segunda-feira, 29 de agosto de 2022

Pesos leves, mortais


“O sentimento sadio é vida para o corpo, mas a inveja é podridão para os ossos.” Prov 14;30

Juvenal, pensador latino teria dito: “Mens sana in corpore sano;” ou, mente sã num corpo são.

A medicina lida com doenças psicossomáticas; (cuja causa está na alma, com reflexos no corpo). Apatia, desânimo, depressão, pânico... Aliás, ânimus é a palavra latina para alma; logo, desânimo significaria, sem alma.

Embora isso vulnere ao corpo tolhendo seu vigor e iniciativa, a causa está além.

Essas coisas são encontráveis também na Bíblia; “O sentimento sadio é vida para o corpo, mas a inveja é a podridão dos ossos.” Ainda: “O coração alegre aformoseia o rosto, mas pela dor do coração o espírito se abate.” Prov 15;13 etc.

O Senhor ensinou sobre o dever de perdoar, preocupado com nossa própria saúde, inicialmente. Mágoa é como um câncer; faz mal a quem possui. “Tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e, nenhuma raiz de amargura, brotando vos perturbe e por ela, muitos se contaminem.” Heb 12;15

O conselho contra a “raiz de amargura” traz anexo o aviso para não se privar da Graça de Deus, óbvio que, o não perdoar implica em não ser perdoado. Isso é privar-se da graça. O Salvador Disse: “Perdoa nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores... Se, porém, não perdoardes aos homens suas ofensas, também vosso Pai não perdoará as vossas.” Mat 6;12 e 15

Quem é perdoado também desfruta alívio; livra-se de um incômodo peso. Então, por suas propriedades benfazejas nos dois lados, de quem dá e de quem recebe, o perdão é indispensável para quem deseja viver segundo Deus.

Sua prescrição é ilimitada; “Então Pedro, aproximando-se Dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim e lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe disse: Não te digo que até sete; mas, até setenta vezes sete.” Mat 18;21 e 22

Porém, é preciso que a parte que falhou reconheça e peça perdão. Eu não poderia dar ao meu semelhante uma coisa que ele não deseja. Ademais, quando alguém nos ofende, por exemplo, e deixa sua ofensa cimentada com argamassa forte, isso atua como uma ferida aberta a sangrar em todo o tempo. Que adiantaria eu dizer: Te perdoo, para quem não procura perdão?

Mesmo com uma “ferida aberta”, porém, não precisamos agir mal contra quem nos feriu. O preceito aponta noutra direção: “Não vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; Eu Recompensarei, diz o Senhor. Portanto, se teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem.” Rom 12;19 a 21

“Amontoar brasas” sobre a cabeça de nosso desafeto é uma figura para as inquietações que assomarão nele, sendo ajudado por nós, não obstante, uma inimizada não tratada. Em muitos casos poderá cair em si, arrepender-se e reconciliar.

O amor é um argumento imbatível para dobrar à mágoa. Por isso, acima de todos os possíveis dons, Paulo o colocou em realce: “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. Ainda que tivesse o dom de profecia, conhecesse todos os mistérios e toda a ciência e tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, se não tivesse amor, nada seria.” I Cor 13;1 e 2

Diferente do mundo que “ama” aos belos, famosos, talentosos, o amor Ágape atua mui além; “Eu, porém, vos digo: Amai aos vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos maltratam e perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que Está nos Céus; porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, a chuva desça sobre justos e injustos.” Mat 5;44 e 45

Consciência culpada incomoda o sono de quem possui uma alma sadia; contudo, os viciados na impiedade são incomodados se não alimentarem seus vícios; “Não dormem, se não fizerem mal; foge deles o sono se não fizerem alguém tropeçar.” Prov 4;16 Almas doentes “pilotam” seus corpos para difundir enfermidades.

Enfim, O Temor do Senhor, invés de gerar medo, cuida de nossa saúde; “Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal. Isto será saúde para teu âmago, medula para teus ossos.” Prov 3;7 e 8

“Se alguém procura a saúde, pergunta-lhe primeiro se está disposto a evitar no futuro as causas da doença; em caso contrário, abstém-te de ajudá-lo.” Sócrates

domingo, 28 de agosto de 2022

Transparência necessária


“Então a mulher, que sabia o que lhe tinha acontecido, temendo e tremendo, aproximou-se, prostrou-se diante Dele e disse toda a verdade.” Mc 5;36

Jesus estava cercado por uma multidão; porém, queria saber quem lhe tocara de um modo tal que de Si saíra virtude. Objeções dos discípulos lembraram que muitos os apertavam; O Senhor pontuou que não se referia ao empurra-empurra; mas, a um toque especial, diferente, movido por fé. Então, a mulher se revelou.

Se alguém nos “tocar”, se aproximar de modo a ser, de alguma forma, contagiado pelo que em nós há, o será pelo quê? De nós sairá virtude, ou vício? Bons conselhos, exemplos, ou, maledicências? “Aquele que diz que está Nele, também deve andar como Ele Andou.” I Jo 2;6

Em muitos casos, “cristianismo” é apenas uma “esperteza” que usa Seu Nome e ambientes dedicados a Ele, tentando auferir vantagens egoístas. “Por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas;” II Ped 2;3

O juízo será mais severo contra profanos, que, contra pecadores comuns. “O servo que soube a Vontade do seu Senhor e não se aprontou, nem fez conforme ela, será castigado com muitos açoites;” Luc 12;47

Muito da “igreja”, atualmente, não passa de um puxadinho do mundo, decorado com papéis religiosos.

A sociedade é reflexo filosófico do mundo que “jaz no maligno;” não se cansa de afrontar valores, vilipendiar leis, premiar injustiça. Além disso, criaram a tal “Lei do Abuso de Autoridade” segundo a qual, os criminosos devem ter suas identidades preservadas. Um patife desses mata um homem de bem, o nome da vítima é publicado; do assassino quando muito as iniciais; francamente!

Outra coisa que discordo: O tal “direito de ficar calado”. Porém, caso alguém decida não falar quando acusado, como fica? O Estado o torturaria? Não.

Se dirigiria a ele, mais ou menos nesses termos: “Fulano de tal, estás sendo acusado de formação de quadrilha, latrocínio, seguido de ocultação de cadáver; lhe é facultado amplo direito de defesa, no exercício do qual, podes falar o que quiseres; caso te recuses a falar, O Estado o considerará culpado dos crimes que és acusado; por eles o julgará”.

hipotética sociedade sadia, que buscasse justiça; entretanto, não vivemos numa assim.

Pois, perante Deus esses “direitos” de defecar e cobrir com areia como fazem os gatos não têm espaço.

Nos dias de Josué um pecado oculto tinha dado azo a uma vergonhosa derrota perante um exército mui inferior; lamentaram-se perante O Senhor, que, Revelou a causa do abandono e da derrota; pecado oculto.

Então, se reuniram para descobrir quem fizera o quê? Um por um, os líderes eram inquiridos; chegada a vez de Acã ele o foi nesses termos: “... Filho meu, dá, peço-te, glória ao Senhor Deus de Israel, e faze confissão perante Ele; declara-me agora o que fizeste, não me ocultes. Respondeu Acã a Josué, e disse: Verdadeiramente pequei contra o Senhor Deus de Israel; fiz assim e assim.” Jo 7;19 e 20

Como vimos, não foi permitido falar apenas treinado por um advogado; tampouco, oferecido direito ao silêncio. “não me ocultes”.

No caso da mulher com fluxo de sangue de nosso texto inicial, também; O Senhor requereu que ela se apresentasse e confessasse o que tinha feito.

“Então a mulher, que sabia o que lhe tinha acontecido, temendo e tremendo, aproximou-se, prostrou-se diante Dele e disse toda verdade.” Mc 5;36

Não que nossa confissão seja necessária perante O Deus Onisciente; mas Ele a deseja porque a plateia que a ouvirá não é assim.

