quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Direitos Autorais de Deus

“Eu sei, ó Senhor, que não é do homem o seu caminho; nem do que caminha o dirigir seus passos.” Jr 10;23

Uma aparente contradição na questão do arbítrio aqui. Por um lado, “não do é homem...”; por outro, “... o ‘seu’ caminho”... Ora parece ter escolha, ora, não. Muitos já queimaram pestana tentando entender até onde somos arbitrários, e, desde onde, não.

Quando escolho algo, indiretamente escolho também os efeitos colaterais. Mesmo que, tais, não tencione. Por exemplo: Um nubente que escolhe seu par; querendo ou não, escolhe junto, sogros, cunhados, tios, avós, etc. Sua escolha prioritária foi de um cônjuge; os demais, que faziam parte do pacote foram consequência necessária da predileção primeira.

Então, há escolhas primárias, voluntárias, ativas; outras, secundárias, compulsórias, passivas. Simplificando: O que quero, e o que me disponho a aceitar pra ter o que quero.

Afinal, a liberdade proposta pelo Criador era limitada. “De toda árvore do jardim comerás livremente; mas, daquela...” Simplificando; somos livres em Deus dentro de certos limites; pois, mesmo francos temos que observar deveres.

Logo, o caminho é meu, no sentido de que posso escolher andar por ele, ou, não; mas, é do Senhor; a Ele compete estabelecer limites do probo, lícito, e aceitável na caminhada.

A rota alternativa proposta pelo inimigo; “Sereis como Deus sabendo o bem e mal”; exclui a ideia de limites; faz da doentia vontade humana o “parâmetro” às nossas ações. “Faça o que tu queres, pois, é tudo da lei”.

Não parece melhor esse? Inicialmente sim. Mas, suponhamos que iniciemos uma jornada rumo a determinada cidade; o fazemos pelo início, ou, pelo fim? Digo, caminhamos pela caminhada em si, ou pelo lugar aonde queremos chegar? Qualquer mente sadia dirá que é pelo fim, não, pelo começo que se avalia o proveito de um caminho.

E, “Há um caminho que ao homem parece direito, mas, no fim são os caminhos da morte.” Prov 14;12

A autonomia proposta por Satã nos faz deuses alienados de Deus; se, durante o processo, nos deixa “soltos” para fazer o que quisermos, na hora da morte nossa “divindade” se revelará falsa, impotente; no juízo será rasgada a capa da “liberdade”; veremos que escolhemos à maldição, a morte. “Céus e Terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que te tenho proposto vida e morte, bênção a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e tua descendência”. Deut 30;19

Assim, fica patente que temos direito de escolha; mas, do caminho apenas, cujos “efeitos colaterais” dependem do Senhor.

Pode parecer pouco a um mais exaltado concluir que nossa liberdade de escolha se restringe a podermos escolher fazer o que devemos perante O Criador; mas, pergunte-se a um anjo caído detido em prisões eternas que, não conta mais com essa liberdade, o quanto ela vale; ou, o quanto daria para tê-la ainda uma vez?

Nossa liberdade deriva do Amor de Deus, que, Sendo Amor, não deseja nenhum afeto forçado, pois, tal não existe. O único sentimento que pode ser gestado à força é o medo, jamais o amor. Galardoar com a vida eterna apenas ao amor sadio que corresponde ao Seu, são os “direitos autorais” do Criador, que, para esse fim nos gerou.

Quem já logrou corresponder ao Amor Divino e hauriu o gozo que isso traz jamais acusará ao Santo, como fez o inimigo de ter guardado o melhor para si. O perfeito amor enseja uma fusão Divino-humana e, deleite mútuo.

Por fim, se, até nas relações interpessoais a liberdade é limitada; como se diz, a minha termina onde começa a de outrem, por que em relação a Deus seria irrestrita?

