sábado, 2 de janeiro de 2021

Sem Contradição Alguma


“... Tomai-o vós, e crucificai-o; porque nenhum crime acho nele. Responderam-lhe os judeus: Nós temos uma lei e segundo nossa lei, deve morrer, porque se fez Filho de Deus.” Jo 19;6 e 7

Pilatos já estava “lavando as mãos”; pois, não tendo encontrado nenhum crime, permitia que Jesus fosse morto, desde que, pelos que O odiavam.

Se, houve contradição do magistrado, ao testificar a inocência do réu, e ainda assim conceder que se cometesse injustiça, os judeus não estavam melhores.

Ao dizerem, “nós temos uma lei” e pedirem aplicação da lei romana, (a judaica não previa crucificação) estavam contradizendo-se também.

Havia pouco, o regente romano já o açoitara e coroara de espinhos, antes de dizer o “motivo”; “... Eis aqui vo-lo trago fora, para que saibais que não acho Nele crime algum.” V 4

Contradição; a característica mais notável naquela farsa toda.

Significa dizer o contrário do que antes se disse; ou fazer algo que implique coisas diversas das já conhecidas. Como eu dizer que torço para o Grêmio, e sair às ruas com a camisa do Inter; não me contradisse com palavras, mas com ações. Ou, ainda pior, declarar a inocência e permitir a punição, como naquele caso. Agir contrariando o dito.

A mais comum das contradições: “Lábios ardentes e coração maligno” como disse Salomão; Prov 26;23

Paulo ampliou a ideia: “Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis, desobedientes e reprovados para toda boa obra.” Tt 1;16

O Próprio Salvador dissera que o povo “honrava-o” com os lábios, estando o coração distante, reiterando o que dera mediante Isaías.

Desde a queda, a contradição se enraizou em nós. O senso do dever e justiça arbitram nas consciências apontando ao justo; a vontade escrava não consegue agir conforme; busca o cômodo, prazeroso, o fácil;

“Porque o que faço não aprovo; o que quero não faço, mas o que aborreço, faço. Se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. Porque sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; pois, o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem.” Rom 7;15 a 18

Vemos no ímpio escravizado ao pecado, vestígios das duas naturezas; a espiritual impotente, querendo o certo, o justo sem poder; a carnal escrava, dando vazão ao todas as práticas para as quais, ouve um testemunho de que são erradas.

Por isso, o primeiro dom dado aos convertidos é poder, para agir conforme a luz do Espírito; “Mas, a todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

As duas naturezas palpitam nos salvos também; só que agora, com o espírito regenerado, invés de poder enviar uns fantasmagóricos lampejos de consciência, como antes, quando estava morto (separado de Deus, não inexistente) agora pode dirigir nosso modo de agir se, lhe dermos ouvidos.

Isaías ensinara: “Teus ouvidos ouvirão a palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes nem para direita nem para esquerda.” Cap 30;21

A natureza caída continua desejando às mesmas coisas. A diferença é que, o espírito, antes impotente foi “potencializado” em Cristo, o que torna possível andar segundo Ele, para salvação; “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.” Rom 8;1 e 2

Sendo o mundo inimigo do Criador, e Jesus vindo como um de nós, natural que fosse contraditado pala impiedade reinante; Simeão prevenira Maria: “Este é posto para queda e elevação de muitos em Israel; para sinal que é contraditado... para que se manifestem os pensamentos de muitos corações.” Luc 1;34 e 35

Nele, nosso pensar e agir podem ser convergentes; O Novo Testamento no Espírito escreve as Leis nos corações; “... Porei Minhas Leis no seu entendimento, em seu coração as escreverei; Eu lhes serei por Deus, eles me serão por povo;” Heb 8;10

Se Ele, Santo, Inocente padeceu para nos dar vida, por quê nós, culpados remidos de graça, devemos evitar temas polêmicos, pregar coisas adocicadas para ofertar lisonjas a mortos?

Você quer vida fácil? Não tem; quer mundo melhor? Idem, esse será julgado, destruído; prosperidade? A promessa é só salvação. Seria contraditório pregar o Reino dos Céus ardendo por apegos terrenos.