O próprio batismo de quem se converte é uma confissão pública de que deixamos a vida pregressa e passamos a pertencer a Jesus; Ele diz: “Portanto, qualquer que Me confessar diante dos homens, Eu o confessarei diante de Meu Pai, que Está nos Céus. Mas qualquer que Me negar diante dos homens, o Negarei também diante de Meu Pai, que Está nos Céus.” Mat 10;32 e 33

Somo chamados à Luz e para sermos também, luz. Invés de esconder o que fazemos devemos mudar a qualidade dos nossos atos, para que não haja motivos para isso. O Mestre ensina: “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que Está nos Céus.” Mat 5;16 Pois, “Quem pratica a verdade vem para luz, a fim de que suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;20

Invés do direito de calar, temos dever de falar das coisas santas que vivenciamos; “Porque não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido.” Atos 4;20

Para o mundo “a propaganda é a alma do negócio”, para os regenerados em Cristo, ser verdadeiros é o negócio da alma.

sábado, 27 de agosto de 2022

O molde permanece


“Educa a criança no caminho em que deve andar; até quando envelhecer não se desviará dele.” Prov 22;6

Livros sapienciais não são A Palavra de Deus, estritamente; algo que O Próprio Deus falou através dum Profeta, precedido de, “Assim Diz O Senhor!”, são textos inspirados; seus conteúdos, embora não sejam normativos são válidos; “Toda Escritura é divinamente inspirada, proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça;” II Tim 3;16

Então, o verso supra também é. Parece esposar a ideia que, alguém instruído desde criança no caminho do dever, nele se manterá sem nenhum desvio; será?

Quem convive no meio cristão pode alistar dezenas de “desviados;” pior: Há muitos que sofreram decepções tais, no seio da igreja que, embora ainda crendo em Deus decidiram seguir às suas maneiras, sem congregar. Embora atropelem ensinos Bíblicos sobre isso, eles existem em quantidade. Também “deixaram o caminho”.

Como harmonizar esses dois fatos com o verso inicial: “Educa a criança no caminho em que deve andar; até quando envelhecer não se desviará dele?”

A natureza humana é volúvel; dada a carga emocional da qual é paciente, as pessoas se dão a mudanças, nem sempre para melhor. Alguém disse: “Sentimos nas mudanças certo alívio; ainda que estejamos mudando para pior.” Eventualmente, a leitura das causas ou a enfrentamento das consequências não são sadios.

Então, uma decepção qualquer assoma e não lidamos bem com a tal, nem com possíveis soluções. Quantos já disseram: “Eu era feliz e não sabia!” Maneira oblíqua de reconhecer que mudou para pior.

Que força magistral teria o aprendizado do dever ainda na infância, que me protegesse do perigo de me desviar? 

A alma infantil é um CD virgem, onde o aprendizado se grava para a vida toda. Por isso, aliás, o esforço dos “desconstrutores” das famílias em implantar a perversão sexual desde a infância nos colégios.

Para harmonizar o verso aquele com os fatos, talvez, nossa interpretação de texto é que careça de melhor lupa.

A afirmação não pretende assegurar que um assim ensinado, abraçaria à virtude apreendida e jamais a deixaria; antes, que o ensino sobre o caminho, a virtude, o conhecimento da vereda direita seria um valor nele entranhado, de maneira tal, que jamais se desviaria dele.

Eventual erro do caminho será por escolha, levante contra o que foi apreendido, não por desinformação.

Assim poderíamos parafrasear: “Ensina o bom caminho para a criança; tal ensino ficará gravado; jamais se desviará dela.” Ela fará suas escolhas na vida, sempre com esse vetor; seja, a encorajar, seja, a deplorar sua escolha.

O pródigo vergastado pelas consequências insanas dos descaminhos tomados, ainda tinha, mesmo entre os porcos, a informação sobre o bom caminho: “Tornando em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão e eu aqui pereço de fome! Levantar-me-ei, irei ter com meu pai e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti;” Luc 15;17 e 18

Notemos que, para ver o bom caminho não precisou escalar uma montanha em busca de um melhor mirante; tampouco, existiam binóculos, então; o “upgrade” para a visão estava dentro dele; ele voltou a ver direito, “tornando a si”. Pois, tinha dentro de si as placas para o bom caminho do qual ele se desviara; porque, apesar do desvio, o caminho, ainda continuava ali.

