segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

A bênção

“A bênção do Senhor é que enriquece, e não traz consigo, dores.” Prov 10;22

Os Livros sapienciais, Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares, embora sejam instrumentos difusores do conhecimento da Divindade, e das escolhas virtuosas, derivam das reflexões dos sábios, não significando que sejam, estritamente, A Palavra do Senhor. Exceção é o livro de Jó, onde O Senhor Falou.

Nalguns textos há rico teor profético, o que evidencia a Divina inspiração; mas, são em geral, conselhos práticos, sem ser, necessariamente, revelações Divinas. Não encontramos trechos como nos profetas: “Veio a mim a Palavra do Senhor... ou, Assim diz O Senhor”.

Ensinam regras gerais, que podem comportar exceções. Tipo, “Fui moço, agora sou velho; mas nunca vi desamparado o justo, nem a sua semente a mendigar o pão.” Paulo, por exemplo, depois de receber ao Salvador foi justificado, perdoado, feito justo. Contudo, escreveu: “Sei estar abatido e também ter abundância; em toda a maneira, em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, quanto a ter fome; tanto a ter abundância, quanto, padecer necessidade.” Fp 4;12

Embora a permissão de certas coisas possa ser uma “bênção disfarçada” visando nossa edificação, poderia um caçador de “contradições bíblicas” tentar ancorar num cais assim.

O preceito aponta às vantagens de sermos justos, dizendo ser uma coisa boa, cujas consequências serão benditas; não expressa uma profecia, como se fosse impossível acontecer diferente. Quem interpreta à Palavra com esses cuidados, tem melhores chances de desenvolver um conhecimento correto dela.

Mas, o verso inicial que a bênção do Senhor enriquece e não traz consigo dores, é também um assim? Afinal a bênção Divina em maior grau que podemos receber é a salvação; essa traz o concurso de toda sorte de aflições, perseguições do inimigo, dos amigos e familiares até.

Nesse caso, não é uma exceção, mas uma questão de “sintonia fina”, de entendermos deveras, o que o texto diz.

“Não traz consigo”, dores. A salvação traz o perdão dos nossos pecados, permite que nosso nome figure no Livro da Vida, nos dá paz de espírito, agrega dons espirituais, livra do medo da morte, nos faz filhos do Eterno... enfim, só traz coisas boas.

As dores contíguas derivam da apreciação externa, por pessoas más, inspiradas pelos espíritos maus; a reação desses às coisas boas que passam a ver em nós.

Nossa fragilidade carece ser suplementada, todo o tempo, pela Divina Bondade atuando em nosso favor; pois, a oposição estará vivamente interessada em furtar as riquezas que vislumbra em nós. “Temos, porém, esse tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, não, nossa.” II Cor 4;7

Imaginemos, como ilustração, um barraco abandonado, portas e janelas quebradas, goteiras, pátio coberto de matagal; alguém colocaria um vigilante num lugar assim, para o proteger? Porém, se alguém rico o comprar, reformar, pintar, embelezar, passar a vender nele, joias de refinado valor, certamente uma transformação assim saltaria aos olhos dos ladrões; teria que ser vigiado para não ser pilhado.

De igual modo, as riquezas anexas a um “ambiente”, antes desprezível, é que nos fazem alvo, de potenciais “dores”. Enquanto perdidos em vícios, devassidões, descaminhos, não incomodávamos em nada à oposição. Porém, quando restaurados, embelezados e enriquecidos pelo Senhor, fatalmente somos alvos de toda sorte de aflições. Que, reitero, não são derivadas da bênção do Senhor, estritamente; antes, da inveja dos que não a suportam vê-la incidindo sobre nós.

A transformação de um que, errava na lama e socorrido pelas Mãos Divinas, muda de vida, incomoda a oposição por duas razões; primeira, a própria mudança, que transforma um títere de Satã, num servo de Deus. A segunda são os “efeitos colaterais” que podem dar azo a novas mudanças, como vimos no Salmo 40. Sobre um que, sendo tirado do charco de lodo, foi firmado na rocha e terminou louvando a Deus. “... muitos o verão, temerão e confiarão no Senhor.” V 3

Então, a bênção do Senhor enriquece, deveras, e não traz consigo dores. Porém, nesse mundo que jaz no maligno, e tem a maioria das pessoas a serviço dele, quanto mais abençoados formos, mais tendem a concorrer aflições.