“Considerai aquele que suportou tais contradições dos pecadores contra si mesmo, para que não enfraqueçais, desfalecendo em vossos ânimos.” Heb 12;3

sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Felicidade na escolha que vem


“Felizes os limpos de coração, porque eles verão a Deus;” Mat 5;8

Estamos no ano que vem, onde todos se desejaram felicidades; quero pensar um pouco sobre essa dama, a felicidade; onde mora, de quê é feita, quais suas características?

Se, todos desejam que outrem a encontre no devir, supõe-se, naturalmente, que ela reside lá; que esteja nos esperando no futuro.

Entretanto, muito deparei com a frase: “Eu era feliz e não sabia”. Para quem falou assim, ela estava no passado e ele não viu; assim, além de encontrá-la, talvez devêssemos desejar junto a capacidade de ver, quando isso se der.

Além da dificuldade de a situarmos, no tempo, temos algumas variáveis quanto à sua essência também. Grosso modo, será associada ao prazer, bem estar, anseios satisfeitos, fartura, afetos correspondidos, segurança, paz...

Contudo, na receita de Cristo, invés de mencionar circunstâncias prazerosas, Ele elenca algumas que demandam sacrifícios, dores até. “Felizes os pobres de espírito; limpos de coração; pacificadores; perseguidos por amor ao Meu nome, e pasmem! Felizes os que choram...” Será que alguns desejam que eu chore???

Provavelmente Jesus não entendia de felicidade... ou será que somos nós que não entendemos bem o que está em jogo?

Na verdade a palavra, feliz, às vezes é usada apenas como uma figura de linguagem; outras, como uma semente profética.

Quando alguém diz que era feliz e não sabia, não pretende dizer estritamente isso; antes, que uma situação pretérita era melhor que a atual. Nesse sentido, todos nós podemos dizer, eventualmente; pois, à medida que o rio do tempo avança, bons valores apodrecem, o mundo degenera, as pessoas pioram.

Contudo, o “feliz” como semente não se refere ao momento doloroso da semeadura, mas, ao resultado ditoso da ceifa; “Os que semeiam em lágrimas segarão com alegria. Aquele que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará, sem dúvida, com alegria, trazendo consigo seus molhos.” Sal 126;5 e 6

Nesse prisma que O Salvador ensinou, tendo em vista uma recompensa porvir; felizes os que agem assim, (malgrado o custo presente, perseguições, aflições) porque “serão consolados, deles é O Reino, serão chamados filhos de Deus, verão a Deus...”

Então, para os que a felicidade está no passado, as coisas estão apenas piorando; para os que a esperam no futuro, há um preço atual, nem sempre circundado de alegrias e facilidades; “No mundo tereis aflições; mas tende bom ânimo; Eu venci o mundo”, ensinou O Salvador.

Pensando no teor dessas aflições necessárias, na minha insipiência eu achava que fosse porque o mundo massifica, se impõe e discrimina quem não anda segundo seu curso; o que deveria valer para nós cristãos; pois, Ele disse: “Dei-lhes Tua Palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como Eu não sou do mundo. Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal. Não são do mundo, como Eu do mundo não sou.” Jo 17;14 a 16

Sermos estrangeiros no mundo, peregrinos, não tem a ver com falarmos outro idioma, mas como adotarmos um modo de vida derivado da Palavra de Deus, que o mundo não consegue nem aprecia; não ser do mundo estando no mundo, não agir como ele, por amor a Deus; em minha ingenuidade eu pensava que era assim;

Mas, ao ver “cristãos” comemorando o Natal, de mesmo jeito que o mundo, com os mesmos elementos do paganismo e nada de Bíblia, e, na virada do ano, usando roupas novas de acordo com seus desejos de conquista, conforme as cores que determinam certos “Orixás” para trazer, amor, riqueza, paz, harmonia etc. me senti estrangeiro ao “cristianismo” não apenas ao mundo... estou mais perdido que pensava, “eu era feliz e não sabia”...

Na cidades-estados gregas havia dois tipos; O politicai, ou cidadão, com plenos direitos nas reuniões da Polis, (cidade) e os metecos; esses eram estrangeiros residentes, com direitos inferiores aos cidadãos. Não votavam nem podiam ser votados, eram aceitos, apenas.

Embora tenhamos cidadania terrena, temos também a celestial; e como todo direito traz anexo certo dever, para esperarmos as benesses futuras prometidas no Reino, certa separação é necessária aqui.

Se Cristo está em nós, devemos, como Ele, denunciar à insensatez do mundo; se formos vencidos a coisa fica vergonhosa. “Deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao seu próprio vômito; a porca lavada ao espojadouro de lama.” II Ped 2;22

Quanto à felicidade futura O Senhor não esqueceu; conduz-nos pela vereda estreita da Sua Palavra, até nos ver naquele lugar onde, “Deus limpará de seus olhos toda lágrima; não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque as primeiras coisas são passadas.” Apoc 21;4 Feliz resolução nova!

quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Argentina; Crime de Estado


“O prazer do crime passa, o arrependimento sobrevém e o remorso perpetua-se.” Marquês de Maricá

Ou, “O homem carregado do sangue de qualquer pessoa fugirá até à cova; ninguém o detenha.” Prov 28;17

Não sei por que, mas não estou nada surpreso com o silêncio ensurdecedor do Papa Francisco sobre a aprovação do aborto na Argentina, seu país de nascimento; pois, não existia essa lei ainda, quando ele nasceu.

Desde o início, apelidando-se de Francisco, sempre deixou patente que o zelo de Deus e Sua Palavra não era o seu forte. Quando perguntado sobre o homossexualismo, por exemplo, veio com um “Quem sono io pra julgare”? Ora, um ministro de Deus não precisa julgar ninguém; basta que apresente Sua Palavra; essa traz o Julgamento Divino o que nos exime de julgar.

A Palavra traz punição até para aborto sem querer; não entra no mérito de quantos meses o feto tinha; “Se alguns homens pelejarem, um ferir uma mulher grávida, e for causa que aborte, porém não havendo outro dano, certamente será multado, conforme o que lhe impuser o marido da mulher, e julgarem os juízes.” Ex 21;22

De igual modo eram tratadas as vidas adultas; crime culposo, por acidente e o culpado se protegeria do vingador nas “cidades de refúgio”; porém, havendo intenção, a pena era de morte. Logo, para Deus a vida humana com um dia o cem anos dá no mesmo, é uma vida com seus direitos e dignidade conferidos pelo Criador.

O Próprio Senhor disse que Sua Palavra seria o fundamento do juízo, porque procedia do Pai; “Quem me rejeitar, e não receber Minhas Palavras, já tem quem o julgue; A Palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no último dia. Porque não tenho falado de mim mesmo; mas o Pai, que Me Enviou, Ele Me Deu mandamento sobre o que hei de dizer, sobre o que hei de falar.” Jo 12;48 e 49

Não venham os sofistas de plantão dizendo que Cristo não falou sobre postura sexual, que foi Paulo, como se, o que ele escreveu não procedesse do Senhor. O Senhor o escolheu e capacitou a ser ministro do Novo Testamento.

Um ou dois momentos em que falou de si mesmo o apóstolo fez a ressalva: “Digo eu, não O Senhor; falo como que fora de mim.” No mais, ensinou a sabedoria espiritual segundo O Senhor.

O Salvador reduziu os Dez Mandamentos a dois; amar a Deus e ao próximo; em qual deles o aborto encaixa?

Porém, Francisco, invés do ministério da Palavra, saiu beijando os pés dos muçulmanos que cortam cabeças dos (infiéis) cristãos, e fazendo concessões várias aos comunistas chineses que destroem igrejas e perseguem cristãos; o Chico só quer comunismo. Tanto que, muitos católicos o rejeitam.

Além do peso do aborto, de crime hediondo, covarde, abominável, no seu bojo traz um vício humano de lambuja. A irresponsabilidade dos que, podendo evitar uma gravidez indesejada com toda informação e meios disponíveis não evitam, sendo “resolvida” às custas de outrem, indefeso, inocente.

Embora seus defensores tentem coisificar a vida em formação, tanto é uma vida que, não desejando interrompem-na de modo criminoso. Se não fosse, a interrupção sequer faria sentido.

Amiúde é o velho vício humano desde o Éden, de transferir culpas, fugir de responsabilidades. Assim, criminosos com menos de 18 anos não são imputados, pois, “Não sabem o que fazem”; bandidos de qualquer idade, aos olhos dessas mentalidades doentias, não são bandidos; antes, são “vítimas da sociedade”, essa com sua mania moralista e burguesa de querer que as pessoas trabalhem.

Se, há uma igualdade no ponto de partida, chuva e sol incidem sobre justos e injustos, há os que procuram trabalho; encontrando, nele perseveram; em contraponto, os zangões sociais que, dormem quando saímos trabalhar e roubam quando acordam; quando voltamos do serviço estão nas áreas das casas “enxugando latinhas” de cerveja.

Como diz o adágio que quanto mais magro o cão mais pulgas, assim, os mais avessos ao trabalho são mais propensos ao vício.

Quem labora precisa pagar pelas "necessidades" dessas “vítimas”. Outro dia me furtaram o rádio do carro.

Não dissesse a Palavra de Deus que o mundo “Jaz no Maligno”, em algum momento a gente perceberia, meditando sobre esse acarinhar marginais e legalizar assassinos.

O Criador do mundo que vai julgá-lo adverte dos Seus termos; “Estas seis coisas o Senhor odeia, a sétima Sua alma abomina: Olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, coração que maquina pensamentos perversos, pés que se apressam a correr para o mal, testemunha falsa que profere mentiras, e quem semeia contendas entre irmãos.” Prov 6;16 a 19

Minha solidariedade aos irmãos argentinos que são contra às indecências do Estado.

A Terra Sarada


“O Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela, da casa de teu pai, para a terra que Eu Te mostrarei.” Gen 12;1

Esse aspecto da fé que desafia a deixar o certo pelo “duvidoso” é seu traço mais marcante.

Os nãos, eram precisos; não mais “tua terra, tua parentela, nem a casa de teu pai...” o sim, ainda encoberto sob a cortina da confiança em Deus; “a terra que te mostrarei.”

De um modo simplista, o galardoado com o dom da fé abstrai-se à realidade e passa a andar segundo uma “utopia”. Na linguagem usada em Hebreus, fica “firme como que vendo, o invisível.”

Nesse prisma que o vero saber se traveste de “loucura” como definiu Paulo: “Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é O Poder de Deus... Visto como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação... Porque a loucura de Deus é mais sábia que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte que os homens.” I Cor 1;18, 21 e 25

Quando do relato que Deus criou o homem do pó da terra, isso, para os céticos não passa de um “mito”. Contudo, analise-se a constituição dos nossos corpos; encontrão neles, água, ferro, cálcio, magnésio, zinco... todas substâncias encontráveis na terra. Assim, sem o “sopro de vida” que O Criador legou seremos meros amontoados de terra, o que os corpos se tornam, breves dias após a morte.

Desde a queda que “nossa terra” foi invadida por um elemento espúrio, o pecado; a harmonia, antes natural com O Criador se perdeu, dado o concurso dos desejos autônomos, a “terra” que antes fora boa, passou a produzir espinhos.

De outro modo; nossos corpos, antes inclinados à santidade e comunhão com O Eterno, passaram a ser reféns de novo “Senhor”, hospedeiros de vícios que antes desconheciam. 

Esses tinham sua fortaleza na vontade, faculdade da alma, cuja expressão escravizou os corpos.

Restou dentro de cada escravo um desejo impotente pelo caminho de antes, (a consciência) e servidão aos descaminho pecaminosos; de certo modo, o inimigo que nos levou a pecar “comprou nossa terra” uma vez morto nosso espírito; “Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado.” Rom 7;14

Não apenas nossa terra particular, (nosso corpo) com a submissão, toda a “Matrix” foi contaminada. “Maldita é a Terra por tua causa!” Disse O Criador a Adão, nosso pai.

Nossa alma morta-viva passou a adotar valores autônomos, pensamentos humanos com seus conceitos rasos, uma vez perdida a comunhão com A Luz, O Criador.

O Remédio a esse mal foi vaticinado por Isaías: “Deixe o ímpio o seu caminho, o homem maligno seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. Porque Meus pensamentos não são os vossos; nem vossos caminhos os Meus, diz o Senhor.” Is 55;7 e 8

Como as almas residem em corpos, elas não podem migrar à salvação sem esses; então, a “chamada de Abrão” se repete para nós; “Sai da tua terra...” ou, “Negue a si mesmo...”

Dados esses dois passos, a mudança da mente autônoma para a submissa, e a negação dos apetites do corpo, (cruz) surge-nos então a “terra que te mostrarei” a doutrina que regenera, a salvação. O “Pródigo” volta pra casa; O Espírito nasce de novo.

“Mas, a todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome; os quais não nasceram do sangue, nem da carne, nem do homem, mas de Deus.” Jo 1;12 e 13

O novo nascimento da Água e do espírito converte medo em confiança, inimizade em reconciliação.

Invés de buscarmos uma moita para nos escondermos ante à Voz de Deus, como Adão, sentimos vontade de louvá-lo porque, finalmente Ele "Sarou nossa terra”.

Durante o cativeiro dos hebreus, os babilônios tendo solicitado que eles cantassem hinos eles recusaram; e o fizeram por um motivo: “Como cantaremos a canção do Senhor em terra estranha?” Sal 137;4

Se, para eles era impossível cantar alienados da terra natal, só quem foi regenerado pelo Eterno, na “Terra que nos mostrou”, a salvação, pode cantar com gratidão.

Os olhos da fé que veem o invisível têm bem claro o que Deus lhes fez: “Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs meus pés sobre uma rocha, firmou meus passos. E pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos verão, temerão e confiarão no Senhor.” Sal 40;2 e 3

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Como tem passado!


Essa frase seguida de interrogação é usual quando encontramos um amigo (a) que não vemos a algum tempo, e desejamos saber dele (a).

Há um conteúdo filosófico misturado que geralmente nos passa desapercebido; não dizemos que a pessoa vive, mas que ela passa. Senão, perguntaríamos: Como tens vivido?

Os tempos e peripécias humanas já conhecidas, acondicionamos todos no particípio, passado.

Nalguns casos desaconselhamos que se mexa nesse baú; “Águas passadas não movem moinho;” dizemos. Noutros, desejamos que frutos dos idos estejam presentes, pois, “Quem não aprende com erros históricos tende a repeti-los”.

Então, se, as coisas que aprendemos moldam nosso ser e agir, atuando no presente trazem novo ciclo de “águas passadas”; As lições idas moldam ao que é.

Se, nossos erros pretéritos facultam o aprendizado, quem os repete por não aprender é retratado na Bíblia de modo duro; “Como o cão torna ao seu vômito, assim o tolo que repete sua estultícia.” Prov 26;11 Pedro reitera a figura e acrescenta: “Como a porca lavada que volta para a lama.”

Portanto, não somos instados apenas a passar, mas a passar crescendo, haurindo os frutos das experiências que margeiam a passagem.

Embora temporais um nossa incidência, há um quê de eterno em nós, colocado pelo Criador; “Tudo fez formoso em seu tempo; também pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até ao fim” Ecl 3;11

Se, nossa atuação só é possível no presente, podemos evocar o passado mediante aprendizado, ou, nos emocionarmos, nas asas da saudade; e, tocarmos o futuro pela fé e esperança.

Essa “eternidade” pode ser realidade em todos o que encomendam-se a Cristo. Para aquilo que não tem mais jeito, os pecados já cometidos Ele perdoa em Seu Amor e purifica em Seu Sangue.

O “esquecer” possível aos seres com um HD como o nosso é lembrar sem dor; os que recebem a dádiva do perdão, por graves que sejam as faltas idas podem dizer como Paulo: “Esquecendo-me das coisas que para trás ficam, prossigo para o alvo...”

Quanto ao devir, podemos abraçar pela fé as coisas conforme as promessas, não derivar nas incertezas das humanas especulações.

Assim, a Vida Eterna em Cristo elimina nossa temporalidade, tirando manchas de uma época, e dúvidas de outra; isso tudo num glorioso presente que enseja o viver pela fé.

