domingo, 19 de novembro de 2023

Cargas vãs


“Teus profetas viram para ti, vaidade e loucura; não manifestaram a tua maldade, para impedirem o teu cativeiro; mas viram para ti cargas vãs, motivos de expulsão.” Lam 2:14

Jeremias chorando entre as ruínas de uma cidade arrasada, e considerando as causas. Os “teus profetas”, há diferença entre um profeta do Senhor, e outro, favorito das predileções humanas. O Eterno não chama para Si, reconhecendo, àquele que não chamara, antes, escolhendo.

Um profeta não é o causador da maldade, necessariamente; as pessoas conseguem ser más, sem auxílio. Contudo, quando alguém surge se dizendo um, presumindo falar da parte do Eterno, porém, invés de denunciar ao que está errado, fala segundo os humanos desejos encorajando-os, então, ele se faz culpado; pois, tendo apresentado seu “diploma de médico”, invés de curar os enfermos, os declara sadios.

“... viram para ti, vaidade e loucura...” Eram também chamados de videntes; mais que pretender ouvir, alegavam ver o que O Eterno fazia, ou, pretendia fazer.

Em determinado momento Jeremias foi levado a denunciar a origem das visões deles; “Tenho ouvido o que dizem aqueles profetas, profetizando mentiras em Meu Nome, dizendo: Sonhei, sonhei. Até quando sucederá isso no coração dos profetas que profetizam mentiras, só profetizam do engano do seu coração?” Jr 23:25,26

Antes de ser um expoente dos Divinos Juízos, um profeta idôneo deve ser um consumidor; digo, precedendo o ensino sobre o que agrada ao Senhor, deve mostrá-lo em seu modo de viver. Tendo “visões do Senhor” atinentes ao alheio andar, deve aplicar o que supostamente viu, primeiro, ao próprio caminhar. Como disse Paulo: “Estando prontos para vingar toda desobediência, quando for cumprida vossa submissão.” II Cor 10;6

Aqueles passavam longe disso. “Nos profetas de Jerusalém vejo uma coisa horrenda: cometem adultérios, andam com falsidade, e fortalecem as mãos dos malfeitores para que não se convertam da sua maldade; eles têm-se tornado para mim como Sodoma, seus moradores como Gomorra.” Jr 23:14

“Cães orando por chuva de ossos, ou ratos, pela precipitação de queijo”, como disse Gibran. Cada um, apresentando “Deus” segundo suas perversas inclinações.

“... não manifestaram tua maldade para impedir teu cativeiro...” Falarmos da parte do Eterno manifestando à maldade dos que se alienam Dele não é missão simpática, agradável. Jeremias, quando chamado, se declarou incapaz, apenas uma criança. Cap 1;6

Quem se voluntaria para missões difíceis, desagradáveis, não o faz pela disposição amorosa para sofrer altruistamente; mas, pela visão enganosa, que, acena com facilidades inexistentes, atinando mais à reputação, que, à responsabilidade. Da mesma estirpe, muitos “missionários, bispos, e apóstolos” atuais.

Invés de denunciar os errados de espírito, e apontar as mudanças necessárias para se andar segundo O Santo, passam ao largo disso, acenando com “vitórias” e facilidades que O Eterno não tencionou.

Já ouvi muitos desses, acenando em “Nome do Senhor” com uma “grande Obra Ministerial”, em vidas cretinas, que, sequer conseguiam cumprir a palavra empenhada, ou pagar o que compraram a crédito. Como O Senhor faria uma grande obra através desses pulhas que se recusam a ser decentes em coisas mínimas? “... não manifestaram tua maldade...”

“... viram para ti cargas vãs, motivos de expulsão.”
Sim, quem se recusa a colocar a carga devida, o “peso do Senhor”, fatalmente colocará algo fútil no lugar. Quando Jeremias profetizou que o cativeiro em Babilônia duraria setenta anos, um desses falsários aliviou dizendo que seriam apenas dois anos. Acabou morto, sua “facilidade” se revelou falsa; o povo teve que arcar com o tempo que o Profeta do Senhor anunciara.

Se, a obediência à verdade pode ensejar comunhão, com O Senhor, a adoção do engano, da mentira como modo de vida, dá azo à expulsão, pela aversão que O Santo tem a essas coisas.

