sexta-feira, 7 de novembro de 2014

A Luz, e os Dark Blocks



“De madrugada levanta o homicida, mata o pobre e necessitado, de noite é como o ladrão. Assim como o olho do adúltero aguarda o crepúsculo, dizendo: Não me verá olho nenhum; oculta o rosto, nas trevas minam as casas, que de dia marcaram; não conhecem a luz. Porque a manhã para eles é como sombra de morte; pois, sendo conhecidos, sentem pavores da sombra da morte.” Jó 24; 14 a 17

Jó pinta ímpios como seres que se sentem bem no escuro, com máscaras, e, assustados à luz. O Salvador reiterou noutras palavras: “E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3; 19 e 20 

Entretanto, não devemos ter uma compreensão superficial dessa luz. Não se trata de um viés simplista tipo, noite versus dia; antes, esses, são figuras, ilustrações de se ter luz, ou, estar privado dela. O clássico dito que as aparências enganam brotou da autocrítica popular que, em dado momento descobriu-se no escuro; sem discernimento.

O teatro das aparências consegue disfarçar monstros, drogar neurônios, submeter a razão às paixões a toque de caixas, como fez o PT na campanha eleitoral, por exemplo. Aécio dizia que o cenário demandava medidas amargas; acusavam-no de querer aumentar os juros, tarifas, combustíveis, uma vez que, ele seria candidato do ricos. 

Pois bem, passados dez dias das eleições o PT fez tudo isso que acusava ao adversário de intentar; incendiou as paixões de seus seguidores que votaram “venceram” comemoraram e foram dormir. 

Na verdade, estavam assim já, pois, quem os lidera lança mão de trevas, em lugar de luz. Trevas até podem despertar paixões, diverso da luz que dá azo ao entendimento. 

Sócrates, o grego, depreciava cabalmente aos sofistas, a antítese dos filósofos. Esses laboravam para iluminar, produzir ciência; aqueles, para convencer, produzir crença. Assim, se aos filósofos interessava nada menos que a verdade, aos sofistas bastava a verossimilhança, obreira do engano. Com armas assim, a campanha do PT convenceu aos seus.

Apesar das acusações dos céticos, Deus nunca desejou que crêssemos sem entendimento; antes, exortou que buscássemos; ordenou que os apóstolos fizessem discípulos, ensinassem; e denunciou uma geração que pereceu por omissa nisso. “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também te rejeitarei...” Os 4; 6  

O Criador permitiu que nossos crânios tivessem cérebros porque quer que os usemos. Que busquemos luz. Claro que a Luz do Cristão não é uma coisa vaga, sem objeto, mera destreza intelectual; antes, conhecimento de Deus, Seu Ser, Sua Vontade, expressos em Sua Palavra.   Lâmpada para os meus pés é tua palavra, luz para o meu caminho.” Sal 119; 105  

O Eterno é Ético, Educado, Coerente; Nunca viola a vontade humana. Alguém já ouviu falar de “possessão pelo Espírito Santo?” Não. Todavia, possessão maligna é comum como uso do til em João. 

O que o espírito maligno faz com almas ímpias, os sofistas fazem com uma das faculdades da alma, a mente. Tomam à força. Feito isso, as outras faculdades, emoção e vontade, facilmente sucumbem; assim, as vítimas do engano em certo grau são “possessos” também. Se, não por um espírito mau, por predicados, ensinos de origem má.