De certa forma estamos condenados a ser livres, uma vez que, cada passo é uma escolha; de outra, somos desafiados a ser prudentes, pois, cada escolha trará consequências. “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará corrupção; mas, o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará vida eterna.” Gál 6;7 e 8

Semear na carne, sugestão do Traíra é endeusar minhas próprias predileções; no Espírito; reconhecer o Governo do Senhor e deixá-lo dirigir meus passos. “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que, não andam segundo a carne, mas, segundo o Espírito. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus livrou-me da lei do pecado e da morte.” Rom 8;1 e 2

Como o inimigo estragou tudo em suas perversões inoculadas na espécie caída, a regeneração de Cristo muda tudo, outra vez; “... se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5;17

domingo, 28 de outubro de 2018

PT Nunca Mais

“Para a política o homem é um meio; para a moral é um fim. A revolução do futuro será o triunfo da moral sobre a política.” Ernest Renan

A coisificação, invés da promoção humana, patrocinada pela política rasteira depende mais de marketing do que, de fatos. Calúnias visando ter o desprezo a um, como patrocinador da escolha d’outro, tem feito a miséria de nações, servilismo de povos e fortuna de patifes demagogos.

Como toda assertiva desprovida do amparo factual, da verdade, tal pleito precisa de fanatismo cego; senão, como alguns neurônios o agente do nefasto método poderia ter escrúpulos; envergonhar-se.

Do quê se alimenta o fanatismo? Do açodo exacerbado das paixões, insano fogo que arde por calor sem luz.

Inútil pedir aos postulantes socialistas por exemplos de experimentos bem sucedidos ao longo da história; nos esfregariam na face, se, um só existisse. Então, seus “universitários” quando querem protestar mostram seus pujantes “intelectos” tirando a roupa. Seria uma autocrítica subliminar confessando-se pelados de argumentos?

Na falta desse aditivo vital, um exemplo meritório da causa, turbinam as campanhas com calúnias; presumidos defeitos dos oponentes devem fazer deles a opção do eleitor, mesmo que, por eliminação, falta de opção.

Aí, um deles traveste-se de “bolsominion” e oferece capim aos eleitores para gerar ódio; outro grita impropérios contra católicos e evangélicos para lançar cristãos contra Bolsonaro. O TSE proibiu o uso da imagem do presidiário; ignoraram. Usaram e abusaram; encontrei até em minha caixa de correio “colas” de voto com “Lula 13”.

Criaram o Kit Gay, mas, na campanha negaram; divulgaram muitos textos de apoio ao ditador Maduro; na época oportuna apagaram. Eis o jeito PT de ser, que me causa asco!

Quando deparei com a palavra “Patriota” a primeira vez pareceu-me algo inócuo; um nome bonito que se dava para honrar alguém, mas, sem utilidade prática.

Entretanto, agora, sabendo dos bilhões do nosso dinheiro que o PT deu para Cuba, Bolívia, Argentina, Venezuela, Nicarágua, Guiné Equatorial, Gabão, terroristas do Hamas, etc. com dupla e mesquinha finalidade;

primeira; protagonismo da utópica hegemonia socialista na América Latina; segunda; amealhar mediante corrupção, vultosas “beiras” do dinheiro para a pretendida eternização no poder;

sabendo disso, digo; e, vendo a precária situação das nossas necessidades básicas; saúde, educação, segurança, transportes, subdesenvolvimento das regiões mais pobres como Norte e Nordeste; nessas horas, constata-se a duras penas, quão valioso é ao país, que seus governantes sejam patriotas, invés, de sanguessugas como foram os criticados. Que erijam o pavilhão nacional, não o de uma ideologia falida, arbitrária e assassina.

Então, quando digo “PT nunca mais” não significa que eu queira o banimento dos que acreditaram e apoiaram o partido. Podem como fez o Bolsonaro, refazer ideias, mudar posições aprender com os erros; ser atores novamente da política no devir.

Mas, em meu anseio,
- nunca mais, o vale tudo por poder;
- nunca mais o “dividir para conquistar”;
- nunca mais a coisa pública, que é de todos, tratada como “cosa nostra” pela máfia dominante;
- nunca mais a doutrinação imbecilizante invés da educação libertadora;
- nunca mais, terrorismo psicológico contra pessoas sem instrução para furtar seu apoio;
- nunca mais, inversão de valores com deveres aos cidadãos e direitos aos bandidos;
- nunca mais o parasitismo sindical extorquindo gente de todas as correntes para fomentar sindicatos inúteis aos “associados”, serviçais dos partidos de esquerda;
- nunca mais o vilipêndio ao direito de propriedade com a cúmplice leniência governamental para com terroristas dos famigerados, MST e MTST... Enfim, muito ainda há, mas, como exemplo basta.

