quinta-feira, 11 de março de 2021

A força é fraca


“Assim seguiram seu caminho os filhos de Dã; Mica, vendo que eram mais fortes que ele voltou à sua casa.” Jz 18;26

Uma disputa entre a tribo de Dã e Mica pela posse de certos deuses; na verdade, ídolos que ele possuía e os danitas desejaram. Como ambos queriam a mesma coisa, a força foi o “voto de Minerva” que decidiu o pleito.

Disputas assim, e o “ministério” dos que a elas se associam derivam de fatores espúrios. Até corrupção, aceitação de favores rasteiros invés de consagração como seria se, fosse ao Senhor. “Purificai-vos, os que levai os Vasos do Senhor!”

Ao estabelecimento do falso, é necessário o desterro do verdadeiro. De outro modo; cultuar ídolos demanda a rejeição do Deus Vivo.

“Não lançastes vós fora os sacerdotes do Senhor, os filhos de Arão, e os levitas, e fizestes para vós sacerdotes, como os povos das outras terras? Qualquer que vem consagrar-se com um novilho e sete carneiros logo se faz sacerdote daqueles que não são deuses.” II cr 13;9 As “Credenciais” da falsidade são ofertas de bens, não santificação de vida; como ensinam muitos da moda.

Assim, tanto para a disputa por algo, quanto pela imposição de um culto sobre o outro, a força acaba sendo o recurso dos que não possuem o poder de persuasão do Espírito, como O Eterno. Só Ele Pode dizer: “... Não por força nem por violência, mas pelo Meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos.” Zac 4;6

O mesmo Zacarias vaticinou os termos da conclamação do Salvador; pleitos espontâneos, arbitrários; “... Se parece bem aos vossos olhos, dai-me o meu salário; se não, deixai-o. E pesaram Meu salário, trinta moedas de prata.” Zac 11;12

Mas, que “salário” O Salvador esperava receber quando da Sua vinda? Quando na euforia, um dia após O Senhor ter multiplicado pães e peixes as pessoas de olho em mais do mesmo pareceram voluntariar-se: “Que faremos para executar as Obras de Deus?” A resposta foi: “A Obra de Deus é esta: “Que creiais naquele que Ele enviou.” Jo 6;28 e 29 Por isso a questão: “Quem deu crédito à nossa pregação?”

Quando entendemos que homens ímpios prevalecem pela força e Deus persuade pelo Espírito, não se conclua com isso que o homem usa recursos igualmente válidos, ou que os meios Divinos sejam mais fracos.

Assim como Adão, antes do Sopro do Espírito era só barro moldado, toda obra humana privada do Espírito de Deus resultará vã. “Porque os egípcios são homens, não Deus; seus cavalos, carne, não espírito; quando O Senhor estender Sua Mão, tanto tropeçará o auxiliador, quanto cairá o ajudado; todos juntamente serão consumidos.” Is 31;3 Isso a um povo que rejeitara ao Senhor e confiara no socorro dos egípcios.

A rejeição ao Santo fora patenteada no veto ao ministério dos Seus enviados. “Porque este é um povo rebelde, filhos mentirosos, que não querem ouvir a Lei do Senhor. Que dizem aos videntes: Não vejais; aos profetas: Não profetizeis para nós o que é reto; dizei-nos coisas aprazíveis, vede para nós enganos. Desviai-vos do caminho, apartai-vos da vereda; fazei que o Santo de Israel cesse de estar perante nós.” Is 30;9 a 11

Não que a força seja algo mau; mas, se nossa confiança estiver nela, se tornará um ídolo; “... Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas, mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me entender e me conhecer, que Eu Sou O Senhor, que faço beneficência, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o Senhor.” Jr 9;23 e 24

A isso ecoa o preceito de Paulo aos efésios; “... fortalecei-vos no Senhor e na força do Seu poder.” Ef 6;10

Quando desencoraja a força, pois, não o faz na força estritamente; mas na origem da mesma; o “fortalecido” em si mesmo, o no Senhor. “Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte.” II Cor 12;10

Os que tentam se impor à força sobre semelhantes, sabem das suas fraquezas e cientes delas precisam tolher aos homens livres; desse modo toda a ditadura é um produto de covardes, que desprovidos de meios persuasivos para atrair a si, usam de violência, para, com o acessório do medo, dominar.

