sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

O Rosto Divino


“Quanto a mim, contemplarei Tua Face na justiça; me satisfarei da Tua semelhança quando acordar.” Sal 17:15

Deus É invisível; entretanto, quem tem olhos espirituais poderá contemplar Sua Face, como desejou Davi.

Paulo explicou; “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo e de ninguém é discernido.” I Cor 2:14 e 15

“Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse O revelou.” Jo 1:18

Quando Filipe O desejou ver, O Senhor exortou-o a olhar para Si; “... Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta. Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem Me vê, vê O Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai?” Jo 14:8 e 9

“Eu e O Pai Somos Um.” Jo 10:30
dissera O Senhor. Mais tarde a compreensão de alguns desabrochou: O autor da epístola aos Hebreus disse que Jesus É “... o resplendor da Sua Glória, a expressa Imagem da Sua Pessoa...” Heb 1:3 Da pessoa de Deus.

O Ser Divino pode ser “visto”, entendido pelas Suas Obras, “... Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto Sua Divindade, se entende, e claramente se vê pelas coisas que estão criadas...” Rom 1:20 

Também o homem regenerado, deve fazer Deus “visível” pelos valores escolhidos para pautarem seu agir; “Não se acende a candeia e coloca debaixo do alqueire, mas no velador; dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5:15 e 16

A Face de Deus voltada para alguém era a forma de abençoar, prescrita; “... Assim abençoareis os filhos de Israel, dizendo-lhes: O Senhor te abençoe e te guarde; O Senhor faça resplandecer Seu Rosto sobre ti, e tenha misericórdia de ti; O Senhor sobre ti levante Seu Rosto e te dê a paz.” Num 6:23 a 26

Se, a Face Divina pode ser contemplada na justiça, e voltada para alguém o abençoa, quem foi criado e regenerado em Cristo para ser, de novo, “Imagem e Semelhança” de Deus, precisa, necessariamente, ter a justiça como modo de agir, os valores celestes como parâmetros; para que, sendo abençoado, se torne também uma bênção, para os semelhantes.

É fácil pleitear pela justiça quando a vigência dessa nos beneficia. Porém, convém ao homem justo medir seus direitos com a mesma régua dos seus deveres. Quando o assento da justiça não me favorece, antes, é devido ao meu semelhante para com o qual estou em falta, a justiça segue sendo tão boa quanto era antes.

O Salvador ensinou sobre isso: “Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lhes também; porque esta é a lei e os profetas.” Mat 7:12

Então quem deseja, como Davi, ser semelhante, parecido com Deus quando acordar na ressurreição, comece por praticar essa semelhança. Abandone as parcialidades, os mercantilismos, e aprenda a vencer o mal com o bem. “Sede vós pois perfeitos, como é perfeito vosso Pai que está nos Céus.” Mat 5:48

Sempre que, O Espírito Santo em nossas consciências assinala de modo nítido o que é justo e o que não, a Face Divina nos olha como um pai que ensina ao dileto filho; se vamos agir conforme ou não, aí depende de cada um.

Se alguém imagina que a fé em Deus é uma coisa autônoma que pode ser mantida viva, funcional, sem o concurso da luz da consciência, ainda não entendeu quais sejam suas obras. Tiago adverte: “Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios creem, e estremecem. Mas, ó homem vão, queres tu saber que a fé sem obras é morta?” Tg 2:19 e 20

As obras que a fé demanda são requeridas no tribunal da consciência; o funcionamento de uma e outra estão interligados; “Conservando a fé, e a boa consciência, a qual alguns, rejeitando naufragaram na fé.” I Tim 1:19

Deus volta Sua Santa Face quando nos mostra o que fazer, e nos capacita para tal; nós volvemos a nossa para Ele, quando obedecemos, atuando como Ele deseja.

Ele reclamou de uns que não fizeram assim; “Viraram-me as costas, não o rosto; ainda que Eu ensinava, madrugando e ensinando-os; contudo, eles não deram ouvidos, para receberem o ensino.” Jr 32:33

Enfim, quem deseja ser semelhante ao Santo na vida futura, comece a sê-lo desde agora.
“Quanto a mim, contemplarei Tua face na justiça; me satisfarei da tua semelhança quando acordar.”

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

Ovos no balaio errado


“Porque qual será a esperança do hipócrita, havendo sido avarento, quando Deus lhe arrancar sua alma? Porventura Deus ouvirá seu clamor, sobrevindo-lhe a tribulação?” Jó 27:8 e 9

Dizem que, mais importante que saber as respostas certas é fazer as perguntas certas. Pois, acima temos duas perguntas retóricas, que é desnecessário responder.

Qual será a esperança do hipócrita e avarento, quando Deus demandar sua alma? O Salvador ensinou: “... A herdade de um homem rico tinha produzido com abundância; e arrazoava ele, consigo, dizendo: Que farei? Não tenho onde recolher meus frutos. Disse: Farei isto: Derrubarei meus celeiros, edificarei outros maiores, e ali recolherei todas minhas novidades e meus bens; e direi a minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e folga. Mas, Deus lhe disse: Louco! esta noite pedirão tua alma; e o que tens preparado, para quem será?” Luc 12:16 a 20

Quem jamais viu sexagenários nas filas de loterias sôfregos apostando em busca de “riquezas”? Já os vi muitas vezes, infelizmente. Como dizia Drummond, “Engana-se quem pensa que os bancos escondem riquezas; lá tem apenas dinheiro.”

Quem estudou mais de seis décadas na escola da vida e ainda não aprendeu, temo que nunca o fará. Salomão disse: “Quem amar o dinheiro jamais dele se fartará; quem amar a abundância nunca se fartará da renda; também isto é vaidade.” Ecl 5:10

Paulo ampliou: “Porque o amor ao dinheiro é raiz de toda espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram com muitas dores. Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, segue a justiça, piedade, fé, amor, paciência, mansidão.” I Tim 6:10 e 11

Infelizmente vivemos numa geração que acha que são os coachs que ensinam o caminho para as riquezas; quando, na verdade são os que chamam à vereda da justiça e santificação em Cristo, que devem ser ouvidos. “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem; onde ladrões minam e roubam;” Mat 6:19

De que servirão as prósperas empresas edificadas, nem sempre por meios justos, quais suas valias, quando o dom da vida começar a dar sinais de partida?

O mesmo Salomão aconselhou: “Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento; antes que se escureçam o sol, a lua e as estrelas, e tornem a vir nuvens depois da chuva; no dia em que tremerem os guardas da casa, se encurvarem os homens fortes, cessarem os moedores, por já serem poucos e se escurecerem os que olham pelas janelas; as portas da rua se fecharem por causa do baixo ruído da moedura, se levantar à voz das aves, e todas as filhas da música se abaterem. Como também quando temerem o que é alto, e houver espantos no caminho, florescer a amendoeira, o gafanhoto for um peso e perecer o apetite; porque o homem se vai à sua casa eterna; pranteadores andarão rodeando pela praça;” Ecl 12:1 a 5

“Porventura Deus ouvirá seu clamor, sobrevindo-lhe a tribulação?”
A essa pergunta o próprio Senhor responde: “... porque clamei e recusastes; estendi Minha mão e não houve quem desse atenção, antes, rejeitastes todo o Meu conselho, e não quisestes Minha repreensão, também de Minha parte Me rirei na vossa perdição e zombarei vindo o vosso temor.” Prov 1:24 a 26

O que são os muitos ladrões que orbitam às esferas de poder da nação, senão, amantes do dinheiro, dispostos a vender as almas por ele? A inversão de valores os leva a colocar todos os “ovos” no balaio errado; o deserto de esperança para o porvir, coage-os a apostarem suas fichas apenas nessa vida, a qual dizem curtir, quando, camuflam de modo crasso, seu medo da morte.

Eventualmente, nos botecos da vida se ouve sobre a supremacia do ser, ao ter; dos anéis valerem mais que os dedos; do certo ser certo, malgrado, todos pratiquem o errado; etc.

O problema desses supostos saberes, é que eles brotam em ambientes que os sábios não frequentam, revelando-se assim, quimeras; fábulas etílicas de quem pinta vistosa sinalização horizontal, enquanto finge não ver os sinais verticais.

Desgraçadamente, a vasta maioria dos homens, preocupa-se mais com a aprovação de quem nada poderá fazer por eles, na hora da verdade, que, com Aquele, em cujas mãos estão suas vidas, Deus.

Breve o dinheiro será digital. Apenas números, sobre os quais, o controle não será nosso. Os bens serão do estado totalitário. A quem não tiver Deus, restará o quê? “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.” Is 55:6

Mensageiros fiéis


“O que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros.” II Tim 2:2

A comunicação oral pode sofrer “ruídos” que prejudiquem seu conteúdo. Lembro de uma brincadeira que fazíamos no colégio, chamada “telefone sem fio”. Alguém assentado na primeira fila virava para trás e dizia algo, de forma não muito audível; o próximo virava-se também, e dizia o que tinha entendido; assim, sucessivamente, até o último da fila. As distorções eram enormes. Começava macarrão, e terminava amendoim. Uma forma didática de evidenciar os riscos de passar adiante o que não entendemos corretamente.

Por isso, Paulo requereu de Timóteo que veiculasse o que ele tinha ensinado, mediante homens fiéis e idôneos. Se não fosse assim, poderiam acontecer mesclas danosas como aconteceu entre os gálatas, por exemplo; que, tendo ouvido da Graça, estavam retornando aos reclames da Lei.

Paulo chamou aquela mescla indevida, de “outro evangelho”; cap 1; 8 e 9 Vetou alterar o que não deveria ser alterado: “Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada.” Gál 2:16 “Mas agora, conhecendo a Deus, ou, antes, sendo conhecidos por Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir?” Cap 4:9

No Apocalipse temos uma “escada”, por onde desceu a Divina revelação, sem nenhum prejuízo, pois, todos os “degraus” eras confiáveis. “Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu, para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; pelo seu anjo as enviou, e notificou a João seu servo;” Apoc 1:1

Cristo recebeu de Deus, pelo Seu anjo fez chegar a João; por ele, até nós. Assim, uma cadeia de comunicação idônea preserva a integridade da mensagem; nenhum interesse paralelo concorre; apenas o zelo pela verdade, e o propósito de levá-la ao seu destino.

Todo aquele que comunica, sobretudo, valores espirituais, deve ter bem clara a responsabilidade anexa ao privilégio de ser portador de bens assim.

Por isso, aliás, Tiago desaconselhou o voluntarismo para ensinar, dadas as consequências que concorrem. “Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo. Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, tal é perfeito, poderoso para também refrear todo o corpo.” Tg 3:1 e 2

A missão do pregador é que, além de mensageiro, também é um intérprete da Palavra de Deus. Assim, seu zelo deve ser mais, dado que, sua tarefa requer algo além de, simplesmente entregar algo que outrem escreveu, no devido destino.

Sua fidelidade é um liame moral a tolher que ouse quaisquer alterações ao comunicar aquilo que recebeu. A idoneidade faz o mensageiro capaz, conveniente, para a realização da devida obra. Sem essas qualidades o risco de se usar “diamantes em fundas”, ou de “dar pérolas aos porcos” é muito grande.

Sinais das distorções da mensagem original são evidentes por toda parte, infelizmente. A mensagem original traz: “Arrependei-vos e crede no Evangelho!” “negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.” Não raro, encontramos “Cristãos” advogando o mundano e amoral, “permita-se!” O “humilhai-vos debaixo da Potente Mão de Deus” tem sido cambiado pelo inconsequente “empodere-se”.

O fato de Deus ser amor e aceitar a todos os arrependidos, tem sido falsificado de modo a parecer que Ele aceita tudo. Faltam mensageiros fiéis, e pregadores idôneos; sobram intrometidos despreparados, inchados, em suas carnais compreensões, pervertendo a mensagem, e os fins, do Evangelho.

Desde dias idos, havia falsários travestidos de profetas, cujo alvo era a aprovação humana, não a Divina, aos quais O Eterno denunciou, pontuando Sua rejeição aos tais: “Não mandei esses profetas, contudo eles foram correndo; não lhes falei, mas eles profetizaram. Mas, se estivessem no Meu conselho, então teriam feito o Meu povo ouvir Minhas Palavras, o teriam feito voltar do seu mau caminho e da maldade das suas ações.” Jr 23:21 e 22

O ministério da Palavra é uma empresa honrosa; por isso, a demanda que os ministros sejam fiéis e idôneos.

Se meramente para a nossa salvação, cada um de nós é edificado, “casa espiritual”, como disse Pedro, muito mais, para fim de ministério.
Somos edificados, isso nos faz passivos; não capacitamos a nós mesmos; antes, somos capacitados. Afinal, “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam...” Sal 127:1

Com esses está a Intimidade do Senhor; “O segredo do Senhor é com aqueles que o temem; e Ele lhes mostrará a Sua Aliança.” Sal 25:14

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

Os quase salvos


“Pelas quais Ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza Divina, havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo.” II Ped 1:4

Muitos comportam-se como se a salvação fosse um “seguro de vida” a ser recebido após a morte, que nos estaria reservado além.