A maioria dos profetas verdadeiros não se ofereceu voluntariamente; Moisés recusou, Isaías se declarou impuro, Jeremias, uma criança; Jonas fugiu, Amós e Eliseu foram instados a deixar a prosperidade no Agro, por uma vida antipática aos poderosos, e errante; não havia vantagens, só reponsabilidade.

Servir ao Senhor nesse mundo é certeza de oposições, aversões, perseguições... ninguém se voluntaria para essas coisas. É necessário ser chamado.

Nesse tempo, nem os “cristãos” suportam mais, aos mensageiros idôneos; “Virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” II Tim 4:3,4

O mundo pegando fogo, juízo às portas, retorno do Messias iminente; falsários criadores de cargas vãs entregando “vitórias”, “ministérios”, “restituições”, aos sonolentos e incautos, que preferem o agradável ao verdadeiro.

Outra vez, “O Meu povo fez duas maldades: a Mim deixaram, manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm às águas.” Jr 2:13

sábado, 18 de novembro de 2023

Traços da maldição


“... a terra está contaminada por causa dos seus moradores; porque transgredem às leis, mudam os estatutos, e quebram a Aliança Eterna. Por isso a maldição consome a terra...” Is 24;5 e 6

Estios em muitos lugares, deslizamentos, inundações avassaladoras noutros; vulcões, tsunamis, granizo, vendavais, terremotos; terrorismo praticado e aplaudido, guerras...
Basta um olhar aos noticiários para vermos todas essas coisas, em lugares diversos. “... a maldição consome a terra...”

Até, onde as chuvas têm rara incidência, nos países desérticos do oriente médio, Omã, Katar, Arábia Saudita, enchentes têm feito estragos colossais. Do sul do Brasil, desnecessário falar.

Os homens da “ciência” já decidiram, que as causas são derivadas do modo de vida humano, que ensejaria o “aquecimento global”; uma nova conscientização ecológica e alimentar urge, para se minimizar essas coisas. Falam em proibir o consumo de carne, pois, a expansão do Agro seria causadora de desmatamentos; assim, produtos vegetais e insetos deverão fazer parte da dieta vindoura.

Se, a doença é no cérebro, mas o “médico” diagnostica na panturrilha, tem tudo para que, o tratamento prescrito se revele inócuo; a enfermidade se agrave.

Quando O Eterno decidiu punir aos egípcios que escravizaram Seu povo durante 430 anos, Ele usou água, fogo, saraiva, pestes, eclipses, ventos... Os fenômenos “naturais” não são tão naturais assim; quem criou à natureza pode dispor dela, quando, e para o quê, quiser.

Desde a estreia do pecado no mundo, que a terra se tornou amaldiçoada; “... Porquanto, destes ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore... maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida. Espinhos, e cardos também, te produzirá...” Gn 3:17 e 18

Espinhos e cardos não faziam parte da criação original; foi um acréscimo punitivo, pela incidência do pecado.

A natureza em fúria, é uma pregoeira da Ira Divina, em porções pequenas, como um aviso do que virá, quando O Criador julgar.

As causas dos desastres são derivadas do “modus vivendi” nosso, mas, não têm a ver com alimentação; antes, com a rebelião engajada contra O Eterno e Suas Leis; “... transgredem às leis, mudam os estatutos, quebram a Aliança Eterna. Por isso a maldição consome a terra...”

Não faltarão críticos acusando nossa ingenuidade, quiçá, fanatismo, por esposar uma visão assim, tão literal, das Escrituras.

As porções que são alegóricas, metafóricas, similares e escatológicas, o próprio contexto deixa ver. Nenhuma razão há para impormos significados obscuros, aos textos que são claros, de fácil interpretação. Além disso, as partes que vêm em métodos literários especiais, não têm muitas interpretações possíveis, ao bel prazer de cada um. As figuras visam ressaltar algum aspecto da realidade, não, diluí-la.

Sendo o inimigo apresentado como um dragão, ou, serpente, por exemplo, isso não o torna menos diabo, nem menos maligno.

