sábado, 12 de outubro de 2024

Malafaia, a vergonha


“... não pense de si mesmo além do que convém...” Rom 12;3

Muitos estão decepcionados com as recentes declarações de Silas Malafaia, que falou duras coisas contra Jair Bolsonaro.

Eu não estou decepcionado por algumas razões; a primeira e mais grave é o conhecido “mimetismo” político do referido pregador. Já “abençoou” Lula, Dilma, Temer, antes do Jair. Se estiver vislumbrando alguma chance em Tarcísio para 2026, nada mais natural que comece sua migração. Trata-se de um parasita dos poderosos, não um referencial moral e espiritual como deveria ser.

Diferente de João Batista, que segundo Jesus, não era “uma cana agitada pelo vento”, ele iça suas velas segundo as correntes. Gente venal assim, para meus parâmetros não vale nada.

Se souber que escrevi isso, certamente dirá: “Quem éss tu na fila do pão? Eu faço esse negócio há maiss de trinta anoss!” Quando lhe convém usa fama como “argumento” e longevidade como “testemunha”; embora, a função pareça mesmo um negócio, ao tal.

Quando são atitudes, evidências do caráter, que estão em apreço, apenas essas devem ser analisadas. Há muitos “influencers” com milhões de seguidores que não valem um prato de lentilhas. O imbecil coletivo não arrasta os valores para o âmbito da imbecilidade. Assim como, preço e valor são coisas distintas, também, sucesso e anonimato, nada têm a dizer em questões de caráter. Quem és tu? Um bicho que se recusa ser camaleão.

Escolher uma “jornalista” como Mônica Bérgamo para falar, piora muito as coisas. Notória militante comunista, parcial, desonesta intelectual, quando convém à “causa”. Não satisfeito de produzir “M”, fez questão do auxílio do ventilador. De uma baixeza moral assustadora.

Ele está pensando de si mesmo muito acima do que convém. Quem disse que algum candidato carece do apoio dele para ser eleito? Não foi ele que tirou o Marçal do segundo turno, malgrado, toda a campanha difamatória que promoveu. O mesmo sistema que “elegeu” Lula definiu o resultado em São Paulo.

Dada a aversão que a maioria dos cristãos têm ao tal, mais repele votos, que os atrai. Se, como pastor serviu de apoio pontual ao Bolsonaro em momentos difíceis, deveria ter sido leal e guardado isso como “segredo de confessionário”; não lançado ao vento como fez. Porém, no prisma político, não foi de valia nenhuma ao Bolsonaro, que conquistou o que conquistou, apesar dele, não, por causa dele.

Se eu tivesse acesso ao Jair, diria que mantivesse distância segura desse “apoiador”; no prisma espiritual há melhores que ele; que aconselhariam sem o expor; no político, não fariam perder votos como o falastrão em apreço, faz.

Não sou radical a ponto de esposar que um cristão não se envolva em política. Quando os de bom caráter se recusam acabam, necessariamente, governados pelos maus. Somos cidadãos dos Céus e da terra. Cada coisa, pois, no seu lugar. “Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.” Não usamos o púlpito para candidatos pedirem votos, tampouco pedimos, para esse ou aquele; mas os que vêm a nós em busca de oração, e apoio espiritual, encontram.

Se um lado defende valores com os quais os cristãos se identificam, natural que nos identifiquemos. Não é isso ser coerente? O que são as obras da fé, senão, agirmos consoante ao que cremos?

Há muitas fés “walking deads” por aí; dos que afirmam crer em algo, e votam nos que defendem o oposto. Gente que não merece respeito e sabe disso; seus olhos os denunciam, quando encontram alguém verdadeiro. Suas “vitrines baças” mostram que sabem o que fizeram, não conseguem ser espontâneos. O homem que trai a si mesmo dorme com o inimigo e anda sempre em má companhia.

