quinta-feira, 24 de setembro de 2020

A Urgência do Amor


“Quantas vezes a gente em busca da ventura
Procede tal e qual o avozinho infeliz:
Em vão, por toda parte, os óculos procura
Tendo-os na ponta do nariz!”
Mário Quintana.

Buscarmos alhures o que está perto, como lindamente versou o Quintana, é uma “doença” que já deu o que falar. Pascal cunhou a célebre frase onde ensina que “o coração tem razões, que a própria razão des conhece;”

É como se, uma febre qualquer deixasse opacas as retinas da razão, e privado dessas, sem ver as coisas como são, fizéssemos as más escolhas; coisa que só em dias ulteriores identificaríamos; como que, tencionando volver à esquina onde escolhemos o erro devaneamos; “Eu era feliz e não sabia.”

Nos cânticos de Salomão há uma passagem onde, ao ouvir o amado batendo à porta, a coração de pretendida estremeceu, “... eis a voz do meu amado que está batendo: abre-me, minha irmã, meu amor, pomba minha, imaculada minha, porque a minha cabeça está cheia de orvalho, meus cabelos das gotas da noite.” Cap 5;2

Nenhum equívoco; sabia quem estava batendo, e o que sentia por ele; “O meu amado” dissera.
No entanto, não foi o coração que criou barreiras. Mas a dona “Razão” apresentou argumentos para que ela não se levantasse e recebesse seu amor. “Já despi minha roupa; como as tornarei a vestir? Já lavei meus pés; como os tornarei a sujar?” v 3

Evidente que o sujeito insistiu uma segunda vez, e o coração dela deixou claro seus “pensamentos” sobre o assunto. “O meu amado pôs a sua mão pela fresta da porta, minhas entranhas estremeceram por amor dele.” V;4

Parece que ela fez o que vulgarmente se chama fazer docinho, “valorizar” um pouco, bancando a difícil, enquanto se perfumava para o receber; “Eu me levantei para abrir ao meu amado; minhas mãos gotejavam mirra, os meus dedos mirra com doce aroma, sobre as aldravas da fechadura.” V;5

Entretanto, quando a “Cheirosa” finalmente abriu a porta, era tarde demais; “Eu abri ao meu amado, mas já o meu amado tinha se retirado, tinha ido; a minha alma desfaleceu quando ele falou; busquei-o e não o achei, chamei-o e não me respondeu.” V;6

Transportando esse incidente das coisas do coração, para a arena espiritual, muitos se portam do mesmo modo, quando “O Amado” bate às portas dos corações em busca de correspondência ao Seu Amor.

“Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir Minha Voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, com ele cearei, e ele comigo. Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no Meu Trono; assim como Eu venci, e me assentei com Meu Pai no seu trono. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz...” Apoc 3;20 a 22

Noutra parte, personificado na Sabedoria, O Eterno deixa patente a insistência do Seu amor, e a resiliência humana em rejeitar; “A sabedoria clama lá fora; pelas ruas levanta sua voz. Nas esquinas movimentadas ela brada; nas entradas das portas e nas cidades profere suas palavras: Até quando, ó simples, amareis a simplicidade? E vós escarnecedores, desejareis o escárnio? E vós insensatos, odiareis o conhecimento? Atentai para minha repreensão; pois eis que vos derramarei abundantemente do Meu Espírito e vos farei saber Minhas Palavras.” Prov 1;20 a 23

Muitas vezes as pessoas se movem internamente ante o apelo do Amor Divino, mas, como a amada dos Cânticos aquela, demoram abrir aporta; muitos só o percebem quando é tarde demais.

Não que Deus deixe de amar, mas chega uma hora que outra coisa que Ele ama, a justiça se impõe e Ele muda a abordagem; “Entretanto, porque clamei e recusastes; estendi a minha mão e não houve quem desse atenção, antes rejeitastes todo o Meu Conselho, não quisestes a minha repreensão; também de minha parte me rirei na vossa perdição e zombarei, em vindo o vosso temor.” Vs 24 a 26

Não poucos estão como o “Vovô” da quadra do Quintana, como os óculos sobre o nariz rebuscando em gavetas para ver se o encontram; digo, o melhor propósito do Amor de Deus para elas está bem ao alcance, mas elas saem devaneando com por coisas desnecessárias e fúteis que, quiçá, se tornarão maldições no final.