Por isso a exortação: “Milita a boa milícia da fé, toma posse da vida eterna, para qual também foste chamado, tendo já feito boa confissão diante de muitas testemunhas.” I Tim 6;12

Então, nesse tempo de renovo de ciclo, muitos, dadas as rudes incidências do ano que se finda aguardam apressados a vinda do “novo”, como se esse trouxesse de per si, alívio às angústias que assustam tantas vidas.

Meu papel como ministro do Senhor não é ser otimista nem pessimista; apenas, verdadeiro.

E duas coisas, a bem da verdade, precisam ser ditas: Uma; o mundo jaz no maligno, e a humanidade majoritariamente prefere esse a Cristo, por amor aos prazeres e medo da cruz;

duas; à medida que avança o curso do rio do tempo com um espírito mau no comando, a maldade tende a aumentar; o devir, a ser pior do que o passado. “Nunca digas: Por que foram os dias passados melhores do que estes? Porque não provém da sabedoria esta pergunta.” Ecl 7;10

Portanto, não há melhorias gerais no escopo; só há possiblidades individuais, aos que, ousarem andar contra o curso desse mundo aproximando-se de Cristo, reconciliando-se com Deus.

Se, alguém tinha um passado ruim a tratar esse era Paulo; Ele chegou a dizer: “Não sou digno de ser chamado apóstolo, pois, persegui à Igreja de Cristo. Mas, pela Graça de Deus sou o que sou.” 

Esse cotejo da indignidade de pecadores com a Graça Divina, só é facultado pelos Méritos do Bendito Salvador: Jesus Cristo.

Se, em tempos de possiblidade francas como agora as pessoas recusam crer e obedecer, quando entronizado o “Príncipe desse Mundo” será proibido; ele “mudará os tempos e a lei” Acaso depois do “Great Reset” acham que seguiremos contando o tempo à partir da era Cristã e tendo o Evangelho ao dispor? Não!

Esse pulha ciente da feiura dos seus feitos apagará até o passado, tanto quanto puder, para omitir feitos de Cristo e tantos heróis da fé, que podem servir de exemplo a quem quiser se espelhar.

Embora já atue com narrativas fraudulentas tentando manchar toda honra, bom exemplo, testemunho, ainda temos muito para ver e aprender se quisermos investigar o pretérito.

Breve haverá só um ajuntado de robôs de carne, sem passado nem futuro, exceto, perdição. “Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz...”

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Mecanicamente


“Como ajudaste aquele que não tinha força, sustentaste o braço que não tinha vigor! Como aconselhaste aquele que não tinha sabedoria, plenamente lhe fizeste saber a causa, como era! Para quem proferiste palavras? De quem é o espírito que saiu de ti?” Jó 26;2 a 4

Jó usou ironia sobre as inúteis falas de Bildade; ‘Foi muito válida tua ajuda, precioso teu conselho!’ Depois deu uma situada: “Para quem proferistes palavras?” Por fim, acusou ao pretenso sábio de estar repetindo falas alheias; “de quem é o espírito que saiu de ti?” Ou, a quem estás plagiando, copiastes de onde?

Sempre que o mote é “pensar” lembro o dito de Henri Ford: “Pensar é o trabalho mais duro que há; essa é, talvez, a razão pela qual tão poucos se dedicam a isso.” 

Não estaria eu plagiando-o? Se dissesse que as palavras são minhas; como cito-o, por me identificar com o conteúdo, apenas, somos consortes nisso.

A rotina mecânica e mecanicista, do que, apenas repete coisas sem se ater às múltiplas possibilidades do pensamento, ou da arte, foi chamada por Saint-Exupérry de “máquina de entortar homens”; e ele viveu no início do século XX; foi morto pelos alemães na segunda guerra mundial. Como sumiu num bombardeio aéreo contra os nazistas, a presunção que seu avião foi abatido pelo inimigos é razoável.

Se vivesse hoje veria a pujança da máquina de modo assustador. Não somos apenas mecanizados em processos produtivos como então; somos controlados por máquinas.

A cada instante uma mensagem invade meu fone dizendo quais vantagens ganhei, ou perdi; o que disponho em créditos; o que “ela sugere” que eu faça para obter vantagens mais.

