segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Pra onde olhar?


“Os olhos dos que veem não olharão para trás; os ouvidos dos que ouvem estarão atentos.” Is 32;3

À vinda do Rei da Justiça, os capazes de ver distintamente não olhariam para trás. Uma figura de linguagem que significa retroceder; desejar voltar para onde se estava; postura desaconselhada pelo Salvador. “... Ninguém, que lança mão do arado e olha para trás, é apto para o Reino de Deus.” Luc 9;62

Quando anjos retiraram apressados à família de Ló da condenada Sodoma, ordenaram que eles fugissem sem olhar para trás; coisa que a mulher desobedeceu; “A mulher de Ló olhou para trás e ficou convertida numa estátua de sal.” Gen 19;26 Era a estrita salvação da vida que estava em jogo; ela tinha consigo a preciosidade a salvar; porém, quem coloca o coração em predileções doentias corre o risco de sacrificar ao precioso por apego ao vil.

Eventualmente não calculamos os custos de uma empresa. Vendo essa se revelar mais difícil do que o sonhado, muitas vezes tendemos a recuar, achar melhor a rotina antiga que a luta presente.

O Senhor ensinou: “Qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que acabar? Para que não aconteça que, depois de haver posto os alicerces, não a podendo acabar, todos que a virem comecem a escarnecer dele, dizendo: Este homem começou edificar e não pôde acabar.” Luc 14;28 a 30

“Assim, qualquer de vós, que não renuncia tudo quanto tem, não pode ser Meu discípulo.” v 33
Se, presumimos seguir a Cristo preservando conforto, aceitação, vida mansa, quiçá, aplausos humanos até, ainda não entendemos o que está em jogo. “Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós, odiou a Mim. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes, Eu vos Escolhi do mundo, por isso, o mundo vos odeia.” Jo 15;18 e 19

Usamos tomar decisões no calor das emoções, sem um aprofundamento devido; quando o calor arrefece, tendemos a não querer mais, o que quisemos acossados pelo instante. O Senhor comparou esse modo de agir, ao cair de sementes sobre pedras. “Da mesma forma os que recebem a semente sobre pedregais; os quais, ouvindo A Palavra, logo com prazer a recebem; mas não têm raiz em si mesmos, antes são temporãos; depois, sobrevindo tribulação ou perseguição, por causa da palavra, logo se escandalizam.” Mc 4;16 e 17

Embora pareça escolha ordinária, aos olhos menos avisados, a conversão é extremamente radical. Desafia-me a perder a vida como estava acostumado, para ganhar uma nova, eterna, como Cristo Quer que eu viva; “Quem achar sua vida perdê-la-á; quem perder sua vida, por amor de Mim, achá-la-á.” Mat 10;39

Apenas os que conseguem ver no âmbito espiritual, não recuam às dificuldades do caminho; “Os olhos dos que veem não olharão para trás...”

Quem compreende deveras, o que significa Jesus Cristo, mesmo que, eventualmente olhe para trás, acossado por suas fraquezas, não voltará atrás; sabe para onde vai, em ambos os casos; prosseguindo, ou voltando. “O Reino dos Céus é semelhante ao homem, negociante, que busca boas pérolas; encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo quanto tinha, e comprou-a.” Mat 13;45 e 46

O voltar atrás significa que, para nós, as promessas Divinas não são tão preciosas assim; que valham sofrermos em demanda delas. Todavia, quem possui olhos espirituais, apenas pelo que recebe aqui, (perdão, justificação, O Espírito Santo, dons, paz de espírito, distância do medo da morte, etc.) sabe o quanto vale a pena ser fiel.

Nossa dupla natureza, espiritual, depois do Novo Nascimento, mas, ainda carnal, nos tenta às inquietações; ao anseio pelas coisas no nosso tempo, quiçá, da nossa maneira; “Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a Vontade de Deus, possais alcançar a promessa... o justo viverá da fé; se ele recuar, Minha Alma não tem prazer nele.” Heb 10;36 e 38

Se, ele olhar para trás, voltar, estará por sua conta. O Criador não manda ninguém pro inferno; as pessoas vão para lá com suas próprias pernas. Preferem planícies da comodidade, prazeres irresponsáveis rumo ao abismo da perdição, a escalar a encosta das renúncias, em cujo topo, espera a vida eterna.

Como num automóvel, as luzes potentes apontam pra frente, pra iluminar o caminho; as traseiras são tênues, para que sejamos vistos, não para vermos. Os carros, embora precisem manobras retroativas, não foram feitos pra andar pra trás.

Assim nossas almas; quem olha para trás não pode ver muito longe; “Teus olhos olhem para a frente; tuas pálpebras olhem direto diante de ti.” Prov 4;25

domingo, 13 de novembro de 2022

A "vitória" do PT


“Jamais diga uma mentira que não possa provar.” Millôr Fernandes

Pois, o TSE contou uma das grandes, que determinado candidato fez 60 milhões de votos sendo assim, eleito; porém, a coisa não colou, nem vai.

A mesma está eivada de irregularidades, de tal forma, que num país minimamente justo, três vezes o “vencedor” teria perdido.

Primeiro: Não poderia concorrer tendo diversos crimes seus julgados e condenados em três instâncias. A canetada do Fachin mostrou que ele também não poderia ter sido guindado ao STF, por falta das duas credenciais básicas; reputação ilibada (para pretenso jurista militância política pretérita estraga a reputação) e notável saber. Seu tribunal corroborara a condenação do larápio; mas em tempo “oportuno” ele “descobriu” que o CEP estava errado!? Não sabe ler?

Segundo: Falta de isonomia na campanha. Censura, restrições, prisões, bloqueios de toda sorte aconteceram apenas do lado dos conservadores, (O TSE agiu como sendo parte da equipe de campanha petista) enquanto, a esquerda podia e fazia tudo, com estrondoso silêncio da corte. 

Apenas no Nordeste, foi provado que 154 mil inserções radiofônicas foram sonegadas à campanha de Bolsonaro; denunciada a roubalheira com robustas provas, invés de adiar a eleição, investigar e reparar as injustiças como faria qualquer tribunal decente, O Xandão ameaçou aos denunciantes, como se, o grave fosse a descoberta, não o roubo.

Terceiro; invés de uma apuração transparente que permitisse ser conferida e auditada, se fosse o caso, tivemos um segredo de Estado ao qual apenas o Xandão e asseclas tiveram acesso.

Um estranho gráfico retilíneo repetiu-se no primeiro e no segundo turnos; evidência de fraude. Uma apuração limpa traria oscilações várias em ambos os sentidos. Mesmo os militares que foram convidados a conferir a aludida transparência, foram mantidos à distância dos meios de fiscalização.

Três irregularidades gigantescas, bastantes para desqualificar ao “presidente eleito”; poderia pedir música no Fantástico. Será que existe alguma, cuja letra exalte a um ladrão movido a fraude?

Para poder “provar a mentira” como disse o Millôr, seria necessário um mínimo de verossimilhança. Quem apoiava ao Lula? Falou mal dos religiosos; dos militares; dos policiais; do agro; dos enfermeiros; chamou aos patriotas de Ku Klux Klan... ah, mas falou bem do COVID.

Para encher uma praça precisava lotar ônibus de lugares distantes, pra amontoar alguns “Cumpanhêros”; nunca pode sair às ruas. Por outro lado, no Sete de Setembro milhões de patriotas fizeram estrondosas “manifestações antidemocráticas”. Coerente, aliás, para quem acha Venezuela, Nicarágua e Cuba, nações democráticas.

Após o “resultado” invés de passeatas nas ruas de todo o país, foguetórios e festas dos presumidos sessenta milhões de “vencedores”, um tímido e breve arranjo na Paulista e nada mais. Por que essa gente não mostra sua força? Porque não tem. Numa eleição honesta com apurações limpas, o petismo não faz trinta por cento dos votos.

Agora temos dois cenários desoladores. De um lado, a escória moral da nação sujando lugares altos assanha-se na divisão sôfrega e precipitada do butim, dada a “honestidade” forçada de quatro anos. Nomes baixos de gente abjeta são cogitados para lugares altos.

A cidadania deveria trabalhar para o crime organizado. Pautas como soltura de bandidos e destruição dos valores da família e perseguição “estratégica” aos cristãos já são expostas sem pudor nenhum.

Nem assumiram ainda, (nem sei se o farão) e já começam a desmentir promessas de campanha, acenar com gastos descontrolados; afinal, tem muitas aves de rapina e predadores do erário famintos; quatro anos de abstinência! haja grana!!

Sem contar os expoentes do lixo internacional, como Maduro e Fernandes que já trouxeram seus pires socialistas, sonhando com grana daqui, para cobrir roubos e incompetências de lá.

Do outro lado, imensa leva de patriotas inconformados com a roubalheira que grita diante dos quarteis, pedindo aos militares a devida faxina; auditoria nas urnas eletrônicas para que, o vero resultado seja conhecido.

Não sei qual será o fim disto, mas temo que termine em banho de sangue. Os militares foram ameaçados pelo “eleito” que fala em desmilitarizar à polícia e criar uma “Guarda Nacional” estilo bolivarianos, que estaria a serviço (sabemos) do comunismo, não do Estado, como estão as Forças Armadas.

Além desse desprezo do possível “Comandante”, pesa contra os militares e necessidade de prestarem continência, homens de reputação ilibada, diante de um ladrão. Não acredito que a “vitória” do sistema cole tão fácil assim.

Pois, voltando ao Millôr, contaram uma grotesca mentira que não podem provar.

Mesmo que o ladrão assumisse, como seria a país, que pela primeira vez na história começaria um governo tendo o povo nas ruas em indignada oposição? O Mecanismo poderá pagar para ver, dobrar a aposta.

Agora falam em “defesa das instituições democráticas” os canalhas que sempre rasgaram à Constituição.

Templos de Deus


“Não darei sono aos meus olhos, repouso às minhas pálpebras, enquanto não achar lugar para o Senhor, uma morada para o poderoso Deus de Jacó.” Sal 132;4 e 5

A “morada do Senhor” naqueles dias era um pouco diferente do ensinado no Novo Testamento. Embora se mencionasse a inadequação das obras humanas, no fundo, se cria que O Tabernáculo, depois o Templo, eram locais da habitação Divina; a Arca, com as Tábuas da Lei, o Maná, e a vara de Aarão, “utensílios” da Casa Santa.

Salomão sabia que a tal era pequena demais; “Habitará Deus com os homens na terra? Eis que os Céus, o Céu dos Céus, não Te podem conter, quanto menos esta casa que tenho edificado?” II Cron 6;18

O que O Senhor fez foi santificar a casa, se dispor a atender aos arrependidos que O buscassem nela, ou, mesmo em lugares distantes, voltados para ela, em sinal de identificação. “Porque agora Escolhi e Santifiquei esta casa, para que Meu Nome esteja nela perpetuamente; nela estarão fixos os Meus Olhos e Meu Coração todos os dias.” II Cron 7;16

O Nome do Senhor estaria ligado à casa; não, a habitação, estritamente.

O desejo do Santo sempre foi comunhão mediante obediência, fidelidade. Sem essas, o templo perderia sentido. “Porém se vos desviardes, deixardes Meus Estatutos e Meus Mandamentos, que vos tenho proposto, fordes e servirdes a outros deuses, vos prostrardes a eles, então os Arrancarei da Minha Terra que lhes Dei, e Lançarei da Minha Presença esta casa que consagrei ao Meu Nome; Farei com que seja por provérbio e motejo entre todos os povos. Desta casa, que é tão exaltada, qualquer que passar por ela se espantará e dirá: Por que Fez O Senhor assim com esta terra e com esta casa? E dirão: Porque deixaram Ao Senhor Deus...” II Cron 7;19 a 22

Tanto que, duas vezes o templo foi destruído; parte das ruínas permanece até hoje.

O que se disse a Saul sobre sacrifícios; “Porventura tem tanto prazer O Senhor em sacrifícios, quanto, em que se obedeça à Sua Palavra?” Também pode ser dito, no tocante a templos.