Ora, o bom da democracia é a alternância de poder; com bons olhos vejo a ideia do Bolsonaro de propor o fim da reeleição. A política é um assento onde nós, os cidadãos colocamos funcionários temporariamente a nosso serviço, não, ungimos donos de um rebanho.

Outro dia coloquei num post pró Bolsonaro o comentário: “PT nunca mais”. Um, até então, amigo petista colocou depreciações ao meu caráter, como se, ser contra essas coisas supra-alistadas fosse algo do qual, eu deveria me envergonhar; um atestado de mau caráter, será?


Mas, se ele pensa assim, por certo minha amizade não lhe fazia bem, e apesar de mau resolvi me afastar para minha maldade não o atingir mais.

Porém, o “argumento” mais penetrante da esquerda foi a facada em Juiz de Fora. Quatro advogados de elite defenderam ao “lobo solitário” e houve estrondoso silêncio das instituições, Governo TSE e STF, sobretudo.

Essa mentalidade predadora que carece matar para sobreviver que sepulto tardiamente com meu sonoro NUNCA MAIS!!

Demos quatro mandatos ao PT pra mostrar o que sabe. Mostrou, não gostamos; daremos quatro anos ao Jair. Se não agradar a gente muda, simples assim. Mas, PT saudações...

A Justa Contenda

“Direi a Deus: Não me condenes; faze-me saber por que contendes comigo.” Jó 10;2

Por Deus Ser Todo Poderoso, muitas vezes as pessoas fazem análises superficiais, quando não, errôneas sobre os acontecimentos. Para o infeliz patriarca, as duras provas que lhe sobrevieram derivavam de alguma contenda que Ele tinha consigo. “Quem não entende, por todas estas coisas, que, a mão do Senhor fez isto?” Cap 12;9

Claro que, sendo ele justo, reto, temente a Deus, e tendo sido, até então, grandemente abençoado, tal revés, pensava, só poderia ser algum desagrado Divino ignorado que estava pesando sobre si.

Seus amigos insistiam na ideia de juízo contra presumidos pecados; ele via uma contenda por motivo ignoto; daqueles disse: “Vós, porém, sois inventores de mentiras, todos; médicos que não valem nada.” Cap 13;4

Os mentirosos “produzem” mais quando descansam que, quando “trabalham”; ele os desafiou a serem produtivos, pois; “Calai-vos perante mim; falarei eu, venha sobre mim o que vier.” Cap 13;13

Longe da presunção de achar que poderia afrontar ao Santo, convicto de seus princípios decidiu pelejar pelo que acreditava, mesmo que, isso lhe custasse a vida. “Ainda que me mate, Nele esperarei; contudo, meus caminhos defenderei diante Dele.” Cap 13;15

Que raros os homens cujos valores, convicções, princípios valem mais que a própria vida! Tais acessórios fazem-nos preciosos demais; considerando suas vidas coisas que podem perder legam lições que valem vidas.

Voltando; alongou-se o debate; Jó sempre defendendo sua integridade; os amigos acusando-o de pecados que não podiam evidenciar.

Enfim, O Eterno resolveu intervir.
Se, em dado momento Jó disse: “Qualquer um entende, que a Mão do Senhor fez isso...” O Senhor redarguiu; “Quem é este que escurece o conselho com palavras sem conhecimento?” Cap 38;2

A nós que foi facultado o entendimento do porquê, das coisas; ficou demonstrado que, por trás de todos os duros eventos que Jó padeceu estava a inveja de Satanás. Mas, a compreensão da existência, poder e atuação desse ente maligno escapava aos homens daqueles dias.

Quando da destruição dos rebanhos, o repórter narrou assim: “... Fogo ‘de Deus’ caiu do céu; queimou as ovelhas e os servos, os consumiu; só eu escapei para trazer-te a nova.” Cap 1;16

Tudo o que fugia ao entendimento natural, ou, por outra; tudo que parecesse milagroso, necessariamente viria “de Deus”.

Naquele contexto pré-revelação é compreensível esse lapso de luz; todavia, em pleno século 21 a maioria da geração atual exibe ignorância espiritual tão pujante, quanto, aquela.

Se, para efeito de consumo externo, ou, ginástica mental se menciona Deus e o inimigo, na prática, opta-se pelo veneno doutrinário caramelizado com o açúcar das sensações agradáveis que mata, em lugar da sisuda verdade que restaura, dá vida. Assim, o “inimigo” é o que não gosto, invés, daquele que me trai.