Quando Cristo é figurado como Cordeiro, aponta isso, para o resgate perfeito que pagou por nós; quando, como Leão, refere-se ao Seu Poder Majestoso, de Juiz dos vivos e dos mortos. Nenhuma dificuldade nisso.

Já li “especialistas desmistificando” o que poderia ter ocorrido no Egito, por ocasião das pragas; sempre uma causa “científica” explicaria tudo. Agora, as águas de um lago no Chile se tornaram cor de sangue, como as do Nilo. Estou esperando a ciência se pronunciar.


Enfim, reitero, a doença é na cabeça da humanidade; em quem a maioria escolheu para servir.

Queremos saber as causas desses desastres todos? Acompanhemos o caráter das decisões dos que nos governam; liguemos as televisões nos “realitys shows”, novelas e prostituições diversas; acompanhemos os parlamentos com suas defesas enfáticas do aborto, das drogas, do homossexualismo, da corrupção; quer exemplos mais próximos? Faça uma dezena de tratos com pessoas de tuas relações, baseado apenas na palavra, e confira quantas serão cumpridas. Venda fiado, empreste.

Nada disso surpreende aos “simplórios”; A Palavra de Deus adverte: “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando sua eficácia.” II Tim 3:1-5

Vai piorar muito, antes que melhore. Basta ler as pragas do Apocalipse para ter uma tênue ideia do que virá. A Ira de Deus é plena de justiça.

Os donos do mundo laboram para unificar, a Terra, moeda, religiões... reiniciar o sistema. Haverá uma paz enganosa e breve, antes do juízo. 

Pois, “... quando disserem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição...” I Tess 5:3

Ainda há tempo. Muito pouco, mas, há. “Escapa por tua vida!”

sexta-feira, 17 de novembro de 2023

Loucura de crer


“Porque a loucura de Deus é mais sábia; e a fraqueza de Deus é mais forte que os homens.” I Cor 1:25

Paulo usava ironicamente a apreciação, alheia, para reforço dos seus argumentos. Das duas visões correntes mais incisivas, disse: “Porque os judeus pedem sinal, os gregos buscam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, loucura para os gregos.” Vs 22 e 23

O Salvador multiplicara pães e peixes, os judeus foram a Ele dizendo: “... Que sinal fazes tu, para que o vejamos, e creiamos em ti...” João 6:30 naquele caso, pedir um sinal, não era desejar que O Senhor fizesse algo espantoso que os convencesse de Sua Origem Divina. Ela já tinha feito isso. Era só uma forma cínica de pedir mais pão.

Quanto aos do Sinédrio, a insistência em esperar um “sinal”, não era pelo preenchimento de um lapso que identificasse ao Messias; antes, uma fuga, uma desculpa esfarrapada de quem, não concordando com as reivindicações dele, tentava fazer parecer que o motivo da rejeição era outro.

“... a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3:19,20 

Fazer as coisas à sua maneira e desejar aprovação; uma doença milenar dos pecadores. Pretendem reduzir ao Santo, às suas estaturas; Ele, em Cristo, nos quer regenerar à Sua Imagem e Semelhança.

Qualquer pecador que se aproxima do Salvador, se, invés de reconhecer seus pecados, visa disfarçá-los, maquiá-los, está perdendo seu tempo; traindo a si mesmo. O Amor de Deus manifesto em Cristo, perdoa quem se arrepende; mas, a Luz do Eterno, também revela e confronta. Uma escolha moral, precisa ser feita. Os daqueles dias fizeram a deles. “amaram mais as trevas que a luz...”

Paulo, após pontuar a eloquência das Obras de Deus, em fazer conhecido O Criador, denunciou a escolha perversa: “Porquanto, tendo conhecido a Deus, não O glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram; seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.” Rom 1:21,22 Loucura; sem ironia.

Os judeus que creram, (a igreja começou com eles) não precisavam mais sinais que os que já tinham vivenciado; as lideranças espirituais, do judaísmo, optaram pela perseguição aberta, invés de uma análise honesta dos seus motivos.

Curas espantosas, ressurreições, exorcismos, e tantos feitos milagrosos eram comuns, nos atos dos apóstolos, e de outros menores; sinais sobravam. O que faltava era a índole dócil que aprende, se submete, obedece.

“... os gregos buscam sabedoria...” Para aquele povo, cioso dos seus intelectos investigativos, criadores da filosofia, com uma mitologia rica, cheia de fábulas didáticas e deuses imortais, a ideia de um Deus que fosse mortal, desafiava seu senso lógico. Era “loucura para os gregos.”

Novamente, usando as alheias afirmações, de modo irônico, o apóstolo argumentou: “a loucura de Deus, é mais sábia que os homens.”

Foi para os gregos, filósofos estoicos e epicureus, que Paulo, apresentou O Deus Vivo, totalmente separado da imensa galeria de ídolos vãos que eles cultuavam; “Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, em todo o lugar, que se arrependam;” Atos 17:30

Considerar os filósofos, amantes da sabedoria, como ignorantes, foi uma postura ousada de Paulo; mais, desafiou-os a se arrependerem para perdão dos seus pecados. Esse é o caminho para todos; estudados ou ignorantes, todos carecem do Salvador.

Lendo aos maiores expoentes da filosofia grega, Sócrates e Platão, principalmente, encontramos muitas coisas sábias e boas; valores similares aos bíblicos, até. Porém, nas questões atinentes à santidade, há um abismo. Na “República” encontramos prescrições ao homossexualismo, ao fim das famílias, vilipêndio da dignidade feminina...

O alcance do braço humano em domínios espirituais é pífio. Sem revelação de Deus, nada podemos, como advertiu Jeremias: “... Maldito o homem que confia no homem, faz da carne o seu braço, e aparta seu coração do Senhor!” Jr 17:5

Quem quiser transferir culpas, lavar-se com lama, terá “sabão” de sobra; sempre haverá um “pastor” mercenário, outro que dará escândalo; um “cristão” que não cumpre a palavra nem paga suas dívidas, para fazer o ímpio sentir-se “bem” nos braços dos seus pecados.

Todavia, há milhares de pessoas de vidas, antes, errôneas, que em Cristo, abandonaram os pecados e se tornaram novas criaturas. Quem quer se justificar, pois, olhe para os maus; quem deseja ser perdoado, justificado, a direção do olhar deve ser outra: “Olhai para mim, e sereis salvos, vós, todos os termos da terra; porque eu sou Deus, não há outro.” Is 45:22

quinta-feira, 16 de novembro de 2023

Seriedade do amor


“O Senhor é tardio em irar-se, mas grande em poder; ao culpado não tem por inocente;” Naum 1:3

Três aspectos do Ser Divino: Deus É Longânime, Poderoso e Justo.

“... tardio em irar-se...” longanimidade; capacidade de esperar por muito tempo, aguardando nosso arrependimento; mudança de mentalidade, de atitude. O fato de suportar silente nossas desobediências, não significa que compactue com elas; antes, que está prorrogando nosso tempo, esperando que “caia a ficha” dos nossos erros, mediante aprendizado, consciência, consequências...

A um que, tendo feito uma série de coisas más, imaginou que o silêncio Divino significava aprovação, quiçá, tolerância, O Eterno descreveu seu andar, depois, advertiu: “Quando vês o ladrão, consentes com ele, tens a tua parte com adúlteros. Soltas tua boca para o mal; a tua língua compõe o engano. Assentas-te a falar contra teu irmão; falas mal contra o filho de tua mãe. Estas coisas tens feito, e Me calei; pensavas que era tal como tu, mas Eu te arguirei; as porei por ordem diante dos teus olhos:” Sal 50:18-21

O mais trágico era que, o que fazia essas coisas todas era um religioso; alguém que eventualmente citava porções da Palavra de Deus; “... Que fazes tu em recitar Meus Estatutos, e tomar Minha Aliança na tua boca? Visto que odeias a correção, e lanças Minhas Palavras para detrás de ti.” Vs 16 e 17 Como pode alguém fazer essas coisas todas e seguir “distraído”, como se, o “remédio amargo” da correção fosse apenas para alheios paladares?

A longanimidade amorosa do Pai, que faz com que Seu juízo demore a nos alcançar, invés de ser apreciada prudentemente, muitas vezes tem sido mal interpretada, levando muitos a se perder. “Porquanto não se executa logo o juízo sobre a má obra, por isso o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para fazer o mal.” Ecl 8:11 Invés de gratos a Deus pela Sua bondade, reiteram suas maldades, pagam bem com mal.

“... Grande em poder...” O fato de que O Eterno Pode, não significa que ‘deve’ nem, que quer, fazer algo; opera todas as coisas segundo Seus desígnios, no tempo que Lhe apraz.

Os perversos urinam sobre um Bíblia, rasgam, queimam, blasfemam, deturpam À Palavra; bradam ofensas contra O Nome de Jesus, vilipendiam ao Salvador no Carnaval, como todos temos testemunhado; O Todo Poderoso resolveria tudo num sopro, se, a vingança, o juízo, tivessem Nele, apelo maior que o amor.

Os que, invés de se limitarem à impiedade em particular partem, para a profanação, vilipêndio das coisas santas, mesmo esses, recebem o favor da longanimidade Divina, no intento que encontrem ainda, lugar de arrependimento.

Que graça teria pare Ele, pelejar, “medir forças” com reles vermes como nós? “... Quem poria sarças e espinheiros diante de Mim na guerra? Eu iria contra eles e juntamente os queimaria. Que se apodere da Minha Força, e faça paz comigo; sim, que faça paz comigo.” Is 27:4,5 Invés de pelejar conosco, anseia reconciliar; que façamos paz com Ele.

Invés de punir, deseja nos salvar; Por isso, “o Verbo se fez carne...”; “... Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5:19

“... ao culpado, não tem por inocente.”
Ele prolonga o tempo em Sua longanimidade, esperando pelo arrependimento dos errados de espírito; porém, não alarga à porta estreita.

Tolera, mesmo blasfêmias, dos mais atrevidos; contudo, Sua espera deriva da força do Seu Amor misericordioso, não de uma frouxidão moral, que faria vistas grossas ao pecado, como se, pudesse fingir que o sujo está limpo, em nome do “amor.” Ele ensina e faz distinção entre o santo e o profano; “Deus não rejeitará ao reto; nem toma pela mão aos malfeitores;” Jó 8:20

Como disse Abraão, “Longe de ti que faças tal coisa, que mates o justo com o ímpio; que o justo seja como o ímpio, longe de ti. Não faria justiça o Juiz de toda a terra?” Gn 18:25

Paulo ensinou a sermos prudentes no nosso trato das coisas santas; “Considera a bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; mas para contigo, benignidade, se permaneceres na sua benignidade; de outra maneira também tu serás cortado.” Rom 11:22

Pois, quando a Santa paciência acabar, não adiantará choro nem reza, como foi nos dias de Jeremias: “Tu, pois, não ores por este povo, nem levantes por ele clamor ou oração, nem Me supliques, porque não te ouvirei.” Jr 7:16

Em suma, “O erro dos simples os matará, e o desvario dos insensatos os destruirá. Mas, o que Me der ouvidos habitará em segurança; estará livre do temor do mal.” Prov 1:32,33

quarta-feira, 15 de novembro de 2023

Teoria da salvação

 

“... como Ele clamou e eles não ouviram, também clamaram, e Eu não ouvi, diz o Senhor dos Exércitos.” Zac 7:13

Um povo que recusara a ouvir A Palavra de Deus. Quando falei, não escutastes; quando clamastes, não ouvi; fora a justa retribuição.

Esse utilitarismo sem noção, de presumir que, Deus é bom e útil, quando socorre; desnecessário, irrelevante, quando ensina, corrige, é um egoísmo insano, que tem matado muitos.

Escolher as porções prediletas da Palavra, demandar o cumprimento das promessas, enquanto se ignora as prescrições de obediência e santificação, é uma forma estúpida de trair a si mesmo. Seria O Todo Poderoso, tão ingênuo, a ponto de ser manipulável?

O capeta tentou a Jesus, com o que “está escrito”. O Salvador revidou com o que “Também está escrito”; vetando a escolha seletiva das porções convenientes; afinal, “... nem só de pão viverá o homem, mas de ‘toda’ Palavra de Deus.” Luc 4:4

As pessoas que assim agem, desejam “salvação” das suas aflições, não, das suas almas.