Deus não habita em templos de humana feitura; mas, no imaginário popular ficou essa ideia. Chegaram a pensar que a existência da “Casa de Deus” entre eles seriam um salvo conduto, contra, ataques externos, mesmo vivendo eles alienados do Eterno.

Jeremias denunciou-os: “Porventura furtareis, matareis, adulterareis, jurareis falsamente, queimareis incenso a Baal, andareis após outros deuses que não conhecestes, então vireis, vos poreis diante de Mim nesta casa, que se chama pelo Meu Nome, e direis: Fomos libertados para fazermos todas estas abominações? É esta casa, que se chama pelo Meu Nome, uma caverna de salteadores aos vossos olhos? Eis que Eu, Eu mesmo, vi isto, diz O Senhor. Mas, ide agora ao Meu Lugar, que estava em Siló, onde, ao princípio, Fiz habitar O Meu Nome e vede o que lhe Fiz, por causa da maldade do Meu povo Israel. Agora, pois, porquanto fazeis todas estas obras, diz o Senhor, vos Falei, madrugando e não ouvistes, chamei-vos e não respondestes, Farei também a esta casa, que se chama pelo Meu Nome, na qual confiais, a este lugar que vos dei e a vossos pais, como Fiz a Siló.” Jr 7;9 a 14

O templo deveria ser consequência do relacionamento, jamais, a causa.

Hoje aprendemos que os “templos” de Deus são outros; “Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo.” I Cor 3;17

A samaritana cogitou lugares para o culto, O Salvador acenou com “endereço” espiritual. “Deus é Espírito; importa que os que O adoram, adorem em espírito e verdade.” Jo 4;24

Mais que uma construção suntuosa, um coração com o devido afeto conta. “Jesus respondeu: Se alguém Me ama, guardará Minha Palavra e Meu Pai o amará; Viremos para ele, e Faremos nele morada.” Jo 14;23

Poderemos dizer como Davi, que não daremos descanso às nossas pálpebras até “construirmos” um lugar adequado ao Senhor. A “matéria-prima” vem toda do Santo; cumpre-nos o descarte do profano.

“Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem justiça com injustiça? Que comunhão tem a luz com as trevas? Que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? Que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles Habitarei, entre eles Andarei; Serei Seu Deus e eles serão Meu povo. Por isso saí do meio deles, apartai-vos, diz o Senhor! não toqueis nada imundo, e vos Receberei;” II Cor 6;14 a 17

sábado, 12 de novembro de 2022

Faces da justiça


“... o direito se tornou atrás, a justiça se pôs de longe; porque a verdade anda tropeçando pelas ruas, a equidade não pode entrar.” Is 59;14

Certamente, verdade e equidade são coisas boas, atinentes à justiça. Plantas para cuja colheita, estamos sempre prontos, embora, nem sempre estejamos para o plantio. De outra forma: Gostamos que a justiça nos sirva, quando somos comensais; nem sempre a servimos, quando, garçons.

Naquele contexto em que a equidade nem podia entrar, havia uma semeadura que justificava tal colheita; “Porque nossas transgressões se multiplicaram perante Ti; nossos pecados testificam contra nós; as nossas transgressões estão conosco, conhecemos nossas iniquidades;” v 12 Confissões ouvidas dos lábios do profeta, não necessariamente, do povo.

As injustiças nem eram tão injustas; a rigor, eram consequências de maus atos pretéritos que estavam maduras.

“O homem prudente, observando aos erros alheios corrige os seus”. Oswaldo Cruz. Observando a ceifa dos próprios, acrescento, bem que podemos nos arrepender e melhorar; se, não por escrúpulos morais, pelo menos, por esperteza; para não fazermos mal contra nós mesmos.

Se outro bem não nos faz, sofrermos injustiças, pelo menos faz a gente apreciar melhor o valor da justiça. O homem verdadeiramente cioso dela, preferirá arcar com prejuízos materiais, a sofrer tal lapso na consciência. Sócrates dizia muito bem, que é mais infeliz quem comete uma injustiça, do que, quem a sofre.

