domingo, 31 de outubro de 2021

Atentado ao pudor


“... Ai dos pastores de Israel que apascentam a si mesmos! Não devem os pastores apascentar as ovelhas?” Ez 34;2

Pergunta retórica com resposta óbvia. Entretanto, esses denunciados pelo profeta eram pastores de si mesmos.

Se o ingresso ao rol do salvos demanda como primeiro passo o “negue a si mesmo”, como alguém seria guindado a cuidador de rebanho, tendo esse aspecto doentio (que deve ser mortificado mediante a cruz) ainda no comando?

A Palavra de Deus denuncia esses que usariam pretextos religiosos para dar asas ao metal; “Por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença; sua perdição não dormita.” II Ped 2;3

Sendo o amor à riqueza e conforto mundanos, obstáculos à própria salvação, para esses, não são nem mesmo ao ministério. Cristo ensinou: “O que foi semeado entre espinhos é o que ouve a palavra, mas os cuidados deste mundo, a sedução das riquezas sufocam-na, e fica infrutífera.” Mat 13;22

Os frutos visados, diga-se, são aqueles que agradam a Deus, não às cobiças rasas de gente materialista; “... a Palavra, que sair da Minha Boca não voltará para Mim vazia; antes, fará o que Me apraz, prosperará naquilo para que a Enviei.” Is 55;11

A produção diversa do anelado pelo “Agricultor” revela a degeneração da planta e consequente rejeição; “Porque a vinha do Senhor dos Exércitos é a casa de Israel, os homens de Judá são a planta das suas delícias; esperou que exercesse juízo, eis aqui opressão! justiça, eis aqui clamor!” Is 5;7

Em alusão a essa “videira rejeitada” pelos maus frutos que O Salvador pontuou: “Eu Sou a videira verdadeira, Meu Pai É o lavrador. Toda vara em mim, que não dá fruto, tira; e limpa aquela que dá, para que dê ainda mais.” Jo 15;1 e 2

Embora judeu, a missão do Messias seria mais abrangente que em Israel; “Pouco é que sejas, Meu servo, para restaurares as tribos de Jacó, e tornares a trazer os preservados de Israel; também te dei para luz dos gentios, para seres Minha salvação até à extremidade da Terra.” Is 49;6

O que vemos mostra um quadro tão, ou mais sombrio que aquele dos dias de Isaías; Poderíamos parafrasear assim: “Porque a Vinha do Senhor Jesus Cristo é Sua Igreja; todos os salvos por Ele, Judeus e gentios, são ovelhas do Seu pasto; esperou que amassem altruistamente, eis o egoísmo! Que erradicassem as ervas daninhas da cobiça, ei-los a adubá-las!”

Paulo denunciou essas coisas de modo categórico, como sendo feitoras de perdição. “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e traspassaram a si mesmos com muitas dores.” I Tim 6;10

Invés do chamado Divino consorciado à vocação, o que temos atualmente é humana e desenfreada busca por ministério, como se fosse profissão.

Desde o início da história da Igreja está patente a diferença entre escolhidos, provados, e curiosos intrometidos. Desses os “frutos” perturbaram a Igreja embrionária. “Porquanto ouvimos que alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras e transtornaram vossas almas, dizendo que deveis circuncidar-vos e guardar a lei, não lhes tendo nós dado mandamento” Atos 15;24

Oposto a esses imiscuídos, vejamos as credenciais dos escolhidos e enviados; “Pareceu-nos bem, reunidos de acordo, eleger alguns homens e enviá-los com nossos amados Barnabé e Paulo, homens que já expuseram suas vidas pelo Nome de Nosso Senhor Jesus Cristo.” V 25 e 26

Suas credenciais não era o que poderiam dizer; mas o que já tinham feito pela Obra. “... expuseram suas vidas pelo Nome de Nosso Senhor Jesus Cristo.”

Ele mesmo, ao ensinar a diferença entre o Vero e os falsos pastores disse que assim seria; “Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá sua vida pelas ovelhas. Mas o mercenário, o que não é pastor, de quem não são as ovelhas, vê vir o lobo, e deixa as ovelhas, foge; o lobo as arrebata e as dispersa.” Jo 10;11 e 12

Vergonhosamente circulam motejos por aí, tipo: “Os pastores atuais mandam mais abrir a carteira, que abrir a Bíblia.” No caso dos “Pastores” em apreço é vero.

Não que o genuíno Evangelho seja uma profissão masoquista; é um desafio a sermos sábios, renunciando ao falso que culmina em perdição, pela verdade Eterna que redime e santifica.

Chega a ser obsceno o desempenho desses que, acenando com coisas altas, rastejam; como disse alguém: “Quando você aponta uma estrela para um imbecil, ele olha para a ponta do seu dedo.” M. T. Tung

Portanto, quem fizer menção da Estrela de Davi rume à manjedoura, não ao palácio de Herodes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário