sábado, 24 de fevereiro de 2024

Nossas mortes


“Porque já estais mortos, e vossa vida está escondida com Cristo em Deus.” Col 3:3

Estar morto tendo a vida escondida soa meio contraditório. Normalmente, pensamos que estar morto é estar privado da vida, não, escondendo-a.

Confesso que muitas “contradições” verbais, deram nó em meus neurônios no início da caminhada. Tipo: “Quem achar sua vida perdê-la-á; quem perder sua vida, por amor de Mim, achá-la-á.” Mat 10:39

Há quatro tipos de morte que precisamos entender. Um, atinente ao corpo e suas funções; cessação da existência, que todos conhecem. Outro, relativo ao espírito e seu relacionamento com o Criador. Alienação do homem em relação a Ele equivale à morte, pois, cortado o liame que liga à Fonte da Vida, o espírito “vegeta;” sabe a diferença entre bem e mal, porém, incapaz para fazer as escolhas certas.

“Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na Lei de Deus; mas, vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento; me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros.” Rom 7:22 e 23 Dilema do pecador com espírito “morto”, ainda aprovando às coisas certas, porém, mercê d’alma que age em consórcio com o corpo e suas misérias; escravo.

A morte do espírito é, antes que morte, uma ruptura de relacionamento. O que O Salvador figurou como “novo nascimento” a rigor, é uma reconciliação; “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando Consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5:19 Assim foi a morte de Adão, quando pecou e teve medo de Deus; viveu muitos anos ainda; porém, fora da comunhão com O Criador.

A terceira “morte” é relativa à alma; renúncias às quais ela é chamada para que possamos ser salvos. O “negue a si mesmo” é uma “morte voluntária;” na verdade, mortificação. Todos os apelos pecaminosos dela e do corpo devem ser “crucificados”; esse é o sentido de tomarmos nossas cruzes para seguirmos a Cristo. Tal crucificação não mata, literalmente, mortifica, trata aos maus desejos como mortos, preservando nossa vida.

“Já estou crucificado com Cristo; vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim...” Gál 2:20
À medida que O obedecemos integralmente, é como se Cristo vivesse em nós; de novo, o Verbo se faz carne, em nossa carne, dessa vez; desde que, vivamos em obediência tal, que possamos dizer como Paulo: “Cristo vive em mim.”

Como O Salvador colocou a Vontade do Pai antes da Sua, obediente até à morte, somos chamados a nos identificarmos Nele, em plena obediência, às últimas consequências. “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte?” Rom 6:3

Por isso o ensino: “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus... (que) esvaziou a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; achado na forma humana, humilhou a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.” Fp 2:5, 7 e 8 Eis o sentido do “ser batizado na Sua morte!”

Por fim, a quarta morte que a Bíblia chama de “segunda morte”; o banimento final, quando não haverá mais possibilidade de voltar a Deus.

“Quem tem ouvidos, ouça o que O Espírito diz às igrejas: O que vencer não receberá o dano da segunda morte.” Apoc 2:11

Quando Paulo fala que estamos mortos e nossa vida está escondida em Deus, refere-se ao “velho homem”, que vivia à sua maneira, alheia ao Criador.

Noutra parte amplia a ideia: “Que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; vos renoveis no espírito da vossa mente; vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade.” Ef 4:22 a 24

Enfim, o fato de estarmos “mortos” faculta que pertençamos a Cristo sem necessidade de cumprimos à Lei de Moisés; como uma viúva pode casar outra vez, pois está livre do antigo compromisso, que foi “anulado” pela morte. “... morto o marido, livre está da lei; logo, não será adúltera, se for de outro marido. Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a Lei pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de darmos fruto para Deus.” Rom 7:3 e 4

Então, voltando ao ponto de partida encontramos: “Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, beber, por causa dos dias de festa, da lua nova ou dos sábados, que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo.” Col 2:16 e 17

Se as pessoas soubessem quanta vida há em nossas mortes, tomariam a santa cruz, também.