O “negue a si mesmo” indispensável para se pertencer a Cristo, requer que confiemos na diretriz Dele, mesmo que, eventualmente nos leve por lugares ásperos, inóspitos. A fé sadia não nos coloca ao dispor, um resolvedor de problemas; antes, nos leva a níveis de renúncia, tais, que nossas vidas passam a ser problema Dele.

Devemos reiterar nossa escolha por servi-lo, em cada tentação que nos visa desviar; “andar em espírito”; mas, a diretriz não nos pertence mais. “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem seu caminho; nem do homem que caminha, dirigir seus passos.” Jr 10:23

Quando alguém se presume um salvo, deveria agir de modo a evidenciar sua rendição incondicional ao Senhor; não, a parecer que dispõe de um socorrista Poderoso a serviço de suas vontades particulares. A mudança esperável em quem se deixa conduzir, não é no uso de determinados rótulos após sua “conversão”, enquanto, segue pelejando em demanda das mesmas coisas de antes. “Se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5:17

Quem se “converteu”, mas empunha sôfrego sua “senha” na fila da aquisição de coisas, não, na vereda do abandono de maus hábitos, faria bem em duvidar, que está em Cristo. Fomos escolhidos para dar frutos, em santificação, novidade de vida, não para dar “piti”, como uma criança na gôndola dos chocolates puxando a saia da mãe.

Paulo ensina sobre a gravidade necessária; “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte? De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos também em novidade de vida.” Rom 6:3,4

A fé não faz acontecer, necessariamente, o que desejamos; antes, patrocina nossa confiança irrestrita, naquele em quem cremos, mesmo, nos locais e circunstâncias adversas; “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do Seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor; firme-se sobre seu Deus.” Is 50:10

A natureza da fé requer certo curso de tempo, para que sua essência seja verificada. “A verdadeira afeição, na longa ausência se comprova.” Camões.

Sendo “o firme fundamento das coisas que não se vê...” Heb 11;1 Quem fica clamando por alimento para os olhos em nome dela, mostra sua ausência, invés da incidência. “Bem aventurados os que não viram e creram”.

O risco de encomendarmos nossas almas a uma teórica conversão, onde apenas mudamos os meios, em busca das mesmas coisas buscadas pelos ímpios, é que, na reta final nos deparemos com uma teórica salvação, acabando na mesma perdição que aqueles.

Quando pertenço a Cristo, as coisas que me incomodam, não são relevantes mais; antes, as que incomodam a Ele. Nos é dada, paulatinamente, mediante aprendizado em santificação, a “Mente de Cristo”, para que sejamos capacitados a pensar como Ele. Assim, priorizemos os lapsos espirituais, mais que os materiais, como Ele mesmo ensinou: “Buscai primeiro o Reino de Deus, e Sua justiça e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6:33

A credulidade humana que equaciona amor com frouxidão moral, faz presumir um “Deus” assim; que por nos amar, tudo permite. Os falsos profetas fazem fortuna explorando isso; “profetizando” segundo carnais anseios.

Quem atina ao Reino e Sua Justiça, vive e ensina segundo os valores dele. É mais pesado ouvir um assim, que aqueloutros que, espalham facilidades em “Nome do Senhor.”

Nas filosofias de botecos, todos dizem preferir tristes verdades a alegres mentiras; porém, na hora das escolhas, a maioria perde-se após a falsidade agradável, fugindo da áspera vereda da vida.

terça-feira, 14 de novembro de 2023

Ardis do inimigo



“Temo que, assim como a serpente enganou Eva com sua astúcia, sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo.” II Cor 11:3

O que é corromper? A estrutura da palavra traz ideia de uma ruptura conjunta; romper, com. Assim como, pilotar com; faz o copiloto; criar com; o coautor; romper com; o corrupto.

Quem é nosso “sócio” quando nos corrompemos?
O corruptor mor. Ele enganou à primeira mulher, usando uma serpente como “médium”. Semeia sua proposta realçando as “vantagens”, em busca de nossa adesão ao mesmo anseio, para que a ruptura se dê.

Se nossa cobiça ou ingenuidade não lhe abrirem as portas, para seu intento, teremos “resistido ao Diabo”, como a Palavra preceitua.