A Palavra do Senhor descreve o cidadão dos Céus como aquele, “A cujos olhos o réprobo é desprezado; mas, honra os que temem ao Senhor; aquele que jura com dano seu, contudo, não muda.” Sal 15;4 Sofre dano em atenção à palavra empenhada, mas não dana à própria alma, descumprindo-a.

Atualmente não sentimos “vergonha de ser honestos” como ironizou Ruy Barbosa, mas sofremos a vergonha alheia, vendo tanta desonestidade incensada, tanta aversão à probidade, tanta gente de nome e funções nobres, assessoradas por caracteres vis; merecedores de masmorras sujando tronos.

O mesmo Isaías anteviu esses dias. “A terra pranteia e murcha; o mundo enfraquece e murcha; enfraquecem os mais altos do povo da terra.” Is 24;4

Essa inversão, onde os pedregulhos figuram como joias e vice-versa também foi pontuada por Salomão: “A estultícia está posta em grandes alturas, mas os ricos estão assentados em lugar baixo. Vi servos a cavalo e príncipes andando sobre a terra como servos.” Ecl 10;6 e 7

O nanismo moral dos que deveriam preservar à justiça, deforma as estruturas da sociedade; deturpam valores, movidos por interesses rasos.

“Os seus chefes dão as sentenças por suborno, seus sacerdotes ensinam por interesse, seus profetas adivinham por dinheiro; e ainda se encostam ao Senhor, dizendo: Não está o Senhor no meio de nós? Nenhum mal nos sobrevirá.” Miq 3;11 “Por esta causa a lei se afrouxa, a justiça nunca se manifesta; porque o ímpio cerca o justo e a justiça se manifesta distorcida.” Hc 1;4

Tanto no âmbito religioso, quanto, civil, as distorções e injustiças campeiam, onde o amor pela verdade erra no desterro. Até “servos de Deus” se esforçam em defesa de ladrões; “... Que fazes tu em recitar Meus Estatutos, e tomar Minha Aliança na tua boca? Visto que odeias a correção, lanças Minhas Palavras para detrás de ti. Quando vês o ladrão, consentes com ele?” Sal 50;16 a 18

Tal opção suicida, necessariamente nos lançará nas paragens da injustiça; O Juízo Divino fará isso; “Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que agora resiste até que do meio seja tirado; então será revelado o iníquo, a quem o Senhor Desfará pelo assopro da Sua Boca, e aniquilará pelo esplendor da Sua Vinda; a esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, sinais e prodígios de mentira, com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. Por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam na mentira; para que sejam julgados todos que não creram na verdade, antes tiveram prazer na iniquidade.” II Tess 2;7 a 12

Para que nossa veemência contra injustiças soe verdadeira, sejamos cuidadosos com nossos passos, escolhas, decisões. Eventual injustiça tolerada ao meu favor, frutificará em meu prejuízo. “Tens tu fé? Tem-na em ti mesmo diante de Deus. Bem-aventurado aquele que não condena a si mesmo naquilo que aprova.” Rom 14;22

Nossa caminhada não é um fim; antes, um meio, cujo proveito se verificará na chegada; “Há um caminho que ao homem parece direito, mas no fim dele são caminhos da morte.” Prov 14;12

Muito se fala em injustiça social, essa abstração que culpa aos outros. Somos mordomos das nossas almas, porém. “Examine, pois, o homem a si mesmo...” I Cor 11;28

sexta-feira, 11 de novembro de 2022

Coragem de crer

 “Mas o justo viverá da fé; se ele recuar, Minha Alma não tem prazer nele.” Heb 10;38

Diferente do que possa parecer, a fé não é algo mais, que podemos ter, ou não. Antes, a sadia, calcada em Cristo e Sua Obra é nosso passaporte para a vida. “O justo viverá da fé.”