Com, ou contra, Cristo


“Foram ter com Jesus e viram o endemoninhado, o que tivera a legião, assentado, vestido, em perfeito juízo e temeram. Os que aquilo tinham visto contaram-lhes o que acontecera ao endemoninhado, e acerca dos porcos. Começaram a rogar-lhe que saísse dos seus termos. Entrando Ele no barco, rogava-lhe o que fora endemoninhado que o deixasse estar com Ele.” Mc 5:15 a 18

Não que O Senhor fosse polêmico pelo prazer de ser; mas, onde Ele aparecia sempre ensejava divisões. Uns poucos, como o que fora possesso e liberto, desejavam seguir com O Salvador. Outros muitos, desejavam que O Mestre “saísse dos seus termos.”

Reflexo necessário da dualidade do mundo habitado pelo homem, desde a queda. Por ser Jesus, A Verdade, e ter a mentira se imiscuído na Obra de Deus, quando da intromissão do “profeta alternativo” que seduziu a Eva, desde então, os homens estão de um lado, ou de outro. Não há meio-termo.
Ou desejam estar com a verdade, mesmo que, eventualmente, essa lhes seja desfavorável; ou refugiam-se na mentira. Preferem que Cristo se mantenha a uma “distância segura.”
Embora seja possível evitarmos os apontamentos externos da verdade, quanto aos nossos passos, uma centelha de Deus ficou no ser humano, mesmo caído; a consciência.
Essa pode ser ignorada, contrariada, resistida e por fim, cauterizada; porém, jamais se corromperá de modo a alterar os valores originais, segundo os quais, foi posta em nós, como árbitro.
Como as agulhas das bússolas, necessariamente, apontam para o norte, as valorações da consciência sempre se alinharão à vontade do Criador. Os ímpios de tanto a rejeitarem, mortificam; os convertidos a têm vivificada, realinhada ao Divino querer. Feita obreira de uma mudança tal que, o espírito humano, antes impotente para ouvir e obedecer a Deus, nasce de novo; expressão que O Salvador usou para nomear a regeneração dos que creem.
Para pessoas que aquilatam às coisas pelo custo, não ela essência, o evitar dissenções, polêmicas, em nome da união, parece a coisa certa a fazer, sempre. Todavia, quem aprendeu aquilatar as coisas em face ao fim que conduzem, não foge à luta, quando valores que lhe são caros estão ameaçados.
Inclusão e tolerância são as palavras da moda. Porém sendo o Reino dos Céus o alvo, como poderia alguém ser “incluído” lá, senão, segundo os termos do Rei? E, quem disse que, a manifestação da verdade onde impera majoritariamente a mentira, seja sinônimo de intolerância? Ou, que a tolerância seja um valor supremo, em nome do qual, outros devam ser sacrificados?
Há muitas coisas que Deus não tolera e requer que, os que pretendem ser Dele, não tolerem também; mantenham-se separados.
Vejamos “intolerâncias” necessárias para preservação de nossa comunhão com O Eterno: “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? Que comunhão tem a luz com as trevas? Que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? Que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, entre eles andarei; Eu serei seu Deus e eles serão Meu povo. Por isso saí do meio deles, apartai-vos, diz o Senhor; não toqueis nada imundo, e vos receberei; serei para vós Pai, e sereis para mim filhos e filhas, Diz O Senhor Todo-Poderoso.” II Cor 6:14 a 18
Os que, em nome da paz inter-religiosa, negociam valores, doutrinas, silenciam consciências, abandonam veredas antigas, como fazem os muitos adeptos do ecumenismo, foram cegados pelo inimigo, na ilusão de que seja possível um meio-termo; não é. Ou estamos com Cristo, ou contra Ele.
Nos dias de Jeremias O Senhor já advertia contra o abandono das veredas justas, pelos inclinados às tendências ímpias paralelas, mais que à vontade do Eterno. “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede; perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; achareis descanso para vossas almas; mas eles dizem: Não andaremos nele.” Jr 6:16
Embora expresso de modo categórico, muitos ainda não aprenderam em quê, consiste, a salvação. “Porque aquele que quiser salvar sua vida, perdê-la-á; quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á.” Mat 16:25
Não significa que devamos ser intolerantes com as pessoas que creem diverso de nós. Todavia, não assassinemos o sentido das palavras. Tolerar é conviver em paz com o diferente, não concordar com seus valores, escolhas.
Assim como, na política, tiranos fazem efusivos louvores à democracia, para abrir caminho rumo aos seus sonhos de ditadura, também na esfera espiritual, se tecem rasgados elogios à paz, se isso interessa ao canhoto, em sua guerra suicida contra O Todo Poderoso.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Crentes seletivos


“Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela...” II Tim 3:5

Paulo alistou duas dezenas de características dos homens dos últimos dias, por causa dos quais, classificou a esses dias, como “tempos trabalhosos.”