É certo que ele tem permissão para tentar a todos; não tem poder para nos forçar a fazer o que não queremos; nossa vontade é a “fortaleza” a ser conquistada; o será por Deus, mediante a iluminação amorosa do Espírito e da Palavra; ou, pelo adversário, que sempre atiçará nossas cobiças, com fito de nos associarmos a ele, para corrupção.

Uma vez aceita a sugestão maligna, a própria cobiça será uma traidora, laborando contra nossa saúde espiritual. “Cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; o pecado, sendo consumado, gera a morte.” Tg 1:14,15

A cobiça concebe, porque “transa” com alguém; a sugestão do corruptor. O fruto de tal concepção, invés de um novo ser vivo, é a morte do que se deixa corromper. “... o pecado, sendo consumado gera a morte.”

Para Eva, o inimigo sugeriu que Deus fora egoísta, e mentira; pois, tolhera uma árvore “mágica” que faria o primeiro casal, crescer à Estatura Dele. Mais, que a ameaça de morte em caso de desobediência era uma farsa. O resultado dela ter aceitado isso, conhecemos e sentimos.

O inimigo rompera com O Criador desde dias antigos; então, seduziu à mulher, para que também ela rompesse; assim, estreou a corrupção sobre o planeta.

Conforme sopram os ventos, o inimigo posiciona suas velas; noutras palavras: Tenta-nos, em direção às inclinações que ele vislumbra em nós. Nos que acariciam desejos lascivos, facilita acesso ao sexo; nos que sofrem anseios pela perversão, derruba cercas que a vetam; nos materialistas apegados, oferece meios escusos, para fomento desse apego, etc.

Em quem tem A Palavra Divina como algo caro, perverte à interpretação; quiçá, oferece novas “traduções” para facilitar seu ardil.

Ele labora para corromper nossos sentidos; o zelo na observância da Palavra, sem falsificações, aperfeiçoa em nós o necessário discernimento. “O mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem, quanto o mal.” Heb 5:14

Lendo uma porção do Eclesiastes na “linguagem de hoje” deparei com a seguinte “tradução”: “Empregue o seu dinheiro em bons negócios e com o tempo você terá seu lucro. Aplique-o em vários lugares e em negócios diferentes porque você não sabe que crise poderá acontecer no mundo.” Cap 11;1 e 2

A versão tradicional, à qual acostumei, traz: “Lança teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás. Reparte com sete e ainda com oito, porque não sabes que mal sobrevirá à terra.”

Não é o mesmo ensino em linguagens alternativas? Não. As águas, segundo o Apocalipse são os povos, multidões. Lança teu pão sobre as águas, reparte com sete, oito; pois, não sabes o mal que poderá vir, significa: Seja altruísta generoso, reparta seus bens com quem precisa, pois, não sabes se no porvir, não serás tu que vais precisar. Amor ao próximo, altruísmo, é o resumo.

Na “versão alternativa”, temos o lucro como objetivo, e diversidade de empreendimentos como método, para que o sujeito se encastele inda mais na egoísta “segurança material”.

Amor ao próximo, na “linguagem de hoje” se tornou esperteza comercial visando lucro, materialismo, egoísmo. Eis a sutileza de Satã! Imiscuído nos lugares santos, semeando seu joio enquanto dormem os que deveriam vigiar.

O trabalho dos ministros aperfeiçoados é estarem vigilantes contra esses ardis e combatê-los com devida veemência; “Porque as armas da nossa milícia não são carnais mas, poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo.” II Cor 10:4,5

A “simplicidade que há em Cristo” não é ausência de profundidade nos ensinos; antes, prudência de se manter, no que foi ensinado, sem ceder aos anelos por novidades, nem, aos artifícios que, a pretexto de facilitar à compreensão, pervertem o sentido. “... guarda o que te foi confiado...” I Tim 6:20

segunda-feira, 13 de novembro de 2023

Sinais da Cruz



“Eu, porém, irmãos, se prego ainda a circuncisão, por que sou perseguido? Logo o escândalo da cruz está aniquilado.” Gál 5:11

Desafio ao senso lógico dos gálatas. Tendo Paulo lhes ensinado, baseado na doutrina de Cristo, não na Lei de Moisés, depois da sua saída, apareceram novos “obreiros” requerendo a prática de coisas antigas, como necessárias à salvação; entre elas, a circuncisão.

