domingo, 8 de dezembro de 2019

Sarados espirituais


“Senhor meu Deus, clamei a ti e Tu me saraste.” Sal 30;2


“Senhor meu Deus...”
requer um relacionamento. Houve reis até, que chegaram aos profetas e pediram: “Clama ao ‘teu’ Deus.” Como disse Dario a Daniel ao lançá-lo na cova dos leões: “O teu Deus a quem continuamente serves, Ele te livrará.”

Quando alguém fala “Senhor Meu Deus” não está se dizendo proprietário de Deus, antes, servo; pretende ter com Deus um relacionamento fiel. Como O chamaria Senhor sem obediência?

Dois vícios são muito encontráveis no nosso meio. O clericalismo onde, apenas uma casta de “especializados” sabe como se procede e nas mãos desses, deve o povo comum buscar diretrizes; e a banalização irresponsável, na qual, até quem não dá a mínima para O Altíssimo e Sua Palavra se diz Dele.

“Deus é Pai não é Padrasto;” “Também sou filho de Deus”. Isso de gente, cujos passos, em nada testificam de uma filiação tão nobre.

Certos traços filiais são necessários para que a coisa se mostre veraz; “Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, não filhos.” Heb 12;7 e 8

Há um meio termo saudável. Não é só para “especialistas”, nem para todos de qualquer maneira; É acessível a todos, mediante o mesmo padrão: “A todos quantos o receberam, (a Cristo) deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

Se, o convite é abrangente; “vinde a mim todos que estais cansados e oprimidos...” a condição é precisa para os que ousarem tal passo: “Tomai sobre vós o Meu jugo e aprendei de mim...”

“... clamei a ti...” Muitos falam alhures sobre o “poder da fé” de uma forma diluída, como se, a mesma tivesse alguma virtude em si, invés de ser apenas um lastro para o relacionamento com quem, deveras, tudo pode.


Ora, para quem devaneia com um poder intrínseco à fé, qualquer fé serve. Em Buda, Alá, Krishna, Osíris, ETs, Gnomos, Bruxas...

A fé saudável nunca foi apresentada como tendo poder; antes, como sendo uma atitude que agrada Àquele que o tem. “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e É galardoador dos que O buscam.” Heb 11;6

Quando O Salvador disse: “A tua fé te salvou” não estava aludindo a suposto poder da fé; antes, referia-se à qualidade da mesma; Ele dissera: “Crede em Deus, crede também em Mim.” Desse modo, “Tua fé te salvou” porque crestes em quem te poderia salvar.

“... e Tu me saraste.” A ideia geral de sanidade atina às coisas do corpo estritamente; embora, seja bem mais ampla que isso. No livro de II Reis temos Eliseu, o profeta, derramando uma porção de sal numa fonte corrupta de Jericó e “sarando” às águas. Moisés fizera semelhante em Mara. Em resposta à oração de dedicação do templo feita por Salomão, O Eterno prometeu mediante certas condições de fé e arrependimento, ouvir desde os Céus e “sarar” à sua terra.

Alguns adeptos da errônea ideia que servos de Deus são dedetizados e jamais ficam doentes por causa da fé, torcem o sentido de Isaías, onde diz que, “Pelas Suas pisaduras fomos sarados.”

Em cima disso afirmam, como faz R. R. Soares, por exemplo, que todas as doenças são do inimigo; devemos “tomar posse da bênção” que já é nossa.

Nesse caso, o que precisa de saúde é a compreensão dele que está enferma. No contexto imediato se pode ver o tipo de enfermidade em foco; “... Ele foi ferido por causa das nossas transgressões, moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele...” Cap 53;5

Se, a “doença” era de transgressões, iniquidades e a consequência da cura foi o restabelecimento da paz com Deus, necessária se faz a interpretação que, a saúde em realce seja espiritual, não, física.

Não significa que O Senhor não cure moléstias físicas também; apenas, não é essa a prioridade. Nem sempre quer. “Minha graça te basta, pois, Meu poder aperfeiçoa-se na fraqueza.”