A última “qualidade” é essa: Hipocrisia. Tendo aparência de piedade, mas negando sua eficácia. Vestindo uma capa de religiosidade, sem os traços que a conversão produz.

Ao não se submeterem às transformações necessárias, criam simulacros, imitações baratas, para ostentar certa igualdade para com os probos, embora, sejam oposição a eles. “Como Janes e Jambres resistiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento, réprobos quanto à fé.” V 8

Como aqueles resistiram a Moisés? Imitando aos sinais que ele fazia. Até onde foi possível ludibriarem mediante seu ilusionismo, foram fazendo o “mesmo” que Moisés fazia. Entretanto suas magias baratas acharam termo, quando, Moisés, pelo Divino Poder, transformou poeira em piolhos. “Os magos fizeram também assim com seus encantamentos para produzir piolhos, mas não puderam; havia piolhos nos homens e no gado. Então disseram os magos a Faraó: Isto é o Dedo de Deus.” Ex 8:18 e 19

Até então, podia ter parecido mero duelo de espertezas, concurso de magia. Porém, chegou o momento deles reconhecerem que O Eterno, não reles truques, estava na origem dos sinais operados por Moisés. Acaso se converteram? Não há registros que tenha acontecido.

Quem se converte normalmente passa por uma sequência emocional que inclui contrição, tristeza, arrependimento, e uma mescla de temor com alívio, esperança, após o convertido “se esconder em Cristo.” Não há sentimento de emulação, uma pré-disposição para competir, desejo implícito de se afirmar onde está, mesmo estando errado, como se verificou nas atitudes daqueles.

Em Cristo, bem mais que “O Dedo de Deus” foi revelado; “O Senhor desnudou Seu Santo Braço, perante os olhos de todas as nações; todos os confins da terra verão a salvação do nosso Deus.” Is 52:10 Ainda mais que O Braço: Cristo falou-nos, da parte de Deus, “... sendo o resplendor da Sua Glória, a expressa imagem da Sua Pessoa...” Heb 1:3

Embora essa “Divina Exposição” tenha sido “Perante os olhos de todas as nações”, adiante o profeta perguntou: “Quem deu crédito à nossa pregação? A quem se manifestou o Braço do Senhor?” Is 53:1

Se invertermos a ordem das orações teremos uma resposta bem plausível: “A quem se manifestou o Braço do Senhor? A quem deu crédito à Nossa pregação.” Afinal, quem Duvida da Divina Revelação, implicitamente chama Deus de mentiroso; “Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem a Deus não crê mentiroso o fez, porquanto não creu no testemunho que Deus de Seu Filho deu.” I Jo 5:10 Ele não costuma se manifestar a quem blasfema assim.

Por menos que isso se mantém separado dos ímpios; “As vossas iniquidades fazem separação entre vós e vosso Deus; os vossos pecados encobrem Seu Rosto de vós, para que não vos ouça.” Is 59:2 Em Seu Ser Bendito, Deus se mantém apartado dos pecados; “Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal...” Hc 1;13 Cristo careceu esvaziar-se da Sua Glória, para poder nos buscar dadas nossas tantas falhas.

Uma característica dos que tinham só aparência sem o concurso da eficácia da piedade, era que eles eram homens, “... corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé.” II Tim 3:8 Notemos que a fé não opera num vácuo, como se bastasse crer. É preciso crer e agir segundo se crê, para que sejamos aprovados.

Outro aspecto: O “entendimento” desses farsantes não é errado pela limitação dos tais; antes, por eles terem um “sócio”, um corruptor que os instiga por veredas contrárias às prescritas pela fé.

Quem é um “crente seletivo”, que escolhe em quais porções da Palavra acreditar, e quais rejeitar, perde-se por falta de integridade.

Essa parcela de incredulidade, derivada do amor aos prazeres, mais que à verdade, enseja, em sua dúbia alma, uma “cabeça-de-ponte” para o desembarque do trevoso mor, que “aperfeiçoará” seu trabalho sujo, apagando feixes eventuais de luz que, persistiam, apesar da dubiedade. “Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que é a imagem de Deus.” II Cor 4:4

Desgraçadamente, muitos descompromissados com a fé bíblica, insistem em transitar em ambientes santos, como se, eventual proximidade com a luz bastasse, para purgar as densas trevas onde morrem presumindo viver.

Deus não coleciona casulos. Dá asas aos que, Nele, decidem voar. “Porque, quanto ao Senhor, Seus Olhos passam por toda terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é perfeito para com Ele...” II Cr 16:9

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

Os fariseus e as pedras


“... Simei, assim dizia: Sai, sai, homem de sangue, homem de Belial. O Senhor te deu agora a paga de todo o sangue da casa de Saul, em cujo lugar tens reinado; já deu o Senhor o reino na mão de Absalão teu filho; eis-te agora na tua desgraça, porque és um homem de sangue.” II Sam 16:7 e 8

Enquanto Davi fugia de seu próprio filho, Absalão que tentava tomar-lhe o reino, Simei um benjamita saudoso do reino de Saul apedrejava e amaldiçoava-o, ao risco da própria vida. Abisai pensou calar sua boca. “... Por que amaldiçoaria este cão morto ao rei, meu senhor? Deixa-me passar, e lhe tirarei a cabeça.” V 9

Porém, Davi não permitiu; “Eis que meu filho, que saiu das minhas entranhas, procura a minha morte; quanto mais ainda este benjamita? Deixai-o, que amaldiçoe; porque o Senhor lhe disse. Porventura o Senhor olhará para minha miséria e me pagará com bem a sua maldição deste dia.” V 11 e 12

O rei bem sabia que a permissão da espada no seio da sua família tinha sua participação. Fora a sentença do Senhor mediante Natã o profeta, quando do assassinato de Urias, e o adultério do Rei com Batseba.

Todavia, esses erros não legitimavam as pretensões de Simei, tampouco faziam verdadeiras as acusações desse contra Davi.

Poupara a vida da Saul duas vezes, preferindo fugir a matá-lo, quando esse estivera ao seu alcance. Portanto essa acusação de usurpação sanguinária do reino era falsa.

Quem alberga invejas, mágoas, sempre servir-se-á de algum momento de fragilidade, provação de seu invejado para “crescer” contra ele, como se, o momento ruim de outro fosse sinônimo da validação de suas escolhas. Davi agiu com sabedoria, deixou rolar; no devido tempo, a cabeça do amaldiçoador oportuno, rolou também.

Por ocasião do lançamento de certa música chamada “Evangelho de Fariseus” onde a autora, Aimée Rocha critica o “sistema gospel” atual, a indiferença egoísta dos “cristãos” modernos, ouvi os mais controversos discursos. Uns advertindo contra a hipocrisia; pois, a referida música ganhou notoriedade e mídia, graças a uma promoção do “sistema” que a letra critica.

Os mais exaltados dizem que ela “calou a boca de todos os pastores”, desmascarou-os. Nomes como Caio Fábio, Hermes Fernandes e Lanna Holder, aplaudiram efusivamente a difusão de tantas “verdades”, na referida canção.

Com o devido respeito, mas os três citados me lembraram ao Simei apedrejando Davi. Que o rei tinha sua culpa e seus problemas, A Palavra, não omite. Todavia, a acusação do caroneiro do infortúnio alheio não fazia o menor sentido, tampouco seu comportamento insano e suicida, se justificava.

Que há mercenários, desvio de função nos pregadores do Evangelho atual, de acordo, infelizmente. Mas a generalização coloca no mesmo barco gente que navega em águas diferentes.

