sexta-feira, 21 de março de 2025

As sete quedas


Porque sete vezes cairá o justo, e se levantará; mas os ímpios tropeçarão no mal.” Prov 24;16

Quando A Palavra diz, justo, algo precisa ser entendido. Estritamente, sequer existe um justo que jamais peque: “Como está escrito: Não há um justo, nem um, sequer.” Rom 3;10
Todavia, os que se arrependem, confessam a Cristo como Salvador e Senhor, passam a pertencer a Ele; Sua justiça é imputada aos tais, eles são justificados, reputados “justos”.

“Àquele que não pratica, mas crê Naquele que justifica ao ímpio, sua fé lhe é imputada como justiça.” Rom 4;5 O aperfeiçoamento que deve suceder a conversão, a santificação, é processo lento, onde muitas quedas ocorrem. Maus hábitos da vida pretérita ainda incomodam ao renascido, que precisa lutar contra, em Cristo, capacitado pelo Espírito Santo.

Isso deixa ver, a qual tipo de “justo” nos referimos nessa abordagem. Ele está em oposição ao ímpio, na antítese do provérbio; assim, o pio, o que crê, é nosso justo, a despeito das suas quedas; o ímpio, o que age de modo diverso dele.

“Sete vezes cairá o justo...” uma figura que não deve ser entendida literalmente. Assim como, o conselho de perdoarmos nossos ofensores até “setenta vezes sete” não é um número exato; antes, o ensino de perdoar sempre que houver arrependimento, tal qual, Deus perdoa.

Então todas as vezes que o justo cair, se lhe facultará a oportunidade de que ele venha a se levantar. Por quê? Porque tendo provado da liberdade em Cristo, da paz que existe na Divina comunhão, esse não se sentirá mais, confortável em lugares espiritualmente inóspitos. Como o pródigo entre os porcos passando necessidade, certamente também lembrará da casa paterna, das delícias que existem lá.

Enquanto, aquele que está habituado à imundícia não se ressente da falta de limpeza, o que viveu na higiene espiritual, não gosta mais da lama. “Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs meus pés sobre uma rocha e firmou meus passos.” Sal 40;2 Para vermos quão horrível o “lago” é, carecemos olhá-lo de fora.

Notemos que os ímpios não tropeçam num obstáculo estrito; antes, seu tropeço se dá nos “valores” que pautam suas escolhas na vida; eles “tropeçam no mal”. O justo preserva ainda sua natureza antiga, que deve ser suplantada pelo novo homem, o renascido, o que, nem sempre consegue.

Os ímpios, mais por curiosos que por sede de vida, até ousam excursionar nas terras do Rei dos Reis, onde vige a santidade; mas, depois a ímpia inclinação se lhes revela mais pujante, e voltam ao lugar ao qual se acostumaram. “... melhor lhes seria não conhecerem o caminho da justiça, do que conhecendo-o se desviarem do santo mandamento que lhes foi dado; deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao próprio vômito, a porca lavada ao espojadouro de lama.” II Ped 2;21 e 22

O que há de mais danoso no tropeço dos ímpios, é que, sequer percebem que suas escolhas são más e que os estão levando a perder; não ao ponto de regirem numa outra direção. Tratam-nas como uma rota natural, como se, viver na prática da maldade lhes fosse um direito, um modo de vida tão válido, quanto outro qualquer. “O caminho dos ímpios é como a escuridão; nem sabem em quê, tropeçam.” Prov 4;19

O que se sente num momento desconfortável por ter caído, ainda está num lugar bom; esse sentimento testifica que O Espírito Santo ainda peleja com ele, pra que retorne à casa paterna, se esforce por levantar.

Se a consciência cauterizar, de modo a não ouvirmos mais sua voz, malgrado, estando no erro, aí sim, teremos motivos para estar alarmados.

Samuel Bolton dizia: “Se a consciência não for um freio, ela será um chicote.” Tipificando os dois momentos da sua fala: Quando nos adverte antes de errarmos, se a ouvirmos, nos freia; depois, ela nos pune deixando nosso erro patente até que nos arrependamos. Se chegarmos ao ponto de não a ouvirmos mais, possivelmente tenhamos tropeçado no mal, rumo a uma queda definitiva.