Soou como fracasso na carreira espiritual deles, desobediência; “Corríeis bem; quem vos impediu, para que não obedeçais à verdade?” Gl 7;7

Aos judeus romanos, explicou que, mais que um ritual exterior, uma mudança de coração e espírito, importa, deveras; “Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem circuncisão a que o é exteriormente na carne. Mas é judeu o que é no interior, e circuncisão a que é do coração, no espírito, não na letra; cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus.” Rom 2:28,29

Foi após ter se rendido a Cristo, que Zaqueu foi tido como “Filho de Abraão”, embora o fosse pelo sangue. Desse, João Batista dissera ser insuficiente; “Não presumais dizendo: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que, mesmo destas pedras, Deus pode suscitar filhos a Abraão.” Mat 3:9 Figura de linguagem mostrando que O Eterno pode pegar coisas desprezíveis e regenerar.

Rituais visíveis, pompa e circunstância da religiosidade podem fazer boa figura entre os homens, receber louvores deles, inclusive; porém, perante Deus, que sonda aos corações, essa encenação nada vale.

Aquela mistura de Lei e Graça não era Evangelho, estritamente; a tal transtorno doutrinário, o apóstolo chamou de “outro Evangelho,” e sentenciou: “Ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema.” Cap 1:8

Por que anjos fariam isso? Eles não. Mas, sabendo quão impressionável é a alma humana ante o que parece sobrenatural, mesmo que espúrio, o canhoto usa essa brecha para semear enganos; “... o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz”. II Cor 11:14

Não obstantes, os reiterados ensinos sobre a incidência dos “prodígios da mentira”, a maioria segue sonolenta, equacionando qualquer coisa com nuances espirituais, como sendo derivada de Deus, necessariamente; não é assim.

Mais que mostrar “sinais”, A Palavra de Deus mostra O Caminho, Jesus Cristo. Sinais seguem como um bônus, onde o vero Evangelho é pregado. “Esses sinais seguirão aos que cerem...” Mc 16;17 Seguirão; irão após à sadia mensagem, não serão a mensagem, como fazem parecer os prodigiosos de mentira.

Quando o inimigo recebeu permissão para tocar nas posses de Jó, foi sedento ao pote e destruiu tudo, de repente; os pastores que viram o fogo do capeta queimando aos rebanhos narraram diferente: “... Fogo de Deus caiu do céu, e queimou as ovelhas e os servos, e os consumiu; só eu escapei para trazer-te a nova.” Jó 1:16

Era um fogo sobrenatural, mas não de Deus; antes, da oposição. Porém, a leitura dos apavorados pastores foi ingênua e precipitada, como ainda é a dos que dão aos “prodígios, profecias e revelações”, um peso de aferidores espirituais, coisa que eles não são.

Antes de aferir por sinais, Deus identifica aos Seus, nas paragens da santificação; “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2:19 O caráter transformado, pois, identifica um cristão; não, a capacidade para enganar e manipular pessoas.

O fato de Paulo ser, diuturnamente, perseguido pelos judaístas, deveria bastar como evidência que sua pregação apontava para a Cruz, não para Moisés. Então, perguntou: “... se prego ainda a circuncisão, por que sou, pois, perseguido?” A conclusão necessária era que, sua pregação era diferente do que desejariam os judaizantes, por isso o perseguiam; pois, se pregasse da forma que eles queriam, a vergonha da cruz seria esquecida. Ou, “... o escândalo da cruz está aniquilado”. Nas palavras dele.

Certas coisas óbvias, não carecem revelação, mais do que, já está dada pela Palavra. O discernimento decorre de sermos bons ouvintes quando ela é ensinada. “Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, é menino. Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem, quanto, o mal.” Heb 5:13,14
Isso contra uns que foram negligentes, quando A Palavra da Vida fora ensinada.

O sinal mais eloquente que Deus opera, é pegar ao ímpio perdido, no lodo do pecado; lavar, transformar, purificar e firmar sobre a Rocha; Cristo. Isso chama atenção, e desperta novas conversões. “... muitos o verão, temerão e confiarão no Senhor.” Sal 40:3