Os três citados têm sua bronca contra “O sistema” cada um por suas razões. O que têm em comum, é sua simpatia pelos “cristãos” LGBTs. Hermes chegou a discursar empolgado dizendo que os Fariseus trazem consigo seu “fermento”, do qual nos devemos guardar, que seria a “homofobia, o moralismo...”

Se, farisaísmo é isso, então sou fariseu também. Fariseu originalmente significa “separado”; mas como os que se pretendiam assim, se revelaram hipócritas, nos dias do Salvador, a palavra meio que mudou o sentido, passando a tornar-se sinônimo de hipócrita.

Entretanto, rejeitar práticas que A Palavra de Deus rejeita, está longe de ser hipocrisia; está mais para ortodoxia. Quem disse que o antídoto ao moralismo seja a imoralidade?

Claro que “Davi” está mal outra vez; digo, a igreja professa está eivada de problemas. Mas, não serão os que escolhem se desviar “sacralizando” imoralidades que ajudarão na cura dela. 

Deixemos que apedrejem, pois; na hora da separação entre o joio e o trigo o “Separador” não cometerá injustiças.

Sempre oportuno lembrar certa frase citada pelo Padre Paulo Ricardo: “Queres conhecer a estatura a motivação espiritual de alguém? Observe contra o quê, ele está lutando.”

Quem vibra com tropeços da Igreja, admitindo ou não, luta contra ela. Está a serviço de quem? 

Gosto de uma frase de Oswaldo Cruz: “Observando aos erros alheios, o homem prudente corrige aos seus.”

Pois, “Simei” observando às falhas alheias, sente-se justificado nas suas. A Palavra é categórica sobre as consequências de nossas escolhas, aprovações. “Tens tu fé? Tem-na em ti mesmo diante de Deus. Bem-aventurado aquele que não condena a si mesmo naquilo que aprova.” Rom 14:22

Se o erro dos “Fariseus” atuais é fazerem as coisas ao seu gosto, a despeito do que A Palavra ensina, ordena, que moral têm os que adotam a imoralidade sexual como padrão comportamental, para atirarem pedras? Seremos medidos com a mesma régua que medirmos. Que tal guardar as pedras?

domingo, 18 de fevereiro de 2024

Cegueira voluntária


“Não diz a Escritura que o Cristo vem da descendência de Davi, de Belém, aldeia de onde era Davi?” Jo 7:42

Tumulto em Jerusalém, por ocasião da Festa dos Tabernáculos. Jesus, se Ele era O Messias ou, um enganador, pautava as discussões. Embora, os simples se espantavam com Seus sinais e Sua Doutrina, os religiosos eram resistentes; não raro tinham um “argumento teológico” para rejeitar ao Senhor.

Quando Nicodemos, que era simpático à Pessoa do Senhor falou em preservar o direito de defesa, antes de se julgar, objetaram: “... És tu também da Galileia? Examina, e verás que da Galileia nenhum profeta surgiu.” V 52

Ora, porque não seria de Belém; outra porque era galileu. Em ambos os casos, O Mestre não “encaixava” na perspectiva teológica deles.

O que havia de fato? Que a promessa do surgimento do Salvador estava atrelada a Belém era verdade. “Tu, Belém Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá, de ti me sairá o que governará em Israel, cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.” Miq 5:2

Uns trinta anos antes houve certo tumulto em Jerusalém, quando sábios orientais vieram visitar ao Rei recém-nascido, com o testemunho de alguns pastores. Certo que depois, Herodes ordenou a matança de inocentes. Teriam eles esquecido, ou, acreditado que a sanha assassina de Herodes bastara para frustrar os Divinos planos?

Igualmente olvidaram, que, Moisés também viera sob um decreto de morte contra os varões recém-nascidos e fora guardado?

Tivessem anotado o tempo daqueles eventos e somado dois mais dois, entenderiam com que idade o Rei estaria, caso tivesse sido preservado pelo Eterno. Uma meditação assim bastaria, para abalar suas “convicções teológicas”.

Entretanto, quando grassa uma pré-disposição contrária, nem as mais diáfanas evidências bastam, para desfazer a sombra dessa.