Deus não precisa disso, não força ninguém a crer; apenas deixa claro onde cada caminho leva; a escolha sempre será nossa.

Então, os da fé sadia, muitas vezes não devem fazer nada; antes aguardar confiantes o socorro de Quem faz, Deus. “No estarem quietos será a sua força.” Is 30;7

domingo, 7 de março de 2021

Andar no escuro


“Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do Seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor; firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10

A identificação do Profeta comissionado, com O Senhor que o comissiona é notória. Conexo com o desafio de temer ao Senhor, temos o ouvir a voz do Seu Servo; coisas contíguas, sinônimas.

Quando da chamada do servo em questão, Isaías, houve uma pluralidade celeste a questionar: “Quem há de ir por nós.” Cap 6;8

Elohim é forma plural do Deus que É Triuno; porém, atrevo-me a dizer que o “nós” aquele incluía o próprio enviado como consorte da obra; pois, adiante, quando pelo Espírito cogitou das consequências da mensagem messiânica perguntou: “Quem deu crédito à ‘nossa’ pregação?

Se, por um lado o convertido nega-se, por outro, em certo grau se faz partícipe da Natureza e Propósito Divinos. Por isso, quando ao “si mesmo” tudo falta; “está em trevas, não vê luz nenhuma.” Os olhos da fé vêm um Nome que ilumina o necessário para prosseguir. “Firme-se sobre seu Deus”.

A ideia de firmar-se no escuro é estranha ao homem natural. Dizem a torto e a direito que aparências enganam, mas as pessoas se posicionam em face às vicissitudes cotidianas, após o acessório dessas enganadoras.

Tanto que, se alguém ousar determinada empresa que nos pareça temerária normalmente dizemos: “Não vejo como isso poderá dar certo.” Assim, o que “vemos” costuma preceder-nos nas escolhas.

Todavia, os que são guindados ao sobrenatural mediante Cristo precisam de outra “bússola” para encontrarem seus nortes; “A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam; a prova das coisas que se não veem.” Heb 11;1

Ela não é cega como dizem opositores e incautos. Alcança profundezas onde os cegos não podem ver; “Pela fé (Moisés) deixou o Egito, não temendo a ira do rei; porque ficou firme, como vendo o invisível.” Heb 11;27

Igual um que, forçado a andar por um labirinto escuro deixa atrás de si um cordão para servir de referência do curso pretérito, a fé tem um “cordão” invertido rumo ao futuro que mostra por onde caminhar, “no escuro”. “Lâmpada para meus pés é Tua Palavra; luz para meu caminho.” Sal 119;105

Há tantas “Teologias” supostamente derivadas da fé; uma que faria Deus me “abençoar” fartando de casulos onde pretende dar asas; a “Prosperidade”; outra, que desafia o “status quo” revolta-se contra as estruturas sociais, instituições, valores, para, incluir nas benesses da ceifa, os que se omitem do labor no plantio; a “Libertação.”

Todavia, a única teologia decente, é a que encara o relacionamento Deus/homem, segundo Ele revela ser Seu propósito; Sua Palavra interpretada hígida e honestamente. Não é dessa ou daquela propensão; de Deus.

As parcialidades e inclinações naturais de um e outro são faíscas espúrias de humana feitura, frutos da fricção de gente auto enganada, que não se atreve no “escuro” e socorre-se em busca de fogo estranho. “Eis que todos vós, que acendeis fogo, vos cingis com faíscas, andai entre as labaredas do vosso fogo, entre as faíscas, que acendestes. Isto vos sobrevirá da minha mão, em tormentos jazereis.” Is 50;11

O Fogo que importa deveras para a separação e purificação dos elementos foi aceso pelo Salvador; é Santo; sem parcialidades, acepções. “Vim lançar fogo na terra; que mais quero, se já está aceso?” Luc 12;49