Por essa razão, aliás, se diz que, quando alguém age de modo intempestivo, insano, o tal está “fora de si”; isso encerra a presunção legítima de que, em si, em perfeita sanidade não agiria daquela forma.

Eventualmente nos iludimos com carismas como se esses fossem sinônimos de caráter; não são. Quantos talentosos que admiramos um dia, olhando-os pelo prisma do talento; mas, vendo-os agora, escorregar na falta de caráter os desprezamos, como certos artistas e jornalistas da moda?

Possivelmente já tinham consigo esses lapsos, mas, a cortina de fumaça dos dons não nos permitia vê-los; a falta de “peças” moldadas na forja dos valores acaba emprestando o espaço nos depósitos ermos, para as tralhas dos interesses mesquinhos.

Chamados pelo desfio das circunstâncias, as vilezas ocultas vêm à tona. Esse é o outro lado da moeda. Os que sempre foram treinados na vereda dos direitos, quando a demanda é pelos deveres perdem-se confusos; seus “depósitos” não contêm essas ferramentas.

O ensino na infância torna-se parte de quem aprende. Molda seu agir como uma necessidade. Fora dele a pessoa trai a si mesma.

“Porventura pode o etíope mudar sua pele, ou o leopardo suas manchas? Então podereis fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal.” Jr 13;23

Essa geração perita em tralhas eletrônicas desde infante, come da Árvore da Ciência; precisamos ensinar as crianças a olhar para a Árvore da Vida: Jesus Cristo.

Transplante de coração


“Lhes Darei um só coração, um espírito novo Porei dentro deles; Tirarei da sua carne o coração de pedra, lhes Darei um coração de carne; para que andem nos Meus estatutos, e guardem Meus Juízos, e os cumpram...” Ez 11;19 e 20

Alusão Divina à conversão de Israel; seriam ajuntados dentre os povos, levados à sua terra, onde, finalmente se converterão.

Óbvio que não se trata de uma conversão coletiva, cabal; liberdade de escolha é um bem que O Eterno preza; então, sempre restarão os que não desejarão. “Quanto àqueles cujo coração andar conforme o coração das suas coisas detestáveis e abominações, Farei recair nas suas cabeças o seu caminho, diz O Senhor Deus.” v 21

Espírito novo e coração novo para uns; juízo para outros. Sempre foi assim; liberdade de escolha assegurada; e as consequências dessas, inevitáveis.

O mesmo se aplica a nós; pois, também somos chamados Em Cristo, a reconciliarmos com Deus. O apelo do Seu Amor Regenerador nos abrange; “Isto é, Deus Estava em Cristo reconciliando Consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

Remover o coração de pedra dando um de carne, óbvio que se trata de figura de linguagem que descreve um coração egoísta, alienado, insensível, sendo transformado em outro, obediente, ensinável, submisso. “Aprendei de Mim que Sou Manso e Humilde de coração...” Mat 11;29

Adiante Deus reiterou a figura do transplante de órgãos: “Dar-vos-ei um coração novo, Porei dentro de vós um espírito novo; Tirarei da vossa carne o coração de pedra e vos Darei um coração de carne. Porei dentro de vós Meu Espírito, Farei que andeis nos Meus Estatutos, guardeis Meus juízos e os observeis.” Cap 36;26 e 27

Nas entrelinhas vemos em que consistia o tal “coração de pedra:” “... farei que andeis nos Meus Estatutos, guardeis Meus Juízos e os observeis.” Estavam endurecidos para as coisas de Deus, pois. A renovação espiritual prometida os reconduziria à obediência.

O Espírito Santo Atua mediante A Palavra de Deus. Através Dela, na Unção Dele, somos convencidos do pecado, da justiça e do juízo. A “remoção do coração de pedra” não é de uma vez por todas; antes, é um processo paulatino, concomitante ao aprendizado e prática da Palavra.