O mesmo Paulo, quando, a serviço do judaísmo perseguia à Igreja, não conhecia dores; antes as infligia às suas vítimas. Mas, convertido ao Senhor, feito um defensor da verdade, os “amigos” de antes, o perseguiram até à morte.

Enfim, caro cristão, o concurso das dores, a necessidade de lidarmos com nossas fraquezas, além de nos manter dependentes de Deus, testifica que, de fato, pertencemos a Ele, incomode a quem incomodar. “Por isso, sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, necessidades, perseguições, angústias por amor a Cristo; porque, quando estou fraco, então, sou forte.” II Cor 12;10

domingo, 19 de janeiro de 2025

O Verbo se fez carne



“Visto como, os filhos participam da carne e do sangue, também Ele, participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse ao que tinha o império da morte; isto é, o diabo.” Heb 2;14

Necessidade do Salvador se fazer mortal, dado que, “O salário do pecado é a morte...” Rom 6;23 E veio receber, o “salário” que caberia a nós.

A ideia do Deus único, “justificava” a rejeição do Sinédrio contra Aquele que se dizia Filho de Deus.

Embora nas Escrituras estivesse revelado, que o “Deus Forte” nasceria na forma de um menino, Is 9;6 O Eterno desceria e andaria sobre a Terra; Mq 1;3 Ele seria ferido pelas nossas transgressões, Is 53;5 etc. na hora que essas coisas todas se cumpriam, eles não O receberam. Talvez, ferisse seu orgulho religioso supor que atuavam contra O Eterno.

O grande mal do orgulho: Leva-nos a presumir que estamos certos, mesmo estando flagrantemente errados, e enfrentar quem nos tenta corrigir, invés de se deixar ensinar. Por isso, “diante da honra vai a humildade.” Prov 15;33

O Salvador disse: “Examinais as Escrituras porque pensais ter nelas, a vida eterna; e são elas que de mim testificam.” Jo 5;39 Não Sou alguém que contraria o que foi revelado, antes, quem cumpre. Em dado momento desafiou a quem tivesse dúvidas sobre Ele e Sua Doutrina: “... A Minha Doutrina não é Minha; mas Daquele que Me enviou; se alguém quiser fazer a vontade Dele, pela mesma doutrina conhecerá se é de Deus, ou se falo de Mim mesmo.” Jo 7;16 e 17 Experimentem praticar, e vocês deixarão de ter dúvidas. Ainda é assim, para quem tem dúvidas sinceras, concernentes ao Evangelho.

João pontuou: “A luz resplandeceu nas trevas e as trevas não a compreenderam.” Jo 1;5 Não veio confundir, antes, iluminar; mas, quem gosta de luz, quando tem coisas a esconder? “Porque todo aquele que faz o mal odeia à luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;20 Trevas e luz são coisas excludentes; por isso a conversão requer a renúncia de toda nossa “sabedoria”. “Negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.” Luc 9;23 Os religiosos, na imensa maioria, não conseguiram fazer isso.

Sobre o “desajuste lógico” de Cristo e Sua Doutrina, com as humanas pretensões, Paulo disse: “Visto que, na Sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela Sua Sabedoria, aprouve a Ele salvar aos crentes pela loucura da pregação.” I Cor 1;21 

Foi revelado aos entendimentos; os homens se mostraram obtusos voluntários; então, Deus colocou em cena a fé.

Em dado momento O Senhor disse: “Eu e O Pai Somos Um”. Jo 10;30 Embora isso preservasse a singularidade Divina, elevava aquele que, denunciava a hipocrisia do establishment, à igualdade com O Pai.

Se, por um lado era inegável que O Salvador fazia prodígios jamais vistos, por outro, também era que em nada compactuava com o sistema religioso. Dessa doença, de, malgrado andarmos às nossas ímpias maneiras, desejarmos um deus, à nossa imagem e semelhança, deriva a idolatria em todos os seus desdobramentos.

Como O Messias não se enquadrava à imagem dos líderes religiosos de então, mesmo não podendo ser negados os sinais que Ele fazia, nem contraditado nos ensinos que professava, “precisava” morrer, porque se tornara indigesto aos líderes de Israel.