As enfermidades pesam; somos ditosos quando O Senhor nos socorre no tocante a elas; contudo, essas não vão além da sepultura;

Há males maiores de consequências eternas que devem ser alvo de nosso zelo, vigilância e orações; “... Não temais os que matam o corpo, depois, não têm mais que fazer. Mas, Eu vos mostrarei a quem deveis temer; temei Aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno; sim, vos digo, a Esse temei.” Luc 12;4 e 5

sábado, 7 de dezembro de 2019

Apreço da Honra


“Entregue-se a veste e o cavalo à mão de um dos príncipes mais nobres do rei; vistam delas aquele homem a quem o rei deseja honrar; levem-no a cavalo pelas ruas da cidade e apregoe-se diante dele: Assim se fará ao homem a quem o rei deseja honrar!”


Hamã expondo a sua noção de honra, pensando que a mesma lhe caberia; o alvo da mesma era seu desafeto Mardoqueu.

Esse denunciara uma trama que atentaria contra a vida do rei e fora esquecido; mas, no devido tempo O Senhor trouxe à memória do rei; então seria recompensado com honra.

Mardoqueu não fizera por interesse; antes, em sua lealdade ao rei fez o que lhe parecera justo, a despeito de eventuais consequências.

Honra é um anel que só fica bem no dedo do mérito. Deprimentes os debates políticos onde, a dignidade da posição requer tratamento nobre, e a indignidade do ocupante justifica um palavreado vil; “Vossa Excelência é um safado! Vossa Excelência é um corrupto, mentiroso!” Que droga de excelência é essa que usa andrajos tão sujos, como as vestes da safadeza, corrupção, mentira?

O Salvador falou sobre as “honras” humanas; “...Vós sois os que justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece vossos corações; porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.” Luc 16;15

Então, olhemos por um pouco a honra do prisma Divino; a quem, O Rei dos Reis desejaria honrar?

Assim como o amor só se realiza por via de mão dupla, isto é, demanda correspondência, também a verdadeira honra, perante O Senhor; Ele diz: “... aos que me honram honrarei, porém os que me desprezam serão desprezados.” I Sam 2;30

Embora, para efeito de Salvação conte apenas a Graça, dado que, não a merecemos nem poderíamos pagar por ela, no prisma das recompensas, certo “mérito” será requerido sim; O Santo não coloca as divisas Excelentíssimas da Sua Aprovação nas fardas sujas dos safados. Vejamos: “Com o benigno, te mostras benigno; com o homem íntegro te mostras perfeito. Com o puro te mostras puro; mas com o perverso te mostras inflexível.” II Sam 22;26 e 27

Grosso modo todos trazem na ponta da língua a tal da lei da semeadura; no entanto, nem sempre a compreensão do significado tem acuidade com a realidade espiritual; vejamos: “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, isso ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará vida eterna.” Gál 6;7 e 8

Notemos que as duas possibilidades de semeadura são, na carne, ou no Espírito. As mesmas ações podem sofrer apreços totalmente opostos, dependendo do motivo que as inspira.

Até Platão que desconhecia ao Evangelho dizia que, quando alguém pratica obras justas tendo em vista as honrarias e aplausos que advirão, o tal, ama essas coisas, não à justiça em si. Pois, quem ama-a, pratica-a sem necessidade de nenhum incentivo a mais que esse amor, a despeito da ingratidão que colherá; incompreensões até.

Eventualmente nossas obras feitas no espírito correto, na motivação que honra a Deus, podem até ser recompensadas ainda na Terra, como foi a de Mardoqueu; mas, muitos partem para o além cobertos de injustiças por aqui, como foi o Apóstolo Paulo, por exemplo que, invés de um carnal reclame contra a injustiça dos homens aceitou seu martírio seguro da Justiça Divina; “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; não somente a mim, mas também a todos que amarem Sua Vinda.” II Tim 4;7 e 8

Esse “cristianismo” que lota templos em demanda de interesses mesquinhos, entulha as redes sociais de “profecias” de facilidades para atrair incautos está a anos-luz, da fidelidade que merece O Santo, que, sem pecados padeceu por nós.