Desses A Palavra diz: “É impossível que, os que os que já uma vez foram iluminados, provaram o dom celestial, e si fizeram participantes do Espírito Santo, provaram a boa Palavra de Deus e as virtudes do século futuro e recaíram, sejam outra vez renovados para o arrependimento...” Heb 6;4 a 6

Assim, ao caído que está desconfortável nessa situação, há um Divino chamado que o quer colocar em pé novamente. Não importa o que tenha feito; caso submeta-se ao que Cristo fez por ele; “... ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve...” Is 1;18

quinta-feira, 20 de março de 2025

Pedras nas línguas


“O coração do entendido buscará o conhecimento; mas a boca dos tolos se apascentará de estultícia.” Prov 15;14

Algumas nuances nessa antítese dão o que pensar. Antes dos contrastes, temos um aspecto similar entre ambos. Cada um gosta do que possui, mesmo possuindo coisas tão diferentes. O primeiro é entendido; contudo, quer mais; busca o conhecimento. Sua experiência com o aprendizado, as transformações que ele opera lhe faz apreciá-lo; o segundo, mesmo não tendo quase nada, basta-se no que possui. Ora, o que um tolo tem de mais notório? estultícia, estupidez. Pois, dessa se apascenta, descansa satisfeito naquilo que “sabe”.

Cada um tem seu “paladar adquirido” e busca alimentar-se conforme. Estobeu ensinou: “O asno prefere palha ao ouro.”

Contudo, apesar de tamanha discrepância neles, para serem diferenciados entre si, é necessária a leitura de um terceiro, alguém que os contemple de fora, como fez Salomão.

Julgar a si mesmo não é tarefa fácil. “É bem mais difícil julgar a si mesmo que aos outros; se consegues fazer um bom julgamento de ti, és um verdadeiro sábio”. Saint-Exuperry.

O entendido quando julga-se, geralmente encontra os lapsos das coisas que lhe faltam; “Os melhores homens que conheci, viviam descontentes consigo mesmos...” disse Spurgeon. O tolo costuma ser “sábio aos próprios olhos”, sua ignorância o instiga a crer que sabe muito. “O caminho do insensato é reto aos próprios olhos, mas o que dá ouvidos aos conselhos é sábio.” Prov 12;15 Essa “certeza” o faz refratário a quase tudo o que vem de fora: “A repreensão penetra mais profundamente no prudente, que cem açoites no tolo.” Prov 17;10

O sábio em princípio, aquele que deseja saber, é como um cão ao contrário; o bicho late contra o desconhecido, e festeja com alegria, ao que já conhece; o aprendiz dedicado, tem sede do desconhecido e certo tédio do que já sabe.

Outro aspecto que difere nossos personagens, é a profundidade com que tratam seus patrimônios intelectuais. Para o entendido, essas coisas merecem um assento profundo; “O coração do entendido buscará...” Saber coisas assim é assunto para o coração.

Para o tolo, a coisa cola na fachada, não vai além dos lábios. “A boca dos tolos se apascentará...” Além de tratar conselhos com superficialidade, tipo copiar e colar alguma sentença, descansa nisso, como se, sua paz, seu bom porte na estrada da vida estivesse garantido apenas por saber repetir algo decorado. 

Nos espantamos com “cristãos” evolucionistas, espíritas, ou citando Nietsche; embora sejam coisas contraditórias onde o saber molda o paladar, para a fachada, qualquer adesivo está valendo.

Ora as coisas que são absorvidas no coração, têm efeito sobre seu paciente, antes de tudo; pois, é aquele que aprende uma diretriz sábia, medita sobre ela, e se deixa moldar pela mesma. Assim, aprender dessa forma é uma prerrogativa do que é entendido.

As coisas meramente nos lábios, para ser usadas como pedras contra desafetos não carecem de entendimento nenhum. Quantos mentecaptos gritaram impropérios tipo, “Nazista! Fascista”, sem sequer saber o que essas palavras significam? Quem precisa saber? Para usá-las como pedras, tanto faz se for pedra-ferro, arenito, basalto, pedra preciosa, até.

Tudo que um tolo anseia é manter-se distante de quem pensa diferente, sobretudo, quando esse sabe dizer em quê, e porque o faz. Meia dúzia de pedradas, “cuide da sua vida” e pronto! Assunto resolvido. “Os lábios do tolo se pascentam de estultícia.”

Invés do saudável crescimento mútuo no cotejo dos contraditórios, na interação dos que pensam diferente, vivemos a cultura do cancelamento, da validação da bolha predileta de cada um, em detrimento de tudo mais.

A própria Inteligência Artificial, com seus robôs programados e programadores, atua nesse sentido. Primeiro nos espiona para descobrir quais os nossos gostos, em termos do que consumimos nas redes sociais. Depois, direciona ao nosso encontro, basicamente as coisas escolhidas que, nosso histórico diz que gostamos. Desse modo, somos “protegidos” das visões que não apetecem, tolhidos da interação com o contraditório, acarinhados numa bolha viciosa, segundo a febre que mais vívida pulsar em nós.

O robô, pouco a pouco nos roubou a possibilidade de intercâmbio com os diferentes, tentando nos circunscrever à mediocridade do que já alcançamos. Se tivermos na “ponta da língua” uma sentença decorada para cada ocasião, por que perder tempo e coração, ansiando nos aprofundarmos mais nas coisas, haurindo delas essências capazes de mudar para melhor, o nosso viver?

Embora alguns tratem o conhecimento com menosprezo, como se fosse mera ferramenta para exibicionismo, no que tange à vida espiritual, ele é vital. “O Meu povo foi destruído porque lhe faltou o conhecimento...” Os 4;6

Não é errado termos boas coisas nos lábios; mas a excelência é darmos a elas, honroso assento nos nossos corações.

A ousadia de crer


“... pelo temor do Senhor, os homens se desviam do pecado.” Prov 16;6

Vemos nessa sentença um dos patrocinadores do ateísmo. Se, o temor do Senhor, coage aos que nele creem, a se desviarem do pecado, quem tiver ojeriza à essa renúncia, necessariamente, terá que remover sua causa; Deus. Desse modo, “não creio que Deus existe” pode ser apenas outra roupagem, com a qual, “não quero obedecer aos Divinos princípios” decide desfilar. 

Tal postura não deriva das evidências; antes, duma escolha da vontade.

Diverso das investigações da ciência, que estuda evidências, executa experiências, antes de postular alguma descoberta, o “ateísmo” parte de um desejo, em busca de um pretexto que “justifique-o”. Não significa que Deus não seja crível, que Seus ensinos não soem inteligíveis, coerentes com a realidade observável. Apenas, que seus proponentes se recusam a crer, malgrado, as evidências.

Quando Charles Darwin apresentou a “Teoria da Evolução” isso se lhes tornou um achado. Finalmente, tudo poderia ser “explicado”. Passadas muitas décadas em busca do “elo perdido”, sem nenhuma evidência evolucionista surgindo, seguiam firmes esposando a “seleção natural” e transformação de espécies; a ideia da existência do Criador poderia ser “contida satisfatoriamente” na represa da evolução.

Com a descoberta do DNA, e seu imutável código genético a gritar, as mesmas Palavras atribuídas ao Eterno, por ocasião da Criação, “reproduza conforme a sua espécie”, nenhum ateísta veio a público fazer um “mea culpa”, admitindo que sempre estivera errado. Caso, alguém o fez, desconheço. Se, cada ser vivo traz um rígido e imitável código genético, como uma espécie se transformaria noutra?

Abafado o argumento biológico, alguns partiram para um “plano B”, o psicológico. Ontem deparei com uma frase que defendia que o medo levou os povos a criarem deuses. Seria isso mesmo, ou, é o medo que Deus exista, que patrocina a difusão de ideias assim?

Se a arena do embate é agora, psicológica, sabem os que entendem disso, que o medo é uma consequência, não, uma causa. 

Porque o homem se poria a “criar” algo do qual não necessitaria? Ou, que fosse totalmente contra suas inclinações naturais, como é, O Deus revelado pela Bíblia? O homem estaria contrariando aos próprios instintos, dando um “tiro no pé” criando um conceito assim.

A primeira vez que o medo aparece na Palavra, mostra Adão, se escondendo do Criador, depois de O ter desobedecido. Nessa ordem, portanto, o medo não foi o criador de Deus; antes, a desobediência, o pecado, acabou por criar do medo.