A forma que O Senhor ordenou que se abençoasse Seu povo evocava a Face Divina; “O Senhor faça resplandecer Seu Rosto sobre ti, e tenha misericórdia de ti; O Senhor sobre ti levante Seu Rosto e te dê paz.” Nm 6;25 e 26.

Sendo Deus, Espírito, não devemos pensar na Sua Face como imagem física, antes, espiritual; “Quanto a mim, contemplarei Tua Face na justiça; me satisfarei da Tua semelhança quando acordar.” Sal 17;15

Desse modo resulta necessária a conclusão que, se, o projeto original plasmou o homem à Imagem e Semelhança do Criador, e, a satisfação do salvo será a redenção dessa Imagem quando “acordar” na ressurreição, nossa peregrinação, acima de tudo, deve ser um aprendizado de justiça, mais que, um espetáculo de milagres.

Sendo O Senhor capaz de intervenções sobrenaturais, e, amando aos Seus, milagres eventualmente fazem parte do “pacote”. Porém, esses podem ser imitados um tanto, pelos “prodígios da mentira”.

Então, ainda que creiamos em milagres, tenhamos vivenciado muitos deles, esses sinais são periféricos ao que realmente importa; a salvação.

Um ministro idôneo, pois, antes de qualquer outra coisa deve ser um mestre de justiça. Invés da busca por poder pra fazer sinais deve buscar ao Santo, para ser justo e ensinar justiça; “Com minha alma te desejei de noite, com o meu espírito que está dentro de mim, madrugarei a buscar-te; porque, havendo os teus juízos na terra, os moradores do mundo aprendem justiça.” Is 26;9

Foi para demonstrar a justiça das recompensas que dava ao fiel Jó que O Senhor permitiu ao inimigo testá-lo de modo tão intenso. Assim, O Eterno “contendeu” com Jó para evidenciar Sua Justiça e a fidelidade do Seu servo.

E legou-nos uma preciosidade no que tange à compreensão do sofrimento dos justos.

Cada vez que somos tentados a cometer injustiça, por menor que seja, e resistimos, somos um milagre justificando ao Santo e envergonhando ao Pai da mentira.

sábado, 27 de outubro de 2018

Água ou vinagre?

“Afrontas me quebrantaram o coração; estou fraquíssimo; esperei por alguém que tivesse compaixão, mas, não houve nenhum; por consoladores, mas não achei. Deram-me fel por mantimento; na minha sede me deram vinagre.” Sal 69;20 e 21

Alguns hermeneutas defendem que muitos profetas de Deus falaram coisas inspiradas pelo Seu Espírito sem compreender o “sensus plenior”; isto é: O sentido mais exato intentado. Como se, ele fosse inspirado a dizer algo que não compreendia, ou, entendia no seu contexto, embora, a perspectiva Divina fosse remota.

Desse modo, nos versos acima do angustiado e fugitivo Davi, bem poderia ele estar cogitando da própria sina, embora, tenha se cumprido textualmente na de Jesus Cristo, que, quando teve sede em Sua agonia deram-lhe vinagre.

Malgrado, o heroísmo de Davi ao derrotar Golias, se tornara desafeto do invejoso Saul que o tentou matar várias vezes. Isso o fez proscrito, errante por montanhas e cavernas em busca de refúgio; até entre inimigos filisteus teve que se esconder.

Muitas vezes, quando ansiava por apoio cruzava com perfídia; delatores que, encontrando-o, anunciavam a Saul. Assim, poeta que era, escreveu: “Na minha sede me deram vinagre”. Em miúdos: Na minha aflição me afligiram inda mais.

Se, a ideia do “sensus plenior” é coerente, a mim parece, isso explicaria muitas profecias com duplo cumprimento; um na perspectiva do profeta; outro, remoto. Como: “Do Egito chamei meu filho”; Os 11;1 Tanto pode se referir ao Êxodo da Nação de Israel, (pretérito já) quanto, ao retorno de Jesus após a morte de Herodes. (futuro)

Ou, “O Senhor teu Deus te levantará um profeta do meio de ti e teus irmãos, como eu; a ele ouvireis;” Deut 18;15 Então, poderia se referir a Josué, sucessor de Moisés; no futuro, ao Senhor Jesus. Etc.

Mas, deixando essas “teologices”, meditemos um pouco sobre nossa atuação quando, alguém ao nosso lado está aflito. Como agimos? Na sede do tal, damos água, ou, vinagre?