A “pedra” é esmiuçada e removida aos poucos; “Porventura Minha Palavra não é como o fogo, diz o Senhor, como um martelo que esmiúça a pedra?” Jr 23;29

As pessoas em sua maioria são acostumadas mediante o ofício de falsos profetas, a esperar mudanças radicais. O “Ungido do Senhor” ora e nossas vidas mudam; não é assim! O processo de edificação demanda ensino de uns, e aprendizado de outros; atualmente é mais notável pela ausência, que pela incidência, infelizmente.

Ora, O Salvador ordenou: “Fazei discípulos de todas as nações... ensinai!” Como nossos corações serão convertidos se, ignorarmos ao quê, devem sê-lo?

A primeira mudança deve ocorrer no domínio dos pensamentos, onde os nossos, egoístas e endurecidos, devem ser abandonados em prol dos Divinos. “Deixe o ímpio o seu caminho, o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar. Porque Meus pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os Meus, diz o Senhor.” Is 55;7 e 8

A Vontade Divina, uma vez conhecida, deve ser vivida; busca ir além do domínio dos pensamentos, ocupando o espaço das ações; ela, fatalmente, nos chamará à contramão do mundo que jaz no maligno; “... não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável e perfeita Vontade de Deus.” Rom 12;2

Embora a figura radical, aquela, onde Deus muda nossos corações, a “cirurgia” é um processo relativamente extenso, que requer nossa participação, bem acordados. Quem tenta nos “anestesiar" para que não vejamos nem mudemos, é a oposição. “... o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho...” II Cor 4;4

Deus atua de modo oposto; “... Jesus Cristo, Pai da glória, vos dê em Seu Conhecimento o espírito de sabedoria e revelação; tendo iluminados os olhos do vosso entendimento...” Ef 1;17 e 18

Embora os traficantes de graças baratas tenham gerado um leva imensa de viciados em falsas perspectivas, não será por falta de promessas, nem de pregações ostensivas que muitos vão se perder, infelizmente; antes, por falta de entendimento da Vontade Divina que foi abafada pelo vício das cobiças humanas.

Muitos corações duros são religiosos; “... amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências...”

Só restará O Divino Lamento; “O Meu povo foi destruído, porque lhe faltou conhecimento...” Os 4;6

sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Amor impossível


“Quem amar o dinheiro jamais dele se fartará; quem amar a abundância nunca se fartará da renda; também isto é vaidade.” Ecl 5;10

Quem ama, uma vez de posse do objeto do seu amor repousa; eventual cuidado será de manutenção; uma vez que, já usufrui a saciedade do amor. No entanto, o dinheiro, conforme a sentença supra é um amor insaciável. “Quem amar o dinheiro, jamais dele se fartará;”

Então, diria que esse é um amor impossível. Pior é que, na reta final, não obstante o quanto de riquezas materiais tiver amealhado, nada lhe valerão. “Como saiu do ventre de sua mãe, assim nu tornará, indo-se como veio; nada tomará do seu trabalho, que possa levar na sua mão.” Ecl 5;15

O Salvador aconselhou a busca de riquezas melhores, mais duradouras; “Não ajunteis tesouros na terra, onde traça e ferrugem tudo consomem, onde ladrões minam e roubam; mas ajuntai tesouros no Céu, onde nem traça nem ferrugem consomem, onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver vosso tesouro, aí estará também vosso coração.” Mat 6;19 a 21

Certa ambição por melhorar de vida todos têm; é uma coisa saudável. Agora o amor ao dinheiro faz nossos corações estacionarem em locais proibidos; defender o indefensável como certos “jornalistas” têm feito.

Podem tentar vender que se trata de rejeição a determinada pessoa, discrepância ideológica; mas, sabemos que não é. Tais conseguem “gostar” de algo abjeto se, virem possibilidade de, dessa fonte verter dinheiro.

Vendem a alma ao diabo. Bom nome, reputação, consciência em paz são valores menores do que a sede pelo metal que não é vil; antes, apto a demonstrar quais pessoas são. Nos seus domínios se pode diferir os que têm valor, dos que têm preço.