As coisas criadas são eloquentes testemunhos da sabedoria, propósito e poder do Criador; “... o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou; porque as Suas coisas invisíveis desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder quanto, Sua Divindade, se entende e claramente se vê, pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis.” Rom 1;19 e 20

Se há centenas de distorções, “deuses” alternativos, isso é um derivado da ignorância acerca do Deus verdadeiro, e da verdadeira necessidade da alma humana, de se encontrar com seu criador.

Outra objeção ateísta que encontrei defende que jamais houve uma guerra promovida pelo ateísmo, enquanto, muitas o foram, em nome da religião.

Bem, para se promover algo assim, são necessários exércitos; o ateísmo sempre foi ínfimo em representatividade; bem ou mal, certos ou errados, a imensa maioria das pessoas creem na existência de Deus.

O fato de algo ser nobre em seu valor tem maiores possibilidades de ser imitado pela falsificação. Quem se poria a imitar algo reconhecidamente falho, sem nenhum apelo motivacional?

Pois, a Palavra de Deus apresenta a fé genuína como adversária do mundo; portanto, toda a peleja em nome das mesmas coisas que o mundo anela, domínio, poder, riquezas, não importa qual rótulo use, é do mundo; se usaram rótulos de valores eternos tentando validar suas ímpias cobiças, essa é uma forma indireta de evidenciar a superioridade desses valores, aos que, não logram nenhum passo além da matéria. Quem se alistaria num exército em nome do ateísmo?

Enfim, o medo não cria deuses; antes, revela fugitivos. A consciência de quem feriu valores caros ao Criador, os adverte disso, e invés de arrependimento e confissão, a maioria prefere “vazar”. “Fogem os ímpios sem que ninguém os persiga; mas os justos são ousados como um leão.” Prov 28;1

Os que pelo temor do Senhor evitam o pecado, são mais honestos que, os que pelo prazer de pecar, preferem evitar a Deus. Se alguém em sua lógica miúda presume que as dores do mundo não combinam com a existência de um Deus Amoroso e Poderoso, olhe para Cristo na Cruz, e julgue, se O Eterno se identificou com nossas dores, ou não.

segunda-feira, 17 de março de 2025

Divinos princípios


“... justiça e juízo são a base do Seu trono.” Salm 97;2

A base é o suporte sobre o qual, algo está assentado. Sendo Deus, Espírito, como ensina Sua Palavra, o Trono Dele não deve ser entendido literalmente, no que tange ao Governo da Terra.

Justiça é um substantivo abstrato, que, atina a recompensar cada um segundo seus méritos; ou, mesmo punir, de acordo com as culpas. Esse valor pretende basear-se na isonomia, (todos iguais perante a lei) tendo iguais garantias, iguais direitos e deveres.

Juízo também é um substantivo assim; embora possa ter um sentido mais amplo, significando razão, siso, a rigor, no sentido mais usual, expressa a aplicação da justiça sobre determinada causa; ou, a apreciação que alguém faz sobre a mesma.

Duas coisas abstratas sendo a base do Trono de Deus, necessária a conclusão que se trata de uma figura, uma metáfora significando que esses valores, subjazem a todo o querer e agir, Divinos. As coisas que extrapolam a isso estão na área da Sua permissão, não, da Sua vontade.

Davi esposou que é possível ver a Face de Deus, nas ações praticadas em justiça; disse: “Quanto a mim, contemplarei Tua Face na justiça, e me satisfarei da Tua semelhança, quando eu acordar.” Sal 17;15 Para alguém “acordar” semelhante a Ele, no porvir, precisa aprender de Cristo, sendo por Ele regenerado, antes de “dormir”.

Acaso não nos indignamos quando algo injusto ocorre? Ou, ficamos em paz, observando as coisas nos devidos lugares? Essas reações naturais, a rigor, são reflexos do sobrenatural, que deixou algumas centelhas em nós, tencionando nos regenerar à Sua Imagem. O bom encaixe da Doutrina de Cristo, nos que se deixam por Ele conduzir, ouvindo-o com honestidade intelectual, também testifica disso.

A “Face de Deus” pelas razões já vistas, também se trata de uma linguagem alternativa, significando a bênção, a aprovação do Senhor, sobre determinada vida, ou atitude. Se a Divina Face está voltada para nós, poderemos estra certos da Sua Bênção, e cuidado.

