“Disse Mefibosete ao rei: Tome ele também tudo; pois já veio o rei meu senhor em paz à sua casa.” II Sam 19;30
O contexto era o da restauração de Davi ao trono após a sedição derrotada de Absalão.Mefibosete e Ziba tinham uma questão sobre propriedades herdadas na qual Davi não quis se envolver; sugeriu que repartissem os bens entre eles.
O aleijado filho de Saul abriu mão de tudo, pois considerava honra suficiente ser recebido na mesa do Rei. “Porque toda a casa de meu pai não era senão de homens dignos de morte diante do rei meu senhor; contudo, puseste teu servo entre os que comem à tua mesa; que mais direito tenho de clamar ao rei?” v 28
Se, tinha problemas nas pernas, não no cérebro.
Temos facilidade de julgar do quê, somos “dignos” quando se trata de honrarias; não quando se trata de justiça e somos réus.
Achara-se, junto com toda família de Saul, dignos de morte. Pois, Saul perseguira Davi à morte mais de uma vez.
O problema do apego material é sua inutilidade quando a vida está mais frágil; às portas da morte, como ensinou O Salvador sobre o “próspero” que se alienava de Deus. “Louco! Esta noite pedirão tua alma; o que tens preparado, para quem será?” Lc 12;20
As filosofias de botecos tipo, “Da vida nada se leva;” “Caixão não tem gavetas;”, “vão-se os anéis ficam os dedos;” etc. parecem priorizar a vida sobre os bens.
Contudo, os frequentadores de botecos bebem e não se deve levar tão a sério o que falam. Digo, uma coisa é esposar a rota certa numa ginástica mental repetitiva, como o que estica os braços espreguiçando-se ao acordar; outra é pautar o modo de viver pelo que sabemos ser a escolha certa.
Não é errado possuir bens; todos laboramos por isso. Mas, o apego excessivo, o amor ao dinheiro, o culto a Mamon é suicídio.
O Globalismo acelera seu projeto; o Brasil já cadastra para adotar o PIX, sistema de pagamento digital full time; funcionará 24 horas, domingos feriados.
Daí para a moeda digital, um passo; para a moeda global única, dois; para a marca aquela, sem a qual ninguém poderá comprar nem vender, três. Diferente da canção em que o sujeito estava a “dois passos do Paraíso”, estamos há três passos do Reino do Anticristo.
Quando isso acontecer, não importará quanto temos de bens; quem conhece a verdade e se recusar a ser marcado como gado do Capeta, não terá mais patrimônio nenhum. Não podendo comprar nem vender servirá para quê? Nossos bens serão confiscados pelo sistema e dados aos “fiéis”.
Então, o desapego não é só porque depois da morte a coisa não servirá; ainda em vida, nesse contexto a riqueza de quem a possui, sendo salvo, será pó. Faça bom uso dela, pois, enquanto ainda tem domínio sobre a mesma.
“Isto digo, conhecendo o tempo, que já é hora de despertarmos do sono; porque nossa salvação está agora mais perto de nós do que quando aceitamos a fé.” Rom 13;11
“Isto, porém, vos digo, irmãos, que o tempo se abrevia; o que resta é que também os que têm mulheres sejam como se não tivessem; os que choram, como se não chorassem; os que folgam, como se não folgassem; os que compram, como se não possuíssem; os que usam deste mundo, como se dele não abusassem, porque a aparência deste mundo passa.” I Cor 7;29 a 31
Mas, diria o Simplício mero, por quê ser tão dramático, apocalíptico, invés de abraçar a união de todos, construir juntos um mundo sem fronteiras, sem divisão, em paz?
Quando O Criador colocou o primeiro casal a administrar a criação vetou certa árvore sob pena de morte; bem dramático; o Capeta apareceu com uma proposta “muito melhor”; autoconhecimento, autonomia, auto divinização, auto escolha, autoestima, levou uma montadora de autos e o ingênuo casal comprou.
A questão não era o quê soava melhor, ou, o que tinha um viés mais dramático. Mas, que um dito era verdade, e o outro mentira. A coisa se repete.
Esse globinho mágico, multicolorido, de diversidades, tolerância, inclusão, prosperidade e liberdades sem limites é só o marketing do totalitarismo opressor, de um sistema que tolherá todas as liberdades; até os pensamentos “inconvenientes”. Então, pena de morte a quem desobedecer ao Big Brother.
Aprendamos com Mefibosete que, estarmos, seres indignos, pecadores, à Mesa do Rei dos Reis, é muito superior à possiblidade de nos esbaldarmos por um pouco, sobre vastidões condenadas, falidas.
“Porque a sabedoria serve de sombra, como de sombra serve o dinheiro; mas a excelência do conhecimento é que a sabedoria dá vida ao seu possuidor.” Ecl 7;12
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