Os amigos de Jó quando souberam da tragédia que, se lhe abateu foram ao seu encontro. Sua entrada foi espetacular no palco da empatia. “Assentaram-se com ele na terra, sete dias e sete noites; nenhum lhe dizia palavra alguma, porque viam que a dor era muito grande.” Cap 2;13

Já pensou na cena? Chegarem quatro amigos ao lado do desgraçado e assentarem-se ao seu lado em silêncio total, por respeito à sua dor durante sete dias e sete noites? Que forma eloquente de dizer: “Tamo junto!”

Porém, se, sua compreensão empática reservou o direito das primeiras palavras ao sofredor, quando falaram, seu achômetro teológico começou a imputar culpas que o infeliz não tinha. Mesmo que as tivesse; no sentido de pecados, apostasia; como acusavam-no, dada a grandeza da sua dor deveria ser consolado, segundo ele mesmo disse; “Ao que está aflito devia o amigo mostrar compaixão, ainda ao que deixasse o temor do Todo-Poderoso.” Cap 6;14

Mais um caso de sede “saciada” com vinagre. Ele mesmo os comparou a ribeiros sazonais que, em determinadas épocas secam; os viajantes que esperavam encontrar refrigério pra sede, neles, se envergonhavam; “Os caminhantes de Tema os veem; os passageiros de Sabá esperam por eles. Ficam envergonhados, por terem confiado; chegando ali se confundem.” 6;19 e 20

Jeremias usou a mesma figura como metáfora à decepção; “Por que dura minha dor continuamente, e, minha ferida me dói, já não admite cura? Serias tu para mim como coisa mentirosa, como águas inconstantes?” Cap 15;18
Notemos que ele esperava ser consolado, não, que Deus fosse como os ribeiros sazonais.

Adiante, aliás, ele mesmo figurou a confiança no Santo, com algo mais proveitoso que meras estações de chuva. “Bendito o homem que confia no Senhor, cuja confiança é o Senhor. Porque será como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro; não receia quando vem o calor, mas, a sua folha fica verde; e no ano de sequidão não se afadiga, nem deixa de dar fruto.” Cap 17;7 e 8

Ninguém pode dar o que não tem; para sermos doadores de Água Viva carecemos dela, primeiramente. Isso requer que bebamos de Cristo para termos nossas “raízes junto ao Ribeiro”; “Aquele que beber da água que Eu lhe der nunca terá sede, porque a água que Eu lhe der se fará nele uma fonte que salte para vida eterna.” Jo 4;14

Como água e vinagre não se misturam a sede do espírito não pode ser saciada alhures. O Salvador chama: “... quem tem sede, venha; quem quiser, tome de graça da Água da Vida.” Apc 22;17

Ou, buscamos consolação Nele e Seu Espírito Santo, ou, restará apenas o vinagre das doutrinas espúrias. “... Por que buscais o vivente entre os mortos?” Luc 24;5

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Os Evangelhákonos

“Os doze convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas.” Atos 6;2

A igreja iniciante, um misto de judeus e gentios e os problemas administrativos que surgiam com o andar da carruagem.

Então, algumas viúvas gregas sentiam-se desprezadas no suprimento de pão; uma comunidade que, tinha tudo em comum, mas, nem tanto, senão, não haveria o concurso de parcialidades, ou, omissões assim.

Chegando tal pleito aos apóstolos foi que ordenaram a escolha dos servidores, (diákonos) pois, disseram: “... não é razoável que nós deixemos A Palavra de Deus e sirvamos às mesas.”

Invés da nossa transformação ser opção, “no escuro”, baseada em um fanatismo cego, como nos acusam alguns, um crer sem saber direito em quê, A Palavra de Deus demanda sempre o concurso da razão; não como pedagoga, mas, como assessora da fé, para que, os que creem o façam com entendimento. “... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que, é o vosso culto racional.” Rom 12;1

Nessa perspectiva, os apóstolos defenderam não ser razoável os homens da Palavra, deixarem sua ocupação para servir às mesas. Sua lógica era coerente, pois; uma vez que, esperava que cada um transportasse a carga conforme seus ombros; ou, sobretudo, que as coisas prioritárias não fossem ofuscadas pelas secundárias.