Já que eram tão bons em teologia, poderiam ter feito uma separação necessária, entre as duas vicissitudes na vida do Rei que viria.

Para Deus, de Belém; “De ti Me sairá...” Porém, para o povo, para efeito de iniciação ministerial, a profecia falava justamente da Galileia. “Mas a terra, que foi angustiada, não será entenebrecida; envileceu nos primeiros tempos, a terra de Zebulom, e a terra de Naftali; mas nos últimos tempos a enobreceu junto ao caminho do mar, além do Jordão, na Galiléia das nações. O povo que andava em trevas, viu uma grande luz; sobre os que habitavam na região da sombra da morte resplandeceu a luz.” Is 9:1 e 2

Assim, invés do “examina e verás que da Galileia nenhum profeta surgiu”, deveriam dizer: “De fato, Isaías profetizou que a fulgor primeiro do ‘Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Príncipe da Paz’, seria visto na Galileia.”

O “problema” do Messias não era sua falta de afinidade com as profecias; antes, a falta de identificação com a hipocrisia dos religiosos da época. Caso Ele validasse a farsa deles, teria sido aceito.

Todavia, denunciou: “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3:20 e 21

A falta de “encaixe” do Salvador não era com as revelações bíblicas; antes, com o modo de vida dos religiosos.

Atualmente a coisa anda por caminhos semelhantes. Porque Sua Palavra rejeita o modo perverso de vida, que grassa, falam em alterar porções, atualizar, modernizar às Escrituras, para que essas se amoldem, ao gosto de gente que não gosta de Deus.

Invés de apresentar genuinamente a mensagem, para a cura das almas, pretendem declarar “sãos” aos doentes, por decreto, vetando, tolhendo a ministração do seu bálsamo, sob a pecha de “discurso de ódio.”

Outrora os “pitacos teológicos” eram reservados aos mestres religiosos; hoje, nulidades como Anitta, Xuxa, Filipe Neto, Baby, Ivete Sangalo, etc. todos têm algo a dizer sobre os Caminhos Divinos.

A mesma Palavra ensina quem pode tomar O Santo Nome nos lábios sem culpa. “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2:19

Quem quer tumultuar para seguir vivendo à sua maneira terá matéria-prima farta, oferecida pelo canhoto. Porém, quem desejar ver as coisas como são, resolva primeiro a questão da vida espiritual, arrependa-se para salvação, depois, entenderá tudo o que necessitar.

O Senhor ilumina; mas, não coloca Seus unguentos caros, em vasos sujos; “Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade, para que guardem as veredas do juízo. Ele preservará o caminho dos Seus santos.” Prov 2:7 e 8

sábado, 17 de fevereiro de 2024

Os disfarces


“... ouvindo Aías o ruído de seus pés, entrando ela pela porta, disse-lhe ele: Entra, mulher de Jeroboão; por que te disfarças assim? Pois, sou enviado a ti com duras novas.” I Rs 14:6

A mulher de Jeroboão, o rei, disfarçada, indo consultar ao profeta Aías, o mesmo que dissera em dias anteriores, que ele reinaria.

O fato daquele encontro pretérito ter trazido boas notícias, isso não circunscrevia a área de atuação do profeta; como se, sempre devesse ele dizer coisas agradáveis. Mas, parece que o rei pensava assim.

Depois de ordenar à rainha que se disfarçasse e fosse, acrescentou: “Leva contigo dez pães, bolos, uma botija de mel e vai a ele; ele te declarará o que há de suceder a este menino.” V 3 Óbvio que ele não tinha curiosidade apenas, mas, desejo que seu filho fosse curado.

Se, o engano de pensar que o poder terreno era bastante e podia prescindir do Divino, não o tivesse cegado, talvez tivesse trazido o profeta para seu reino; um conselheiro da parte do Senhor, para que soubesse como agir, de modo a agradar a Deus.