Por isso, a mensagem de salvação sempre se nos é apresentada com sentido de urgência, por dois motivos, eu diria; pela fugacidade de nossas vidas, que podem acabar a qualquer instante, e pelo valor eterno dos que nos é proposto.
“Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes Sua voz, (de Deus) não endureçais vossos corações, como na provocação. Porque, havendo-a alguns ouvido, o provocaram...e não puderam entrar por causa da sua incredulidade.” He 3;15, 16 e 19

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Evangélicos progressistas???


Deparei esta manhã com a seguinte manchete:

“Evangélicos progressistas reagem contra a homofobia de pastores e ensaiam avanços na Política”.

Adiante diz: “Ala da igreja evangélica rechaça pregação por “medo do inferno” e uso deturpado de trechos bíblicos para criticar homossexuais.”

A matéria aborda uma fala infeliz de André Valadão, e requenta outra antiga de sua irmã Ana Paula que, teriam teor “homofóbico”; em cima disso os tais progressistas decidiram virar a mesa.

Primeiro esses dois não me representam em nada. Estão longe de ser referenciais de teologia evangélica sadia. Que falem por si mesmos.

Passei o dia pensando, o que seria um “Evangélico Progressista”.

No jargão político sabemos que a “moral” adjacente aos partidos classifica-os como conservadores ou progressistas. 

Os primeiros, zelosos de valores, família, igreja, bons costumes patriotismo; os “Progressistas” são de viés esquerdista, comunista; defensores do aborto, casamento gay, ideologia de gênero, descriminalização das drogas, em alguns lugares, pedofilia e zoofilia, até.

Aí meus dois neurônios ainda ativos se puseram a pensar como alguém pode defender essas pautas, e se dizer evangélico? Parece que acabam de inventar à roda quadrada.

Os católicos fizeram vistas grossas quando os comunistas se infiltraram, com a famigerada Teologia da Libertação; hoje os defensores dela são maioria, dominam tudo e até o Papa é comunista. Para efeitos práticos a igreja está dividida entre os tradicionais e “progressistas”, com hegemonia de poder nas mãos destes.

Se, soubessem mesmo o que é conversão nem usariam um termo obtuso assim: “Ala da Igreja”. A Igreja não é partido político que se subdivide em alas. Múltiplas são as denominações, algumas diferenças de usos e costumes, mas a Palavra é a mesma, o Espírito também, (Falo de igrejas sérias) os salvos dentre todas as denominações são membros de um corpo, com Uma Cabeça, Cristo; não signatários de uma ala.

Medo do inferno para “ameaçar” gays? Primeiro um erro grotesco de perspectiva. A Mensagem evangélica não visa ameaçar com morte a quem já está morto. Fala com mortos, gente condenada, visando atraí-los à vida. “... vem a hora, agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, os que a ouvirem viverão.” Jo 5;25

Quanto à ameaça do inferno é doutrina bíblica contra todos os pecadores, gays ou não. “Eu vos mostrarei a quem deveis temer; temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno; sim, vos digo, a esse temei.” Luc 12;5

Dizem ainda que “Deturpamos textos bíblicos para criticar aos gays”; Não sei quem faz isso mas, não vou interpretar para não deturpar; apenas copiar; quiçá um deles lendo-os me ensine como interpretar corretamente;

“Com homem não te deitarás, como se fosse mulher; abominação é;” Lev 18;22 “...homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com homens, cometendo torpeza, recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro.” Rom 1;27
“... efeminados, nem sodomitas... herdarão o reino de Deus.” I Cor 6;9 e 10 Etc.

Sei que os movimentos LGBTs criaram a tal de “Bíblia Inclusiva” que exclui ou redefine esses textos com os quais discordam.

Contudo reescrever editando Deus, por bonitinho, progressista e inclusivo que pareça, não passa de estupidez. “... em vão tem trabalhado a falsa pena dos escribas. Os sábios são envergonhados, espantados e presos; rejeitaram a palavra do Senhor; que sabedoria, pois, têm eles?” Jr 8;8 e 9

Quem disse que podemos por nós mesmos definir bem e mal, certo e errado mesmo contrariando Deus foi a oposição; O profeta pensava diferente; “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem o seu caminho; nem do homem que caminha dirigir os seus passos.” Jr 10;23

Mas o que tenho contra os gays? Nada. Se tivesse algo bastaria fazer vistas grossas aplaudi-los no erro para que, no fim eles se perdessem.

Mas O Amor de Cristo que “Folga com a verdade” nos constrange a ser chatos, inconvenientes até, apara adverti-los dos riscos que correm; sendo amados por Deus, precisam, como todos os pecadores, corresponder a esse amor andando segundo Sua Palavra para receber a salvação.

E, para não deixar uma questão em aberto, não existe evangélico progressista. O que há são infiltrados inconversos, com fins políticos e espirituais deletérios; se conhecessem deveras a Deus, não achariam que as coisas acontecem por esperteza humana; antes, Ele faz acontecer como Deseja.

Afinal já temos as tais “Igrejas Inclusivas” para quem quer ser gay e escamotear a Bíblia ao mesmo tempo.

Nossa oração e desejo é que se arrependam para salvação; caso prefiram seguir discordando da Palavra, o mesmo Deus ensina a solução; “Porventura andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?” Am 3;3

domingo, 20 de setembro de 2020

Pegadas Ovinas do Dragão


No Apocalipse João descreveu um ser, tendo chifres de cordeiro e falando como o Dragão. O Dragão que fala, sabemos, é Satanás.
Enfim, parecia Cristo, O Cordeiro; mas, falava como Satanás, o Dragão.

Se, a boca fala do que o coração está cheio, óbvio que o dito bicho, malgrado sua dócil aparência estava cheio de Capeta.

Como fala Satanás? Sabendo que o apelo visual normalmente é mais forte que nossa acuidade auditiva, aos olhos apresenta-se como cordeiro; disso, seu objetivo: Enganar.

Como se engana falando? A forma mais tosca é a mentira. Contudo, se pode usar duplo sentido, eufemismos, descontextualização, desonestidade intelectual, inferências maliciosas, camuflagens nobres para fins vis, ironia, sarcasmo, etc. A coisa é mui vasta.

Quando falou com Eva ofereceu liberdade, autonomia e divindade. Esses três motivos “brilhantes”, usou para empacotar desobediência, pecado e morte. Tivesse trazido essas coisas nuas e cruas, a mulher as teria rejeitado.

Quando falou com Jesus diretamente, desafiou-O ao orgulho, mostre quem és, faça pão de pedras; poder global em submissão a si; por fim, a tentar ao Eterno exigindo cuidados indevidos; mediante Pedro mostrou “Compaixão”; “De maneira nenhuma te sucederá isto”. Seu “bom sentimento” visava desviar ao Salvador do objetivo.

Enfim, quando o dragão fala, não importa o modo, nem a beleza do que esteja oferecendo, a rigor, sempre estará oferecendo um dragão; não pode dar mais do que possui. Sabendo os problemas de marketing do inferno, redefine e promete o Céu.

Não temos em nossa natureza caída e perversa, meios para evitar os múltiplos enganos que o bicho semeia.

Sem o socorro do Espírito Santo, Seu Discernimento facultado aos servos, todos caímos nas arapucas do maligno. “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas, o que é espiritual discerne bem tudo, e de ninguém é discernido.” I Cor 2;14 e 15

Diz noutra parte que, “O ouvido prova as palavras como o paladar prova aos alimentos”, daí a exortação repetida no Apocalipse; “Quem tem ouvidos, (espirituais, acrescento) ouça, o que O Espírito diz às igrejas.”

Assim, quem recebe essa graça de discernir as coisas “enxerga” ao dragão, malgrado, a beleza do seu disfarce.

Cheias estão as redes sociais, infelizmente, de gente que tenta se parecer com cordeiro, mas se comporta como dragão.

Em suas nuances “cordeiras” esposam textos bíblicos, comportamentos humanistas, defesas de causa nobres, etc.

Mas, à menor contrariedade passam a funcionar no modo dragão; “Pague minhas contas antes de se meter na minha vida”; Estou cag**** e andando para tua opinião sobre mim;” “Daí se fulano é gay, se cicrana deu para beltrano, cuide da sua vida!” “Se não te deram valor escolha outro ou vá piranhar um pouco...”

Parecem-se com o burrico do Shrek que casou com um dragão e não para de gerar dragõezinhos.

Todas essas “sutilezas” de porcos-espinhos, são derivadas da autonomia, e egoísmo; “bens” do Dragão.

Não que alguém por ser cristão deva ser enxerido, metido na vida d'outrem, juiz alheio. Mas, quem possui o ministério do ensino, por exemplo, tem dever de dividir a luz que possui.

Quando ensina segundo Deus, realça valores que são incidentes sobre si também. Não está “atirando pedras”, antes, difundindo luz.

Os cristãos verdadeiros são chamados a ser tão “metidos” que as coisas alheias lhe dizem respeito sim; “Para que não haja divisão no corpo, antes tenham os membros igual cuidado uns dos outros. De maneira que, se um membro padece, todos padecem com ele; se um membro é honrado, todos se regozijam com ele.” I Cor 12;25 e 26

O que é o perdão, mandamento-base do cristianismo, senão, ousadia de “pagarmos” a dívida alheia para conosco? O que é a caridade, senão, a arte de “nos metermos” na vida alheia para seu socorro? O que é o ensino, senão, acender uma luz no caminho do semelhante ajudando-o para que ele veja melhor?

Ninguém é obrigado a ser uma coisa nem outra; que cada um faça suas escolhas. Só, não dá para ser as duas ao mesmo tempo.

O Senhor foi categórico e excludente: “... próximo está o tempo. Quem é injusto, faça injustiça ainda; quem está sujo, suje-se ainda; quem é justo, faça justiça ainda; quem é santo, seja santificado ainda.” Apoc 22;10 e 11

Fomos escolhidos e armados para o bom combate; isso demanda de nós que pareçamos com cordeiros e falemos como tais.

“Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas, poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo conselhos, e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus; levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo.” II 10;4 e 5

A Regeneração das Pedras


“Tomarás duas pedras de ônix e gravarás nelas os nomes dos filhos de Israel... Porás... por pedras de memória para os filhos de Israel; Arão levará seus nomes sobre ambos os seus ombros, para memória diante do Senhor.” Êx 28;9 e 12

Paramentos do culto no Antigo Testamento. Duas pedras de ônix com os nomes dos filhos de Israel escritos, engastadas em ouro, presas ao manto sacerdotal, sobre os ombros do sumo sacerdote Aarão.

Quando o Eterno escolhe algo para memorial tem em vista nossa memória, não a Sua. Não pensemos que Aquele que não dorme nem tosqueneja, tampouco se cansa ou se fadiga, sofra de Alzheimer, tenha algum problema de memória.

Quando criou o Arco Celeste após o dilúvio disse que seria símbolo de Sua Aliança com a humanidade; “Vendo-o me lembrarei da Aliança que fiz”, usou o modo humano de falar, como se Ele sofresse oscilações de ânimo, carecesse ser lembrado das Promessas por algum fator externo. Nele não há mudanças nem sombra de variação, ensina Tiago.

O real sentido era que vendo o arco após as chuvas nós lembraremos de Sua Aliança e não temeremos novo dilúvio.

Se, alguns decidiram usá-lo como bandeira da perversão sexual, diante de Deus e de quem O serve tem um sentido muito diferente.