Se, o pão cotidiano era algo importante e deveria receber os devidos cuidados, o do espírito era essencial; quem o sabia e poderia distribuir, não deveria deixar isso por outra função de menos relevância. Pois, foi nessa ordem que O Salvador colocou as coisas: “Buscai primeiro o reino de Deus, e sua justiça; todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6;33

Entretanto, muito do que hoje se chama Evangelho já não pode mais fazer distinção entre homens da Palavra, e, os cuidados com o pão de cada dia. Há uma confusão ministerial onde, o pão do espírito se funde com o do corpo; as pessoas que deveriam ser desafiadas mediante O Evangelho a tomar a cruz para a salvação, não raro, são ensinadas a fazer mandingas em busca de prosperidade material.

O culto racional como vimos acima, é o “sacrifício vivo”, ou seja: A mortificação das vontades naturais, e, renovação do entendimento em dissenso com o mundo para conhecer à Vontade de Deus.

Isso requer uma mudança dos nossos pensares pelos Divinos; “Deixe o ímpio o seu caminho, o homem maligno os seus pensamentos; se converta ao Senhor que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. Porque os meus pensamentos não são os vossos, nem, vossos caminhos os meus, diz o Senhor.” Is 55;7 e 8

Então, o trabalho dos homens da Palavra é ensinar aos discípulos os “Pensamentos de Deus”; não basta desafiar os ouvintes a uma mudança, antes, convém ensinar em quê consiste tal câmbio.

Paulo, por exemplo, foi bem didático: “... deixai a mentira, e falai a verdade cada um com seu próximo; porque somos membros uns dos outros. Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre vossa ira. Não deis lugar ao diabo. Aquele que furtava, não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade.” etc. Ef 4;25 a 28

Assim, o ministro da Palavra não é um provedor de pão; antes, um difusor de luz. O pão vem de outra fonte: “... trabalhe fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha...”

Desse modo, quando um ministro tenta fundir as duas coisas, que são complementares, paralelas, mas, não intrínsecas, deixa de ser um mensageiro probo, e se converte numa fraude.

Pois, o “servidor” que nos coloca o pão à mesa é nosso próprio labor; a Luz da Palavra transforma-nos para que, quer, no trabalho, em família, na sociedade, a mudança operada seja mensagem para quem nos vê; “... muitos verão; temerão e confiarão no Senhor.” Sal 40;3

Quem, invés da pureza Santa da Palavra, que dá vida, pretende transformá-la num meio de obter pão, não é evangelista nem diácono, mas, um velhaco que não desempenha nenhuma das funções direito.

Um “evagelhákono”. “Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse, e agora também digo, chorando, que, são inimigos da cruz de Cristo, cujo fim é a perdição; cujo Deus é o ventre; cuja glória é para confusão deles; só pensam nas coisas terrenas.” Fp 3;18 e 19

Em suma, socorramos sempre que possível aos que carecem de pão; mas, não rebaixemos ao “Pão do Céu” que dá vida ao mundo, como se estivesse ao nível do que perece. Não seria razoável compararmos diamantes com vidro.

terça-feira, 23 de outubro de 2018

Ouro no Lixo

“Como se escureceu o ouro! Como se mudou o ouro puro e bom! Como estão espalhadas as pedras do santuário sobre cada rua! Os preciosos filhos de Sião, avaliados a puro ouro são agora reputados por vasos de barro, obra das mãos do oleiro!” Lam 4;1 e 2

A boa hermenêutica esposa que a Bíblia interpreta a si mesma. Estamos diante de um exemplo clássico. O ouro desvalorizado, escurecido, do primeiro verso, no segundo mostra tratar-se de uma metáfora para o caráter dos homens de então, não, do metal em si.

Assim o envilecimento do ouro é uma figura para a decadência do valor, do caráter humano. De passagem temos menção da ruína do Santuário, o que permite inferir licitamente que a decadência era derivada do abandono, ou, negligência para com as coisas santas.