Um lugar de honra certamente está reservado aos fiéis, mas, esse não nesse antro de corrupção; “Levantai-vos, e ide-vos, porque este não é lugar de descanso; por causa da imundícia que traz destruição, sim, destruição enorme.” Miq 2;10

Invés de “orações fortes” como acenam mercenários modernos a eficácia da oração está na aceitação, por parte do Senhor, da vida de quem ora; “Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos, e Seus Ouvidos atentos às suas orações; Mas o rosto do Senhor é contra os que fazem o mal.”

Desse modo, a honra de ser atendidos pelo Rei dos Reis quando oramos, requer que antes O honremos, seguindo o que Ele em Sua Palavra falou. É antes de tudo, fiel, o homem a quem O Rei deseja honrar.

domingo, 1 de dezembro de 2019

Conflito de Amores


"... Também eu vos perguntarei uma coisa, e então vos direi com que autoridade faço estas coisas: O batismo de João era do céu ou dos homens? respondei-me." Mc 11;29 e 30
 
O Senhor fora questionado sobre a origem da Sua Autoridade. Antes de responder propôs a questão em realce; de onde era o batismo de João?

Se, ele fora delegado pelo Eterno a fazer o que fazia, então, óbvio, a autoridade que representava era O Próprio Deus.

Agora, se fizesse as coisas de moto próprio, daí tudo se resumiria em sua pessoa apenas. Todos tinham a João como profeta do Altíssimo; então, quando ele apresentou a Jesus como "O Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo", em nome do Pai, o fez.

O outro joão escreveu depois que o Batista viera precisamente para apresentar a Luz ao mundo; "Houve um homem enviado por Deus, cujo nome era João. Este veio para testemunho, para que testificasse da luz, para que todos cressem por ele. Não era ele a luz, mas para que testificasse dela." Jo 1;6 a 8

A questão da autoridade sempre foi um problema para o homem e algo de extrema importância para Deus; pois, foi justo ao desconsiderá-la em busca de um "Plano B" que o casal edênico pecou e deu início a todos os desdobramentos nefastos da queda.

O propósito original para nossa criação é de servos, ainda que, com uma intimidade mais estreita, como de filhos e Pai, no caso de nossa opção ser por Deus.

Nosso livre arbítrio resume-se a uma escolha dual, tipo eleição em segundo turno; tal escolha determinará a quem servimos, não será mero falar assim ou assado; mas, são nossas ações que testificam do Senhor que escolhemos; "Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para morte, ou da obediência para justiça?" Rom 6;16

Então, diferente do que alguns pensam, batizar-se não equivale a adesão religiosa, "passá pá crente" como dizem; antes, é um testemunho público de reconhecimento de duas coisas essenciais; nossos pecados, que demandam o auxílio do Redentor, e a Autoridade sobre nós desde então; batismo não é uma aquisição é uma entrega. "Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte?" Rom 6;3

Se, no Macro foi João Batista que testificou do Senhor para quem lhe ouvia, cada um em particular, que se batiza em Cristo testifica também, uma vez que o confessa publicamente como Senhor; "Portanto, qualquer que me confessar diante dos homens, Eu o confessarei diante de Meu Pai, que está nos céus." Mat 10;32

Muitas vezes aquilo que nos é pacífico ao entendimento e consciência, nem sempre o é perante as conveções; noutras palavras: Percebemos as coisas como são, mas não temos ousadia de assumir publicamente essa percepção, pelo medo dos apreços horizontais dos que zombarão de nós; o clássico temer mais aos homens que a Deus.

Pois, no âmbito da atuação do Senhor havia coisas tão fantásticas que por si só externavam Sua Autoridade sobrenatural. "Pode um demônio abrir os olhos a um cego"? Perguntaram. Nesses casos a resitência não passa de hipocrisia; as palavras da boca atuam contra o saber apenas para abafar no grito, às da consciência.