Portanto, repetir um espírito alheio, como estaria fazendo o infeliz conselheiro seria coisa do passado; agora podemos repetir máquinas, obedecer comandos mecânicos. Embora, haja um espírito no sistema que as produz.

Abro meu Face e está lá a pergunta: “Em quê estás a pensar, Leonel?” Sim, me chama pelo nome como se fôssemos íntimos. Eventualmente me dá ordens: “Escreva algo para ...;” ou, “Hoje é aniversário de fulano(a) não esqueça de cumprimentá-lo(a).”

Cheia está a rede de joguinhos das máquinas que “sabem” quem fui ‘noutra vida’; qual o animal que me simboliza; (sempre um felino vivaz ou uma águia, nunca um burro ou uma preguiça) qual minha maior virtude; meu maior defeito; (geralmente ser bom demais) o que me acontecerá no ano novo; isso e muito mais da mesma estirpe;

numa centena de adulações que algum salafrário constrói e vende como se aquilo abarcasse ao universo de sete bilhões de pessoas ímpares que existem e tivesse algum nexo com a verdade. Pior, tem quem consulte e partilhe.
Vê-se de longe, o quanto o Henri Ford tinha razão.

Se voltarmos ao início da saga, ao Jardim do Éden, veremos duas árvores em destaque: A da ciência, vetada; a da Vida, sugestiva, franca. O primeiro casal, acossado pelo “profeta” da ocasião fez a má escolha.

Não que Deus seja contra o conhecimento, a ciência; antes, porque “Não há sabedoria, inteligência nem conselho contra o Senhor.” Prov 21;30 Tudo o que vai Contra Ele, não é sábio.

Assim, a ciência autônoma, independente avessa à Sua Vontade, acabou se tornando uma fraude, uma farsa; Contra essa, Paulo advertiu a Timóteo: “... guarda o depósito que te foi confiado, tendo horror aos clamores vãos, profanos e oposições da falsamente chamada ciência.” I Tim 6;20

A ciência veraz procede do Senhor; é um dom do Seu Espírito; “A manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil. Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência;” I Cor 12;7 e 8
Muitos obedecem máquinas e desdenham-nos por obedecermos Ao Senhor.

Seu hábito será útil ao inimigo, quando, por privado da Onipresença usará máquinas para ser adorado em todas as partes; “Foi-lhe concedido que desse espírito à imagem da besta, para que também a imagem falasse, e fizesse que fossem mortos todos os que não adorassem a imagem da besta.” Apoc 13;15

Essa geração robotizada perdeu a noção. Muitos partilham porções bíblicas concomitantes com exibições, quase pornográficas; quando não, derivadas de crenças opostas aos ensinos bíblicos. Oportuna a pergunta de Jó: “De quem é o espírito que fala em ti?”

O Espírito Santo não partilha Seu templo com outro; “Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes?” Tg 4;5

As coisas profundas de Deus são para quem obedece; aos demais resta uma questão: “Que fazes tu em recitar Meus Estatutos, e tomar Minha Aliança na tua boca? Visto que odeias a correção...” Sal 50;16 e 17

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Missão Cósmica Abortada (antigo editado)


Em 11 de 11 de 2011 segundo místicos se abriria um “portal cósmico” que elevaria a humanidade à maturidade de consciência, nova era de paz.

Num passe de mágica, mercê da data coincidente.

Alguns acreditam no início de um humanismo renovado, uma nova harmonia; abertura dum portal para outra dimensão; revolução da consciência. Centenas de aficionados pelas ciências ocultas planejam se reunir neste dia para cerimônias e danças”.

"Ter um triplo número na data é, sem dúvida, de grande importância", disse Solara um (médium peruano) à AFP. "Vejo uma grande mudança na consciência do planeta e isto coincide com a data",
acrescentou. (Yahoo notícias)

Escrevi um poema denunciando essa farsa; o qual gerou as mais diversas apreciações; a maioria de apoio, mas revolta também, vejamos um comentário.
11/11/2011 11:28 - Bruxa do bem [não autenticado]
“Que baboseiras vc escreveu, se vê que se trata de alguem com pouquissimo conhecimento tentando chamar atencao ao falar de algo do qual nada sabe. Pena que exista gente assim como vc. By the way, your god is dead, sorry.”