Depois da separação inicial, entre os que creem e os que resistem, outra chama testa nossa fé, evidenciando com quais insumos edificamos; “Se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; o fogo provará a obra de cada um.” I Cor 3;12 e 13

Por isso O Salvador foi figurado como um agricultor que padeja, limpa os grãos e incinera à palha; “Em sua mão tem a pá; limpará Sua eira e recolherá no celeiro o Seu trigo; e queimará a palha com fogo que nunca se apagará.” Mat 3;12

Então, o ministro idôneo não tem opiniões, inclinações à priori, parcialidades; “teologias” de estimação. Antes, é uma vida identificada com Deus, cuja voz empresta ao Espírito para atuar Segundo Ele.

Se, por razões da Suprema Sabedoria tiver que passar pelo “Vale da sombra da morte” ou dizer estupefato, como Ele: “Deus Meu, Deus Meu, por quê me desamparastes?”, mesmo nesse escuro, ante à morte até, o fiel saberá que o “desamparo” não é cabal; num rasgo de luz derradeiro ainda dirá como Ele: “Em Tuas Mãos Entrego Meu Espírito”.

“Porque para mim o viver é Cristo, e morrer é ganho.” Fp;1;21

sábado, 6 de março de 2021

Bandeiras


A pós-humanidade fica no estrangeiro. Ou será que nós ficamos de fora dela?? Pois, o cérebro tentou migrar e teve o visto negado. Um grande navegador, Paulo Freire Cabral, ou algo assim teria descoberto o seu continente, que, como rabo de potro só faz crescer...

Lá os nativos comentam o que não entendem em idiotês fluente; e os homens de “notável saber e reputação ilibada” não sabem ler; nem mesmo sabem o que é reputação ilibada. 

Ilibada que seria pura, sem manchas, parece que no idioma de lá significa, com cem manchas. Parecido com o português, um pouco.

É que em idiotês parece que reputação significa uma putice dupla, emputecer de novo. Só que, os “reputantes” invés de corpos vendem almas, esses estranhos habitantes do gueto da barbárie jurídica.

Absolvem criminosos; criminalizam cidadãos. Seguindo firmes no rumo que vão, breve mudarão o nome de São Paulo para São Judas. E a nação terá que indenizar certo ladrão por tê-lo impedido de roubar por curto período. Afinal, cada um deve gozar da liberdade de fazer o que sabe fazer melhor.

Trabalhar é crime, grilhões no sorveteiro! Traficar centenas de quilos de drogas é trabalho aceitável; pois, é um crime organizado. O Estado precisa ser leniente com isso, e é. Como impedir o labor de alguém tão produtivo com um produto tão indispensável?

Lá todo mundo entende da saúde dos outros; receitam fartas doses de faça o que digo, não o que faço; O gerente de banânia, uma grande região ao sul de after humanity, onde os mortos elegem representantes vivos, é proibido pelos do gueto, de gerir; e diuturnamente é cobrado pelos crimes de má gestão da coisa pública que certa onzena privada administra ao seu bel prazer.

Garantem a longeva hemiplegia da liberdade de expressão; democratas todos! É que no idioma de lá, as palavras invertem o significado, conforme a concordância. A justiça é cega para com certos direitos depende de quem, e surda para com certas ofensas; se for “fogo amigo”.

Governantes estaduais receberam uma faixa, uma caixa de lápis de cor e um molho de chaves nas suas posses; se divertem pintando bandeiras e fechando portas, onde deveriam estruturar minimamente ao sistema de saúde.

Vacinas há mais que os rios do Éden, e desculpas para a ineficácia também; transferência de culpa, mais do que certo desentendimento que houve lá.

Ora, não funciona porque ainda falta uma dose; outra é uma nova cepa mais letal; dona corruptina, ás no volante do lamamóvel se colocou como piloto do supersônico da saúde; natural que as mortes continuem no roteiro de “Apertem os cintos, o Piloto Sumiu”.

A saúde segue sendo pretexto nobre para aves de rapina que voam alto. Os “hospitais de campanha” sumiram depois que o vírus foi eleito. Campanha, agora sabemos o que significa. Não digo que competência de gestão por si pararia a peste; mas, que ladrões aproveitam-na e mercadejam com vidas invés de preservá-las.

Informar, no idioma de lá é meio parecido com o nosso; o prefixo in é de negação, como insubordinar, inseparar; então a imprensa de lá “in forma” não permitindo que, mediante conhecimento da realidade as pessoas formem bons conceitos do que se passa deveras. A “in formação” não para.

Os que laboravam por “amor à arte” estão craques na arte de lançar pedras em quem fechou as torneiras da grana federal; afinal, cantar, “Não me amarro a dinheiro não!” é fácil quando o dinheiro corre frouxo sem amarras; senão, “Narciso acho feio o que não é espelho”.

Outro dia certa Flor surgiu destilando espinhos em série, pedindo impeachment do presidente com assustadora proficiência em idiotês; aliás, poliglota; especialista em Dilmês e pornoguês também. 

E eu que gostava de flores... será que a pós-humanidade, além do pós-bom senso, pós-neurônios também trará a pós-estética?

Coisa duras pesam sobre nós. No pior momento da história humana moderna, tantas vidas se perdendo, e estão com as chaves do poder estadual e federal, as piores pessoas possíveis em caráter, probidade, inteligência, valor... 

Bolsonaro está de fora disso alijado do poder... parece que a legitimidade do resultado das urnas também depende da concordância da onzena da barbárie aquela...

Desculpem se parece que estou brincando com coisa séria; não é essa a intenção. Mas, onde lógica, sensatez, prudência, verdade, honestidade são coisas rechaçadas às portas, a ironia e o sarcasmo se solidarizam e tentam dar seus pitacos.

“O gênio, o crime e a loucura, provêm, por igual, de uma anormalidade; representam, de diferentes maneiras, uma inadaptabilidade ao meio.” Fernando Pessoa

Que Deus tenha misericórdia de nós, e os que valorizam o prazer mais que a vida aprendam de vez, que aquele só faz sentido nos domínios dessa...

Deus aparece


“Disse Deus: Façamos o homem à Nossa Imagem, conforme Nossa Semelhança...” Gen 1;26

“... Os meus deuses, que eu fiz, me tomastes...” Jz 18;24

Duas situações distintas; Deus planejando fazer o homem e um homem afirmando ter feito deuses.

Um fragmento do Gênesis, onde O Criador expõe nuances de como deveria ser o homem; Imagem e Semelhança do Divino; no segundo, um pleito de Mica contra a tribo de Dã, pela posse de certas imagens que ele chamava deuses.

Quando se diz que o homem criado era à Imagem Divina, entenda-se primeiramente que Deus É Espírito; a semelhança é espiritual. As formas que pareceu bem ao Criador moldar do barro são Sua Arte.

Se O Senhor, ou mesmo Seus anjos apareceram em formas humanas, não significa que isso abarca a Plenitude do Seu Ser; apenas que, por razões da Sua Sabedoria decidiu mostrar-se assim.

Há um dito consagrado que a necessidade é mãe das invenções. Ninguém empreenderia a criação de algo, do qual não sentisse nenhuma necessidade. Seria perda de tempo, esforço vão.

Assim, os homens que forjam deuses, de certo modo confessam sua alienação de Deus e consequente vazio espiritual, a clamar por complemento.

O homem que forja deuses os faz segundo sua imaginação. Devaneia com o que desconhece; em cima desses devaneios plasma algo palpável, um ídolo.

Seu autoengano atribui essência à forma; como se, algo bem torneado, acabado teria algum poder por isso.

Isaías denuncia um que faz fogo com parte de uma árvore, e da outra faz um deus para sua devoção. Tão cinza quanto a parte que se queimou é essa diante da qual ele se prostra. “Nenhum deles cai em si, já não têm conhecimento nem entendimento para dizer: Metade queimei no fogo, cozi pão sobre as suas brasas, assei sobre elas carne, e comi; faria eu do resto uma abominação? Ajoelhar-me-ei ao que saiu de uma árvore? Apascenta-se de cinza; seu coração enganado o desviou...” Is 44;19 e 20

“Apascenta-se;” isto é; se faz pastor de si mesmo segundo o próprio coração. Como, o si mesmo no comando foi uma invenção do canhoto, todo o idólatra, direta ou indiretamente é um seguidor dele.