Agora abraçar ao verde hoje, ao vermelho amanhã, ao roxo mais adiante, não é participar de política, simplesmente. Antes, participar no subsolo dos valores, abraçando ao que a má política tem de pior; fisiologismo, jogo de interesses, corrupção.

Não me dá nenhum alento, antes, tristeza ter que falar assim de alguém que um dia me pareceu ser alguma coisa de valor. Deixem esse pavão entregue a si mesmo, o único ser que ele respeita.

Se aplicássemos ao Silas a “regra” aquela de comprar pelo que vale e revender pelo que pensa que vale, nossa fortuna nos faria figurar na revista Forbes; colocaríamos o Elon Musk no bolso.

Certas “bênçãos” é melhor não ter; quando a origem é naqueles que desonram a Deus; “Se não ouvirdes e se não propuserdes, no vosso coração, dar honra ao Meu Nome, diz o Senhor dos Exércitos, enviarei a maldição contra vós e amaldiçoarei as vossas bênçãos; também já as tenho amaldiçoado, porque não aplicais a isso o coração.” Ml 2;2

O lugar das coisas


“Como joia de ouro no focinho de uma porca, assim é a mulher formosa que não tem discrição.” Prov 11;22

A beleza carece certo “acessório”. Uma joia de ouro é linda; todavia, se estiver mesclada à lama, essa beleza perderia seu fulgor, o sentido, até.

As coisas bonitas têm seu próprio lugar. Nalguns casos, o tempo certo para que soem belas. “Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita ao seu tempo.” Prov 25;11 Duas belezas se somam; a coisa certa no tempo certo.

A intenção de alegrar alguém, tem seu momento propício, outros, inadequados; “O que canta canções para o coração aflito é como aquele que se despe num dia de frio, ou como o vinagre sobre salitre.” Prov 25;20 Contaríamos uma piada a alguém que chora ao lado de um morto? Nesse caso a hora é de empatia, consolo.

Aparatos de beleza estética, ou atitudes de beleza moral, sentimental, têm sem tempo oportuno, bem como o lugar. Se, divorciados desse consórcio, perdem o apelo das suas qualidades, pela imperícia de quem viu as coisas apenas em parte, esquecendo algo igualmente importante.

“Não convém ao tolo a fala excelente; quanto menos ao príncipe, o lábio mentiroso.” Prov 17;7 Agora, coisas que deveriam estar divorciadas, e eventualmente aparecem casadas.

Pode um tolo se exibir numa fala excelente? Claro! Qualquer um pode aprender expressões mais rebuscadas, citar frases de profundo saber; apenas, por acreditar que esses “fogos de artifício” atrairão atenções para si.
Porém, terminada a explosão, dispersas as fagulhas, o sujeito voltará ao escuro; os que foram atraídos a ele facilmente notarão o engodo, o que piorará a situação do “filósofo”. 

Por isso, o conselho: “Até o tolo, quando se cala, é reputado por sábio; o que cerra seus lábios é tido por entendido.” Prov 17;28 Mesmo quem sabe algumas coisas, eventualmente enxerga mais proveito em calar que expressar o que sabe.

Mais sério é sobre as coisas de Deus, cuja interpretação requer algum preparo. Muitos que, ainda desconhecem seu idioma pátrio se colocam a versar sobre escatologia, doutrina, ortodoxia, evidenciando crasso despreparo pra isso. Paulo aconselha: “... em nós aprendais a não ir além do que está escrito, não vos ensoberbecendo a favor de um contra outro.” I Cor 4;6 Equacionam predileções, costumes, com Palavra de Deus, como se fossem frutos do mesmo baraço.

“Não convém... ao príncipe, o lábio mentiroso.” No caso do tolo, a limitação vem antes e a excelência, depois. Agora inverte-se; a excelência vem antes, o sujeito é um príncipe, ocupa um lugar alto. No entanto, fala segundo a mais vil baixeza moral; com lábios mentirosos. Excelência associada a um tolo está fora de casa, tanto quanto, a mentira nos lábios daquele que se assenta em lugares altos.

Infelizmente, como cantou Elis Regina, está cada vez mais baixa a alta sociedade. Isaías anteviu: “A terra pranteia e murcha; o mundo enfraquece e murcha; enfraquecem os mais altos do povo da terra.” Is 24;4

Há tantos príncipes em cadeiras presidenciais, nobres assentos em altos tribunais, que são indignos de se assentar à mesa com um trabalhador braçal, de vida digna. Malgrado, a nobreza do lugar que ocupam, a vileza do caráter ostentado os enlameia, como a porca vista no início, com sua joia de ouro, em seu habitat favorito.

Os convertidos a Cristo, são guindados de um lugar sujo para outro, nobre; “Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs meus pés sobre uma rocha, firmou os meus passos. Pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos o verão, temerão, e confiarão no Senhor.” Sal 40;2 e 3

Não apenas nosso falar deve ser condigno à nossa posição em Cristo; sobretudo, o agir. Ao nos dizermos cristãos, querendo ou não, invocamos sobre nós, O Nome que é sobre todos os nomes, não apenas pelo Seu Excelso poder, mas também pela Sua Justiça e Santidade.

Assim, o mero proferir esse Excelente, deve ser acompanhado de uma postura de temor, de um viver que O honre; “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

Não importa a sujeira que nos circunde; devemos andar entre ela sem nos contaminar, se somos deveras, de Cristo. Como o sol passeia sobre fétidos pântanos, leva luz e calor e não se suja, assim deve ser nosso proceder entre pessoas de má postura. Quanto piores forem, mais notória se fará a diferença.

“Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;16

sexta-feira, 11 de outubro de 2024

Os perdoados


“Bem-aventurado o homem a quem O Senhor não imputa o pecado.” Rom 4;8

Essa ventura não vem sobre os que não pecam; senão, teria que regressar sem uso, por falta de destinatário. “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;” Rom 3;23

O venturoso em apreço é aquele a quem O Senhor não imputa pecado, mesmo tendo-os cometido; e todos temos bastante. Os que, ouvindo o chamado do Evangelho e nele crendo mudam de vida, seus passos errados são apagados; desde então, são reputados justos, pela justiça de Cristo que lhes é atribuída. Sua submissão incondicional, é sua “morte”; autonegação, em demanda da vida espiritual prometida; “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte?” Rom 6;3

Mesmo após convertidos ainda pecamos muito, infelizmente. Por ocasião da conversão, passamos a ter dupla natureza; “O que é nascido da carne é carne; o que é nascido do Espírito é espírito.” Jo 3;6

Da carne Palavra diz: “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à Lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;7 Do espírito, porém, o apreço é outro: “Qualquer que é nascido de Deus não comete pecado; porque Sua semente permanece nele; não pode pecar, porque é nascido de Deus.” I Jo 3;9

Assim, esse que não pode pecar, o espírito regenerado, disputa nossa atenção com aquela que não pode se submeter, a carne. Nossa escolha quanto à qual curso seguir é que determina para onde iremos; “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.” Rom 8;1 e 2

Pois, os que nasceram de novo da Água e do Espírito, já não pecam sem dor, sem constrangimento como faziam antes. Cada vez que nos arrependemos e confessamos nossos erros, com intento de os deixar, somos perdoados, readmitidos sob a reputação de justos.