(A propósito, seu Deus está morto, lamento.) O inglês.

Bem, que sou homem do pouquíssimo conhecimento (com agudo no i) não carece muito esforço para demonstrar; mas, não era meu saber que estava em apreço; só o que a data significava.

Se, marcava mesmo uma mudança na humanidade, abrindo um portal encantado que espalharia influências luminosas sobre o planeta, devem ter abortado a missão.

Guerras continuam, crime organizado, tráfico, violência, adultérios, mentiras, egoísmo... A corrupção segue resiliente; falsários no âmbito religioso, mais falsos e prósperos.

Meu Deus Venceu à morte; não é refém de forças cósmicas, antes Criador do Cosmos. “Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou,” ... “... toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora.” Rom 8; 20 e 22 A Bíblia apresenta a vinda de Um que pode redimir a criação; Jesus Cristo.

Perdoem os que acreditam no surgimento espontâneo de uma nova era; nada surgirá alheio às nossas escolhas, senão o engano destruidor. Quando surgir o esperado líder mundial anistiando a tudo e a todos, liberando geral, será o lobo-mor, em pele de cordeiro para breve ato de juízo.

As pessoas preferem acreditar na loteria da sorte, a assumirem que suas circunstâncias refletem escolhas.

Alguns nascem com privações; mas, mesmo esses parecem mais resignados que os “normais” que vivem buscando justificativas aos seus fracassos. Basta ver as Parolimpíadas, em contraste com muitos fisicamente perfeitos, reféns da depressão, em face de um capricho sonegado.

Andando nos altos do mercado público em Porto Alegre algo chamou-me atenção. Ambiente quase vazio, três mesinhas dessas para uma pessoa só, ocupadas. Uma jovem duns 18 anos preenchia o que perecia ser um trabalho escolar; a segunda de uns 25 circundava anúncios de emprego nos classificados; por último, um ancião de uns 70 anos, marcava com dificuldade um volante lotérico.

A primeira preparava-se para a vida; a preparada buscava meios de ganhá-la; quem já tinha a vida ganha, aposentado e devendo ser uma fonte de saber, jazia ainda nas algemas materiais, sonhando com a “liberdade” dos banquetes para os quais, já não tem apetite.

Jueves de Excelsior disse: “Começamos a dar bons conselhos quando a idade nos impede de dar maus exemplos”. Naquele caso, o mau exemplo persistia, malgrado a idade.

Somos caídos, desgraçadamente inclinados ao egoísmo. Sem O Salvador tendemos à injustiça; esse é nosso Modus Vivendi, infelizmente.

Ele ensinou: “Sem mim, nada podeis fazer”. Carecemos “O Senhor Justiça Nossa”; ainda que, eventualmente sejamos justos nas relações horizontais, ante Deus, seguiremos injustos, carentes de justificação.

De qualquer modo, vem aí 12 de 12 de 2012, quem sabe a porta emperrou, abrirá finalmente... senão, teremos nova chance mais adiante...

Estranho o Homo Sapiens com seu crânio avantajado, cheio de cérebro ser presa tão fácil... o engano pode prescindir de sofisticação, qualquer aberração faz seguidores.

“Há tantos burros mandando em homens de inteligência, que, às vezes, fico pensando que a burrice é uma ciência.” Ruy Barbosa.

Nossa visão deve estar baça, ou, abdicamos dela e nos deixamos guiar apenas por sentimentos, desejos; Jeremias o profeta advertiu: “Enganoso é o coração, mais que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?” Jr 17; 9

A Luz deriva do Espírito, logo, carece Revelação.

É mais fácil a escolha do prazeroso ao saudável; mas, como bem disse Dave Hunt, o que nos está proposto em Cristo é glorioso demais para ser fácil. 

Sabedoria é mais preciosa que diamantes; muitos preferem bijuterias.

“Tens um anel imitado,
E vais contente de o ter;
Que importa o falsificado,
Se é verdadeiro o prazer?”
(F. Pessoa)