As coisas do culto no Antigo Testamento são tipos proféticos do Novo. A Epístola aos Hebreus chama de sombras dos bens futuros; “... tendo a lei a sombra dos bens futuros, não a imagem exata das coisas...” Cap 10;1

Assim, o cordeiro da páscoa tipificava a Cristo; os pães de proposição, Sua Palavra; o povo de Israel, agora mais amplo comportando todos os crentes, judeus e gentios, promessa feita a Abraão que nele seriam benditas todas as famílias da Terra; os sacrifícios de animais tipificavam o Sacrifício perfeito de Cristo; o sacerdócio de Aarão, uma “sombra” do nosso Eterno Sumo Sacerdote...

Eis o papel das coisas no Antigo Testamento, cuja transição para o Novo, foi explicada de modo bem didático na epístola dirigida, justo ao povo que vivera sobre aquelas condições, os Hebreus!

“Vindo Cristo, Sumo Sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação, nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção. Porque, se o sangue dos touros e bodes, e a cinza de uma novilha esparzida sobre os imundos, os santifica, quanto à purificação da carne, quanto mais o Sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?” Cap 9;11 a 14

Se, o Sumo Sacerdote temporal usava algo precioso sobre os ombros como memorial, Seu Antítipo, o Eterno traz algo vergonhoso para nós como memorial do custo do Seu amor; “Eis que nas palmas das minhas mãos Eu te gravei...” Is 49;16

Nos Seus Ombros uma cruz; nas mãos nossa resposta ao Seu Amor.

Pois mesmo as pedras preciosas e ouro, usados na confecção do manto aquele eram simulacros pobres das verdadeiras riquezas diante de Deus.

Pedro diz que a fé é muito mais preciosa que o ouro; a sabedoria fala coisas parecidas também; “Riquezas e honra estão comigo; assim como bens duráveis e justiça. Melhor é meu fruto do que o ouro; que o ouro refinado, e meus ganhos mais do que a prata escolhida.” Prov 8;18 e 19

Quando desafiados a edificar sobre o Único Fundamento, Jesus Cristo, somos instados ao uso do melhor “material de construção.” “Se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará...” I Cor 3;12 e 13

Essa manifestação se dará mediante prova de fogo, o que elimina a eficácia das coisas combustíveis, como madeira, feno, palha...

Se, aquelas preciosidades envergadas por Aarão eram símbolos de valores maiores diante de Deus, esses valores simbolizados é que importam. “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado, incontaminado. I Ped 1;18 e 19

O Eterno trabalha com pedras brutas; para que, uma vez regenerada a Preciosa e Bendita Imagem de Deus, Ele possa se sentir em casa, habitando conosco;

“Chegando-vos para Ele, pedra viva, reprovada, na verdade, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa, vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual, sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo.” I Ped 2;4 e 5

sábado, 19 de setembro de 2020

Baile de Máscaras


“O simples dá crédito a cada palavra, mas o prudente atenta para seus passos.” Prov 14;15

O uso de máscaras está na moda, controverso quanto à eficácia; alguns advogam tratar-se apenas de um instrumento de dominação psicossocial, um ensaio dos globalistas para quando marcarem, enfim, seu gado.

Desde a queda, quando temendo a presença de Deus o homem se escondeu, a “saúde” da alma humana sempre necessitou de máscaras; a consciência íntima de uma inocência necessária, não atingida, disfarçada e negada na conveniência hipócrita, de quem, como os gatos, tendo feito a coisa aquela, busca esconder.

Assim, o humano caído age como um diabo e procura manter a pose de filho de Deus. Desgraçadamente a verdade passou a ser um “vírus” contra o qual mascara-se.

E, o advento do Salvador, antes de salvar expõe esses vícios comuns a todos nós. “Destruirá neste monte a face da cobertura, com que todos os povos andam cobertos, o véu com que todas as nações se cobrem. Aniquilará a morte para sempre...” Is 25;7 e 8

O contexto imediato de vitória sobre a morte deixa claro que se trata do Messias. Ele que romperia a cobertura das faces de todos.