Isaías mencionou um cenário global, (o de Jeremias era local) de decadência humana evidenciada de cima para baixo; isto é, desde os governantes. “A Terra pranteia e se murcha; o mundo enfraquece e se murcha; enfraquecem os mais altos do povo da Terra.” Is 24;4

De novo, negligência, quando não, oposição às Leis Divinas são a causa da maldição, do enfraquecimento; “Na verdade a Terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido as leis, mudado estatutos, quebrado a Aliança Eterna. Por isso a maldição consome a Terra...” Vs 5 e 6

Natural que, os que temem ao Senhor sejam avessos às leis humanas que afrontam às Divinas. O Salmista fez uma pergunta retórica que encerra a questão: “Porventura se associa contigo o trono da iniquidade que forja o mal a pretexto de lei? Sal 94;20

Assim, muitas coisas “legais” ao escopo do mundo, se, são imorais perante os Estatutos Divinos devem receber nossa aversão, não, aquiescência. Pois, como A Palavra ensina, “importa mais obedecer a Deus, que, aos homens.”

Quando consequências da maldição incidem sobre o planeta em grandes catástrofes, os ímpios são os primeiros a culpar Deus pelo feito, pois, poderia impedi-las e não o fez. Ora, suponhamos que você tenha plantado algo; acaso desejarias que outrem interferisse com seu plantio tolhendo à colheita?

Pois, perante O Santo, seja na seara da virtude, seja, na do vício, nossas escolhas são sementes que Ele deixa frutificar. “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará corrupção; mas, o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará vida eterna.” Gál 6;7 e 8

Semear na carne é dar vazão plena às paixões naturais, humanas; torná-las lícitas até, como muito se vê; Semear no Espírito é ter como norma de vida os valores da Lei Divina.

Então, no mesmo escrito em que denunciou o “escurecimento do ouro”, Jeremias sentenciou: “De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados.” Lam 3;39

Quando catástrofes “naturais” filhas da maldição nos visitam, pode até que inocentes padeçam junto, mas, certamente é a messe madura do plantio da maioria que está tremulando ao vento. Se, desse lado da vida Deus permite injustiças onde inocentes morrem por culpas alheias, no além, cada um receberá segundo suas escolhas; ninguém mais ceifará passivamente culpas de outrem.

Jeremias, aliás, o profeta das lágrimas é um exemplo de inocente atingido pelo juízo contra terceiros, os culpados; líderes civis e espirituais do povo que fomentaram a apostasia. “Os teus profetas viram para ti vaidade e loucura; não manifestaram tua maldade para impedirem o teu cativeiro; mas, viram para ti cargas vãs e motivos de expulsão.” Lam 2;14

Nítido é que, o dever dos homens espirituais é manifestar o que está errado aos Olhos Divinos. “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento; da sua boca devem os homens buscar a Lei porque ele é o mensageiro do Senhor dos Exércitos.” Mal 2;7

Desse modo, enquanto os governos humanos ímpios se esforçam para forjar leis ao sabor das paixões, nós, servos de Deus temos dever de por em realce as prescrições da Lei Divina, tão somente, pois, “... havendo os teus juízos na Terra, os moradores do mundo aprendem justiça.” Is 26;9

Vemos A Palavra de Deus jogada no lixo como algo sem valor; tais atores de igual modo serão jogados no monturo. Deus É Inocente; Justos Seus Juízos; a escolha é nossa.

“... em vão tem trabalhado a falsa pena dos escribas. Os sábios são envergonhados, espantados, presos; rejeitaram a Palavra do Senhor; que sabedoria têm?” Jr 8;8 e 9

Enfim, muitos escondem seus corações da Palavra de Deus e endeusam a si mesmos; Nós, cristãos, andamos por trilho inverso: “Escondi Tua Palavra no meu coração, para não pecar contra ti.” Sal 119;11

domingo, 21 de outubro de 2018

A Cura do Câncer

“Eu achava que a política era a segunda profissão mais antiga. Hoje vejo que ela se parece muito com a primeira.” Ronald Reagan

Discordo que a prostituição tenha sido a mais antiga das “profissões” como dizem, (Adão foi governador; Abel, pastor, Caim, agricultor) mas, com esse sentido a frase de Reagan foi feita. Ou seja: A política se parece muito com a prostituição, onde, dinheiro, e não outro valor qualquer faz as coisas acontecerem.

Desgraçadamente, na maioria dos casos é assim. As pessoas vendem a alma ao Diabo por poder, ou, votam em bandidos por uma mísera vantagem pontual, mesmo que, o todo se dane.

Duas coisas diferenciam inicialmente Jair Bolsonaro dos demais postulantes. Uma; abriu mão do fundo eleitoral; preferiu confiar na divulgação pelas redes sociais, que, investir rios de dinheiro em busca de votos, muitas vezes, comprados.