Afinal, o pecador não é salvo porque para de pecar; antes, porque começa a crer. A única forma válida de crer é permitirmos que aquilo que aprendemos ser a vontade do Senhor para nós, molde nosso agir, para que nossa fé dê sinais de vida. “Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, também a fé, sem obras é morta.” Tg 2;26

Avaliar-me ante À Palavra de Deus, é como colocar minha alma diante de um espelho que a reflete. Se eu não me deixar corrigir segundo as imperfeições que o reflexo me mostra, qual o sentido de eu ouvir ainda, à Palavra do Senhor? “Porque, se alguém é ouvinte da palavra, não cumpridor, é semelhante ao homem que contempla ao espelho o seu rosto natural; porque se contempla e vai-se; logo se esquece de como era.” Tg 1;23 e 24

Não temos nenhum mérito para ser salvos; “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie;” Ef 2;8 e 9

Porém, uma vez salvos somos chamados a um modo de agir coerente com a fé que professamos; “Porque somos feitura Sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 2;10

Somos reputados justos, sem sermos; porém, desafiados à santificação, novo modo de vida, por causa do Santo Nome que invocamos; “De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela Glória do Pai, assim andemos em novidade de vida.” Rom 6;4

Se, a ventura vista, deriva da Graça de Cristo, Seus méritos atribuídos a nós, também há bênçãos prometidas aos que, tendo sido salvos, se mostram zelosos de Deus, evitando situações e ambientes que o desonram, enquanto buscam aprender inda mais do Eterno. “Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, tem seu prazer na Lei do Senhor, e na Sua Lei medita de dia e de noite.” Sal 1;1 e 2

Se, com a primeira ventura não tivemos nada a ver, nossos pecados não foram imputados, pela Graça do Salvador, com essa, a de fazer as boas escolhas por amor a Ele, somos convidados a nos comprometer.

Afinal, desde outrora, O Senhor ensina: “... aos que Me honram honrarei, porém os que Me desprezam serão desprezados.” I Sam 2;30

Assim, poderíamos parafrasear o dito, assim: Feliz o homem, que, tendo sido perdoado, persevera em obediência e santificação.

quinta-feira, 10 de outubro de 2024

Ad ventos de doutrina


“Tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração; encontrareis descanso para vossas almas.” Mat 11;29

Troquemos descanso, pela sua forma hebraica “Shabat”, e teremos: “encontrareis sábado, para vossas almas.” Sábado da Antiga Aliança, era um dia de repouso para o corpo. O de Cristo traz repouso para a alma.

Aceitá-lo submetendo-se a Ele significa repousar da vida que antes levávamos. “Porque aquele que entrou no seu repouso, ele próprio repousou de suas obras, como Deus das Suas.” Heb 4;10

Quando os judaístas tentaram “engessar” O Senhor ao repouso aquele, objetou: “O sábado foi feito por causa do homem, não o homem por causa do sábado.” Mc 2;27 “O Filho do homem até do sábado É Senhor.” Mat 12;8 “... Meu Pai trabalha até agora, e Eu também.” Jo 5;17 etc.

Para quem desejava O Senhor submisso a “Moisés”, A Palavra ensina a distância que há entre um e Outro; “Porque Ele é tido por digno de tanto maior glória que Moisés, quanto maior honra que a casa tem aquele que a edificou. Porque toda casa é edificada por alguém, mas o que edificou todas as coisas É Deus.” Heb 3;3 e 4

Se alguém desejar descansar no sábado, sem problema; “Um faz diferença entre dia e dia, outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente seguro em sua própria mente.” Rom 14;5

Agora, quando alguém começa a colocar o sábado como “selo de Deus”, sua guarda como a marca distintiva do “remanescente fiel”, então começamos a ter problemas. A Palavra não ensina assim. Quanto ao selo é categórica: “Não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados...” Ef 4;30

Quanto à “marca” dos que são de Cristo, um modo de agir avesso ao pecado; “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

Se o sábado fosse algo periférico, de importância menor, como alguns pretendem parecer, para efeito de consumo externo, não receberia vídeos de destaque, cortes selecionados, quando um não adventista fala dele como sendo o dia estabelecido pelo Senhor, na Antiga Aliança.

Internamente ensinam “evangelizar” cristãos para que esses se tornem adventistas; pois, segundo creem, apenas o adventismo é fiel, os demais estão em “Babilônia.”