O Salvador ensinou: “Na verdade, na verdade vos Digo que, quem ouve Minha Palavra, e crê Naquele que Me Enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.” Jo 5;24

Notemos que, O Senhor, mesmo Sendo Deus, transferiu a origem da Sua Palavra ao Pai. “Ouve Minha Palavra e crê Naquele que Me Enviou...” Se, o “produto” que temos para crer é Sua Palavra, e isso significa crer em Deus, Sua Palavra É A Palavra de Deus. “Porque Eu não Tenho Falado de Mim mesmo; mas O Pai, que Me Enviou, Ele Me Deu mandamento sobre o que Hei de Dizer e sobre o que Hei de Falar.” Jo 12;49

Maravilhosa lição de renúncia, esvaziamento, Daquele que pôde dizer com verdade, “Sou Manso e Humilde de coração...”
“O Justo viverá da fé”, não significa que esse dom seja dado a uma elite, que seja considerada justa de antemão, recebendo por isso, a fé como “prêmio.”
Antes, que todo aquele que crê, é justificado, reputado justo por reconhecer suas injustiças e buscar sua salvação estritamente nos méritos de Cristo. “... haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso Deus.” I Cor 6;11

“Se ele recuar...” Para os que defendem a doutrina da “eleição incondicional”, a hipótese de um “eleito” recuar soa impossível.

Porém, se assim fosse, tal advertência perderia o sentido, bem como, a condicionante da salvação à perseverança; “Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo.” Mat 24;13 Dizer, depois das favas contadas, que um perseverou porque era eleito, outro recuou porque não era, não é argumento. É apenas um capcioso raciocínio circular de quem não tem argumentos.
A eleição bíblica é em Cristo, o que demanda renúncia, entrega, submissão. Predestinação não significa pré-escolha; antes, a preparação antecipada de um destino.
Pedro denunciou a alguns que recuaram, de modo bastante incisivo; “Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado; deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao seu próprio vômito; a porca lavada ao espojadouro de lama.” II Ped 2;21 e 22
O Salvador figurou como sementes sobre pedras, Suas Palavras, aos ouvidos de gente superficial, que até acredita inicialmente; mas, ao preço de seguir crendo se assusta e recua.
O risco de recuar é bem presente, dada nossa fraqueza, e postura relapsa em buscar o conhecimento de Deus. “O coração do entendido adquire o conhecimento, o ouvido dos sábios busca sabedoria.” Prov 18;15

“... Minha Alma não tem prazer nele.” O relacionamento que O Eterno anseia conosco envolve prazer, alegria. Uma relação baseada no amor, que, “Não se porta com indecência, não busca seus interesses...” I Cor 13;5
Aos obedientes faculta alegria espiritual; “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo.” Rom 14;17
De nossa parte anseia que escolhamos as coisas e valores que Ele Aprova; nisto estará Seu Prazer. Dos rebeldes denunciou: “Também Escolherei suas calamidades, Farei vir sobre eles seus temores; porquanto Clamei e ninguém respondeu, Falei e não escutaram; mas fizeram o que era mau aos Meus Olhos; escolheram aquilo em que Eu não tinha prazer.” Is 66;4
Os hebreus estavam impacientes, na iminência de recuar, depois de terem tido um começo promissor.
Geralmente as coisas não saem como esperamos, não por culpa das coisas em si; antes, das nossas expectativas desorientadas. A Palavra adverte das aflições; esperamos alegria; ensina sobre apostasia, esperamos avivamentos; apregoa tempos trabalhosos na reta final, e reclamamos quando nos vemos neles; ansiamos diferente do que foi prometido.
“Para que por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos firme consolação, nós, que pomos nosso refúgio em reter a esperança proposta; Heb 6;18
A Integridade Divina é fiadora tanto das advertências da vida aqui, quanto, é fiel guardiã das promessas reservados ao além.

Paulo ensina: “Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, o ouvido não ouviu, nem subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que O amam.” I Cor 2;9
Nenhuma de recompensa está preparada para fujões; apenas para fiéis; “... Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.” Apoc 2;10

quinta-feira, 10 de novembro de 2022

Anjos inconclusos


“Viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, agradável aos olhos, árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto e comeu; deu também ao seu marido e ele comeu com ela.” Gen 3;6

A advertência Divina era quanto ao resultado final da desobediência, (a morte) não, contra os eventuais atrativos com os quais a mesma pudesse se paramentar. A arapuca revestiu-se de uma roupagem que fazia à mesma parecer boa, agradável, desejável. Com o impulso do “profeta” da ocasião que acenou com a divindade às criaturas, meramente desobedecendo, o desejo deve ter palpitado inda mais forte.