Outra; desprendimento ético louvável. Não fez nenhum conchavo com outros visando aumentar tempo na TV em troca de ministérios como tantos. Mais; disse: “Não tenho obsessão pelo poder. Ou, sentarei na cadeira presidencial sem conluios, ou, estarei na praia tomando água de coco.” Quem mais falou assim?

Só por essas duas posições, mesmo que fosse meu adversário eu o respeitaria. Disse algumas frases infelizes quando mais jovem; inquirido assume-as, invés de negar como tantos; mas, acrescenta que aprendeu com tempo, que todos cometem erros, falam coisas indevidas, porém, aperfeiçoam-se. Que há nisso que o desabone? Nada.

Mas, a imprensa em sua ampla maioria insiste em encaixar na sentença de Reagan; invés da imparcialidade perante os fatos como convém ao jornalismo, deturpa, mente, manipula em descarada opção pelo lado corrupto. Potencializam ao ápice bugigangas pretéritas contra o Jair, pretendendo mostrar quão mau ele é; mas, aos mais lúcidos tudo o que mostram é quão podre a imensa maioria de “La Prensa” está.

Lembra um antigo quadro do Silvio Santos: “Topa tudo por dinheiro”. Já votei no PT um dia, bem no começo, mas, à medida que fui conhecendo melhor seus atores me arrependi, mudei.

Não são democratas como insistem em fingir. Democracia pressupõe alternância de poder. Eles tiveram quatro mandatos seguidos, o que ninguém jamais teve na “história deste país” como diria o preso; na iminência de perder uma jogam sujo ao cubo, “fazem o diabo” como eles mesmo dizem, pra não deixar a teta.

Um militante travestido de “Bolsominion” distribuiu capim a eleitores nordestinos; outro igualmente trajado gritava palavras de ordem contra CNBB e evangélicos em SP. Pelos rincões nordestinos onde a miséria é maior, espalham que Bolsonaro retiraria o “Bolsa Família”, aposentadorias, até, se eleito. Eis o jeito PT de ser! Eis o partido que cresceu, inclusive com meus votos prometendo “ética na política”.

O Brasil em 2002 era um paciente com câncer e bicho-de-pé; escolheu o Lula como médico. Ele ignorou a doença fatal e tratou apenas da periférica. Curou os pés e deixou alastrar-se a enfermidade mortal. Traduzindo, aumentou linhas de crédito facilitando endividamento da classe média; e potencializou o assistencialismo aos mais pobres.

Enquanto isso saqueou a Petrobrás, os Fundos de Pensão, o BNDS, fez-se milionário, aos filhos e cúmplices, deixando o câncer, a doença do País em estado muito mais avançado.

A coisa foi maquiada enquanto deu graças à habilidade de mentirosos profissionais alugados, chamados de marqueteiros, que mudando critérios, não situações econômicas guindavam milhares de pobres à “classe média” só pra fazer propaganda.

Hoje, a astronômica dívida pública e o assombroso desemprego, fazem periclitar a saúde econômica da nação. Mas, os “pés” lembram dos bichinhos que foram tirados e suspiram saudosos de tão hábil “médico”. Atribuem os sobressaltos na saúde geral ao Temer, ignorando convenientemente que é “médico” da mesma equipe e lida com efeitos colaterais do primeiro “dotô” e sua sucessora indicada.

Isso abordando apenas economia. Resta ainda a exacerbação da violência, 60 mil mortes por ano, doutrinação ideológica com conseqüente falência educacional, perversão de infantes com a famigerada ideologia de gênero, destruição de valores com incentivo à “arte” obscena, cooptação de apoio ilícito com a malversação da Lei Rouanet, etc.

Então, livrar-nos do PT é mais que uma escolha política; é uma questão de higiene moral. Quem não se importa com os jogos sujos que diuturnamente fazem na campanha, nem com a tentativa de assassinar Bolsonaro, desculpe, mas, temos visões de mundo diametralmente opostas.

Sei que Bolsonaro é homem como nós, com defeitos; mas, quantos de nós, passaríamos 27 anos na vida pública sem manchas como ele? Então, merece respeito.

Se, ao PT pareceu bem tirar sua vida pelo poder, a mim parece bem chutar o PT, pelo bem da vida de todo o país. Quem deveria ter curado o câncer, hoje se tornou um tumor maligno; precisa ser extirpado.