A presciência Divina sabia disso, e o permitiu; fazia parte do Plano Eterno. Invés de, após crucificarem-no, terem os problemas dos religiosos acabado, se revelaram ainda mais pujantes. Então, homens comuns, iletrados, pescadores, começaram a fazer grandes sinais em Nome do Salvador.

A ideia que haviam matado ao Seu Deus era indigesta demais, escandalizava-os. Mesmo os gregos que peregrinavam entre eles, ou, receberam em Atenas o Evangelho mediante Paulo, também tinham reservas. Com sua mitologia eivada de deuses imortais, soava loucura um deus que pudesse ser morto pelas mãos humanas.

Paulo argumentou: “Porque os judeus pedem um sinal, os gregos buscam sabedoria, mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, loucura para os gregos; mas, para os que são chamados, tanto judeus quanto gregos, lhes pregamos a Cristo, Poder de Deus e Sabedoria de Deus; porque a loucura de Deus é mais sábia que os homens, a fraqueza de Deus, é mais forte do que eles.” I Cor 1;23 a 25

Quem carecer “motivos” para rejeitar ao Salvador, certamente será assistido pelo que cega entendimentos dos incrédulos. Quem ousar praticar a Sua Doutrina, não carecerá do apoio da alheia opinião, em si mesmo saberá; “Se andarmos na Luz, como Ele na Luz está, temos comunhão uns com os outros, e o Sangue de Jesus Cristo Seu Filho, nos purifica de todo pecado.” I Jo 1;7

sábado, 18 de janeiro de 2025

Califórnia


“Os profetas profetizam falsamente, os sacerdotes dominam pelas mãos deles, e Meu povo assim o deseja; o que fareis ao fim disto?” Jr 5;31

Quando o erro é uma escolha voluntária, de quem sabe, Deus fica “impotente” para salvar, dado que respeita nossas escolhas. Resta questionar sobre o fim, aonde elas levam. “O que fareis no fim disto?”

No início, nos é permitido optar por caminhos; durante, repensar, refazer, mudar. Mas no fim, é a ceifa madura, o resultado necessário.

No fim fica evidente, aonde os trilhos escolhidos levam. “Há um caminho que ao homem parece direito, mas no fim, são os caminhos da morte.” Prov 14;12

Nos dias de Jeremias, o povo escolhia pelo sabor, não pelo valor. Mensagens de facilidades, mesmo que mentirosas, eram as preferidas por uma geração inconsequente. “... Não deis ouvidos às palavras dos profetas que entre vós profetizam; fazendo-vos desvanecer; falam da visão dos seus corações, não da Boca do Senhor.” Cap 23;16

“O que fareis no fim disto?”
A maioria daquela geração, ou foi morta na tomada de Jerusalém pelos caldeus, ou morreu no cativeiro.

Rejeitar alguém à Palavra de Deus, é uma possibilidade; fugir às consequências da rejeição, não. “És senhor das tuas escolhas; escravo das consequências”. Pablo Neruda

Quando alguém decide espontaneamente que a maldade é o melhor caminho, Deus não intervém. Apenas pontua: “Vivo Eu, diz O Senhor, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas que ele se converta e viva; convertei-vos! convertei-vos! pois, por que razão morreríeis?” Ez 33;11

Estamos vendo os devastadores incêndios em Los Angeles; malgrado, a desgraça se avolumando sem freio, vídeos mostram jovens dançando e zombando, tendo como pano-de-fundo, residências queimando. O endurecimento dos corações sem Deus faz isso; recrudesce no egoísmo, tolhe a empatia.

Há fortes indícios que os incêndios foram criminosos, pois, existem muitos interesses escusos em jogo. Mas, no “Globo de Ouro” foi dito, para riso geral, que zero menções e agradecimentos ao Altíssimo não era surpresa, numa “cidade sem Deus.”

Assim, zero intervenções Divinas, fazendo chover, amenizar os ventos, por exemplo, para minimizar os danos, também não é surpresa. Apenas a colheita da escolha feita pela maioria.

Pelos Seus Anjos, Deus nos livra muitas vezes, ainda que, não os vejamos. “Não são, porventura, todos eles, espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação.” Heb 1;14 Notemos que o serviço dos Anjos de Deus é seletivo; em favor dos que são salvos, ou que virão a ser. Deus não trabalha pra oposição.