O Prícipe Nicodemos foi um que viveu esse conflito; para ele o testemunho dos feitos de Cristo bastava como prova da Sua Autoridade; "Este foi ter de noite com Jesus, e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que És Mestre, vindo de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que Tu fazes, se Deus não for com ele." Jo 3;2

Se, estava convencido da Autoridade Divina do Salvador, nem assim ousou escancarar isso; antes, foi buscá-lo de noite, escondido dos colegas do Sinédrio.

O Senhor É A Luz; os conflitos que enseja não são de sapiência; são de amores. Desafia-nos a mudar de afetos coisa dura para a natureza carnal; "A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque as suas obras eram más." Jo 3;19

Por isso, ensinou, sem o "Novo nascimento da Água e do Espírito" nada feito. Seguiremos amando às trevas e fugindo da Luz.

Em suma, não é identificar a origem da autoridade o nosso problema; identificamos e entendemos que O Senhor requer o direito Seu de dirigir nossas vidas, mas ainda gostamos mais da sugestão da oposição de nós mesmos decidir sobre bem e mal.

Jesus não é rejeitado por obscuro, confuso; antes É claro demais; assusta.

"A verdadeira tragédia não é as crianças temerem ao escuro; antes, é os adultos temerem à luz". Platão.

sábado, 30 de novembro de 2019

O medo da vida; das vidas



"... Tira da terra um tal homem, porque não convém que viva." Atos 22;22

Paulo mencionou detalhes da chamada do Senhor, o que incluía a rejeição do testemunho sobre Ele pelos Judeus, e o envio do apóstolo aos gentios. Então, disseram as palavras acima. "... não convém que viva".

Seu dicurso incomodava, como incomodara o de Estevão; para ambos, a mesma solução: Sentença de morte.

Infelizmente é muito comum as pessoas "resolverem problemas" matando outras; em determinado momento decidem que não convém que alguém viva mais; ao calor dessa visão acoroçoando à vontade, decidem cometer assassinatos. Mas, o que faz a vida de alguém inconveniente a nós? Ou, será que as pessoas existem para nos agradar?

Primeiro que, a vida de terceiro é já uma "empresa" em si; independe de mim e não deve ser-me, necessariamente, conveniente. Quem garante que não sou inconveniente a muitos, nem por isso lhes assiste o direito de "sanar" essa inconveniência matando-me.

Somos uma confraria de seres inperfeitos, anjos inconclusos, para o bem e até para o mal, conforme a escolha de cada um; "Quem é sujo suje ainda; quem é santo seja santificado ainda..."

Uma lógica que me parece cristalina elimina essa "solução", sem maiores argumentos; sendo alguém hipoteticamente perfeito, naturalmente tem em sua essência "matéria-prima" para lidar com alheias imperfeições; agora, sendo imperfeito como os demais, quem lhe dá o direito de cobrar a perfeição que não possui?

Há um mentor que cega e faz parecer que sua sede de sangue é de quem se faz hospedeiro do seu ódio e seus conselhos. "O ladrão (Satanás) veio roubar, matar e destruir..." Jo 10;10

Atrevo a pensar que os que assim agem não matam semelhantes porque esses são maus; (teriam que matar a todos) antes, o fazem na ilusão adquirida de se livrar de um mal, que, por maior que seja, ainda há de ser menor que o peso de sujar as mãos com sangue.

Degraçadamente lidamos "melhor" com os problemas, as falhas, no outro, que em nós; daí, quando uma incompatibilidade qualquer assoma, para muitos parece mais fácil matar ao outro que mortificar a si.

É salutar desconfiar de todo e qualquer discurso, ou ensino, que focalize os problemas sempre no outro, invés de dentro de nós mesmos. Quem jamais ouviu: "O inferno são os outros". Claro que o santo enfadado disso é um pedaço de paraíso!

A Boa Nova começa com uma má notícia: O mau que me faz dano sou eu; daí, "negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me." Pois, assim, autônomo e morto em delitos e pecados não convém que eu "viva".