Não forçou barra nenhuma, Paulo, quando disse que os que ofertam sacrifícios às imagens o fazem aos demônios. “Mas que digo? Que o ídolo é alguma coisa? Ou que o sacrificado ao ídolo é alguma coisa? Antes digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios, não a Deus. E não quero que sejais participantes com os demônios.” I Cor 10;19 e 20

Por isso, o primeiro passo rumo ao Único Pastor, Jesus Cristo, demanda a ruptura com esse intruso; “Negue a si mesmo!” De todos os ídolos esse é o pior. O homem cheio de si é intratável até entre outros pecadores; que dizer, diante de Deus?

Nós, pela constituição física sempre lidamos melhor com o imanente que com o transcendente; uma pretensa compreensão das coisas visíveis, sem entender as que não são assim.

Mesmo diante do Salvador, o apelo por Deus era antes, visual, que espiritual; daí o dito de Filipe: “Mostra-nos O Pai”. “Não me conheces, Filipe? Eu e O Pai Somos Um.”

O nascer de novo proposto a Nicodemos; invés de entender espiritualmente ele cogitou biologicamente; em seu lugar faríamos o mesmo.

Se Cristo e O Pai São UM, Olhando para Ele vemos Nele também O Pai; “... o resplendor da Sua Glória, Expressa Imagem da Sua Pessoa...” Heb 1;3 

Então, o desafio aos que sentem necessidade de Deus é que abandonem a inócua confiança em si, e se deixem em Cristo, regenerar;
Ele foi categórico; “Sem mim, nada podeis fazer.”

Nele, com Ele, somos ensinados à renúncia das inclinações particulares em prol da Vontade do Pai; invés de contemplarmos Deus de uma forma visível, nossa atuação Nele fará visível a outros, que Ele está em nós; “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;16

Davi no salmo 19 patenteou que “via” Deus nas obras da criação; um pouco antes, no 17 dissera que esperava contemplar a Face Divina nos valores que Ele esposa, nos quais desejava assemelhar-se, não em algo visível. “Quanto a mim, contemplarei Tua Face na justiça; me satisfarei da Tua semelhança quando acordar.” Sal 17;15

“Os limpos de coração verão a Deus”
, porque essa limpeza que O Espírito Santo Obra, a santificação, remove escamas, acende os olhos da fé; “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá O Senhor;” Heb 12;14

Queres ver Deus? Deixe Ele regenerá-lo à Sua Imagem e O verás bem de perto.

sexta-feira, 5 de março de 2021

O homem interior é capital


“Por causa disto me ponho de joelhos perante o Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo...” Ef 3;14

Paulo escrevendo aos efésios afirmou orar por eles; adiante anexou o motivo das orações; “Para que, segundo as riquezas da Sua glória, vos conceda que sejais corroborados com poder pelo seu Espírito no homem interior;” v 16

Corroborados com poder; ou, confirmados num viver vitorioso segundo Seu propósito. Diferente de muito do que grassa no “cristianismo” atual, ele se punha de joelhos pelas borboletas, não pelo casulo. Pelo fortalecimento do “homem interior” (espiritual) não pelos cuidados materiais como tanto se ensina.

Noutra parte foi mais explícito na distinção, entre o que é eterno, precioso e o temporal, corruptível; disse: “Por isso não desfalecemos; ainda que nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia.” II Cor 4;16 “Temos, porém este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, não nossa.” II Cor 4;7

Formas alternativas de reiterar o que O Senhor dissera; que O Reino de Deus e Sua Justiça devem ser prioritários, não as coisas temporais.

A fraude da idolatria encontrável ao longo de toda a saga humana, nada mais é que um clamor por Deus do homem interior que está morto, (separado); o homem natural auto engana-se com criação de imagens e ritos, como se, fome espiritual se pudesse saciar com meios naturais.