Aqui, cada um poderia seguir à sua maneira, citando algum mantra religioso, mas, no fundo, fazendo as coisas conforme os ditames da sua predileção. Sendo uma pessoa “do bem”, no fim, o tal será salvo.

Preciso discordar do sonolento em apreço, e pontuar as razões pelas quais a coisa não é bem assim. A salvação operada apor Cristo, embora sua manifestação cabal será no além, e sua abrangência temporal atinja à eternidade, começa aqui; deve ser evidente, pelos frutos que produz.

Como vimos, os salvos são feitos participantes da natureza Divina, escapam da corrupção do mundo.

Paulo também aludiu às mudanças necessárias nas vidas convertidas; “De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos também em novidade de vida.” Rom 6:4

Antes da inevitável relação com o tempo, a vida eterna atina à qualidade de vida espiritual a ser manifesta, desde já; “Milita a boa milícia da fé, toma posse da vida eterna, para a qual também foste chamado, tendo já feito boa confissão diante de muitas testemunhas.” I tim 6:12

Quem pretende uma fusão, de “renúncias” por Cristo, com o concurso dos prazeres, deixa patente uma dubiedade doentia, por trair a si mesmo; pois, mesmo estando convencido no entendimento, ainda recalcitra em obedecer, refém de uma vontade enferma.

Sua enganosa ambiguidade pretende rotular-se de Cristo, sem a ousada e santa resolução de separar-se da corrupção pecaminosa.

O mesmo Pedro apreciou a sina de alguns que, tendo começado bem, retrocederam, voltaram às coisas de antes, sem permitir que o conhecimento de Cristo operasse a transformação necessária.

“Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se, lhes o último estado pior que o primeiro. Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado; deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao próprio vômito, a porca lavada ao espojadouro de lama.” II Ped 2:20 a 22

Essas “conversões”, onde, o sujeito piora invés de melhorar, passam longe de ser a transformação que Jesus Cristo opera nos Seus. Vejamos: “Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs meus pés sobre uma rocha, firmou meus passos. Pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos o verão, temerão e confiarão no Senhor.” Sal 40:2 e 3

Sempre que, um “convertido”, invés da novidade de vida que salta aos olhos, se põe a pleitear por “atualizações” edições À Palavra, fatalmente exibe traços dessa ambiguidade doentia, para a perda própria, comum em seres de corações dúbios.

“Chegai-vos a Deus, Ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; vós de duplo ânimo, purificai os corações. Senti vossas misérias, lamentai e chorai; converta-se vosso riso em pranto, e vosso gozo em tristeza. Humilhai-vos perante o Senhor, Ele vos exaltará.” Tg 4:8 a 10

A conversão demanda um cabal, “negue a si mesmo”; não deixa por menos. Quem acredita que cascalho e diamantes possam ser produtos da mesma bolsa, desconhece, um e outro.

Não é possível alimentar o lobo e manter viva a ovelha. O ganho da vida eterna em Cristo, demanda a perda da vida natural segundo os reclames da carne. Simples e sério assim; “Porque, qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas qualquer que, por amor de Mim, perder sua vida, a salvará.” Luc 9:24

Porque a obediência a Cristo e Seus preceitos é indispensável, para os salvos, a carne não pode participar da festa; ela estragaria tudo, poluindo pela sua corrupção, às coisas santas. “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, e nem pode ser. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus.” Rom 8:7 e 8

Embora nesse mundo ímpio, programado para se rebelar contra Deus, “tolerância e inclusão” sejam verbetes da moda, diante do Eterno a figura muda. 

Ele “Sofre intolerância ao pecado;” “Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal...” Hc 1;13 E fez da vereda da salvação algo bem exclusivo; “Eu sou O Caminho, A Verdade e A Vida; ninguém vem ao Pai, senão por Mim.” Jo 14;6

terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

Os profetas doentes


“Qualquer homem da casa de Israel que degolar boi, cordeiro, ou cabra, no arraial, ou quem os degolar fora do arraial, e não os trouxer à porta da tenda da congregação, para oferecer oferta ao Senhor diante do tabernáculo do Senhor, a esse homem será imputado o sangue; derramou sangue; por isso será extirpado do seu povo;” Lev 17:3 e 4

Instruções contra o egoísmo, no estilo dos “desigrejados”, existiam desde quando a “igreja” ainda era o tabernáculo. Era tolhida a escolha particular, passando por cima das prescrições dadas para o exercício do sacerdócio levítico; portanto, os individualistas da atualidade têm, além dos vetos no Novo Testamento, esses precedentes antigos, tolhendo a separação, onde, Deus anela o culto coletivo.