Quanto ao Espírito de Deus, somente após a livre anuência dos que ouvem a Boa Nova, passa a residir nos Salvos; ainda assim, respeita as escolhas humanas, mesmo que possa se entristecer. “...depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação;  tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo...” Ef 1; 13

Vem para auxílio, mas, delega ao ser humano as escolhas; ainda, Paulo aconselha: “E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção.” Ef 4; 30 

Assim, o trabalho do Espírito Santo é ampliar nosso entendimento sobre o que Cristo Fez, auxiliar-nos; se cooperarmos, nos aperfeiçoará: “Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo;” Fp 1; 6 

A luz espiritual é progressiva na senda dos que escolhem a justiça; “a vereda dos justos é como a luz da aurora; vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4; 18

Diversa da luz natural que faculta ver sem compromisso, a espiritual requer  andar conforme. “se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado.” I Jo 1; 7

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Os jovens não pecam



“Porquanto ouvimos que alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras, transtornaram as vossas almas, dizendo que deveis circuncidar-vos e guardar a lei, não lhes tendo nós dado mandamento; pareceu-nos bem, reunidos concordemente, eleger alguns homens e enviá-los com os nossos amados Barnabé e Paulo, homens que já expuseram as suas vidas pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo.” Atos 15; 24 a 26 

Esse incidente ocorrido no início da igreja encerra algumas coisas que vale considerar. Embora, os mais simplistas tendam a imaginar que, eventuais ameaças à marcha estejam do lado de fora, os divisores de então, “saíram dentre nós.” Quem está fora pode discordar, criticar, ignorar, mas, “lato sensu”, respeita a opção dos que creem.

Todavia, quando alguém de dentro, com espírito empreendedor, aventureiro, sem a luz necessária, decide “aperfeiçoar” o trabalho, temos problemas. 

Geralmente um neófito impetuoso, esse estágio, onde, os erros estão sempre nos outros. Sim, pecar exige certa maturidade; essa idade sóbria onde já não são os outros os culpados. Os novatos são perfeitos. 

Talvez, por isso, aos muitos predicados demandados para obreiros, Paulo tenha anexado esse: “Não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo.” I Tim 3; 6 Parece que a tentação primeira do novato é a soberba.   

No exemplo supra, não os encontramos comissionados, enviados; antes, saíram espontaneamente, auto enviaram-se; foram “consertar” o trabalho alheio. Seu fruto? “Perturbaram com palavras”.  

Como é fácil investir-se em determinada empresa quando o “capital” necessário são apenas palavras! Todo mundo tem algo a dizer; desgraçadamente, quanto mais imbecil, mais falastrão. 

Salomão cotejou dois, aliás, o que tem “bala na agulha” e o que tem agulha apenas. “O que possui o conhecimento guarda as suas palavras, o homem de entendimento é de precioso espírito.” Prov 17; 27 Por outro lado, “O tolo não tem prazer na sabedoria, mas só em que se manifeste aquilo que agrada  seu coração.” 18; 2 

Ele tenta pacificar a distância entre ambos aconselhando ao segundo que exiba um traço, pelo menos, do primeiro. “Até o tolo, quando se cala, é reputado por sábio; o que cerra os seus lábios é tido por entendido.” 17; 28 Ocorre-me sempre, nesses casos, um provérbio indianos que diz: “Quando falares, cuida para que tuas palavras sejam melhores que teu silêncio.” As palavras destes sempre são piores; desconhecem limites. 

Entretanto, sua entrada às igrejas da Ásia para consertar erros ausentes acabou criando problemas que, agora sim, precisavam conserto. Seus enganos disseminados precisavam ser desfeitos. 

Os escolhidos e comissionados para a devida correção tinham  traços dignos de nota: “Homens que já expuseram as suas vidas pelo nome de Nosso Senhor Jesus Cristo”. Uma pequena diferença. Enquanto uns “reformadores” se dispõem a gastar palavras vãs pela causa, outros, ousam expor as vidas. Quais seriam dignos de crédito? 

Nesses dias de facilidades tecnológicas, cada um é rei no alto do castelo virtual coroado de presunção. Cheia está a “nuvem” de ensinos os mais absurdos e estúpidos. Hoje, sequer neófito precisa ser o sujeito, mesmo não convertido, pode espalhar amplamente sua “visão” poluindo o trabalho de homens sóbrios que trazem cicatrizes pela causa do Mestre.