A forma que os sacerdotes foram ensinados a abençoar ao povo de Deus, era invocando à Santa Face. “O Senhor faça resplandecer o Seu Rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; O Senhor sobre ti levante o Seu Rosto e te dê paz.” Nm 6;25 e 26

O Eterno, quando se sentiu desprezado pelo povo, reclamou que eles lhe voltaram o avesso. “... porque me viraram as costas, não rosto, mas no tempo da sua angústia dirão: Levanta-te e livra-nos!” Jr 2;27 Triste oportunismo, dos que desprezam ao Senhor nas horas de calmaria, bonança, e só O buscam nas emergências. Devemos consertar nossos telhados quando o sol brilha, não, durante a chuva.

Ações em justiça, são micro reflexos da Face de Deus, dos valores, nos quais o Seu Governo está assentado, a “base do Seu trono.”

Invés de ser parcial, favorecendo aos Seus e ignorando aos demais, O Senhor que se revelou na Palavra, tem Seu amor e Seu ódio direcionados a alvos bem específicos, segundo valores, não, pessoas: “Tu amas à justiça e odeias à impiedade; por isso, Deus, o teu Deus Te ungiu com óleo de alegria, mais do que, a Teus companheiros.” Vaticínio atinente ao Filho de Deus, Jesus Cristo, e Sua absoluta identificação com O Pai, no direcionar dos Seus afetos; isso atrairia uma unção especial; “óleo de alegria.”

Sendo justiça e juízo, bases do Divino Trono, parcialidade e acepção de pessoas, certamente não encontram lugar, nas decisões do Eterno. “Pregai o Evangelho a toda criatura...” Mc 16;15 “Os Meus Olhos procurarão os fiéis da terra para que se assentem comigo; o que anda num caminho reto, esse Me servirá;” Sal 101;6 “vinde a Mim todos que estais cansados e sobrecarregados, Eu vos aliviarei...” Mat 11;28 etc.

“São justas todas as palavras da Minha Boca; não há nelas nenhuma coisa tortuosa nem pervertida; todas elas são retas para aquele que as entende bem, e justas, para os que acham o conhecimento.” Prob 8;8 e 9

Os que entortam às Palavras retas, fazendo parecer que a aceitação de todos equivale à aceitação de tudo, por parte do Eterno, estão traindo os princípios basilares, da justiça e do juízo.

A estátua da justiça dos homens, usa uma venda nos olhos, para significar que ela não tem favoritos e julga igualmente a todos; infelizmente, ela não consegue essa proeza. A Justiça Divina é assim, o que está na Palavra da Vida, não pode ser tratado como nossos “tribunais” tratam à Constituição.

Não ignoramos que Deus É Amor. E é justo, Seu Excelso Amor, que manda anunciarmos retamente à Palavra, para que seus amados não se percam. “Justiça e juízo são a base do Seu Trono.”

domingo, 16 de março de 2025

O resgate do Estado


“Esconde-me do secreto conselho dos maus, do tumulto dos que praticam iniquidade, que afiaram suas línguas como espadas, armaram por suas flechas, palavras amargas.” Sal 64;2 e 3

Desde sempre, o “modus operandi” dos maus. Conselho secreto, escusos conchavos, reuniões por trás das cortinas, sujeiras sob tapetes; sua atuação, para a encenação desejada é tumultuosa, e desordeira; camuflada com motivos nobres. Defesa disso, daquilo.

Afiam línguas como espadas; quem jamais viu, ajuntamentos de biltres assim, ensaiando a pantomima que será encenada? Invés de pesar motivos, considerando a necessidade, a probidade do pleito, apenas adestram os meios; aquilo que desejam, seja justo ou não, aos amestrados é vendido como um direito. “Missão dada, missão cumprida!” Degradante o ser humano virar objeto, por si só; porém, quando se faz objeto a serviço da maldade, aí é abjeto.

A subversão da ordem sempre existiu; mas, aos servos de Deus foi desaconselhada de modo categórico; “Teme ao Senhor, filho meu, e ao rei, e não te ponhas com os que buscam mudanças; porque, de repente se levantará a sua destruição, e a ruína de ambos, quem a sabe?” Prov 24;21 e 22

Em algumas situações, a língua ferina dos maus, descompromissados com a verdade é figurada como sendo um açoite. Jó 5;21, Prov; 18;6 etc. Nesse texto, a figura usada foi outra: “... afiaram suas línguas como espadas, armaram por suas flechas, palavras amargas.”

