sábado, 16 de outubro de 2021

A Justiça de Deus


“Então José, seu marido, como era justo, e não a queria infamar, intentou deixá-la secretamente.” Mat 1;19

José fazendo planos, dada a inusitada gravidez de sua prometida, Maria. Se, acusada de adultério, a Lei previa morte por apedrejamento; tanto dela, quanto do que fora consorte no ato.

Evadir-se silenciosamente do compromisso matrimonial, foi adjetivado por Mateus como derivado de sua justiça. “Como era justo, não a queria infamar...” Senso de justiça diferente do quê, estamos acostumados.

Em casos assim, o noivo ofendido costuma expor à infiel, para “lavar sua honra”; não raro, acontecem reações extremas, dos que até “matam por amor.”

A “justiça” dos homens, geralmente atém-se ao mérito de um ato pontual; enquanto, A Divina considera a fraqueza do agente.

No caso do mulher adúltera, essa sim, (Maria era uma escolhida, não infiel) O Salvador, ao ser chamado a votar pelo apedrejamento dela concedeu que os acusadores o fizessem, com a condição de que estivessem sem pecados. Ao demandar que promotores de justiça e algozes fossem justos, acabou com o “julgamento.” Por isso a Escritura diz que, Nele, “A misericórdia e verdade se encontraram; justiça e paz se beijaram.” Sal 85;10

A justiça do ponto-de-vista dos Céus trata com perfeita isonomia.

Por isso a Doutrina de Cristo apregoa que andemos por esses caminhos também; “Portanto, tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-lhes também, porque esta é a Lei e os profetas” Mat 7;12

A primeira coisa que um “justo” como José sabe, é das suas próprias injustiças, suas falhas. Como assim? Ele é “justo” ao reconhecer as mesmas; por isso, concede ao semelhante o direito de também falhar, sem ser o agente de eventual punição. “Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus.” Rom 3;11

A “justiça” rasteira, como contraponto a um ato isolado até os hipócritas praticam, ou requerem. Assim faziam os religiosos da época, aos quais, O Salvador desaconselhou imitar; disse que Seus discípulos deveriam ir além. “Porque vos digo que, se vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos Céus.” Mat 5;20

Paulo detalhou um pouco mais o nosso dever; “Não vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; Eu recompensarei, diz o Senhor. Portanto, se teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.” Rom 12;19 a 21

Para uma visão superficial, morremos porque pecamos; afinal, “O salário do pecado é a morte.” mas, para Deus, pecamos porque estamos mortos. “... a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram.” Rom 5;12

Notemos que o pecado como “pessoa” é singular; os pecados que cometemos são frutos do pecado que em nós habita. Por isso, João apresentou a Cristo como o “Cordeiro de Deus que tira ‘o pecado’ do mundo.” Tira o aguilhão e poder do pecado e nos faz renascer; dá O Espírito Santo, para tratar das consequências, os pecados.

O novo nascimento não mata a velha natureza; capacita a mortificarmos ela. O convertido não é salvo porque para de pecar; mas, porque começa a crer.

Por maior que seja nossa pretensa justiça, será como trapos da imundícia como disse Isaías; boas ou más, as obras de um morto são obras mortas. Então, por melhores que sejam não logram gerar vida, o Novo Nascimento depende da graça do Senhor Justiça Nossa; Jesus Cristo. “... não lançando de novo o fundamento do arrependimento de obras mortas...” Heb 6;1

Por isso Ele ensinou: “... A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que Ele enviou.” Jo 6;29 “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; isto não vem de vós, é dom de Deus. Nem das obras, para que ninguém se glorie;” Ef 2;8 e 9

Um “justo” segundo Deus não paga na mesma moeda com que foi ofendido; antes, na mesma com que Deus tratou suas ofensas; “Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores;” Mat 6;12

Às vezes carecemos abdicar sonhos legítimos, como se dispusera José; ou, como o outro José, o do Egito; teve que sofrer muitas injustiças, até que, O Senhor julgou sua causa, e o recompensou ricamente.

Os “processos” perante Deus não caducam; a demora do império da injustiça potencializa as mãos da justiça, com a qual, O Eterno galardoa.

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