Como se orgulham de ser uma “cidade sem Deus”, “Los Angeles” que lá ministram devem ser outros, os caídos. Toda sorte de vícios corrupção, pecados, perversões morais, campeiam; gente que tem seu nome sob uma estrela, na “Calçada da Fama”, também participa de orgias, promiscuidade, pedofilia e lixos vários, como está vindo à tona no caso “P. Diddy”.

Os próprios americanos têm ciência do lixo todo que acontece por lá. Criaram um programa de TV e uma música chamadas “Californication” uma mistura de Califórnia com fornicação. Como se fosse, “Californicação” em português.

Então, embora o “Red Hot Chilli Peppers” tenha gravado a música como uma crítica ao fútil e ímpio, modo californiano de viver, a maioria dos que, por lá vive, nem liga. Os jovens dançando, bebendo, se drogando e fazendo a “mão chifrada” símbolo do satanismo, que alguns incautos acreditam ser símbolo do Rock, mostram total indiferença, descaso, ante a desgraça alheia.

Claro que há gente inocente por lá, e muitos que temem a Deus. Mas na imensa maioria, nos valores que balizam o modo californiano de viver, estão os da oposição. Quem dera, esse estrago todo, perdas materiais e humanas, abrandasse alguns corações, para que se tornassem mais consequentes, e se voltassem para Deus enquanto ainda podem.

Os que renascem em Cristo aprendem um modo de vida que lhes fará estrelas dos céus, não no chão, onde qualquer pária as pode pisar. “Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; os que a muitos ensinam a Justiça, como as estrelas, sempre e eternamente.” Dn 12;3

Desde que, Hollywood, invés de fomentar a disseminação de cultura, passou a trabalhar pela ideologia esquerdista, com seus roteiristas “woke” preocupados mais em “LGBTeizar” antigos heróis, invés de criar novos, perdeu sua relevância, caiu em descrédito. Não satisfeitos em viver sua “Californicação” decidiram exportar a coisa para o mundo.

Enfim, os roteiristas trabalham pelos anti valores; os cineastas produzem e difundem esse lixo “urbe et orbe”; o que fareis no fim disto? 

O fogo que ora arde, é uma minúscula amostra de onde terminarão, os que se atrevem contra O Todo poderoso. “... convertei-vos! convertei-vos! Por que razão morreríeis?"

O materialismo


“... não me dês pobreza nem riqueza, mantém-me do pão da minha porção acostumada; para que, porventura, estando farto e não te negue dizendo: Quem é O Senhor? Ou que, empobrecendo não venha a furtar, tome o Nome de Deus em vão.” Prov 30;8 e 9

É mais fácil sermos fiéis na pobreza, ou na fartura? Pois, cada uma das situações oferece “argumentos” em favor da infidelidade, como vimos. A fartura daria azo à soberba; a miséria poderia “patrocinar” o furto. Temendo uma e outra, o autor pediu por um meio-termo.

As posses, ouso dizer, é um dos aspectos mais ambíguos, no teatro humano. A boa escolha convence facilmente ao intelecto, mas se recusa a desfilar no teatro das ações. Sabemos o que é melhor; mas, não raro, escolhemos como se não soubéssemos.

Quem jamais ouviu coisas, tipo: “Mais vale o ser, que o ter; vão-se os anéis, ficam os dedos; caixão não tem gavetas; da vida, nada se leva;” etc. Os botecos da vida estão cheios dessas “filosofias”, que o modo de ser, em geral desmente.

A maioria dos relacionamentos possíveis, tem um quê de utilitarismo, de interesse em coisas, mais que, em pessoas. Muitos se aproximam de outros à medida que, alguma vantagem lhes acena; e com a mesma facilidade que se achegam, saem de fininho, quando essa deixa de existir.

Quantos relacionamentos “amorosos”, se estabelece, baseado apenas nisso. Os que possuem muitos bens, se fazem “bonitos e jovens” aos olhos de quem mira-os, pelo prisma estritamente material.

Desgraçadamente, algumas “igrejas” ensinam a buscarmos um “relacionamento” assim, com O Eterno. Ele seria o “Dono da lancha”; nossas almas as piriguetes prostitutas, que teriam preço, invés de valor. Vergonhosa e indigna postura!

Nesses ambientes ensinam a “sacrificar” para receber cem vezes mais, nome que os pilantras proponentes da prostituição espiritual dão, às suas cobiças insaciáveis.