A língua de Judas mereceu uma “honraria” particular: “As palavras da sua boca eram mais macias que manteiga, mas havia guerra no seu coração; suas palavras eram mais brandas que o azeite, contudo, eram espadas desembainhadas.” Sal 55;21

Nossa nação foi atacada por uma nuvem de gafanhotos assim; o secreto conselho de uma súcia de patifes empoderados de modo fraudulento, desejou “legitimar” à fraude, e enlamear a probidade, fazendo os algozes parecerem vítimas. O Estado de Direito sequestrado, tornou-se um antro onde vige o “direito” do crime organizado, contra os cidadãos. Com quatrocentos anos de cadeia, um político ladrão foi libertado; pessoas que nada fizeram exceto pedir transparência, foram condenadas a 17 anos de prisão.

Invés de pleitearem por justiça, transparência, como faziam os cidadãos decentes, os infiltrados da quadrilha partiram para o vandalismo, destruição do patrimônio público; pois, seu objetivo não era conquistar nada; antes, preparar o terreno, para suas espadas e flechas, que até hoje disparam, vociferando contra inocentes, julgando-os pelos crimes que seus próprios “juízes” cometeram. “Sem Anistia!” Pessoas que nada fizerem seguem presas, enquanto os patrocinadores das muitas patifarias os julgam.

“... O Senhor viu e pareceu mal aos Seus Olhos, que não houvesse justiça.” Is 59;15 O Juiz dos juízes que contemplou tudo, ainda não se pronunciou. É bom que a súcia coloque suas barbas de molho, pois. O mar recua e aumenta muito a praia, quando se prepara um tsunami.

Quando pretende fazer uma faxina cabal, geralmente Deus dá tempo aos maus, para que “mereçam” plenamente o que receberão. Quando ia julgar aos Cananeus, vomitando-os da terra, pelo incesto, zoofilia, homossexualismo, adultério, idolatria... deu-lhes, tempo; depois, deu cabo. “Porque todas estas abominações fizeram os homens desta terra que nela estavam antes de vós; a terra foi contaminada.” Lev 18;27 Estavam; tinham sido “vomitados” da terra.

Enquanto tratava em disciplina com o Seu Povo, O Eterno esperava que a maldade dos ímpios inflasse, para puni-la de vez. “... porque a medida da injustiça dos amorreus, ainda não está cheia.” Gn 15;16 Disse certa vez, acerca do curso de tempo necessário para dar aos Hebreus a “Terra Prometida.”

Quem sabe ler o que O Eterno escreve, não desespera com eventuais demoras; longanimidade não significa omissão. “Estas coisas tens feito e Eu me calei; pensavas que Eu era tal como tu; mas, te arguirei, e as porei por ordem diante dos teus olhos.” Sal 50;21

Aquele que ama à justiça, não terá nenhum liame com atitudes que destoam dessa, como bem disse Abraão: “Longe de ti que faças tal coisa; que mates o justo com o ímpio; longe de ti. Não faria justiça O Juiz de toda a Terra?” Gn 18;25

Ainda fulgem espadas mentirosas, e riscam nossos ares, as flechas do engano e da calúnia. Aquele que confia no Eterno, sabe a origem disso e não teme; além das demais armaduras nos precavemos “... tomando, sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno.” Ef 6;16

O sistema que sequestrou O Estado, a mídia prostituta que o defende, estão com dias contados. Embora as dores e privações de direitos tenham um aspecto medicinal e judicial, cumprido O Santo propósito, serão removidas; “... porque o cetro da impiedade não permanecerá sobre a sorte dos justos...” Sal 125;3

sábado, 15 de março de 2025

vencer ou renunciar


“Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Pois percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e depois de o terdes feito, o fazeis filho do inferno, duas vezes mais do que vós.” Mat 23;15

Triunfar num debate, numa peleja qualquer, não vai um milímetro além disso; embora evidencie quem prosperou numa disputa, é totalmente inócuo, para efeito de aferição da verdade.

Antes de considerarmos uma “vitória” assim, pois, como prova de que determinado postulado é verdadeiro, precisamos lembrar duas coisas: Uma; a habilidade em debater, é uma veia neutra; tanto pode estar a serviço da verdade, quanto, da mentira. Duas; há múltiplas variações possíveis, no escopo de uma escolha errada. Se essas forem alvo de disputa, e o prisma maior ficar inerte como se fosse algo estabelecido, a mera erística, resultará inútil, como dar golpes no ar. Embora se use fazer, é de parco valor a maquiagem de um defunto.