A Palavra de Deus, "Manual do Construtor" nivela-nos por baixo; "Desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos: não há quem faça o bem, não há sequer um." Salm 14;3 Ou, "... Não há um justo sequer. Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus." Rom 3;10 e 11

Muitos confundem ir às igrejas em demanda de interesses rasos, mesquinhos, com buscar a Deus. Pecam até quando cultuam ao fazer a coisa certa pelas erradas razões. No fundo o "culto" de muitos é como o de Balaão, um "despacho gospel," que se resume em oferecer préstimos religiosos em troca de bens terrenos; enquanto o ensinado pelo Mestre orbita outros valores; "Buscai primeiro o Reino de Deus e Sua Justiça..."

Se, pensarmos nas virtudes cristãos desejáveis, entre elas depararemos com prudência, paciência, perdão... coisas que "dependem" das alheias imperfeições. Sem esquecer que, O Eterno condiciona Sua Graça a uma apreço pela mesma, de nossa parte, que nos leva a sermos graciosos também; "Perdoa nossas dívidas assim como perdoamos nossos devedores..."

Contudo, há ainda o outro lado da moeda; se, grosso modo, muitos ceifam vidas por "tratar" seus problemas no outro, invés de o fazerem em si, há os que veem a coisa tão em si, que tiram as próprias vidas, quando, da forma que se lhes apresentam não parecem desejáveis mais. Quem a vê em Cristo há de vê-la com outros olhos.

Se, a salvação nos livra do medo da morte, não no sentido de buscá-la, mas da confiança no que virá após, deve ser necessariamente d'outra fonte, o medo da vida que patrocina tais "soluções". Não estou entrando no mérito da salvação ou não dos suicidas; mas, nos motivos.

Toda ação é o desdobramento de um pensamento que dobrou à vontade e se fez um desejo; enquanto não formos purificados aí, na origem, nossas ações impuras continuarão.

A morte que purifica já ocorreu; "... o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus Vivo". Heb 9;14

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

O Acelerador de Partículas


"Disse o néscio no seu coração: Não há Deus. Têm-se corrompido, fazem-se abomináveis em suas obras, não há ninguém que faça o bem." Sal 14;1

Como se poderia saber o quê alguém diz "no seu coração"? Seria necessária a inspeção de quem tivesse acesso ao âmago, ao centro da personalidade psíquica e espiritual, essa íntima fonte que chamamos coração.

A diatribe à negação da existência de Deus começa já com um predicado que requer Sua existência; pois, quem teria acesso aos recônditos dos corações? "Eu, o Senhor, esquadrinho o coração e provo os rins; isto para dar a cada um segundo seus caminhos e segundo o fruto das suas ações." Jr 17;10

Pois, "O espírito do homem é a lâmpada do Senhor, que esquadrinha todo interior até o mais íntimo do ventre." Prov 20;27

Notemos que a recompensa Divina atrela-se a caminhos, ações; são esses que trazem à luz os corações, que, Deus pode sondar.

Como efeito colateral de nossa incipiente pesquisa encontramos duas coisas já; Deus descarta como néscios, tolos os que duvidam; o homem tem em si um espírito, como ponto de contato com Deus, que É Espírito.

O Eterno não tem nenhuma crise de aceitação como nós; não sai por aí mendigando atenções, tipo: Por favor, creiam que Eu Existo, senão minha vida não fará sentido. Deixa o melhor vinho para o final, para que a fé seja Nele, não em estímulos exteriores.

Parte do princípio sólido que Sua Existência É auto-evidente, não gasta latim à toa; descarta como tolos os que negam o que salta aos olhos. Pois, "Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto, Sua Divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;" Rom 1;20

A negação dos néscios não é filosófica; tendo meditado muito chegaram à conclusão que a Existência Divina é inverossímil, impossível, por ferir à lógica em tais e quais pontos; antes, é uma negação prática de alguém indolente que agiu como se, tal busca sequer valesse à pena, dada essa "certeza" decidiu agir por conta como se Deus não existisse.

Não se trata de um sincero interessado na verdade que não coseguiu crer; antes, um estúpido que adotou automaticamente para si a sugestão de Satã para agir com autonomia, independência em relação ao Santo.