Em provérbios temos: “Busca satisfazer seu próprio desejo aquele que se isola; se insurge contra toda sabedoria.” Prov 18:1

A pior consequência da individualização das coisas que deveriam ser coletivas, é que o indivíduo acaba afrontando, quem as ordenou. “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem seu caminho; nem do homem que caminha o dirigir seus passos.” Jr 10:23

Não importa se alguém faz isso ou aquilo, “em Nome do Senhor”. Se o faz de modo avesso ao que foi prescrito pelo Criador, sua fonte é espúria. “... todas as minhas fontes estão em ti.” Sal 87:7

A adoração coletiva, congregacional sempre foi vista com os melhores olhos, como um fator a contribuir para a bênção do Eterno. “Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união. É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Arão e desce à orla das suas vestes. Como o orvalho de Hermom; como o que desce sobre os montes de Sião, porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre.” Sal 133:1 a 3

Não significa que devamos nos unir atabalhoadamente, com quaisquer pessoas ou credos, fazendo da união uma coisa sagrada em si. Não sejamos extremados assim. O que Deus preceitua é, antes, unidade que união. “Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em Mim, e Eu em Ti; que também eles sejam um em Nós, para que o mundo creia que Tu Me enviaste.” Jo 17:21

A unidade prevê sintonia de valores, doutrina, senhorio, crença... embora, cada um possa ter sua individualidade, essa não deve ser exercida no prisma espiritual; apenas, no particular.

“Procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz. Há um só corpo, um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus, Pai de todos, o qual é sobre todos, por todos e em todos vós. Mas a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo.” Ef 4:3 a 7

Frustrações acontecem diuturnamente no seio cristão; mas, a solução tencionada pelo Salvador foi a busca do concerto, não, a separação. “... se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; se ele se arrepender, perdoa-lhe.” Luc 17:3

Essa tolice onde alguém “descobriu” que, por sermos “Templos do Espírito Santo”, a Igreja somos nós e “não precisamos congregar”, é de uma infantilidade que dá pena. Igreja vem de Eclésia, assembleia.

Já ouvi falar no “exército de um homem só”; agora temos assembleias de um homem só. A Palavra de Deus é categórica: “Não deixando nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.” Heb 10:25

Sofrer com o concurso dos maus testemunhos e dos escândalos faz parte do “pacote” que recebemos em Cristo. “Porque a vós foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer Nele, como também padecer por Ele.” Fp 1:29

Quem coloca seus melindres, ressentimentos acima dos deveres em Cristo, pretende, antes, ser servido que servir.

A maturidade espiritual se mostra de outra forma, como ensina Paulo: “Irmãos, se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais, encaminhai o tal com espírito de mansidão; olhando por ti mesmo, para que não sejas também tentado.” Gál 6:1

Sempre os “desigrejados,” saem, porque as igrejas não estão “à altura dos valores deles”, já que são tão brilhantes assim, acima da média, por que não permanecem entre os “doentes” espirituais, ajudando na cura?

Na verdade, o homem ímpio costuma ser um traidor de si mesmo, cego quanto à própria hipocrisia. Se, são mesmo, “Templos do Espírito Santo”, por que, O Espírito que inspirou À Palavra que manda congregar, a eles “fala” o contrário?

O pior dos falsos profetas é o que falseia suas doenças, rotulando-as de saúde.

domingo, 11 de fevereiro de 2024

O livramento


“Livra minha alma da espada, minha predileta da força do cão.” Salm 22:20

É próprio da poesia hebraica, o paralelismo sinonímico; onde, uma ideia é repetida, com palavras diferentes.

Que tipo de espada seria capaz de ameaçar a uma alma? A palavra alma, aparece na Bíblia com significado de espírito, alma, ou mesmo, vida. “Éramos ao todo, no navio, duzentas e setenta e seis almas.” Atos 27:37 Lucas usou nesse texto, almas, significando vidas. Como toda palavra múltipla, ou ambígua, o contexto imediato é que decidirá em qual sentido ela está sendo usada.