Um homem sóbrio, talvez orasse como Agur: “Afasta de mim a vaidade e a palavra mentirosa; não me dês nem pobreza nem riqueza; mantém-me do pão da minha porção de costume; para que, porventura, estando farto não te negue, e venha a dizer: Quem é o Senhor? ou que, empobrecendo, não venha a furtar, e tome O Nome de Deus em vão.” Prov 30;8 e 9

Na privação ou fartura, seu cuidado era para não macular ao Nome Santo. Orações feitas nesse espírito, com esse cuidado, sempre encontram respostas favoráveis.

Paulo andou nas mesmas pisadas; “Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido, também ter abundância; em toda a maneira, em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, quanto, ter fome; tanto ter abundância, quanto, padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.” Fp 4;11 a 13

Escrevendo a Timóteo advertiu contra os descaminhos dos amantes do dinheiro; “Os que querem ser ricos caem em tentação, em laço, em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é raiz de toda espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e traspassaram a si mesmos com muitas dores. Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas...” I Tim 6;9 a 11

Há injustiças praticadas por quem deveria ter zelo pelo Nome Santo; embora possam, eventualmente, parecer ter caducado pela ação do tempo, ante Deus não é assim. A demora Dele em julgar não é conivência; antes, longanimidade a espera pelo arrependimento; senão, um dia tira os esqueletos do armário. “Por muito tempo Me calei; Estive em silêncio, Me contive; mas agora Darei gritos como a que está de parto...” Is 42;14 “Estas coisas tens feito e Me calei; pensavas que era tal como tu, mas te arguirei e as porei por ordem diante dos teus olhos: Ouvi pois isto, vós que vos esqueceis de Deus; para que Eu vos não faça em pedaços, sem haver quem vos livre.” Sal 50;21 e 22

Fosse apenas o amor ao dinheiro, tal amante faria mal a si mesmo; como Esaú, correndo por “lentilhas” e desprezando a primogenitura.

Porém, os que sobem na enganosa escada da cobiça precisam forjar degraus indevidos; fazem dos direitos alheios serviçais seus; dos fatos precisam fugir fabricando versões; da consciência, até tentam se esquivar com doses de ativismo, onde, o clamor é por arrependimento, concerto. O bom é que sempre tem concerto, desde que, se deseje.

Dinheiro digital logo será o único meio de comprar e vender; para tanto, será necessária certa marca de adesão ao inimigo. Como evitarão essa cilada letal, os que, tendo uma vida inteira para amar Deus e o próximo, gastaram as pilhas de amar no rádio do dinheiro?

“Queres ser rico? Pois não te preocupes em aumentar teus bens, mas sim em diminuir a tua cobiça.” Epicuro

quinta-feira, 25 de agosto de 2022

Firmes nas bases


“Se forem destruídos os fundamentos, que poderá fazer o justo?” Sal 11;3

As bases de algo; o alicerce de um edifício, sustentáculo de uma doutrina, de uma escola filosófica; as premissas de uma ideologia... Tanto que, quando uma fala soa desprovida de coisas assim, presto alguém a define como sendo sem fundamento.

Tratando-se de Palavra de Deus, sem a qual desapareceria a possibilidade, o norte do justo, parece elementar que os fundamentos em apreço são a Doutrina que conduz à salvação.

Paulo pontua sua exclusividade: “Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.” I Cor 3;11 Somos “Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor.” Ef 2;20 e 21

O Próprio Salvador adjetivou Sua Doutrina aprendida e praticada como fundamento sólido; “Todo aquele que escuta estas Minhas Palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha; desceu a chuva, correram rios, assopraram ventos, combateram aquela casa e não caiu; porque estava edificada sobre a rocha.” Mat 7;24 e 25

O mundo já arranjou uma maneira de desacreditar aos que se firmam em Cristo; rotula terroristas islâmicos de “fundamentalistas”; depois, nos que creem na Palavra de Deus sem reservas, a mesma pecha se anexa; como se, aqueles que aprendem de Cristo a orar pelos inimigos fossem iguais aos que os explodem, em atos de terror.