Mas, como também lanço mão do universo virtual para difusão de gotículas de ensino, quem garante que não sou dos tais, mero paroleiro que investe só palavras no Reino? Ninguém. 

Isso está delegado ao paladar de quem lê; de ter, o tal, discernimento ou não depende o dirimir eventual dúvida. “Porventura o ouvido não provará as palavras, como o paladar prova as comidas?” Jó; 12; 11 As palavras daqueles produziram perturbação na igreja. E, “pelos frutos se conhece a árvore”. 

Ademais, quem vê a Obra de Deus sob o prisma da seriedade, responsabilidade, não se apresenta espontâneo; quando convocado teme, como fizeram Moisés, Isaías, Jeremias... Se, alguém logo se voluntaria para algo tão sério e perigoso, de duas uma: é mal intencionado, carreirista que vê a coisa como fonte de renda, vantagens, poder; ou, é um grande imbecil, sem noção. Em ambos os casos, nenhum serve. 

O Eterno não chama pessoas para darem trabalho; antes, para que façam o devido trabalho. 

Quando do Êxodo, veio junto uma mistura de gente que, à primeira adversidade seu anelo era volver ao Egito; desses se diz que deixaram ao Egito, mas, o Egito os não deixou. 

Na igreja também temos um “populacho” que diz ter abandonado aos “valores” do mundo, mas, quer “contribuir” com esses meios, uma vez que o mundo ainda está neles. 

Os sábios respondem à chamada de Deus de modo a não voltar atrás, como fez Eliseu quando Elias o buscou. Matou os bois e queimou as tralhas de arar, veio pra ficar. Meninos cansam cedo, e buscam brinquedos novos.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Enriqueça seu currículo



“Direi a Deus: Não me condenes; faze-me saber por que contendes comigo. Parece-te bem que me oprimas, que rejeites o trabalho das tuas mãos e resplandeças sobre o conselho dos ímpios? Tens tu porventura olhos de carne? Vês tu como vê o homem?” Jó 10; 2 a 4 

A esta altura, Jó desistira de esperar alento dos amigos; preferia dirigir-se a Deus, dado que, eles ainda estavam ao seu lado tentando argumentar. Mesmo que aqueles tivessem começado bem, ficando ao lado dele em silêncio solidário à sua dor por sete dias, após, começaram a arguir motivos, acusar ao infeliz pelo que estava passando. 

Então, o patriarca afrouxou as cordas da esperança no apoio deles, e disse: “Ao que está aflito devia o amigo mostrar compaixão, ainda ao que deixasse o temor do Todo-Poderoso. Meus irmãos aleivosamente me trataram, como um ribeiro, como a torrente dos ribeiros que passam, que estão encobertos com a geada, neles se esconde a neve, no tempo em que se derretem com o calor, se desfazem, e  esquentando, desaparecem do seu lugar. Desviam-se as veredas dos seus caminhos; sobem ao vácuo e perecem. Os caminhantes de Tema os vêem; os passageiros de Sabá esperam por eles. Ficam envergonhados, por terem confiado; chegando ali, se confundem.” Cap 6; 14 a 20 

Em suma: Estou aflito, não deixei de temer a Deus; quando meus amigos vieram tive esperança de certa compaixão, mas, me traíram; estou com vergonha de ter confiado neles. 

Comparou-os a ribeiros sazonais, que correm por certo tempo ao derreter a neve do inverno, depois, somem. Quem dirigir-se a eles esperando água, perderá tempo por ter desviado seu curso. Assim, foram seus amigos.

Ah, as almas “sazonais” que mudam quando as circunstâncias mudam! Quantas decepções nos causam! Se, é próprio do homem comum pautar-se pelas circunstâncias, pelo que vê, não deveria ser assim com o que afirma crer em Deus, dado que, a relação baseia-se na fé; e “a fé é o firme fundamento das coisas que não se veem”. Heb 11; 1 Noutras palavras, firma-se no olhar de Deus. 