Um grego antigo disse: “Olhos e ouvidos são maus conselheiros quando as almas são bárbaras”. Heráclito. Por bárbara se entendia uma alma inculta, rústica, privada do aprendizado, avessa à obediência.

Foi a falta de fé na Integridade Divina que permitiu o comércio do deus alternativo, para seduzir a um terço dos anjos, que, com ele caíram. “Pela multidão das tuas iniquidades, pela injustiça do teu comércio profanaste teus santuários; Fiz sair do meio de ti um fogo, que te consumiu e te Tornei em cinza sobre a terra, aos olhos de todos que te veem.” Ez 28;18

Não era falta de beleza, poder, honra, privação de algum bem que lhe faziam sentir lesado, excluído; antes à presença de coisas excelsas extrapolou seu lugar pretendendo ser o que não era. “Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste tua sabedoria por causa do teu resplendor; por terra te Lancei, diante dos reis te Pus, para que olhem para ti.” v 17

O lapso da fé que honra Ao Criador, se achou na terça parte dos anjos, que acabaram banidos com seu líder; então, aprouve ao Eterno criar novos “anjos”, a partir de um estágio inferior; “Que é o homem mortal para que te lembres dele? o filho do homem, para que o visites? Pois, pouco menor o fizeste que os anjos; de glória e de honra o coroaste.” Sal 8;4 e 5

Mas, somos carne e ossos, dirá alguém. Certo; no estágio inferior fomos criados assim; presos numa redoma de desobediência, a carne; “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;7

Os que, em Cristo renasceram da água e do Espírito, são desafiados a andar em espírito, a despeito dos instantes apelos da carne, e dos rebuscados artifícios às vistas. Os que isso conseguirem, serão guindados ao estágio superior; “Porquanto, quando ressuscitarem dentre os mortos, nem casarão, nem se darão em casamento, mas serão como os anjos que estão nos céus.” Mc 12;25

Se àqueles, sobretudo, ao seu líder o esplendor em formosura acabou sendo um mal, a nós o desafio é sermos justificados sem o auxílio das vistas. “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie;” Ef 2;8 e 9

A fé deve cravar suas âncoras de escalada “apenas” na Integridade Divina, a despeito o que vê. “A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, a prova das coisas que se não veem.” Heb 11;1

Quanto mais escuras forem nossas circunstâncias, se seguirmos fiéis, mais didáticos serão nossos exemplos, perante os anjos que habitam seu plano superior. “Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos Céus” Ef 3;10

Não que sejamos mais sábios que eles; mas, estando num estágio inferior, se agirmos de modo a descansar em Deus, no que Ele Disse, a despeito dos apelos das vistas, seremos portadores de uma mensagem que saberão considerar.

Se, aos olhos do vulgo a fé é cega, na dimensão do espírito pode “ver” sem nenhuma luz. “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do Seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor; firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10

A árvore da morte, a desobediência, paramenta-se com discursos belos, adorna-se com toda sorte de neons, para manter entretidos seus presos; se possível, atrair algum incauto mais que se aconselhe com olhos e ouvidos bárbaros.

Nós que cremos matriculamo-nos noutra escola. “Tomai sobre vós o Meu jugo, aprendei de Mim, que Sou Manso e Humilde de coração; e encontrareis descanso para vossas almas.” Mat 11;29

Formosura em abundância pode corromper, eventual formoso sem noção; a fé sadia, mesmo em meio a adversidades empresta-nos a necessária firmeza para andarmos, como fez com Moisés; “Pela fé deixou o Egito, não temendo a ira do rei; porque ficou firme, como vendo o invisível.” Heb 11;27

quarta-feira, 9 de novembro de 2022

Não foi com ouro


“... Este cálice é o Novo Testamento no Meu Sangue, que é derramado por vós.” Luc 22;20

“Derramado por vós” tem duplo sentido; tanto pode significar uma acusação, foram vocês; quanto, um motivo; foi por causa de vocês.