Esse “rasgador de máscaras” invés de doce e amoroso conselheiro, como devaneiam incautos sonolentos, mais afeitos aos melindres que à Palavra de Deus, vindo, para os hipócritas de sempre seria insuportável, como um fogo que derrete metais para remover escórias; “Mas quem suportará o dia da sua vinda? Quem subsistirá, quando Ele aparecer? Porque Ele será como o fogo do ourives, como o sabão dos lavandeiros. Assentar-se-á como fundidor e purificador de prata; purificará os filhos de Levi, os refinará como ouro e como prata; então ao Senhor trarão oferta em justiça.” Mal 3;2 e 3

Notemos que, Seu alvo, antes que nosso bem estar, autoestima, visa produzir justiça.

Se na inocência os humanos estavam nus e não se envergonhavam, diante da Luz, todos ficavam desnudos e envergonhados; vendo a própria sujeira, a maioria decidiu apagar a Luz, invés de lavar-se.

Nunca foi uma incapacidade intelectual para compreender a Pessoa e a Mensagem de Cristo a barreira; as pessoas que O ouviam entendiam tão bem, que sabiam que junto Dele suas máscaras não cabiam mais; preferiram continuar usando-as, para a própria condenação; “E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, (usa máscara) para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;19 e 20

Salomão advertira que invés de se dar crédito a cada palavra se deve observar os passos.

Em todos os aspectos da vida há mascarados; mas, nas coisas da política, pela publicidade óbvia, é que a coisa é mais espetaculosa.

Outro dia tivemos uma “live” de esquerdistas; políticos, artistas, jornalistas, youtubers... cujo tema era “em defesa da democracia”.

Cáspita!! Nosso presidente foi eleito legitimamente; a única coisa que pleiteia é que sejam impressos os votos para evitar fraudes. Onde está a ameaça à democracia? Candidate-se quem quiser; seja eleito quem puder.

Mas, precisam usar uma máscara bem bonita para sair em público; por dentro, essa gente defende o aborto, a perversão sexual de crianças, zoofilia, pedofilia, destruição dos valores cristãos, legalização das drogas, impunidade aos corruptos. Com uma cara feia assim, como sair em público sem máscara?

Até o mentor deles tem autocrítica; invés de sair à luz como é prefere transfigurar-se em anjo de luz; igualmente eles precisam vestes alugadas; quais vampiros, seres noturnos avessos ao sol, esses filhos das trevas o são, à verdade.

É vero que o pecado escraviza, “Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, faço. Ora, se faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim.” Rom 7;19 e 20 também é que, depois de Cristo trata-se de escravidão voluntária.

No mesmo contexto onde descreve a servidão ao pecado Paulo apresenta a saída; “Dou graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor.” Rom 7;25

Adiante, vemos esse alforriado por Sangue que, anda após O Bendito libertador, envergando o “jugo suave” de homem livre; “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, livrou-me da lei do pecado e da morte.” Rom 8;1 e 2

Nele, “todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor.” II Cor 3;18

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

O dia da angústia


“Na minha angústia clamei ao Senhor, Ele me respondeu; do ventre do inferno gritei, e Tu ouviste minha voz.” Jn 2;2

Não era exatamente do inferno que Jonas estava orando; mas, do ventre de um grande peixe que o tragara. Ele usou essa figura, “do ventre do inferno gritei”, pois, sabia-se às portas da morte, em desobediência; morrendo assim, não poderia esperar por melhor sorte que perdição.

Ele fora engolido e mantido vivo, milagrosamente, por três dias; só então, angustiou-se e decidiu orar por socorro.

Parece que ele se importava pouco em viver; menos ainda em obedecer; pois, ante à fúria da tempestade que sabia ser por sua culpa, invés de se arrepender e buscar perdão cumprindo sua missão, decidira deixar Deus “no pincel” preferindo o suicídio à obediência. Joguem-me ao mar e tudo se resolve dissera; os temerosos marinheiros fizeram assim.

Contudo, O Eterno providenciou um grande peixe que o engoliu, sem digerir. Mesmo assim, 72 horas foram necessárias ao “indigesto” profeta, para só então, se dar conta do mal que fazia a si mesmo, perseverando na desobediência. 

Os erros alheios identificamos em fração de segundos; quanto tempo precisamos para identificar os nossos?