Acima, como a espada seria uma ameaça, parece evidente que o autor falava da própria vida. Livra minha vida da espada, da força do cão.

Caso refira-se à alma, estritamente, aí a “espada” pode ser usada como figura, de uma dor à qual a mesma estará exposta, como disse Simeão a Maria, prevendo a dor que ela sentiria ao ver Jesus, “contraditado”, por levar a “liberdade de expressão” às últimas consequências. “Uma espada traspassará também tua própria alma; para que se manifestem os pensamentos de muitos corações.” Luc 2:35

Não significa que a triunidade do ser humano deixe de existir, porque a “alma” pode ser usada como síntese do todo. Seguimos sendo, corpos, almas e espíritos; “O mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; todo vosso espírito, alma e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.” I Tess 5:23

Reitero, o texto pode se referir à alma mesmo, sendo a “espada” uma figura de linguagem, para tipificar a “força do cão”. Como, A Palavra de Deus, a Verdade é figurada como a “Espada do Espírito,” Ef 6;17 todos os ditos, sugestões, perversões do pai da mentira, podem ser arrolados como a espada dele, uma vez que sua força destrutiva reside aí.

Embora, a essência do corpo seja óbvia, alma e espírito têm diferenças tênues, que escapam ao leigo. Os sentidos do corpo são de domínio público; tato, olfato, paladar, visão e audição; os do espírito não são tão meros assim; intuição, comunhão e consciência; os da alma, mente, emoção e vontade.

Por confundir as próprias motivações com a Vontade de Deus, muitos falsos profetas viçam, pensando que suas “boas intenções” são, necessariamente, coisas boas, apenas porque eles querem. “... Não deis ouvidos às palavras dos profetas, que entre vós profetizam; fazem-vos desvanecer; falam da visão do seu coração, não da boca do Senhor.” Jr 23:16 A visão dos seus corações deriva das suas vontades. Das suas almas, não, do espírito, como num profeta idôneo.

Pelo enganoso engenho das próprias mentes, muitos, privados do necessário temor, medram entregando “em Nome do Senhor”, coisas que O Eterno não ordenou, enquanto, se omitem de entregar o que deveriam. “Não mandei esses profetas, contudo eles foram correndo; não lhes falei, mas profetizaram. Se estivessem no Meu conselho, então teriam feito Meu povo ouvir Minhas Palavras; o teriam feito voltar do seu mau caminho, da maldade das suas ações.” Jr 23:21 e 22

Como, um, cuja mente enganosa o convenceu a buscar aprovação humana mais que a Divina, se atreveria a denunciar a maldade, invés de acenar com facilidades?

A “força do cão” já o cegou e cooptou; tal “profeta” milita pela causa dele, não, pela verdade. A falta de ousadia para crer e ministrar os eficazes remédios amargos de Deus, o fez fugir rumo às enganosas doçuras do cão, de quem se fez agente; “... o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos...” II Cor 4:4

Livrar nossas almas da espada é nos manter iluminados o suficiente, para que não confundamos a luz Divina, com as alucinações do Capeta.

Havendo dúvida entre caminhos contraditórios, basta escolher o mais difícil, para não errar; por duas razões: Uma, a carne se opõe a Deus, invés de obedecer; “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8:7 Duas; O Salvador ensinou que o caminho da vida é o mais difícil; “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição; muitos são os que entram por ela; porque estreita é a porta, apertado o caminho que leva à vida, poucos há que a encontrem.” Mat 7:13 e 14

O livramento Divino é uma luz acesa a mostrar-nos o caminho. O que requer que ousemos trilhar por onde nos foi mostrado que é correto. 

Deus trabalha com sementes; o cultivo, delegou a nós. “Se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo pecado.” I Jo 1:7

sábado, 10 de fevereiro de 2024

Lutando contra Deus


“Ele disse: Quem és, Senhor? Disse O Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões.” Atos 9:5

Recalcitrar: Palavra pouco usada, embora, muito praticada no seu significado; ‘demonstrar resistência para obedecer; não ceder; obstinar-se.’

O Senhor Jesus, ressuscitado, falou isso a Saulo, no caminho de Damasco, aonde ia perseguir à igreja cristã. Poderíamos parafrasear: “É difícil para ti, dares murros em pontas de facas.”