Se Tivessem de fato, encontrado descanso para a alma, não estariam dando esse peso desmedido ao descanso do corpo. Depois se ofendem quando alguns os chamam de seita. Duas características das seitas: Só eles são salvos; apenas eles sabem a verdade. Não querem ser chamados de sectários? Deixem de agir assim.

Quando A Palavra se refere aos fiéis como sendo os que têm os Mandamentos de Deus e os guardam, esquecem que Jesus É Deus; foi Ele que ordenou: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que Eu vos tenho mandado...” Mat 28;19 e 20

Ter a Lei como meio de salvação é cair da Graça; “Separados estais de Cristo, os que vos justificais pela Lei; da graça tendes caído.” Gál 5;4

A Lei cobria pecados a espera do Sangue que os tiraria. Sua “purificação” era ritual, externa, atinente à carne. Cristo vai mais fundo; “Porque, se o sangue dos touros e bodes, a cinza de uma novilha esparzida sobre os imundos, os santifica, quanto à purificação da carne, quanto mais o Sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus Vivo?” Heb 9;13 e 14

Não temos mais, um dia para lembrar de Deus; antes, novidade de vida espiritual, para servir em tempo integral. “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte? Fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos em novidade de vida.” Rom 6;3 e 4

Os que querem guardar o sábado, não esqueçam do Ano sabático. Seis anos de trabalho e um de folga. “Seis anos semearás tua terra, seis anos podarás a tua vinha e colherás os seus frutos; porém ao sétimo ano haverá sábado de descanso para a terra, um sábado ao Senhor; não semearás teu campo nem podarás tua vinha.” Lev 25;3 e 4

Tiago ensina: “Qualquer que guardar toda lei, se tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos.” Tg 2;10

Na Graça de Cristo, as coisas mudam; “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós...” Gl 3;13

Medo de ser livres


“Os lábios do justo apascentam muitos, mas os tolos morrem por falta de entendimento.” Prov 10;21

Esse apascentar significa mostrar caminhos que conduzem à paz. Ensinos que são para a alma, como a pastagens às ovelhas. Paz com Deus. As relações interpessoais conflitam, justo por uns terem essa paz, outros, não. “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo...” II Cor 5;19

Não significa que esses apascentadores sejam meros loquazes ensinando uma coisa e fazendo outra. Há muitos assim, infelizmente. A qualidade do apascentador em apreço, “justo”, requer que use os “remédios” que prescreve; viva da maneira preceituada.

É recorrente a advertência que, a luz que temos deve moldar nossa caminhada; “Se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e O Sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo o pecado.” I Jo 1;7 A comunhão uns com os outros, refere-se aos que andam na luz. Com os demais temos diferenças.

“... tolos morrem por falta de entendimento.” Até que o homem entenda sua situação de perdido, alienado do Criador, não desejará ser salvo; sua possibilidade de movimentos, de pecar a torto e a direito é a noção de “liberdade” dos que são prisioneiros nas garras dos vícios.

Quando O Salvador propôs liberdade aos que O escutavam, eles objetaram; disseram com todas as letras que já eram livres. “... Somos descendência de Abraão, nunca servimos a ninguém; como dizes Tu: Sereis livres?” Jo 8;33

Sua presumida liberdade era hereditária; somos descendência de Abraão, o povo eleito. “nunca servimos a ninguém”; uma falácia da grossa. Naquele tempo eram vassalos dos romanos que dominavam sobre eles; seus antepassados foram serviçais dos egípcios, babilônios, persas...

Sem contar que a liberdade oferecida pelo senhor era de cunho espiritual, não civil.
Assim, eram servos de satã, o pai da mentira, da carne que indispõe contra Deus, escravos do pecado. “Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é servo do pecado.” V 34

A quem pertencemos, não são nossos lábios que evidenciam; antes, as ações. “Não sabeis que, a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para morte, ou da obediência para justiça?” Rom 6;16

É fácil alguém, ao ser tributário de um governo estrangeiro entender que é servo do tal; a servidão ao pecado é uma prisão enganosa, pelo concurso do prazer que droga ao prisioneiro e tolhe que ele veja as coisas como são.