Se, o salmo 18 tivesse sido escrito por ele, invés de o ser, como foi, por Davi, ninguém estranharia, dada a semelhança dele com a saga do profeta;

“Tristezas de morte me cercaram, torrentes de impiedade me assombraram. Tristezas do inferno me cingiram, laços de morte me surpreenderam. Na angústia invoquei ao Senhor, clamei ao meu Deus; desde Seu templo ouviu minha voz, aos seus ouvidos chegou o meu clamor perante Sua face... Então foram vistas as profundezas das águas, foram descobertos os fundamentos do mundo, pela tua repreensão, Senhor, ao sopro das tuas narinas. Enviou desde o alto, me tomou; tirou-me das muitas águas.” Versos 4, 5, 6, 15 e 16

O Senhor o preservou milagrosamente não por bondades ou valores que houvesse nele, que justificasse esse cuidado especial. O que havia de nobre em jogo era o sentimento do Criador pelos pecadores ninivitas, e a missão que delegara ao profeta, de adverti-los do juízo iminente.

O Eterno ensinou-lhe que tinha misericórdia de uma cidade de 120 mil habitantes e que se importava até mesmo com os animais dela. Cap 4;11

Nem sempre nossas angústias derivam de desobediências. Há outras causas possíveis; como nos casos de José, Jó, e Jesus, foi a inveja a patrocinadora das angústias que eles sofreram.

Mas, o que é exatamente, angústia? “Estreiteza, redução de espaço ou de tempo; carência, falta, estado de ansiedade, inquietude; sofrimento, tormento...”

Eventualmente, todos passamos por isso, em intensidades diferentes. Salomão pontuou o dia da angústia como uma espécie de aferidor de nossa têmpera; disse: “Se te mostrares fraco no dia da angústia, é que tua força é pequena.” Prov 24;10

Como ansiedade é um dos sinônimos de angústia, temos ai uma possibilidade dessa indesejável surgir d’outra fonte; não derivada da desobediência, nem da inveja de terceiros; mas, de nossa precipitação; onde, nossa alma, invés de se adequar ao tempo de Deus pretende fruir seus anseios no seu próprio tempo.

Davi fora ungido para ser rei; entretanto, os fatos subsequentes à unção, foram perseguições, violência, fuga, vida proscrita pelas cavernas da terra cercado, de gente de baixa estirpe.

Por certo, cotejando sua unção, as palavras de Samuel com a realidade que vivia, algo parecia fora do lugar; natural que ele se questionasse: Que rei sou eu? Ou, até quando?

Invés de deprimir-se, mostrar-se frouxo, como escreveria depois, seu filho, transformou aquilo num hino.

Escreveu uma espécie de monólogo, onde, falando com sua própria alma, aconselhava-a a esperar confiante, invés de se perturbar angustiada. “Por que estás abatida, ó minha alma, por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, o qual é a salvação da minha face, e meu Deus.” Sal 42;11

Não está dito que O Eterno removeu as causas da sua angústia de modo imediato; mas, adiante escreveu que a “simples” presença de Deus junto ao coração angustiado é um socorro já; “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia.” Sal 46;1

Assim, dadas as qualidades terapêuticas das angústias contra nossas superficialidades, muitas vezes Deus as permite; Porém sofre-as conosco; “Quando passares pelas águas estarei contigo, quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem chama arderá em ti.” Is 43;2

Enfim, angústia filha da desobediência é nossa ceifa madura; mas, aquelas das quais não temos culpa, são sementes de justiça cuja colheita, em tempo virá; “Aquele que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará, sem dúvida, com alegria, trazendo consigo seus molhos.” Sal 126;6

domingo, 13 de setembro de 2020

Prova de fogo

“Por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará.” Mat 24;12

Dos últimos dias, O Salvador apresentou essa causa e consequência, alarmantes. Proporcional ao aumento da iniquidade, esfriamento do amor.

Que é iniquidade? Equidade, seu antônimo é o mesmo que igualdade; logo, iniquidade é desigualdade.