Contudo, alguns mais "esclarecidos" negam "positivamente" a Divina Existência; hipocritamente fingem não fazê-lo. Por exemplo, os "cientistas" do CERN aquele centro de pesquisas em um túnel de 28 kms na fronteira franco-suíça. Eles criaram uma engenhoca que chamam de acelerador de partículas, no uso da qual esperam encontrar à "partícula de Deus". O meio científico para a existência do Big Ban.

Essa teoria da mega-explosão é dos evolucionistas que negam a Existência do Criador. Então, quando aludem à partícula de Deus, na verdade buscam a demontração de um "método" que faria Deus desnecessário, uma vez que a "ciência" poderia explicar tudo.

Partícula é o diminutivo de parte; daí que, nossas coisas e opiniões são particulares, dado sermos meras partículas, num universo com mais de sete bihões de pessoas.

No entanto, como fomos criados à Imagem e Semelhança do Criador, e Ele soprou em nós Seu Espírito, cada um de nós é uma partícula de Deus, não num sentido panteísta, (Deus está fora da Criação) mas, no de testemunho da Sua Obra.

A morte espiritual, consequência do pecado aliena essa partícula, (espírito) da Sua Fonte; por isso O Eterno enviou Seu Filho remir-nos da prisão desse feitor, para que a vida fosse regenerada.

Enquanto a "ciência" trabalha com um acelerador de partículas, Deus desafia às partículas que lhe dão ouvidos a um freio na ensandecida corrida da auntonomia; para que, a comunhão possa ser refeita; "Negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me".

Depois da descoberta do DNA impossível a defesa da evolução nos moldes Dawinianos; escavar ossos não "prova" mais nada; a moda agora é a negação da pureza e singularidades Divinas; o neo-panteísmo.

Todas as religiões são boas, todos os caminhos levam a Deus; tudo é Deus, inclusive Terra e Natureza. O Ecumenismo buscado pelo Papa Francisco. Não podendo mais negar a existência, o Capeta e os seus pervertem a essência; uma forma oblíqua de negação.

A aceleração das "partículas" interessa ao mentor da rebelião; se pararem para ouvir, meditar poderão reencontrar o caminho de casa. A tecnologia labora velozmente no afã de gerar mais velocidade.

A árvore da Ciência cintila mais que uma de Natal para manter os néscios de costas para a Árvore da Vida. Contudo, "Voltei-me, vi debaixo do sol que não é dos ligeiros a carreira, nem dos fortes a batalha..." Ecl 9;11

domingo, 24 de novembro de 2019

O Triturador Vermelho


Uma frase me fez pensar: "Não se preocupe em deixar um mundo melhor para seus filhos; antes, em deixar filhos melhores para o mundo."

Dois vícios humanos nas entrelinhas. A quimera de tentarmos ingerir no que nos escapa, sendo omissos no que nos pertence fazer; e a cosmovisão utilitarista como se, invés de partículas de um todo, a ele devedoras fôssemos credores, aos quais a vida deve. Nâo o que convém fazer para contribuir com um mundo melhor, mas o que quero usufruir.

Esse é um mal crônico dos esquerdistas que, por avessos ao trabalho, à meritocracia, afirmam que, quem prospera na vida nunca o faz por esforços, empreendedorismo, organização, empenho; sempre trata-se de um "explorador" do trabalho alheio, por isso, seus bens nem são legitimamente seus; devem ser "socializados".

Essa "releitura" própria de vagabundos que recusam a "botar o peito n'água" além de "justificar" ao roubo, o espólio dos alheios bens, traz como efeito colateral o desestímulo aos novos empreendimentos; pois, se tanto faz quem produz ou não, a todos cabem direitos iguais, qual o sentido de trabalhar?

Isso explica a derrocada econômica de todo o leste europeu comunista, parte da Ásia e mais recentemente, Cuba, Venezuela e Bolívia; a "iguladade" pela qual pelejam é de frutos, não de oportunidades; assim, o diligente e o ocioso se tornam "iguais" no maravilhoso paraíso comunista. 