Por isso, os que recebem a adoção mediante Cristo, como primeira dádiva fruem poder, não para fazer milagres; mas, para receber o milagre da regeneração; sendo feitos então, filhos. “A todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome; os quais não nasceram do sangue, da carne, nem do homem, mas de Deus.” Jo 1;12 e 13

Se, o ajoelhar-se em oração de Paulo pedia pelo fortalecimento do homem interior, a graça de Cristo propiciou o “Novo Nascimento” ou, o surgimento desse homem.

Em dado momento Pedro tipificou os salvos como “pedras vivas”; noutro admoestou-os como meninos; “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo;” I Ped 2;2

O homem natural, aquele que se corrompe deve ser mortificado, crucificado. Cristo que, em dias ulteriores tomaria literalmente Sua cruz desafiou quem lhe ouvia a algo semelhante, figurado; “... tomai sobre vós o Meu jugo...

Escrevendo aos Coríntios Paulo detalhou como se processava consigo isso de estar sob jugo; “Todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, uma incorruptível. Pois assim corro, não como a coisa incerta; assim combato, não como batendo no ar. Antes, subjugo meu corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira ficar reprovado.” I Cor 9;25 a 27

Sendo a cruz do Senhor literal, levou-o à morte em nosso lugar; a nossa por ser mera figura das renúncias necessárias, demanda um sacrifício que não morre, mortifica-se; “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” Rom 12;1

Todo o salvo deveria evidenciar como Paulo essa sina de parede e meia entre morte e vida; “Já estou crucificado com Cristo e vivo...” Gál 2;20 

A ideia é que o homem natural não arbitra mais; seus desejos doentios já não comandam nosso viver; antes, O Espírito Santo nos instrui, fortalecendo e disciplinado mediante o homem interior.

O Apóstolo pontuou que orava de joelhos; havia e ainda há quem o faça prostrado, em pé, assentado, deitado até... A Palavra é omissa sobre a posição ideal para isso;

porém, é explícita quanto a um teor virtuoso; “Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para gastardes em vossos deleites.” Tg 4;3

Um modo de buscar que seja profundo, veraz; “Buscar-me-eis e achareis, quando me buscardes com todo vosso coração.” Jr 29;13

Afinal, “... verdadeiros adoradores adorarão O Pai em espírito e verdade; porque O Pai procura tais que assim O adorem. Deus é Espírito; importa que os que O adoram o façam em espírito e verdade.” Jo 4;23 e 24

Se, os alienados da vida tentam saciar a alma com simulacros, imagens, como vimos, os regenerados em Cristo são por Ele moldados paulatinamente até serem feitos outra vez, Imagens de Deus.

Sendo a única adoração aceitável ao Santo em Espírito e verdade ainda falta o homem interior, naqueles que enfileiram-se pelas ruas, atrás dos moldes materiais da mentira.

“... nada sabem os que conduzem em procissão suas imagens de escultura, feitas de madeira; rogam a um deus que não pode salvar.” Is 45;20

domingo, 28 de fevereiro de 2021

A Liberdade Possível


“... Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Jo 8;31 e 32

Valores caros; o conhecimento de uma é posto como patrocinador do usufruto da outra. Conhecer à verdade para, por ela, ser livre.

Algumas coisas são necessárias nessa dualidade em que eferve o mundo; luz e trevas, vida e morte, verdade e mentira. Se, prefiro o calor, naturalmente tenho algumas objeções ao frio; tendo afinidade maior com a luz, por certo trago algumas restrições às trevas; se, a verdade liberta, necessária a conclusão que é a mentira que aprisiona.

Embora alguns advoguem que o conhecimento em si nos faz livres, isso é só meia verdade. Liberta da ignorância intelectual; contudo, há outro viés, sabedoria, que demanda o concurso da vontade humana alinhada à Divina; isso só Cristo propicia.

Um gênio da física como Stephen Howkins por exemplo, era ateu; vemos que, mesmo sua mente tendo galgado alturas, sua alma seguia em trevas; Foi ele que disse: “A fé é um brinquedo de crianças com medo do escuro.” Ao que, certo pregador respondeu: “O ateísmo é um brinquedo de adultos com medo da luz.”