Temos algumas galinhas poedeiras numa casinha no quintal de casa. Outro dia, minha esposa após recolher os ovos esqueceu a portinhola aberta; quando percebeu estavam todas entre as verduras da horta. A grade frontal do terreno é esparsa; permite que uma galinha passe por entre as barras; poderiam ir pra rua. E agora, pensou. Quando voltou à casinha, para travar a porta aberta, meio sem esperança de as conseguir prender outra vez, todas automaticamente correram e entraram sozinhas.

Estavam acostumadas a receber água e ração, quando acontecia aquele movimento; então, voltaram apressadas para a “liberdade” delas.

A maioria dos pecadores se comporta assim. Em Cristo, horizontes amplos nos são oferecidos; salvação eterna, dons espirituais, reconciliação, comunhão com Deus, discernimento espiritual, fim do medo da morte, regeneração da consciência, etc.

Como no “Mito da Caverna” de Platão, aos que estão acostumados ao engodo das sombras, qualquer que falar de uma luz superior soará como um farsante, uma ameaça.

Por que tamanha amplitude, se os “bichos” têm uma ração diária de “comida” de prazeres malsãos; bebem suas águas, malgrado, não vão um centímetro além das carências orgânicas? Por que desejar Água da Vida pra sede da alma, quando essa pode ser maquiada com os prazeres? Por não entender essas coisas, ou se recusar a entendê-las, muitos preferem a “gaiola” de Satã.

Folgam quando algum “cristão” escandaliza; quando alguém posta um “ensino” atacando À Palavra de Deus, como se o fato de existir outros na mesma doença lhes trouxesse saúde. “... larga é a porta, espaçoso o caminho que conduz à perdição; muitos são os que entram por ela;” Mat 7;13

“... Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis Meus discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Jo 8;31 e 32

Desgraçadamente, quanto mais aumenta a adversidade pela urgência do Capeta, quando mais difícil se mostra a porta estreita, cresce a limitação obtusa do povo que, não apenas nas coisas espirituais anda no escuro; até nas culturais, intelectuais, se faz caudatário de “produtores de conteúdo” para conjuntos vazios.

“Não alcançamos a liberdade buscando a liberdade, mas sim a verdade. A liberdade não é um fim, mas uma consequência.” Leon Tolstói

quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Há tortos e há direitos


“Atenta para a obra de Deus; porque quem poderá endireitar o que Ele fez torto?” Ecl 7;13

A Criação Divina. “Atenta para a Obra de Deus...” Uma árvore, uma raiz, o curso das águas em direção aos locais mais baixos, estejam esses na direção que estiverem, quem poderia fazer com que, tais “leis” se comportem de modo diferente? Nesse sentido, “O que foi é o que há de ser; o que se fez, isso se fará; nada há de novo debaixo do sol.” Ecl 1;9

Desde o começo a natureza recebeu uma ordem clara: “Reproduza conforme sua espécie.” Isso, cientistas chamam de determinismo biológico; além de deter os seres restritos a uma “mesmice”, também traz a negação da Teoria da Evolução, a qual, deveria ter sido abandonada desde a descoberta do DNA, com seu rígido e imutável código para transmitir às espécies, as mesmas caraterísticas sempre.

Entretanto, a questão aquela, “Quem pode endireitar o que Deus fez torto?”, não raro, é usada fora do lugar, onde se torna uma farsa, uma falácia. “Uma coisa boa não é boa, fora do seu lugar”. Spurgeon.

Jesus Cristo padeceu pelos nossos pecados, para remir aos que, crendo se arrependem e mudam. Certa vez ouvi o ator Woody Allen dizer: “Se Cristo morreu pelos nossos pecados, seria tolice deixar de cometê-los.”