Para Aristóteles, "A maior desigualdade que há é considerar iguais aos que são diferentes". Ele está certo.

Então, o comunista convencido pela própria hipocrisia que rebatiza sua preguiça de justiça social anseia que o mundo mude ao seu favor, invés dele mudar seus conceitos e ajudar a construir um mundo melhor, para si primeiramente, depois as consequências diluem-se no todo.

Desgraçadamente o gado vermelho segue após berrantes tocados por gente rica, tiranos milionários, mas que dizem que as parcas pastagens deles é por culpa das "elites injustas" e do "capitalismo selvagem"; algum deles já dividiu os bens? Já socializou um por cento do que possui? Não. Mas, o gado foi treinado para usar cascos e chifres após o pano vermelho, como nas touradas de Madrid, não os cérebros. Olééé!!

Quais economias mais agonizam na América Latina? As supra citadas Cuba, Bolívia e Venezuela. Qual a mais próspera? O Chile com o maior crescimento e renda per cápita.

O que incomoda aos vermelhinhos? O Chile. Lá açodam seus rebanhos de idiotas úteis; pois, se seus manuais socialistas sempre advogaram que a economia liberal e o capitalismo são maus, como essas coisas se atrevem a dar certo no Chile? É preciso queimar tudo urgentemente. Assim, não são vândalos, desordeiros, marginais; antes, "revolucionários" numa meritória luta política contra a "injustiça social".

Aqui, investimentos estruturais de minimização das consequências do estio, como a dessalinização da água do mar e a perfuração de poços artesianos começa a dar alento ao sofrido povo do nordeste; o que fazem esses bravos "defensores dos pobres"? Alugam um criminoso derramamento de óleo no litoral por lá; se não fosse o alcance das redes sociais eles dariam um jeito de por a coisa na conta do Bolsonaro.

Duas coisas são tão óbvias nesses pleitos que podem ser lidas em Braille! Uma: Nunca os fatos corroboraram a doutrina comunista! Sempre forjam o paraíso nos livros; miséria e opressão totalitária na prática; Outra: Essa gente nunca esteve nem aí para pobres, oprimidos, minorias, justiça e o escambau; Como a Dilma mesmo confessou, "Fazem o Diabo pelo Poder". E o Diabo segundo Jesus veio roubar, matar e destruir.

Se, são mesmo democratas como dizem, o que têm contra a saudável alternância de poder? Mais; se, o Bolsonaro é tão ruim como afirmam, por que não deixem que afunde ainda mais nos três anos que lhe restam de mandato, depois lhe dão uma "lavada" nas urnas?

Eles não estão apavorados porque o Governo do Jair é ruim para a nação; urge que sabotem, pois, os resultados positivos saltam aos olhos; deixam cada vez mais evidente os treze anos perdidos sob o corrupto manto vermelho. O "radicalismo" proposto pelo rei dos ladrões e a "imitação do exemplo do Chile" ainda fará correr sangue inocente por aqui.

Não me iludo muito com a cura da esquerdopatia; uma doença quase sem cura que inoculada no sangue nem o antibiótico dos fatos e a sutura da realidade podem tranformar feridas em cicatrizes.

Se, é uma preocupação saudável deixar filhos melhores para o mundo, invés da difusão do conhecimento intentaram a ideologia de gênero, perversão dos infantes.

Essa gente é criminosa, amoral, imoral, perversa. O Comunismo não passa de uma máquina de moer carne para produzir os embutidos que saciam a fome de poder. E há tanta carne pedindo para ser moída...

sábado, 23 de novembro de 2019

Gugu Liberato; a morte fora da casinha

A morte está mais viva do que nunca. E, a cada dia morre em série, se esforçando em demanda pela nossa atenção, mas seguimos alheios, nos fazendo de mortos.

Aí ela amplifica seu grito e ceifa gente famosa como Paul Walker, Tony Palmer, Walmor Chagas, Robin Willians, Ricardo Boechat, e agora seu grito mais recente, Gugu Liberato.