Oportuno lembrar Platão: “É natural as crianças terem medo do escuro; trágico é quando os adultos têm medo da luz.”

Paulo fez a necessária distinção entre o conhecimento, a sabedoria do mundo, e a Sabedoria, por excelência: “Mas falamos a Sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da Glória.” I Cor 2;7 e 8

Se, para conhecermos à verdade devemos permanecer na Palavra de Cristo, Ele desafiou: “Negue a si mesmo”; a primeira nuance da verdade que assoma é que o ego, o si mesmo autônomo é uma fraude, uma mentira; não tem espaço nos domínios da verdade.

Foi a serpente no Éden quem disse que os humanos não precisavam seguir à Vontade Divina; poderiam eleger valores como bem e mal, por si mesmos; seriam como Deus.

Cristo veio desfazer também a essa obra do Diabo; a liberdade que esse conhecimento enseja nos coloca de novo, submissos, “... tome a cada dia sua cruz ...”; então, o vulgo fazer o que quiser, que alguns equacionam com liberdade não é bem assim. 

Parece que a liberdade possível, desejável, é cada ser, funcionar segundo o propósito para o qual foi criado. Não mais.

A liberdade proposta visa nos separar do jeito mundano de pensar e agir, para volvermos, à Boa Vontade Divina; “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável e perfeita Vontade de Deus.” Rom 12;2

Dado que somos arbitrários, todos podemos fazer o que quisermos. “Anda pela vista dos teus olhos...” Por quê os pleitos por liberdade ainda? 

Porque, no fundo, as pessoas não apenas querem fazer o que der na telha, como também, que tais feitos sejam inconsequentes; não é assim. “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; tudo o que o homem semear, isso ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará vida eterna.” Gál 6;7 e 8

O conhecimento pode ensejar ateus letrados; a Sabedoria necessariamente reconduz a Deus como disse Blaise Pascal: “Um pouco de ciência afasta ao homem de Deus; um muito, aproxima.”

Se, Paulo diferira uma sabedoria e outra, como vimos, também o fez em relação à ciência; “Ó Timóteo, guarda o depósito que te foi confiado, tendo horror aos clamores vãos e profanos, oposições da falsamente chamada ciência, a qual, professando-a alguns, se desviaram da fé...” I Tim 6;20 e 21

Uma “ciência” que desvia da fé, necessariamente se opõe a Deus; “Não há sabedoria, nem inteligência, nem conselho contra O Senhor.” Prov 21;30

Fomos criados para “funcionar” segundo Deus e Sua Vontade; sempre que nosso agir destoa Daquela, nossa consciência acende uma luzinha vermelha denunciando que um naco da liberdade original se perdeu.

Por isso, a Liberdade que Cristo oferece, primeiro purifica, apaga nossa “lousa” cheia de impropérios; depois capacita a uma escrita seletiva, segundo O Criador; “...o Sangue de Cristo, que pelo Espírito Eterno ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo...”

Então, quando Paulo afirma que os salvos têm a “Mente de Cristo”, supõe que aqueles permanecem na Palavra Dele.

O Pai de mentira esboça “reinicializar o mundo” agora livre de Deus, dos “discursos do ódio”. Sabem os que conhecem a verdade, o que subjaz a essa camuflagem “amorosa”; escravidão sob jugo do erro.

sábado, 27 de fevereiro de 2021

Memórias do Cárcere


“Então falou o copeiro-mor a Faraó, dizendo: Das minhas ofensas me lembro hoje” Gn 41;9

Havia uma crise na corte; Faraó sonhara algo que o estava inquietando pela interpretação; “sábio” nenhum conseguia.

Então, o copeiro-mor que estivera preso junto com José, o jovem hebreu que interpretara dois sonhos, dele e do padeiro que, segundo a mesma interpretação acabou enforcado, lembrou-se disso. José pedira a ele que falasse benignamente a seu favor, uma vez livre; pois, estava preso inocente.