As “cem vezes mais” prometidas, não é em dinheiro nessa vida; “... todo aquele que tiver deixado casas, irmãos ou irmãs, pai ou mãe, mulher, filhos ou terras, por amor do Meu Nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna.” Mat 19;29

Alguém capaz de tais renúncias, se necessárias, por amor a Cristo, não é um que vai após Ele por interesses; mas, que abre mão de tudo, por amor. Certamente terá a salvação, a qual, seu agir mostra que deseja acima de tudo; e “uma alma salva vale mais que o mundo inteiro perdido.” Assim, vemos que o “cem vezes mais” é uma figura que alude à plenitude das bênçãos, asseguradas no porvir, não, a uma exatidão matemática a ser fruída aqui.

Até os filósofos gregos deploravam às “virtudes” mercantis; Platão disse: “Quando alguém for considerado justo, lhe caberão por isso, aplausos, elogios, honrarias; e ficaremos sem saber se o tal, é justo por amor à justiça, ou às recompensas e louvores que recebe; o tal, deve ser posto numa situação em todas essas coisas lhe sejam tiradas; se ainda assim, seguir sendo justo, ele o é, por amor à justiça.” Citação da ideia, não, uma transcrição literal. “Quem é fiel no pouco, será colocado sobre o muito.”

A Palavra ensina a parcimônia nas buscas materiais; “... o pão de cada dia, nos dá hoje...” “Buscai primeiro O Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas, (necessárias) vos serão acrescentadas.” Mat 6;33 etc.

Alguns zombam dizendo: “Aquele que acha que dinheiro não traz felicidade, deposite o seu na minha conta.” É um chiste claro! mas desprovido de sentido. O fato de atribuirmos tal limite ao dinheiro, não significa que ele não é útil, necessário. Apenas, não o colocamos numa prateleira mais alta, que, a que lhe convém.

A mesma Palavra preceitua qual deve ser nossa postura em relação às posses: “No dia da prosperidade goza do bem, mas no dia da adversidade, considera; porque também Deus fez este em oposição àquele, para que o homem nada descubra, do que há de vir depois dele.” Ecl 7;14 Tanto a prosperidade, quanto a adversidade campeiam; não podemos programar nossos amanhãs, fiados da perenidade necessária, de uma ou outra.

O verdadeiro fiel, o é, a Uma Pessoa, O Senhor; não às circunstâncias favoráveis, derivação doentia do egoísmo.

Com muito ou pouco dinheiro, pois, devemos priorizar ao que tem valor verdadeiro; “Porque a sabedoria serve de defesa, como de defesa serve o dinheiro; mas a excelência do conhecimento, é que a sabedoria dá vida ao seu possuidor.” Ecl 7;12

Miremos o exemplo de Jó; migrou da riqueza à miséria num momento, e seguiu sendo fiel. Consertamos o telhado em dias de tempo bom, preparando-nos para quando chover. Assim, a verdadeira fé; edifica-nos na calmaria, e nos sustenta na tempestade.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

Resgate das almas



“Senhor, fizeste subir minha alma da sepultura; conservaste-me a vida, para que eu não descesse ao abismo.” Sal 30;3

Não significa uma ressurreição, como a que aconteceu com Lázaro, por exemplo. Sendo Davi também poeta, usava a linguagem poética na maioria dos seus escritos. Assim, ter deixado a vida de fugitivo, proscrito e errante, para ser, enfim, guindado ao Palácio, coroado rei, bem pode significar o ser retirado da sepultura e ser conservado com vida.

Nem todos os que escreviam movidos pelo Espírito do Senhor, tinham o “Sensus plênior”, daquilo que eram levados a escrever. Muitas coisas podiam ter um sentido bem mais amplo que, o entendido por eles.

Naqueles dias, não havia uma compreensão da morte espiritual, como a que foi ensina pelo Salvador. “Mas a que vive em deleites, vivendo está morta” I Tim 5;6 disse Paulo acerca das viúvas espiritualmente descuidadas. Há uma morte que é possível, concomitante com a vida, pois.

Quando ensinou sobre a necessidade do “Novo Nascimento”, o Senhor lidou com alunos tardos; Falou disso a um mestre, a Nicodemos, nem assim, foi entendido; careceu explicar um pouco mais; “O que é nascido da carne é carne; o que nascido do Espírito, é espírito.” Jo 3;6 O novo nascimento não é carnal.