O Salvador denunciou Escribas e Fariseus, que, ao fazerem um seguidor, o que lhes poderia soar como uma vitória, a rigor, o Reino de Deus sofria uma derrota; pois, a adesão do insipiente a uma escolha errada, fechava um possível acesso a outra que fosse certa, e tendia a recrudescer o incauto no erro, mais que os seus mestres. “O fazeis filho do inferno, duas vezes mais do que vós.”

Por exemplo, o catolicismo com sua relativização da Palavra de Deus, e equiparação da tradição e do magistério com a Divina Revelação, é um erro milenar, grotesco, suicida; porém, agora está dividido; de um lado os ditos conservadores, com seu exclusivismo institucional, pelejando pela tradição; de outro, os liberais, com sua fusão marxista/cristã, e o ecumenismo, validando a todo tipo de credo. Lutar de um lado ou de outro, tanto faz; todos estão no mesmo barco, o da heresia.

Os adventistas, se esforçam para provar que o sábado foi o dia de guarda ordenado pelo Eterno, como se fosse necessário fazer isso. Basta ler os dez mandamentos. A questão que os separa dos demais protestantes não é essa.
A Lei de Cristo que devem cumprir os que nasceram de novo, não a de Moisés, foi dada em nossos espíritos, não num código legal. “O qual nos fez também capazes de ser ministros de um Novo Testamento, não da letra, mas do espírito, porque a letra mata, e o espírito vivifica.” II Cor 3;6

Assim, ficar pelejando pelo sábado contra o domingo, ou vice-versa, não leva a lugar nenhum, exceto, eventual satisfação carnal daquele a presumir que, saiu vencedor. “De maneira que a Lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados; mas depois que veio a fé, já não estamos debaixo de aio” (da Lei) Gál 3;24 e 25

Pegam textos que dizem que o “Remanescente fiel” são os que “... guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus Cristo.” Apoc 12;17 Que seriam apenas eles, naturalmente.

Ora, o mandamento de Deus em relação a Cristo foi: “... Este É O Meu Filho Amado em quem Me comprazo; escutai-o.” Mat 17;5 e sobre os Mandamentos, depois de resumir tudo no amor a Deus e ao próximo, ensinou: “destes dois mandamentos, dependem toda a Lei e os profetas.” Mat 22;40

Qualquer pecador que se sentir o preferido, o favorito de Deus, evidencia pelo seu amor próprio doentio, que ainda não negou a si mesmo, passo indispensável para pertencer a Cristo.

Não se conclua, contudo, que eu esteja dizendo que católicos ou adventistas são filhos do inferno; não me cabe julgar pessoas. Estou analisando posturas, no prisma filosófico apenas. Há muitos tipos de pelejas inúteis por aí, mesmo, entre os que pretendem ser ortodoxos em relação à doutrina de Cristo, fiéis à Sua Palavra; dons espirituais, mordomia, eleição...

Fomos chamados para ser luz; essa é algo que irradia, não que aprisiona. Triunfar num debate pode mostrar quem tem “Razão”. O triunfo de Cristo em nós, considera os limites e necessidades do outro, tendo a vontade Divina como objetivo, a renúncia das paixões naturais como meio. “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” Rom 12;1

Se, a “razão” no prisma espiritual, nos convida ao sacrifício, é quando assim atuamos que a deixamos evidente. Invés de fazermos prosélitos pela persuasão, sejamos indutores das pessoas a Cristo, pela imitação.

Dominar sobre outrem pode ser inequívoca demonstração de força; exercitar-se em domínio próprio, é fazer Cristo evidente em nós. “Melhor é o que tarda em irar-se que o poderoso; o que controla seu ânimo, que aquele que toma uma cidade.” Prov 16;32

A certeza dos cegos


“Por que, pois, se desvia este povo de Jerusalém, com uma apostasia contínua? Persiste no engano, não quer voltar.” Jr 8;5

Apostasia, é “separação”. Nas questões de fé, separação da doutrina, obediência, comunhão, do relacionamento com Deus.

Normalmente, o método mais doloroso de aprendizado, segundo Confúcio, o da experiência, obtém melhor resultado que o mais nobre, a reflexão, e o mais fácil, a imitação.