Deste inquiriu Jó: “ Vês Tu como vê o homem?” Certamente não. Ele mesmo disse ao profeta Samuel: “...porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém, o Senhor olha para o coração.” I Sam 16; 7 

Tanto pode ver o coração do homem, quanto, o futuro; não raro, no que consideramos derrota, Ele vê vitória. O que nos escapa à vista e compreensão, a Ele é patente. 

Nenhum dos  coevos de Jesus entendeu o que se deu na cruz; viram estrondosa derrota; estava dispersos, desanimados... como os dois a caminho de Emaús. “E nós esperávamos que fosse ele o que remisse Israel; mas agora, sobre tudo isso, é já hoje o terceiro dia desde que essas coisas aconteceram.” Luc 24; 21  

Ficou claro que tinham perdido a esperança. O Senhor os chamou de néscios, tardos de coração. Na parábola do Semeador Ele mesmo ilustrara aos sazonais como sementes que caem sobre pedras; nascem rápido, mas, como tem pouca terra, ao primeiro sol secam. Assim, os emotivos, circunstanciais, marinheiros da bonança. 

Ora, eu teria vergonha de, uma vez salvo, assentar-me à mesa ao lado de Jó, Paulo, Jeremias... O Salvador, sobretudo, tendo como “currículo” uma caminhada sob céu de brigadeiro, como ensinam certos “teólogos” da praça. 

O mestre sempre advertiu aos seus, sobre aflições, rejeição, perseguição. Qualquer ensino que destoar disso é fraude. 

Embora a fé não viole a inteligência, muitas vezes arrosta às circunstâncias. Se a Tomé foi dada a oportunidade de ver para crer, a bem aventurança foi lançado sobre os que não veem e acreditam. 

Essa confiança irrestrita em Deus, a despeito das adversidades, que aos de fora parece cegueira, é a beleza dos olhos da fé. Ela prescinde da bengala das coisas e repousa no Santo Caráter do Eterno. 

Se, tendemos à fragilidade dos ribeiros de estação, devemos fazer um curso de fé com o profeta Habacuque; ele disse: “Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, nos currais não haja gado; todavia, eu me alegrarei no Senhor; exultarei no Deus da minha salvação.” Hc 3; 17 e 18

Claro que é lícito, salutar, buscarmos melhorias, trabalharmos e orarmos por elas; entretanto, atrelar a fé a essas coisas é sua negação; da fé, digo. 

Circunstâncias adversas são ondas que vêm e passam; quem sustenta a vida dos peixes é o oceano. Cristo dá mais que neve derretida; antes, a Fonte da Água da Vida.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Ocultação de cadáver



“E o mais moço deles disse ao pai: Pai dá-me a parte dos bens que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda. Poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua, ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente.” Luc 15; 12 e 13.   

Geralmente pensamos no pródigo como sinônimo de erros do começo ao fim, salvo, quando “caiu a ficha”, chegou ao arrependimento e humilhou-se. Certo, não dá para advogar o que fez, exceto, se, para amenizar sua pena.

Todavia, uma coisa tinha, se, lhe faltava juízo; noção do ridículo, autocrítica. Já que estava decidido a “soltar a franga”, esbaldar-se na esbórnia, “partiu para uma terra distante”. Tanto seria ridículo ficar cantando loas à família, ao amor do Pai, bêbado no meretrício; quanto, trazer a bebida e as ditas “damas” para escandalizar a família. Afinal, a casa do Pai era local de respeito, trabalho, disciplina. Desse modo,  o fez ausente da vista dos seus.   

“Queres saber se os conselhos da noite são bons, pratique-os durante o dia”; disse o poeta Zeferino Rossa. Noutras palavras: Queres entender se são boas tuas resoluções? Pratique-as ante os olhos dos teus. O simples precisar esconder, já é íntima admissão de culpa. 