Em seu zelo judaísta, o futuro “apóstolo dos gentios”, pensava estar servindo a Deus, enquanto fazia aquilo. Em dias futuros confessou: “Porque já ouvistes qual foi antigamente minha conduta no judaísmo, como sobremaneira perseguia a igreja de Deus, e assolava.” Gál 1:13

O que vivera na sua ignorância espiritual, usou como diagnóstico da situação dos seus concidadãos que não foram iluminados como ele. “Porque lhes dou testemunho de que têm zelo de Deus, mas não com entendimento. Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, procurando estabelecer sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça Divina.” Rom 10:2 e 3

A ideia de lutar explicitamente contra Deus deveria ser evitada no nascedouro. “Não sejas demasiadamente ímpio, nem sejas louco; por que morrerias fora de teu tempo?” Ecl 7:17

A suposta luta colocaria a perder nossas vidas; um pensador antigo chamado Estobeu, cogitava a perda da honra, no mínimo; disse: “Termina com má fama, aquele que intenta duelar contra o mais forte.”

O Próprio Senhor questionou: Quem estaria apto para essa peleja? “... Quem poria sarças e espinheiros diante de Mim na guerra? Eu iria contra eles e juntamente os queimaria.” Is 27:4

Estabelecida a insanidade da empresa, resta apenas a ignorância como “patrocinadora” dos que a ela se atrevem.

Como Saulo, hoje, há muitos dando murros em pontas de facas, lutando contra Deus, baseados apenas em suas idiossincrasias, jurando que são “apologetas da fé”.

Há ignorantes para todos os gostos, basta breve olhadela nas redes sociais. Ocorre-me uma frase citada pelo Padre Paulo Ricardo, que me parece cirúrgica na análise desses fatos; diz, mais ou menos, o seguinte: “Queres conhecer a estatura, a saúde, a motivação espiritual de alguém? Observe contra o quê, esse está lutando.”

Os que estão lutando contra Deus, na melhor das hipóteses são ignorantes engajados; estúpidos carentes de modéstia; presunçosos.

Temos os que gravam imensos vídeos combatendo o dízimo como instituição superada, o que não se encontra em parte alguma da Palavra. Jesus disse: “... deveis fazer essas coisas...” Mat 23;23

Os desigrejados que, por frustrados com males sofridos nalguma congregação, partiram para a ideia que não carecemos congregar, uma vez que, cada um é “Templo do Espírito Santo.” Como se, isso significasse que cada um é congregação; ou, a palavra fosse omissa quanto a isso; “Não deixando nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.” Heb 10:25

Não bastasse isso, surgiram alguns “preteristas” advogando que o Apocalipse se cumpriu cabalmente no ano 70, o que inclui a volta de Jesus. Como esse evento trará a ressurreição dos mortos, a transformação dos vivos que são Dele, com o estabelecimento de um milênio de justiça e paz, nem gastarei latim “provando” que isso não aconteceu, sob pena de soar ridículo.

Todavia, o mais pernicioso dos desvios, nos quais, os ignorantes enganados e engajados, se atrevem a lutar contra Deus, é o advento das tais igrejas “inclusivas.” Para “cristianizar” o comportamento homossexual, surgiram “pastores” gays devidamente “casados”; hiper dimensionam o amor Divino, em prejuízo da Sua justiça. Deus é amor, aceita a todos. Isso é veraz; porém, fazem parecer que seja sinônimo de “aceita a tudo.” O que é uma crassa mentira.

Se o Papa Francisco aprova isso é problema dele; a Igreja deve ser baseada na Palavra de Deus, não em circulares de ímpia origem, e igualmente ímpio, teor.

Enfim, quem se atreve a fazer de sua escolha particular um ministério, em cima do qual se ocupará, full time, para combater aos que pensam diferente, jurando de quatro patas que está a serviço de Deus, mesmo Sua Palavra contrariando isso, está também, recalcitrando contra os aguilhões; lutando contra Deus, malgrado, convencido que o faz a serviço Dele.

Um erro pontual é apenas isso; uma falha que precisa e deve ser combatida, denunciada; mas, esse não traz como efeito colateral, a negação da doutrina, contra a qual o sujeito errou.

O mau uso do dinheiro da igreja, por exemplo, denuncia às motivações mercenárias de quem peca nisso. Não é a negação da doutrina do dízimo. Assim, os demais errados que, invés de ancorarem seus “barcos” no porto seguro da Palavra de Deus, carecem de algum escândalo para provarem suas “verdades.”