A saga do filho pródigo ilustra bem. As dores, as privações o ensinaram, mais do que outra lição qualquer. Ao peso do aguilhão dessas, olhou para trás, e retornou à casa do pai.

As dores dos descaminhos, as privações espirituais que a alienação do Senhor traz consigo, deveriam ensejar uma segunda análise, quiçá, patrocinar o arrependimento, o retorno. No entanto, daquele povo foi dito: “Persiste no engano, não quer voltar.”

Desgraçadamente, estavam “certos” dos seus erros. Nada mais difícil, penoso de socorrer, que um cego convicto de que está vendo. Em geral, esses usam suas bocas como “guardiãs” contra eventuais “ameaças” que rondem seus ouvidos. Falam quando deveriam ouvir. Em seu instinto de preservação no erro, traem a si mesmos.

A resiliência no descaminho causava perplexidade nos Céus até. A pergunta pelo motivo daquilo, veio de lá; “Por que, pois, se desvia este povo de Jerusalém com uma apostasia contínua?” Não que faltasse ciência para entender o que acontecia; faltava uma razão, mínima que fosse, que soasse como nexo, justificando uma escolha tão deletéria.

No início do livro, Jeremias já registrara a perplexidade celeste, de modo categórico, ao ver os tais, trocando ao Todo Poderoso por futilidades; “Espantai-vos disto, ó Céus, horrorizai-vos! ficai verdadeiramente desolados, diz O Senhor; porque o Meu povo fez duas maldades; a Mim deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas que não retêm as águas.” Jr 2;12 e 13

Dada a forma que o homem foi criado, “com um vazio interior com o formato de Deus” como disse alguém, não existe neutralidade possível. “Nem Deus, nem Diabo, eu faço minhas escolhas”, gabam-se os obtusos. Mal sabem eles, que isso é serviço ao inimigo, de primeira qualidade. Quem veio para roubar, matar e destruir, não tem necessidade de edificar a nada.

Deus Se revela, pelas Suas Obras, a criação; pela Sua Palavra; e ainda atua na consciência humana, seja aprovando, seja vetando escolhas, pois, deseja ser conhecido.

O Canhoto, não tem nenhuma obra sua para mostrar, pois é um usurpador, (exceto a mentira da qual é pai) tampouco, uma palavra que seja digna de algum crédito; sua filha tem seus traços.

Assim, invés de se revelar, atua buscando se esconder, disfarça-se; pois, se é privado de quase todas as virtudes, ao menos, tem autocrítica. Nem ele nem os seus se atrevem a aparecer como realmente são. “Não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz, não é muito, pois, que seus ministros, se transfigurem em ministros de justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras.” II Cor 11;14 e 15 Se, a aparência dos tais pode ser maquiada, a essência acaba ficando patente nas ações.

Então, para que, os que se desviam do relacionamento com O Santo não voltem atrás, esse ser abjeto costuma “dar uma força” empurrando ainda mais em direção ao abismo. “Nos quais, o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;4

Deus é grandioso em perdoar; Mas só pode receber perdão quem o deseja, mediante arrependimento e confissão; O Eterno Diz: “Irei e voltarei ao Meu lugar; até que se reconheçam culpados e busquem à Minha Face; estando eles angustiados, de madrugada Me buscarão.” Os 5;15

Uma é a sina da ovelha perdida; o próprio Pastor a busca; outra é a rebeldia do pródigo, que, carece aprender com seus erros e retornar pedindo perdão. Quem teve iniciativa para rebeldemente se afastar, que tenha também para admitir seu erro, tornar atrás.

Por isso, devemos receber À Palavra da Vida, em todo o tempo, como uma coisa urgente, que deve moldar nossas escolhas; se negligenciarmos uma oportunidade, nada garante que teremos outra. “... Hoje, se ouvirdes a Sua Voz, não endureçais os vossos corações, como na provocação.” Heb 3;15

A longanimidade Divina acaba sendo um “vácuo” onde a nossa maldade cresce. “... não é porventura, porque Eu Me calei, e isso há muito tempo, que não me temes?” Is 57;11

O risco mais pernicioso na apostasia contínua, é que a recusa em voltar, nos prenda num tempo, no qual, o regresso seja impossível. “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar; invocai-o enquanto está perto.” Is 55;6