A Palavra é categórica sobre os que, tendo recebido a Cristo e Dele aprendido, depois retornam ao lixo sem valorar devidamente a salvação, põem suas vidas em risco; “Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, provaram o dom celestial, se fizeram participantes do Espírito Santo, provaram a boa Palavra de Deus, as virtudes do século futuro e recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; pois, assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus e O expõem ao vitupério.” Heb 6;4 a 6

Tendo sido iluminados, nos convém andar na luz, não quebrar à lâmpada como tantos fazem.
Não é de bom tom zombarmos do Salvador, profanar às coisas santas. Estaremos brincando com nossas próprias vidas, colocando-as a perder.

Todos são convidados à salvação em Cristo; isso requer, aprender Dele e obedecê-lo; ninguém é forçado, caso não queira. Porém quem quiser, não fique apenas no vazio reino das palavras, no comodismo suicida de ouvir e não praticar, sob pena de edificar sua casa espiritual sem fundamento.

Nosso falar, ser e agir, devem apontar todos na mesma direção. “O que ouve e não pratica é semelhante ao homem que edificou uma casa sobre terra, sem alicerces, na qual bateu com ímpeto a corrente, e logo caiu; foi grande a ruína daquela casa.” Lc 6;49

Paulo denunciou aos dos seus dias, cuja teoria estava certa, porém a prática divorciada de Cristo. “Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis, desobedientes, e reprovados para toda boa obra.” Tt 1;16

Endireitando nossas vidas, juntamente nossa percepção também melhorará; seremos capacitados a ver além dos fenômenos. Não careceremos mais dizer que Deus escreve por linhas tortas; Ele as fez retas; “Quem é sábio, para que entenda estas coisas? Quem é prudente, para que as saiba? Porque os caminhos do Senhor são retos; os justos andarão neles, mas os transgressores neles cairão.” Os 14;9

Eventualmente escutamos gente falando: “Sempre fui assim, e sempre serei; nunca irei mudar.” Só os perfeitamente sábios e os tolos não mudam; aqueles porque não precisam; esses, porque não conseguem. Estão seguros que sua estupidez é boa; como se fosse luz.

Nesses casos, nem os mais profundos, completos argumentos lograrão êxito. Spurgeon dizia: “Basta um homem para levar um cavalo até às águas; cem homens não são suficientes para força-lo a beber.” Salomão sentenciou: “Tens visto o homem que é sábio aos seus próprios olhos? Pode-se esperar mais do tolo que dele.” Prov 26;12

Conversão é um desafio a negarmos a nós mesmos por Cristo, mudando radicalmente de vida; santificação é um trabalho diário do Espírito Santo em nós, demandando que abandonemos pouco a pouco os maus hábitos de antes.

Muitos se escudam no “eu nasci assim, e se Deus me fez assim, não preciso mudar”; pode parecer, tal afirmação, conexa com texto que questiona: “Quem pode mudar o que Deus fez torto?” mas, não tem nexo nenhum. O verso aquele, refere-se à natureza, como vimos.

Quanto ao homem, aborda estritamente, um pouco adiante: “Eis aqui, o que tão-somente achei: que Deus fez ao homem reto, porém eles buscaram muitas astúcias.” Ecl 7;29

Todos nascemos tortos, espiritualmente, por causa da queda; mas, somos desafiados a não seguir assim: “Meus olhos estarão sobre os fiéis da terra, para que se assentem Comigo; o que anda num caminho reto, esse Me servirá.” Sal 101;6

domingo, 6 de outubro de 2024

Quem mudou?


“Porque Eu, O Senhor, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos.” Ml 3;6

Críticos da Palavra de Deus pegam incidentes antigos, não mais encontráveis no Novo Testamento, como provas que Deus muda; ou, que a Bíblia seria livro humano; mero compêndio rabínico que foi aperfeiçoado ao longo dos anos.