Por isso, invés de lembrar de uma solução ao dilema real, estritamente, disse ao lembrar de José que se lembrava das suas ofensas. Bons tempos aqueles onde prometer algo e não cumprir era equacionado como ofensa, à honra, ao caráter, ou mesmo, a uma divindade interessada em idoneidade.

O lado bom das nossas crises, certamente é esse exame de consciência, onde, vidas fúteis de quando vai tudo bem, cogitam nas razões pelas quais as coisas passam a ir mal. Não raro, o sítio arqueológico da memória costuma expor ossos pretéritos que, devidamente ajuntados moldam o arcabouço de pendências espirituais.

Como disse certo poeta: “Na parede da memória essa lembrança é o quadro que dói mais.”

No salmo 50 O Senhor denunciou um que, precisava duma “crise” uma vez que estava seguro no erro; “Que fazes tu em recitar Meus Estatutos e tomar Minha Aliança na tua boca? Visto que odeias a correção, lanças Minhas Palavras para detrás de ti. Quando vês o ladrão, consentes com ele, tens a tua parte com adúlteros. Soltas tua boca para o mal; a tua língua compõe engano. Assentas-te a falar contra teu irmão; falas mal contra o filho de tua mãe. Estas coisas tens feito, e calei; pensavas que era tal como tu, mas te arguirei, as porei por ordem diante dos teus olhos.” Sal 50;16 a 21

Pedro enfrentou sua crise também; bravateara que iria à morte com Cristo, se necessário; O Senhor asseverou que antes que o galo cantasse ele o negaria três vezes. Então, quando o penoso trinou após a terceira manquitolada dele, presto a memória acordou; e entristecido “chorou amargamente”.

Temos “acessórios” à memória. Por isso O Senhor ordenou a Ceia; “Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha.” I Cor 11;26

Periodicamente sofremos uma “crise” forçada, onde somos instados a discernir o “Corpo do Senhor” numa autoanálise.

Podemos usar máscaras convenientes fingindo sofrer de Alzheimer espiritual; mas, seria uma maneira de trairmos a nós mesmos.

Toda a vez que A Palavra de Deus é pregada retamente, devemos perguntar como Pilatos: “Que farei de Jesus chamado O Cristo?” A mensagem idônea evoca nossos maus passos pretéritos desafiando-nos a lidarmos com isso segundo os termos Divinos.

Se lembrar, no caso do Copeiro ensejava recordar de um preso inocente, no nosso caso, é forçoso que lembremos que Um Inocente morreu por nossas ofensas. Se algo tão grave assim não bastar para nos levar ao arrependimento, nada bastará; somos então, um caso perdido.

José foi guindado do cárcere ao trono; a Inocência de Cristo legada aos que se arrependem também, pega aos que mereciam a morte e exalta-os, com o gracioso dom da vida eterna.

A mensagem evangélica traz crise no império do ego, para que toda a segurança falsa e justiça própria despareçam, ao assomarem as memórias das nossas ofensas.

O sonho do Faraó apontava para dois tempos distintos, sete anos de fartura, outros sete de miséria; na nossa crise vemos a miséria das nossas faltas compensada com a fartura dos celeiros da Graça. “Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de Um muitos serão feitos justos. Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça;” Rom 5;19 e 20

Soando verídica a interpretação de José aos ouvidos do rei, esse boquiaberto disse: “... Acharíamos um homem como este em quem haja O Espírito de Deus?” Gn 41;38

O copeiro esquecera do pedido de “Habeas Corpus” do jovem hebreu, sua postura de retidão e temor a Deus atraíra ao Espírito Santo para ele. A angústia pontual de Faraó serviu como meio de remover a duradoura, de José.

Na sua exaltação ele teve um filho que chamou Manassés, que significa, “Deus faz esquecer”; todavia nas almas dos seus irmãos que o venderam ainda restava algo que Deus faria lembrar. 

O perdão Divino está acessível a todos, mediante arrependimento, não vistas grossas.

Nossas ofensas são tratadas em misericórdia quanto à sentença, em verdade quanto à justiça; pois, “O que encobre suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.” Prov 28;13