Como o corpo é pó, esse está fadado a voltar ao pó; a alma habitando nele, sem vida espiritual, está na “sepultura”; impotente para sair de lá pelas próprias forças. Nesse sentido, O Salvador explanou que pregava a mortos que podiam ouvir; “Na verdade na verdade vos digo que, quem ouve Minha Palavra e crê Naquele que Me enviou, tem a vida eterna, não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida. Em verdade em verdade vos digo que, vem a hora, agora é, em que os mortos ouvirão a Voz do Filho de Deus; os que a ouvirem, viverão.” Jo 5;24 e 25

Então, se para Davi, ser tirado da sepultura sendo conservado com vida, era uma descrição poética de ser livre do desterro das perseguições, guindado a um lugar de honra, para nós, o sentido é bem mais profundo.

Nossas almas jaziam mortas em vícios e pecados, submissas aos anseios naturais, dos quais não podiam se livrar pelas próprias forças; fomos libertos pela regeneração espiritual, o novo nascimento.

Para serem conservadas com vida; andarem sem temor, livres da perdição, carecem voltar ao lugar natural para o qual foram criadas; a manifestação das escolhas, expressa pelos corpos em submissão ao espírito. Não mais a autonomia inconsequente, indução da serpente que, por falsa, levou as almas à prisão e escravidão aos ditames do pecado.

“... conservaste-me avida, para que eu não descesse ao abismo.” Se a alma morta em delitos e pecados mesmo vivendo nossos corpos já estava na “sepultura”, a que perece nessa condição, sem conhecer ao Salvador, acaba num lugar mais profundo; o abismo.

O Espírito Santo, mediante A Palavra da Vida, convence a quem ouve, do pecado, da justiça e do juízo; quem se deixa convencer, crendo no Salvador, é por Ele “turbinado”, para que dali em diante, possa agir segundo o espírito, não seja mais escravo dos ditames da carne; “A todos quantos o receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus; aos que creem no Seu Nome.” Jo 1;12

Se, antes da conversão não tínhamos escolhas, éramos escravos do pecado, (porque o que faço não aprovo, o que quero não faço, mas o que aborreço faço) depois, pela regeneração espiritual nossas consciências são vivificadas; então, seguir após as diretrizes nela impressas, é chamado na Palavra de “andar em espírito.”

Em Cristo, tal andar, antes impossível, agora é facultado. Nele podemos ser arbitrários, fazer escolhas, obedecer ou não. Dessas escolhas atinentes à obediência depende nossa salvação. “Portanto, agora, nenhuma condenação há, para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito; porque a lei do espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da Lei do pecado e da morte.” (em Moisés) Rom 8;1 e 2

Antes, Paulo ilustrara a sina de um pecador sem Cristo dizendo: “Porque bem sabemos que a Lei é espiritual, mas eu sou carnal, vendido sob o pecado.” No Salvador, não mais somos reféns; podemos fazer escolhas segundo a “Lei do Espírito”, agora escrita em nossas consciências, não, em pedras.

O Senhor prometera: “... porei as Minhas Leis no seu entendimento, em seus corações as escreverei; Eu lhes serei por Deus, e eles Me serão por povo.” Heb 8;10

Assim, cada vez que uma porção da Divina Palavra nos é ensinada, no processo de edificação e santificação, está O Santo, tomando misericordiosas providências, para nos conservar as almas com vida.
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quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

Escândalos



“Ai do mundo por causa dos escândalos, porque é necessário que venham escândalos; mas ai daquele homem, por quem o escândalo vem.” Mat 18;7 “necessário” aqui, deve ser entendido como inevitável, não, como algo cuja incidência traga algum bem.

Temos dois ais, interjeições que significam dor; simbolizando, as consequências contra aqueles por meio dos quais, os escândalos vierem. Biblicamente, um ai, sempre é um aceno de juízo, a colheita das consequências de algo pecaminoso.

Ora, de onde nada se espera, é que nada vem, mesmo. O que, pois, causaria escândalo nesse mundo?

