais Meu Santo Nome com vossas dádivas e vossos ídolos.” Ez 20;39

Então, a “Igreja Ecumênica” tão cara ao mundo, com sua fé “inclusiva, diversitária”, foi prevista e sentenciada no salmo segundo; trata-se de global motim, contra O Escolhido de Deus, Jesus Cristo e Suas Leis; “Por quê se amotinam os gentios, os povos imaginam coisas vãs? Os reis da terra se levantam, governos consultam juntamente contra O Senhor, contra Seu Ungido, dizendo: Rompamos Suas ataduras, sacudamos de nós Suas cordas.” Vs 1 a 3

O fruto dessa insurreição será o despertar da Ira Do Todo Poderoso; “Então lhes falará na Sua ira, no Seu furor os turbará... Tu os esmigalharás com uma vara de ferro; despedaçarás como a um vaso de oleiro.” vs 5 e 9

Porém, antes do juízo, ainda aconselha a quem desejar evitá-lo: “Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos instruir, juízes da terra. Servi ao Senhor com temor, alegrai-vos com tremor. Beijai o Filho, para que se não ire, e pereçais no caminho, quando em breve se acender Sua ira; bem-aventurados todos aqueles que Nele confiam.” Vs 10 a 12

Pois, se agora, os que descansam nessas ilusões inda podem fruir seu autoengano, em breve a faxina será feita: “Assim lhes direis: Os deuses que não fizeram os Céus e a Terra desaparecerão da Terra e debaixo deste Céu.” Jr 10;11

Esse vasto planeta mentira será purificado de toda obra humana impura para, finalmente, aprendermos a santificar O Criador; “... Ainda uma vez comoverei, não só a Terra, senão também o Céu. Esta palavra: Ainda uma vez, mostra a mudança das coisas móveis, como coisas feitas, para que as imóveis permaneçam.” Heb 12;26 e 27

“... não rejeiteis Ao que fala; porque, se não escaparam aqueles que rejeitaram quem na terra os advertia, muito menos nós, se nos desviarmos Daquele que É dos céus.” Heb 12;25

sexta-feira, 17 de junho de 2022

Paladar Espiritual


“Sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos, e reservar os injustos para o dia do juízo, para serem castigados;” II Ped 2;9

Uns que serão livres, outros, castigados. Diferente de uma pré-escolha Divina, reflexo das escolhas humanas definindo quem é quem. “piedosos... injustos...” adjetivos que refletem nossas ações; embora a salvação não derive das obras, essas testificam quem somos.
“Porque somos feitura Sua, (os regenerados) criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 2;10

A queda destituiu da filiação Divina para um plano inferior; meras criaturas. Uma centelha ficou em nós, que ainda sonha com a liberdade e a inocência de filhos. “Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus... na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus.” Rom 8;19 a 21

Como a “fé vem pelo ouvir...” são dos nossos ouvidos o primeiro passo, fugindo, ou indo ao encontro da verdade, quando essa nos é revelada; “Porque o coração deste povo está endurecido, ouviram de mau grado...” Passos fugitivos. Por outro lado, tem os que, ouvindo do Salvador, O seguem; “Eis aqui o Cordeiro de Deus. Dois discípulos ouviram-no dizer isto e seguiram a Jesus.” Jo 1;36 e 37

A questão sempre é posta ante os ouvidos, não aos olhos; “Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça.” Mc 4;23 Nossa índole, “paladar” define a reação: “Porque o ouvido prova as palavras, como o paladar experimenta a comida.” Jó 34;3

Quando diz que muitos são convidados e poucos escolhidos, não significa que O Eterno acene com bens a todos, os tendo reservado para uma elite; antes, que não obstante a mensagem salvadora ser comunicada a todos, poucos abraçam-na.

Os que escolhem obedecer, são escolhidos; poucos. “Os meus olhos buscarão os fiéis da terra, para que se assentem Comigo; o que anda num caminho reto, esse Me servirá.” Sal 101.6 De novo, as ações humanas testificando da salvação: “O que anda num caminho reto...”

Como O Santo busca a esses para servir; enriquece com dons, protege. “Porque o Senhor dá a sabedoria; da Sua Boca é que vem conhecimento e entendimento. Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade, para que guardem as veredas do juízo. Ele preservará o caminho dos Seus santos.” Prov 2;6 a 8

Quanto ao livre arbítrio, sem Cristo, não temos. Nossas boas intenções se perdem pela escravidão ao pecado. “Porque o que faço não aprovo; que quero, não faço, mas o que aborreço, faço. Se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim.” Rom 7;15 a 17

Se, sem Cristo não temos escolha, como poderíamos optar por Ele? O Espírito Santo concorre com a mensagem que ouvimos e tenta nos convencer; se ouvirmos de bom grado mudaremos. “Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo.” Jo 16;8

É mediante a Voz do Espírito Santo, que Deus livra da tentação aos piedosos; onde domina e escraviza, o pecado reina; nos que estão se afastando dele, tenta seduzir ao regresso; tem em nós uma “cabeça-de-ponte" chamada, carne que cobiça sempre seu desembarque; “Cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; o pecado, sendo consumado, gera a morte.” Tg 1;14 e 15

“Dar à luz” aqui é diferente de um nascimento físico; O Espírito revela a pretendida ação como pecaminosa. Aí o arbítrio nosso decide seguir O Espírito, ou, capitular à carne. “Sendo consumado”, não apenas cobiçado é que o pecado mata.

“Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.” Rom 8;1 

Assim, o ouvir de bom grado inclina-nos à obediência; essa forja o “andar em espírito;” dessa forma saímos vitoriosos ante às tentações.

Quem ouviu à Mensagem de Salvação teve, ajudado pelo Espírito Santo, oportunidade para decidir sobre ela; quem recebeu ao Salvador, recebeu também O Espírito Santo; “... tendo Nele também crido, fostes selados com O Espírito Santo da promessa.” Ef 1;13

Logo, não apenas a possibilidade de decidir sobre receber a Cristo, todas nossas ações são valorados pelo Espírito, mediante a consciência vivificada. Cada rejeição às tentações é um livramento; cada ato, na Divina direção, um testemunho; “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;16

quinta-feira, 16 de junho de 2022

O Mesmo Amor


“Por isso não deixarei de exortar-vos sempre acerca destas coisas, ainda que bem as saibais...” II Ped 1;12

Chamamos chover no molhado quando alguém ensina de novo o que já foi, repete uma advertência, conselho, reporta uma história já conhecida...

Mas, coisas que dependem de persuasão, conquista da vontade, excedem ao mero saber para serem aceitas, seguidas. Alguém disse que a verdade deve ser repetida diuturnamente em palavras, porque a maldade se repete em ações.

A ideia de Pedro; vocês já sabem; porém, quero lembrar-vos mais uma vez; não deixarei de fazê-lo enquanto viver.

Eventualmente fundimos saber e conhecer, como a mesma coisa, mas não são. Saber é uma posse intelectual, uma informação; conhecer, o derivado de um relacionamento, intimidade. Inclusive, escritores bíblicos usam “conhecer” como eufemismo para relações íntimas, tal a aproximação necessária.

Ouvirmos parte dos ensinos de Cristo, por exemplo, uma vez basta para que os saibamos; contudo, para conhecer precisamos viver; “Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes.” Jo 13; 17 O saber desafia à prática.

O que são os hipócritas que O Senhor tanto combateu, senão, gente que sabia a receita da virtude, embora vivesse no vício? Nosso risco é incorrermos no mesmo erro.

O conhecimento requer muitos passos na mesma vereda; O Senhor chamou de “Permanecer na Minha Palavra.” ou seja: Tê-la como diretriz da vida. “Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis Meus discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Jo 8;31 e 32

No ensino sobre os dois fundamentos, um na areia, outro na rocha, vemos que a diferença residia nisso: Ambos os “construtores” sabiam; um praticava, o outro, não. “Todo aquele, pois, que escuta estas Minhas Palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha... Aquele que ouve elas e não as cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou sua casa sobre a areia;” Mat 7;24 e 26

Na hora das chuvas e ventos que se verifica a solidez de uma edificação; a queda da “casa”, tem a ver com fracassar na fé sucumbindo ao engano. Escrevendo aos efésios Paulo elencou os meios da edificação; Apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres; o alvo: “Até a Estatura Completa de Cristo”; depois, apresentou o fim: “Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em redor por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.” Ef 4;14

Irônico e veraz: Quem ouve A Palavra de Cristo e não a pratica zelosamente, acabará praticando ensinos vãos de falsos mestres.
Quem se omite ao convite da Luz, fatalmente acabará seduzido pelas trevas.

A persuasão operada pelo Espírito Santo também é conhecida por convencer; ideia de uma vitória conjunta; vencer com. Por isso, sempre que ouvimos da Palavra, O Espírito opera concomitante, visando abrir o entendimento de modo a conquistar a vontade de quem ouve, rumo à obediência. Nos que obtém êxito, convence. É partícipe de uma vitória íntima rumo à salvação. “Os teus ouvidos ouvirão a palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes nem para direita nem para esquerda.” Is 30;21

Discordo da doutrina calvinista da tal “graça irresistível”, (se não pudesse ser resistida nem seria graça, seria imposição ditatorial) aprendo que, “Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes”; Tg 4;6 o trabalho do Espírito visa nos afastar do orgulho que O Eterno abomina, e nos levar a humildade e dependência Dele; “Negue a si mesmo.” Nossa própria natureza caída resiste o quanto pode ao Chamado do Amor Divino; “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus; pois, não é sujeita à Lei de Deus, nem pode ser.”

Por sua essência viva, seu poder vivificante, A Palavra de Deus, mesmo repetida à exaustão, nunca é mais do mesmo, como dizemos das cantilenas humanas. Até poderá ser mais uma investida do mesmo Amor, mas sempre chegará aos nossos entendimentos como um novo desafio, a bebermos da Água da Vida.

A queda deu-se pelo desejo de independência, autonomia, agora a regeneração demanda a morte do “deus” usurpador, o ego; a começar por seus pensamentos rasteiros. “Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno seus pensamentos e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar. Porque meus pensamentos não são os vossos; nem vossos caminhos os Meus, diz o Senhor.” Is 55;7 e 8

O Amor Divino ainda É O mesmo a chamar com igual anseio; uma vez correspondido trará a um monte de novidades. “... se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5;17