Lembro o exemplo de Moisés. “E olhou a um e a outro lado, vendo que não havia ninguém ali, matou ao egípcio e escondeu-o na areia.” Ex 2; 12 Antes do assassinato certificou-se que não haveria testemunhas; depois, ocultou o cadáver. Todavia, o próprio hebreu que defendera acabou acusando-o. 

A rigor, é impossível praticarmos algo sem que ninguém veja. Além de Deus, claro. Todo homem é tripartido; corpo, alma e espírito. Alma, fonte dos desejos; corpo, meio de expressão; o espírito, o árbitro que autoriza ou, veta as escolhas. A isso chamamos consciência. 

Quando tomamos uma decisão que, de antemão sabemos que devemos praticar em oculto, nossa alma rebelde está dizendo ao espírito que, decidiu fazer e pronto, não tá nem aí para a opinião do espírito. 

Quando Paulo evoca a lisura de sua alma chama o espírito como testemunha. “Em Cristo digo a verdade, não minto (dando-me testemunho a minha consciência no Espírito Santo): Rom 9; 1 Põe o espírito humano como testemunha ante ao Espírito Santo. Desse modo, nunca estamos sós a ponto de nossos atos não serem vistos por duas testemunhas, pelo menos; e testemunho de dois é válido no Tribunal Eterno. 

Quantas vezes presenciei pessoas saindo ao encontro dos vícios bradando: “Não quero nem saber!” Mas, quem estava fazendo saber que sua escolha era má, se, não havia censura externa? Estava direcionando sua “diatribe” contra si mesmo, contra os avisos da consciência. 

Então, aquele que oculta para praticar o erro, posto que errado, ao menos tem noção do ridículo, sua consciência ainda fala. Pior que esse é outro que, de tanto arrostar a  consciência na obstinação pelo mal, cauterizou-a; ela não “apita” mais. “Conservando a fé, e a boa consciência, a qual alguns, rejeitando, fizeram naufrágio na fé.” I Tim 1; 19 Vemos, pois, que o barco da fé não afunda se, ouvirmos e seguirmos nossas consciências, senão, já era. 

Contudo, aquilatando erros de caráter temos ainda um “upgrade”. Digo, se o sem noção que perdeu o senso do ridículo é pior que outrem que se esconde para pecar, o disfarçado, o hipócrita é ainda pior. Esse sabe que seu agir é errado, conhece que o ambiente não comporta; traveste-se de justo usando falsidade. O que chamamos, lobo em pele de ovelha. 

Infelizmente, esse é o tipo mais nocivo, e comum. Daria um dedo pela aceitação humana, sem deixar de fingir a aprovação Divina. Peca na casa do Pai, com suas prostituições de alma, disfarçadas. Isaías denunciou: “Ainda que se mostre favor ao ímpio, nem por isso aprende justiça; até na terra da retidão pratica a iniqüidade, não atenta para a majestade do Senhor.” Is 26; 10 

Muitas vezes acontecem rupturas violentas em congregações; sofremos porque irmãos que eram “uma bênção” partiram para “uma terra distante”. Não raro, é Deus higienizando o rebanho, banindo ao hipócrita para seu devido lugar. 

O Salmo primeiro ensina: “...os ímpios... são como a moinha que o vento espalha. Por isso, os ímpios não subsistirão no juízo, nem, os pecadores na congregação dos justos.” Sal 1; 4 e 5 Nem toda divisão se encaixa nesse perfil, mas, quando é assim, por dolorosa que pareça, é salutar. 

Em suma, se nossas vontades enfermas forem mais fortes que a consciência, não enganemos na casa do Pai, para que à nossa dissolução não acrescentemos a hipocrisia, a profanação.

Quem sabe, como o pródigo, depois que estivermos comendo com os porcos, a consciência volte a ter nossa atenção.