Coisas permitidas em dias insipientes da humanidade, atinavam às humanas limitações; como Sua Revelação foi progressiva, à medida que nos fazia ver mais, as exigências subiram também. “... Se fôsseis cegos, não teríeis pecado; mas como agora dizeis: Vemos; por isso vosso pecado permanece.” Jo 9;41

Mudou o tratamento para conosco, exigindo posturas mais altas, demandando que andemos melhor; não significa que O Eterno tenha mudado. Paulo reitera a imutabilidade Divina: “Se formos infiéis, Ele permanece fiel; não pode negar a Si mesmo.” II Tim 2;13

Outros usam como argumento, que Deus mandou Jonas a Nínive, com uma mensagem de juízo terminal contra eles; quarenta dias mais, e tudo seria destruído. O povo se arrependeu, desde o rei em seu trono, ao servo mais humilde; até os animais foram coagidos a participar de uma contrição coletiva; o que, vendo, Deus, suspendeu o juízo.

Se, por lado Ele ama à justiça e aborrece à iniquidade, por outro, é Grandioso em perdoar, como disse Isaías. Assim, quando Seu tratamento muda, não é porque algum câmbio houve na Divindade; antes, houve no humano agir.

O que é o chamado à conversão, senão, um convite àqueles que estão em rota de colisão com o Juízo, para que deixem o caminho do erro e comecem a andar pela vereda da vida? A relação muda, para os que passam por esse processo; saem da condição de inimigos, reconciliados em Cristo e herdam a ventura de filhos de Deus.

“Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando Consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

Nossa finitude, restringe a perspectiva ao agora; queremos entender o porquê, o propósito das coisas de modo imediato. O Eterno age agora em função de um depois, não sofre dos mesmos anseios.

Certa vez, disse O Senhor a Pedro: “O que faço não compreendes agora; mas, entenderás depois.”

Eventualmente, dizemos que “Deus escreve certo por linhas tortas.” Depois, aprendido um tanto mais dos motivos Divinos, observada a vida desde um mirante mais alto, por uma lente melhor, lentamente as “curvas” da Escrita Divina vão se fazendo retilíneas, quando a “pauta” das nossas almas é aperfeiçoada.

A Própria Palavra ensina que coisas necessárias em tempos idos, envelheceram no progresso dos dias; “Agora, conhecendo a Deus, ou, antes, sendo conhecidos por Ele, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir?” Gál 4;9

É o conhecimento de Deus, revelado em Cristo, o alvo supremo da Nova Aliança Nele; o que foi vaticinado por Jeremias, reiterado em Hebreus: “Porque esta é a Aliança que depois daqueles dias farei com a casa de Israel, diz o Senhor; Porei Minhas Leis no seu entendimento, em seu coração as escreverei; Eu lhes serei por Deus, eles me serão por povo; não ensinará cada um a seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece O Senhor; Porque todos Me conhecerão, Desde o menor ao maior.” Heb 8;10 e 11

Enfim, a imutabilidade do Eterno foi apresentada pelo profeta como uma segurança eventual para os maus. “Porque não mudo, não sois consumidos.” Pois, a ação humana tende a ser tão má, que se O Eterno mudar, será para sustar Suas Promessas, e apressar a punição da maldade.

Entretanto, os teólogos liberais, que pretendem a canonização das perversões, esposam que Deus “muda” para pior; pois, relacionamentos que foram tidos como abomináveis em dias que as exigências eram menores, agora que o ser humano pode ver mais longe, aumentando assim a responsabilidade, pretendem que o abominável de outrora, seja canonizado.

Tiago reitera a “mesmice” de Deus associada à pureza e santidade; “Toda a boa dádiva, todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em Quem não há mudança nem sombra de variação.” Tg 1;17

Teria o “Pai da Luzes” ficado míope? o antes abominável se tornado santo? Não! os ímpios dos últimos dias estão a “anos-trevas”, mais escuros que os antigos.

Deus segue igual; o homem piorou muito, infelizmente. “haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas sua eficácia.” II Tim 3;2 a 5