É um sistema amoral, quando não, imoral; às vezes, contra a moral, até; poucas coisas têm potencial de escandalizar. Se, virmos um corrupto se corrompendo, um devasso perdido em devassidões, um ladrão roubando, um mentiroso contumaz, mentindo, nada disso nos escandalizará. Infelizmente, vistas essas coisas, pelo padrão mundano, todas estarão em seus devidos lugares. “Dos ímpios procede a impiedade.” I Sam 24;13

Entretanto, quando alguém afirma ter adotado para si os valores de Deus, alegando pertencer a Ele; frequenta ambientes onde O Eterno é cultuado, Sua Palavra é ensinada, invoca para si a reputação de servo de Deus, mas age de forma ímpia, aí, pela discrepância entre a profissão de fé e ações, o escândalo estará formado, a vergonha subirá na mesa.

Os escândalos são próprios de ambientes com valores, não, do mundo. Mas, espere! O texto não diz: “Ai do mundo por causa dos escândalos?” Diz. Como encaixar as peças, então?

Eventualmente peregrinam nos ambientes dos salvos, pessoas que não têm intenção de deixar a impiedade; mesmo tratados com a maior deferência, agem como sempre; “Ainda que se mostre favor ao ímpio, nem por isso aprende a justiça; até na terra da retidão ele pratica a iniquidade, não atenta para a Majestade do Senhor.” Is 26;10 Nesse caso, seria um escândalo “na” igreja, não “da” igreja. Contudo, há muitos vexames que os “direitos autorais” são mesmo, dos cristãos.

Quando O Salvador disse que os Seus não eram do mundo, estava separando-os do sistema terreno, com seus valores invertidos e sua busca pelos anseios naturais, alienados do Eterno. Não estamos vinculados à forma mundana de encarar as coisas. O mundo é a “plateia” que observará nosso desempenho em Cristo; seja, exemplar, seja, escandaloso.

Do risco de, tendo adotado para si o nome de servos de Deus, destoar e agir de modo vergonhoso, O Senhor disse: “Vós sois o sal da terra; se o sal for insípido com que se há de salgar? Para nada mais presta, senão, para se lançar fora, e ser pisado pelos homens.” Mat 5;13

Quando cometemos algum escândalo, a zombaria que o mundo faz, mormente agora, que todos podem espalhar suas vozes aos quatro cantos, é a forma dos que estão de fora, pisarem no “sal” degenerado.

Além de evitarmos escolher os vícios como modo de vida, pois, devemos esposar as virtudes de Cristo, pois serão uma forma de deixarmos O Senhor, evidente em nós. “Assim, resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras, e glorifiquem ao vosso Pai que está nos Céus.” Mat 5;16

Logo, nosso desempenho em Cristo, tanto pode ser uma “pregação do Evangelho”, quanto, um motivo para os ímpios se manterem afastados, se, eventualmente, incorrermos em escândalos.

Que os bons exemplos de transformação dão frutos é inegável, como diz no salmo 40: “Esperei com paciência no Senhor, Ele se inclinou para mim e ouviu o meu clamor; tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs os meus pés sobre uma rocha, firmou os meus passos. Pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos verão, temerão e confiarão no Senhor.” Sal 40;1 a 3

Se os que veem transformações como essa aprendem a confiar, os que veem escândalos, recrudescem em desconfiar. É nesse sentido que os escândalos dos “cristãos” fazem mal ao mundo.

Pois, o sistema já está condenado pelos próprios méritos. O ai, que lhe cabe, deriva das suas escolhas. Porém, os que perdem a salvação porque, preferiram se manter distantes do Evangelho, por causa de atitudes vergonhosas de alguns “evangélicos”, esses herdam seus ais particulares, em consórcio com a maldade de outros, que os escandalizaram. “Ai do homem, por quem o escândalo vem.”

Essa história que cada um que paga suas contas não deve satisfações a ninguém, faz o que bem entende, não é bem assim. Somos gregários, influenciáveis, podemos ser induzidos, tanto aos vícios, quanto às virtudes, pelas coisas que observamos o semelhante fazer.

Ninguém é forçado a se dizer de Cristo, se disser, entenda antes, o que significa; “Aquele que diz que está Nele, também deve andar como Ele andou.” I Jo 2;6
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Os jovens


“Como purificará, o jovem, seu caminho? Observando-o conforme Tua Palavra.” Sal 119;9

Tão ou mais importante que saber as respostas certas, é saber fazer as perguntas certas. Essas, costumam abrir janelas que o vulgo nem suspeitava ou, o mais distraído, não as considerava necessárias.