Nos movemos por um pouco em nossos assentos, não o bastante para desgrudar as bundas, ou despertar os cérebros; e via de regra, cada um tem uma "receita" nas prateleiras da preguiça mental, à qual recorre para abafar tais gritos.

O fatalista conclui: "Chegou a hora"! O "lógico" reclama: "Tanta gente ruim e morrem os bons!" O filósofo de botecos "filosofa": "Pra morrer basta estar vivo". O espírita: "Cumpriu seus karmas"; Uns têm as frases feitas para as perdas menores; "Vão-se os anéis ficam os dedos"; daí quando vão-se os dedos quedam incrédulos.

Tendemos em nossa lógica inconsequente e desavisada a "arquivar" vidas como se fosse um fichário; ordenadas pela data e índice alfabético, à luz do qual a dama de preto deveria ceifar primeiro às fichas mais antigas. Vá saber se a morte conhece lógica, bebe, consome drogas, ou afins, mas tem feito um monte de trapalhadas cronológicas, de modo que me atrevo a dizer que ela está fora da casinha.

Levou à Amy Winehouse antes do Mick Jaegger; Paul Walker antes do Stallone; Artur antes do Lula; agora, Gugu antes do Silvio Santos. Lógica não é com ela, pois.

Admiro gente que consegue tratar de algo tão sério de modo doce, como os poetas, por exemplo; "Eu estava dormindo e me acordaram, e me encontrei assim, num mundo estranho e louco... e quando comecei a compreendê-lo um pouco, já eram horas de dormir de novo"

Porque o tempo é uma invenção da morte,
não o conhece a vida - a verdadeira -
em que basta um momento de poesia,
para nos dar a eternidade inteira"
Mário Quintana

"Fiz um acordo de coexistência pacífica com a morte; eu prometo não temê-la, nem ela me assustar; um dia a gente se encontra". Mário Lago

Por minha parte com recursos pífios comparado aos grandes Mários, escrevi um poema esposando a ideia que a morte mais assusta a quem pensa ter mais vida;

"Ao jovem a morte parece um precipício; o desperdício de tudo o que pensa ter para viver; ao adulto parece um monte; horizonte extático onde mais dia, menos dia fará a subida; o velho andeja com ela pela campina; traquina criança festejando a absolvição de sua sentença de vida."

A Bíblia valora como mais proveitosos os ambientes fúnebres que os festivos, dado esperar que tais nos ensinem algo; "Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete, porque naquela está o fim de todos os homens; os vivos o aplicam ao seu coração." Ecl 7;2

Tiago apresentou a "robustez" das nossas vidas como uma coisa tênue, pífia; "Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco e depois se desvanece." Tg 4;14

Por isso, longe de ser uma opção a se fazer nos dias da velhice, a salvação sempre nos é apresentada como uma decisão que requer urgência; "... Eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da salvação..." II Cor 6;2 "Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes sua voz, (de Deus) não endureçais vossos corações, como na provocação." Heb 3;15

Dado que a conversão que nos livra do medo da morte demanda mortificação dos desejos naturais em prol da realização da Vontade Divina, bem observou Watchmann Nee: "Muitos gastam tempo ensinando aos cristãos a viver melhor, quando, deveriam ensinar a morrer melhor."

Nossa abstração se verifica à medida que, só mortes mui próximas nos movem, ou de famosos, como alguém observou: "Uma morte é uma tragédia; milhares de mortes, apenas um número, uma estatística."

Então, apesar de certa leveza no texto, tanto quanto possível, não entendam que trato a coisa de modo pueril, superficial. Meus respeitos e solidariedade à família enlutada, anexo o desejo que o Espírito Santo conforte e console aos corações feridos.

Quanto à nós outros que contemplamos de longe, sempre acontece uma partida de gente bem próxima; a menos que tenhamos um "plano B" para salvação sem Cristo, deveríamos usar nosso tempo para reconciliação com Deus, para que a sombra da morte não assuste mais.

O Eterno desconhece alternativas e propõe em nosso nome a questão: "Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando sendo anunciada pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram?" Heb 2;3