Todavia, sequer visitava-o, tampouco, se importava em saber como ele estava; de outra forma, não teria ordenado à rainha que se disfarçasse para não ser reconhecida, uma vez que o profeta ficara cego e o rei não sabia. “... Aías não podia ver, porque seus olhos estavam escurecidos por causa da sua velhice.” V 4

Quantos agem da mesma forma! ingratos, imprudentes, arrogantes. Para abençoar num momento difícil Deus sempre é bem-vindo. Mudada a sorte do abençoado, e “empoderado”, Deus passa ao plano secundário; Seus servos podem ser relegados ao esquecimento. No entanto, chegada a angústia pela enfermidade do filho, presto lembrou Jeroboão, do profeta do Senhor.

A falta de intimidade do ímpio com Deus o leva a incongruências. O profeta seria apto para “ver o futuro” da parte de Deus, no entanto, poderia ser enganado, por alguns andrajos que a rainha usaria? O Deus que pode antever o devir seria ludibriado por um engenho tosco assim? Crassa ignorância!

Antes da rainha pisar na casa do profeta O Senhor lhe falou: “... Eis que a mulher de Jeroboão vem consultar-te sobre seu filho, porque está doente... entrando ela, fingirá ser outra.” V 5

Quantos pensam que Deus observa apenas suas supostas virtudes; o que fazem ou, patrocinam em oculto, escapa aos Olhos do Santo? Ele pergunta: “Esconder-se-ia alguém em esconderijos, de modo que Eu não veja?” Jr 23:24

A mesma Palavra responde: “Não há criatura alguma encoberta diante Dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos Daquele com quem temos de tratar.” Heb 4:13

Não foi porque o Eterno mudasse e resolvesse passar, de boas para más notícias no tocante a Jeroboão; antes, porque ele, no reino se mostrara indigno pela forma que agira. “Tu fizeste o mal, pior que todos os que foram antes de ti; foste, fizeste outros deuses e imagens de fundição, para provocar-me à ira; Me lançaste para trás das tuas costas; portanto, eis que trarei mal sobre a casa de Jeroboão...” vs 9 e 10

Não era apenas o menino. Toda a casa dele estava sob juízo pelo mal que fizera. Porém, para início de converso, o profeta Aías disse: “... vai para tua casa; entrando teus pés na cidade, o menino morrerá.” V 12 assim aconteceu.

Se, O Senhor escolhe um zero à esquerda qualquer e o guinda a lugares altos, como fizera com Jeroboão, não o faz porque Ele precisa; antes, elege um sortudo e lhe dá uma oportunidade. Se o tal agir conforme, permanecerá; senão, será cortado, como foram, Jeroboão, Saul, Jeoiaquim, Judas, Demas...

Quando O Santo chama alguém, deseja que esse O represente; atue conforme Seus valores. Quem, de posse de alguma função honrosa na Obra de Deus, presume que pode fazer as coisas à sua maneira, evidencia a mesma estupidez de Jeroboão, que tratava ao Todo-Poderoso como os motoristas tratam estepes. Algo despercebido em horas normais, buscado apenas em ocasiões emergenciais.

É precioso alguém ser escolhido para algo, na Obra do Eterno. Todavia, com a honra concorre também, a responsabilidade.

Se, pela Fidelidade Divina, as escolhas são irrevogáveis, os reclames da Sua Justiça, eventualmente, precisam revogar algumas, como disse O Eterno, de Eli, e sua casa. “... Na verdade tinha falado Eu, que a tua casa e a casa de teu pai andariam diante de Mim perpetuamente; porém, agora diz O Senhor: Longe de mim tal coisa, porque aos que Me honram honrarei, porém os que Me desprezam serão desprezados.” I Sam 2:30

Quem se mantém íntimo de Deus não usa disfarces; por duas razões: São inúteis e desnecessários.

Todas as fichas no amor?


“Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor.” I Jo 4;8

A ênfase exagerada sobre um aspecto do Divino Ser, tem sido usada como fiadora de coisas que afrontam ao Santo, como se, o fato Dele ser amor, abarcasse Sua Pessoa, plenamente.

A Palavra diz mais: “Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal...” Hc 1;13 “O Senhor é tardio em irar-se, mas grande em poder, ao culpado não tem por inocente...” Naum 1:3 “Porque o nosso Deus é um fogo consumidor.” Heb 12:29 etc.

