sábado, 24 de outubro de 2020

Luz pra vida; pra morte...


“Responderam a Jesus: Não sabemos. Jesus lhes replicou: Também não vos Direi com que autoridade Faço estas coisas.” Mc 11;33

A questão era a Autoridade de Jesus; de onde vinha. Pois, acabara de fazer um estrago na “feira livre” dos que comerciavam no templo, além de operar muitos sinais milagrosos.

Questionado sobre a origem da mesma O Senhor redarguiu com outra pergunta: “O batismo de João era do céu ou dos homens? respondei-me.” V 30

João era tido como grande profeta, respeitado entre o povo; apresentara Jesus como o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.” Aquilo não causou nenhuma objeção no momento; mas, começando O Salvador a atuar, e trazendo Sua atuação, coisas inesperadas pelo establishment, agora incomodava.

As raposas pensando em “agradar a gregos e troianos” forma poética que alguém criou para vestir bem à falsidade, preferiram fingir ignorância à responder abertamente o que pensavam.

A desonestidade intelectual não merece o contraponto da honestidade; antes, desprezo. Se eles lidavam mal com o quê sabiam, porque desejariam saber ainda o ponto de vista de Jesus? “...Também não vos Direi com que autoridade Faço estas coisas.” V 33

Vulgarmente se diz: “Quem pergunta quer saber.” Contudo, nem sempre é assim. Há perguntas que são apenas escárnio, como a de Faraó: “Quem é O Senhor para que eu ouça?”

Outras, remendos frágeis de fugitivos como Caim: “Acaso sou guardador do meu irmão?” Na verdade era o assassino; bancava o desentendido.

Há ainda perguntas retóricas, que visam reforçar um argumento evocando o senso lógico dos ouvintes, como a de Amós: “Andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?”

Enfim, nem toda a pergunta é um ignaro mendigando saber, tampouco, é honesta; aquela feita ao Senhor era uma armadilha, como a outra sobre o tributo, onde Ele mandou dar a César o que era de César, e a Deus o que Dele era. A questão era pegar ao Senhor nalguma cilada, não saber algo que pensavam nem precisar.

Por quê, em campanhas políticas, como agora, todo mundo, candidatos dos partidos mais corruptos que sejam, todos parecem saber o que é certo, justo; quais a mais legítimas aspirações do povo?

Porque, no fundo eles sabem mesmo. Como caçadores noturnos que usam um foco de luz para cegar às lebres e matá-las, assim usam suas luzes para enganar àqueles dos quais pretendem roubar a confiança, o voto.

Todo o homem, convertido ou não, traz em si uma centelha deixada pelo Criador, uma “pedra de toque”, chamada consciência; reavivada nos convertidos, mas inda palpitante nos que precisam de luz.

Os gregos eram afeitos à filosofia, mas sabedores que lhes faltava algo; Paulo definiu aquilo como procurar a Deus no escuro; ensinou aos filósofos Estoicos e Epicureus que lhe ouviam que Deus era O Criador de tudo, e que dera aos homens um limite de tempo e espaço, “Para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós;” Atos 17;27

Acaso alguém precisa ser versado em Bíblia para saber que roubo, mentira, adultério, violência... são coisas erradas? Não, todos sabem.

De novo Paulo, mencionou a “Lei” latente nos que ainda ignoravam à Lei de Deus; “Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei;” Rom 2;14

Não se entenda disso que eu esteja, como o Papa, validado a todos os credos para salvação; pois, salvar, nem mesmo A Lei de Deus consegue; seu fim era manifestar nossa necessidade do Salvador; “Aio para nos conduzir a Cristo”; assim, as duas Leis, a escrita e a consciência nos levam ao Tribunal do Eterno; “Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão; todos os que sob a lei pecaram, pela lei serão julgados.” Rom 2;12

A consciência é educada demais para impor uma vontade; é apenas luz que mostra as coisas como são. Vontade é derivada da alma, que, depois da queda usurpou o lugar do Espírito na mordomia da vida; seu fogo anseia por calor, não luz.

Essa imposição perversa cauteriza a consciência; adultera sua pureza.
Nesse “Santo dos Santos” só O Santíssimo Sacrifício pode limpar; “... o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo.” Heb 9;14

Podemos bancar desentendidos iguais aos do Sinédrio, ou, como um deles, Nicodemos, deixar que a luz, não as conveniências ímpias dirijam nossos entendimentos.

Disse: “... Rabi, bem sabemos que és Mestre, vindo de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele.” Jo 3;2

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