Qual das duas opções devemos entender como certa? A uma análise superficial presto abraçaremos a segunda, uma vez que, quem derramou o sangue do Salvador foram os romanos. Até pode ter sido por nossa causa, mas, não fomos nós.

Penso que não é tão simples assim. Ambas as alternativas estão entrelaçadas. Demos motivos para que, tal Resgate fosse necessário, gostando ou não, fomos nós que indiretamente crucificamos ao Salvador. Nós; todos os pecadores.

Tanto que, os que fruíram o novo nascimento em Cristo, depois voltaram atrás, dos tais A Palavra diz que repetem o Calvário. “Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, provaram o dom celestial, se tornaram participantes do Espírito Santo, provaram a boa Palavra de Deus, as virtudes do século futuro e recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam O Filho de Deus; O expõem ao vitupério.” Heb 6;4 a 6

Assim, se apostasia equivale a crucificar de novo, foi porque, antes disso já O tínhamos crucificado. Seu Sangue foi derramado por nós, nos dois sentidos.

Nosso sangue, mesmo que fosse derramado movido pela injustiça, ou, por piedade até, nada valeria. Dos dons sem amor, Paulo expressou: “Ainda que distribuísse toda minha fortuna para sustento dos pobres e entregasse meu corpo para ser queimado; se não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.” I Cor 13;3

Pois, de eventual sacrifício sem a inocência necessária para possível resgate se poderia dizer o mesmo. ‘Ainda que eu entregasse meu corpo para ser crucificado, se não tivesse completa inocência, tal sacrifício de nada serviria’. “Porque nos convinha tal Sumo Sacerdote, Santo, Inocente, Imaculado, Separado dos pecadores, e Feito mais sublime do que os Céus; que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, depois pelos do povo; porque isto fez Ele, uma vez, oferecendo-se.” Heb 7;26 e 27

Pecar foi nosso crime; “o salário do pecado é a morte...” Jo 6;23 Ele Pagou por nós.

Nosso “sacrifício” é a identificação com Cristo em Sua Entrega e obediência à Vontade Divina até às últimas consequências. Isso Ele nos Quis Ensinar quando desafiou: “Tomai sobre vós o Meu Jugo e aprendei de Mim...” Mat 11;29 “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte? Fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos também em novidade de vida.” Rom 6;3 e 4

Paulo chamou a isso de “sacrifício vivo”; não carecemos derramar sangue; antes, mortificar à carne. “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita Vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Eventualmente cristãos sofrem martírios por causa da fé; mas, isso não ocorre para que sejam salvos; antes, porque esses já o são.

Por isso a exortação a não negarmos nossa fé, mesmo ameaçados de morte; ou, a ela submetidos. “... Não temais os que matam o corpo, depois, não têm mais que fazer. Mas Eu vos mostrarei a quem deveis temer; temei Àquele que, depois de matar, Tem Poder para lançar no inferno; sim, vos digo, a Esse temei.” Luc 12;4 e 5 “... Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.” Apoc 2;10

Pode ainda de alguns encontrarem a fé na reta final, como um dos ladrões da cruz; felizes desses!

Então, enquanto segue nossa peregrinação, devemos nos munir desse pensamento: Aquele que Teve Seu Sangue Inocente derramado por nós, os culpados, manifesta Graça Inaudita, quando requer que apenas renunciemos nossas más inclinações, o que em linguagem figurada é posto como “crucificar à carne e suas paixões.”

O capítulo 11 da Epístola aos Hebreus apresenta um rol de “heróis da fé”, como parâmetro para seriedade do que está em jogo perante alguns, que pareciam capitular a meras impaciências; “Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a Vontade de Deus, possais alcançar a promessa.” Heb 10;36

Suas dores eram difíceis de suportar? Depois do rol dos heróis, tênue exortação: “Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado.” Heb 12;4

Combatermos contra o pecado, não contra adversidades; senão poderemos derramar O Sangue Santo, outra vez.