Falando do Filho, que tem a messa essência do Pai, no salmo 45 diz: “Tu amas a justiça e odeias a impiedade; por isso Deus, Teu Deus, te ungiu com óleo de alegria mais do que aos Teus companheiros.” Sal 45:7 A unção especial Dele, com “óleo de alegria” tinha a ver com seu amor e ódio, nos devidos lugares.

A absolutização do Amor Divino, como se esse aspecto negasse, ou eliminasse os demais, é apenas uma falácia suicida e perniciosa, de pessoas descompromissadas, ainda reféns de práticas ímpias, às quais buscam justificar, invés de se arrependerem e deixarem, para serem justificados.

Quando O Salvador diz: “Eu Sou O Caminho, A Verdade e A Vida...” também está falando do Seu Ser, todavia, agora a ênfase não recai sobre o amor, por quê? Porque mesmo nos amando, O Eterno só nos salva mediante certos limites que estabeleceu; ensinou como agirmos, para que correspondamos ao Seu Amor.

“O Caminho...” fala de exclusividade, o Único; o que elimina as doentias presunções do Papa Francisco e asseclas, defensores do ecumenismo, como se, religiões fossem sinônimos de bondade, e credos espúrios, de verdade.

“... A Verdade...” também tipifica-a como única, exclusiva, lançando na vala comum da mentira, tudo o que diverge, destoa ou se opõe. Essas balelas, ao gosto dos ímpios fregueses, que cada qual tem a sua “verdade”, que essa depende do ponto-de-vista de quem a aprecia é o suprassumo do Pai da Mentira, uma droga psíquica criada para entorpecimento do estado de polícia da consciência deixado em cada um, pelo Criador.

“... A Vida...” a consequência de aceitarmos as duas partes iniciais do Divino Ser, Caminho e Verdade, certamente nos leva a Ele, à vida, como ensinou noutra parte: “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve Minha Palavra, e crê naquele que Me enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.” Jo 5:24

Depois de expor como chegar, e onde, deixou patente Seu veto a toda pretensão alheia, encerrando o assunto de modo categórico: “... ninguém vem ao Pai, senão, por Mim.” Jo 14;6

O fato de alguém acariciar determinado erro como seu pecado de estimação, de posse de certa astúcia ou velhacaria pseudo bíblica forjar uma “doutrina” pela qual Deus “aceitaria” sua alma, mesmo sem a devida regeneração em Cristo, é uma requintada forma de trair a si mesmo, em consórcio com o Capiroto, o maior interessado nessa perfídia.

Pois, forjar uma “aprovação”, seja omitindo, acrescentando ou distorcendo a interpretação hígida da Palavra, é apenas envernizar um cadáver e presumir, por isso, que ele esteja vivo. “Tens tu fé? Tem-na em ti mesmo diante de Deus. Bem-aventurado aquele que não condena a si mesmo naquilo que aprova.” Rom 14:22

O Amor de Deus O constrange a ser longânime para conosco, ampliar nosso tempo para que encontremos o caminho da regeneração em Cristo.

Todavia, por causa da impossibilidade de entrarmos apenas por Seu Amor, nos convida a aprendermos Justiça, renunciando aos nosso doentios pensares, sabendo dos Seus Pensamentos, infinitamente superiores aos nossos; “Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar. Porque os meus pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os Meus, diz O Senhor.” Is 55:7 e 8

“Grandioso em perdoar...”
, não em fazer vistas grossas, para erros de pecadores não arrependidos.

Essa balela “inclusiva” do “mostre seu amor invés de mostrar sua religião”, bem ao gosto dos suicidas ecumenistas, pode soar bonitinha, onde a busca for por estética verbal, não, pela verdade.

A verdade espelha fatos, não a si mesma; logo, não se preocupa muito com aparência; nem se incomoda em parecer sisuda, adversa, desmancha-prazeres... foi privada de “talento” para a falsidade.

Todavia, suas veredas estreitas e árduas conduzem à vida. Os que a evitam pelo “bem estar” que a mentira tenta produzir, certamente fazem melhor figura aos olhos humanos.

Contudo, na hora do VAR, de vermos em câmera lenta as coisas como são, deveras, serão os Olhos Divinos que arbitrarão.