Destruir fundamentos seria desacreditar a Doutrina de Cristo; perverter o sentido, inverter valores, distorcer ensinos; “Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal; que fazem das trevas luz e da luz, trevas; fazem do amargo doce e do doce, amargo! Ai dos que são sábios aos seus próprios olhos, prudentes diante de si mesmos!” Is 5;20 e 21

Não que seja possível destruir à Doutrina de Cristo estritamente; Ele assegura: “O Céu e a Terra passarão, mas Minhas Palavras não hão de passar.” Mat 24;35

Todavia, a infiltração de servos do inimigo no meio dos cristãos tem ensejado uma mistura de coisas profanas às santas. Desde dias antigos foi assim. Judas denunciou: “Amados, procurando eu escrever-vos com toda diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos. Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios que convertem em dissolução a graça de Deus; negam a Deus, Único Dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo.” Jd vs 3 e 4 Seu campo de atuação: Introduzidos na igreja. Objetivo: Dissolver a Graça Divina, negar a Cristo.

Os adeptos da “teologia liberal”, invés de terem A Santa Palavra como Fonte de Vida, um compêndio normativo, educativo, disciplinador e comportamental dos salvos, reduzem-na a uma espécie de arranjo metafórico a ensinar o amor incondicional; fonte irrestrita de hiper graça; delineado geral do que poderemos ser, cujos “lapsos” poderemos preencher ao sabor de nossas próprias inclinações.

Paulo, denunciou: “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências;” II Tim 4;3

Agora já temos os infiltrados fazendo escola, conquistando seguidores. Sua falta de compromisso com justiça e santidade permite que produzam simulacros de doutrina; priorizam a comodidade dos ímpios, invés de os “incomodar” desafiando-os à regeneração.

O Evangelho não foi dado para ensejar conforto; antes, para desafiar a uma mudança, da perdição à regeneração. “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve Minha Palavra, e crê Naquele que Me enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.” Jo 5;24

A “destruição” possível aos falsificadores diz respeito a semear enganos onde a Verdade inda não enraizou; contra aqueles já edificados nela, laboram em vão; “Como passa a tempestade, assim desaparece o perverso, mas o justo tem fundamento perpétuo.” Prov 10;25

Infelizmente, a vasta maioria dos que se dizem cristãos prefere ancorar suas esperanças nos duvidosos portos das promessas incondicionais; coisas sem fundamento que arrebanham milhares de incautos, tão perdidos quanto os enganadores, que escolheram seguir. Tais dizendo-se sábios tornaram-se loucos.

Somos desafiados a uma “loucura” que ousa a se jogar inteira sobre A Integridade Divina: Deus e Sua Obra São Eternos; portanto, atuais; não trazem rasuras. “Nós pregamos Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus e loucura para os gregos.” I Cor 1;23

Não dependemos da compreensão nem do apoio dos que não ouvem a Deus como nós. “Aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música.” Desconhecido

quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Insanidade global


“Todavia, o homem não é sem a mulher, nem a mulher sem o homem, no Senhor. Porque, como a mulher provém do homem, assim também o homem provém da mulher, mas tudo vem de Deus.” I Cor 11;11 e 12 Um do outro; o outro do um e ambos do Pai; simples e interligados assim.

Homem e mulher. A criação humana resume-se a isso no prisma biológico. Dois sexos definidos e complementares. A tentativa bizarra e recorrente, de transformar tipos de comportamentos em tipos de pessoas tem que lidar sempre com esse fato.

Cada qual pode escolher a letra do alfabeto que desejar para se identificar; dizer que está com o corpo certo ou, errado; que se percebe assim, ou assado; porém, seu corpo certamente trará uma mensagem biológica definida. Macho ou fêmea; homem ou mulher.

Toda sorte de liberdade se assegura a quem quiser entortar, por enquanto. Porém, eventual postura adversa ao ser, biológico, será vista como adversa, por quem tem neurônios saudáveis. Se alguém quer perverter a própria natureza que o faça; agora não queira juntamente tomar nossa capacidade cognitiva.