O jovem pensar em purificar seus caminhos, pode ser uma dessas coisas vitais, que passam despercebidas. As metas de um jovem, esse “alpinista” com a identidade em formação, em geral, atinam a grandezas a conquistar, alturas a atingir, mais que, aos valores que devem pautar a escalada.

Na ventura de nascer em lares cristãos, desde tenra idade, devem ser inseridos nesses valores; “Educa a criança no caminho que deve andar; até quando envelhecer, não se desviará dele.” Prov 22;6 A sina da maioria não é assim, entretanto. Refiro-me a cristãos verdadeiros, que observam deveras, à Palavra de Deus, não, a meros professos, que vivem às suas ímpias maneiras.

A diretriz da educação espiritual é dever dos pais. Enquanto os filhos inda são crianças, essa pasta é deles. A juventude é um intermédio, onde, pouco a pouco, as crianças começam a prescindir da influência paterna, e vão ousando voos com as próprias asas.

Lhes foi dado um lembrete, para que, quando saírem do ninho, não saiam também do Divino relacionamento: “Lembra-te do teu Criador, nos dias da tua mocidade; antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento.” Ecl 12;1

A alegria de viver, o contentamento em fazer descobertas, tão comum entre jovens, também pode ser combustível para animá-los a “descobrirem” O Criador. Enquanto essa punção inda é bem ativa, mais facilmente se pode ousar, em empresas que demandem coragem. Entregar a vida a Cristo é uma dessas, sobretudo, na juventude. Renunciar-se pelo Senhor não é coisa para covardes.

Embora, os que fogem nos acusem de nos escondermos “atrás da Bíblia”, o que seria uma covardia, a coisa não é bem assim. Consideremos o que é mais fácil; enxergar e combater erros n’outrem, ou, em si mesmo? Sobre a facilidade de se ver distante o “cisco” no olho alheio, alguém disse: “Reconhecemos um louco sempre que o vemos; nunca, quando o somos.”

A Luz Divina que a Santa Palavra irradia, deixa patente que nossos caminhos são impuros, e carecem de uma limpeza. Quando alguém é iluminado, no tocante a isso, tem duas opções. Se deixar purificar, mudando segundo Deus, ou, manter “distância segura” ocultando-se no escuro. “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;20

O tal, não quer reprovação, tampouco, escolhe o caminho probo. A ele, basta seguir escondido. Manter-se distante da luz. Por isso, a acusação dos que dizem que nos escondemos após a Bíblia é ridícula. Não há esconderijo possível para erros, em Deus. “Não há coisa alguma encoberta diante Dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes, aos Olhos Daquele com quem temos de tratar.” Heb 4;13 Quando nos escondemos Nele, o fazemos pela Sua Proteção, contra os ataques da oposição.

Mas e os escândalos, adultérios, vícios, violências; tantas coisas que vêm a luz todos os dias entre os cristãos? Não é essa uma demonstração que os tais, não andam tão na luz assim? Ora, quando vemos uma dona-de-casa retirando o lixo para a rua, isso não significa que ela seja desleixada com a higiene, por haver lixo em sua casa. O simples remover desse, mostra o oposto.

A Igreja do Senhor não pretende ser um local dedetizado, livre dos males circunstantes. Antes, é como um hospital, que recebe a toda sorte de doentes, cuida, trata, e prescreve o necessário a cada um. Quem segue a receita à risca, conforme O Médico dos Médicos, é curado.

Os que, mesmo sendo prescrito o necessário para a cura, preferem seguir doentes, “escondendo” sintomas, em dado momento serão banidos do “hospital” para não contaminarem aos demais. “Por isso, os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na congregação dos justos.” Sal 1;5 Assim, a exposição dos escândalos mostra a necessária higiene espiritual nos ambientes onde O Senhor é mencionado.

Então, caro jovem, toda sorte de argumentos, para crer ou descrer estão disponíveis. A boa escolha poderá não ser a melhor, no prisma do prazer, mas certamente será, no aspecto da saúde espiritual.

“Confia no Senhor de todo o teu coração, não te estribes no teu próprio entendimento; reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas; não sejas sábio aos teus próprios olhos, teme ao Senhor e aparta-te do mal; isto será saúde para teu âmago, e medula para teus ossos.” Prov 3;5 a 8