Não venha um comunista de plantão com a surrada balela da “justiça social”, que o Evangelho prioriza pobres, etc. “Bem aventurados os pobres de espírito!” Ou seja, os que reconhecem carências espirituais, os humildes.

A igualdade ensinada pelo Salvador é antes, afetiva, que material. “Sempre tereis os pobres convosco”, ensinou. Não mandou mudar isso mediante sistemas políticos corruptos, ateus, injustos e violentos, como o comunismo.

Quando disse: “Ama teu próximo como a ti mesmo”, deixou patente a que espécie de equidade se referia. Isso excede ao “sentir” como se amar fosse mera profissão labial; desafiou à demonstrarmos por obras. “Tudo que quiserdes que os outros vos façam, fazei-lhes também.” Amor tem mais nexo com agir, que sentir.

Então, a equidade desejável é que eu queira para o semelhante as mesmas coisas que almejo para mim; me solidarize com ele nas suas necessidades.

Alguns cristãos entenderam mal a coisa; como se, O Salvador tivesse dito: “Odeia teu próximo como a ti mesmo”.

Ora, quando alguém partilha mensagens tipo, “Que Deus te dê em dobro tudo o que me desejares”, está pedindo justiça em dobro. Que mal tem nisso? Que a justiça desejada contra ele volta contra mim.

O Evangelho, no que tange a nós, não é baseado na justiça; senão, nenhum se salvaria. É Graça, derivada do Amor de Deus. “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; isto não vem de vós, é dom de Deus.” Ef 2;8

Quando O Mestre ensinou a orar, “Perdoa nossas ofensas, assim como perdoamos quem nos ofendeu...” comprometeu-nos a amar também; pedir que Deus dê em dobro a outrem o que esse me desejar é uma ameaça, não, demonstração de amor. Se, desejo a eles justiça, como desejaria a mim, misericórdia? Seria desigual; portanto, iniquidade.

Se, o viço dessa deriva do esfriamento do amor, esse coloca em relevo o egoísmo, excesso de amor próprio.

O que seria andar a segunda milha com quem demanda uma, senão, ser solícito com dores alheias? O que é oferecer a outra face, senão, dar nova chance a quem falhou conosco?

O pagar na mesma moeda era o costume dos religiosos dos dias de Cristo; Ele desafiou os Seus a ir além; “... Amai vossos inimigos, bendizei aos que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos maltratam e perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e chuva desça sobre justos e injustos. Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo? Se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim? Sede vós pois perfeitos, como é perfeito vosso Pai que está nos Céus.” Mat 5;44 a 48

Escrevendo aos cristão romanos Paulo seguiu na mesma levada, disse: “Não vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; Eu recompensarei, diz o Senhor. Portanto, se teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.” Rom 12;19 a 21

Pois, o que é o perdão, o suprassumo do Evangelho, senão, dar a outrem o que ele não merece?

Se, amor desleixado esfria, esse engajamento prático que leva a amar até aos inimigos esquenta, uma vez que “amontoa brasas de fogo sobre suas cabeças...”

Uma poderosa figura de linguagem para instar, eventual inimigo, a rever suas razões e ponderar se, é mesmo justificado, o motivo do seu mal querer para conosco.

Vivemos um “cristianismo” tão raso, sem noção, que as pessoas publicam nas redes sociais, uma hora, uma nuance de prostituição, promiscuidade, de nominam liberdade; depois, na mesma página, no mesmo dia, um texto bíblico para vergonha alheia.

Não que cristãos verdadeiros não pequem; falhamos todos os dias; nalguns, grosseiramente; mas, causa tristeza, vergonha, arrependimento. Não publicidade.

Ímpios agem assim; “O aspecto do seu rosto testifica contra eles; publicam seus pecados, como Sodoma; não os dissimulam. Ai da sua alma! Porque fazem mal a si mesmos.” Is 3;9

Quando nos ocupamos mais em ameaçar que socorrer, nosso amor não esfriou; congelou. “... o fogo provará a obra de cada um.” I Cor 3;13; Se, derreter lendo isso, ainda há esperança.