“Meu corpo, minhas regras” dizem; num contexto que defendem a coisificação da vida; o aborto. Pois, meu cérebro meu entendimento, digo; minha sanidade intelectual não está a serviço do sistema.

Se, lhes assiste plena liberdade sobre o uso dos próprios corpos, não lhes cabe direito nenhum sobre o funcionamento dos nossos neurônios.

Tudo o que sempre existiu na mais completa normalidade, de repente se tornou preconceituoso, exclusivo, ácido, ilícito. Qual o fato novo que mudou tais coisas? Em nome da defesa do direito dos homossexuais, um gigantesco lobby, dos que são ínfima minoria nos números, mas, graças aos meios de comunicação do sistema “desconstrutor” vigente, agem como maioria, está impondo na marra sua visão de mundo e “cancelando” todo e qualquer que ousar discordar.

Meu time, o Grêmio passou a usar a faixa de capitão com as cores do Arco Iris, para deixar patente que é o “clube de todos” ou, todes, sei lá. Uma ova! Não se trata de ser inclusivo; mas, de ter capitulado à pressão barulhenta dos que, em nome da aceitação exigem a promoção, a glamorização de suas escolhas perversas. Por que não uma braçadeira com símbolo das APAES, dos escoteiros, dos tradicionalistas... afinal é o clube de todos. Porque só isso está sendo empurrado no berro e a maioria vai se deixando empurrar.

A linguagem corrente, sempre usada sem nenhum viés que não fosse comunicar, de repente se “descobriu” eivada de “preconceitos” e termos “exclusivos”. Embora mestres da língua portuguesa expliquem à exaustão, que não faz nenhum sentido a dita, neutra, a coisa vai sendo empurrada. Parece que o negócio não é fazer sentido; apenas deixar patente quem manda. Que o alfabeto, não obstante, sempre tenha usado de determinado modo seus “órgãos” passou a se “perceber” de modo distinto.

Todas as coisas sempre tidas por lógicas, consagradas pelo uso, precisam ser “desconstruídas” segundo o espírito que opera nesse mundo. Não se trata do direito individual de cada um agir como quiser; isso é óbvio! Mas, da imposição de uma minoria barulhenta que deseja que a maioria se curve aos seus caprichos doentios e desajustados.

Todas as religiões, por antagônicas ou discrepantes que sejam, precisam ser diluídas numa só; grassa célere o fator diluente, o ecumenismo através do Papa Francisco.

Qualquer noção de patriotismo, identidade nacional precisa ser desacreditada como ácida, pequena, egoísta, indevida; para tal, atropela-nos a agenda globalista.

Toda postura de viés conservador, condutora na linha do tempo dos bens atávicos, das reservas morais e de costumes antigos precisa ser arrasada pela tsunami modernista que desconhece raízes, princípios, valores; a ferramenta para isso, o Marxismo Cultural, o “progressismo”.

Enfim, o mundo como sempre existiu, com o homem sendo ensinado sobre Jesus Cristo, pelo Exemplo e Obra Dele, sendo desafiado a reconciliar com O Criador, já não serve; os novos iluminados se articulam há tempo, para que, uma vez destruída toda a Terra, como sempre a conhecemos, possam enfim, “reiniciar” sem repetir erros históricos. “The Great Reset is coming!”

Para quê repetir os erros? “Built Back Better”!

Essa doentia e satânica arrogância que pretende reconstruir melhor é apenas o velho mundo se “percebendo num corpo errado”; regido pelo deus errado; perverso, desajustado, batendo cabeça carente do Criador.

“A Terra pranteia e murcha; o mundo enfraquece e murcha; enfraquecem os mais altos do povo da terra.” Is 24;4 “Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, honraram e serviram mais a criatura que O Criador...” Rom 1;25
“O direito tornou atrás, a justiça se pôs de longe; porque a verdade anda tropeçando pelas ruas, a equidade não pode entrar.” Is 59;14