sábado, 17 de fevereiro de 2024

Os disfarces


“... ouvindo Aías o ruído de seus pés, entrando ela pela porta, disse-lhe ele: Entra, mulher de Jeroboão; por que te disfarças assim? Pois, sou enviado a ti com duras novas.” I Rs 14:6

A mulher de Jeroboão, o rei, disfarçada, indo consultar ao profeta Aías, o mesmo que dissera em dias anteriores, que ele reinaria.

O fato daquele encontro pretérito ter trazido boas notícias, isso não circunscrevia a área de atuação do profeta; como se, sempre devesse ele dizer coisas agradáveis. Mas, parece que o rei pensava assim.

Depois de ordenar à rainha que se disfarçasse e fosse, acrescentou: “Leva contigo dez pães, bolos, uma botija de mel e vai a ele; ele te declarará o que há de suceder a este menino.” V 3 Óbvio que ele não tinha curiosidade apenas, mas, desejo que seu filho fosse curado.

Se, o engano de pensar que o poder terreno era bastante e podia prescindir do Divino, não o tivesse cegado, talvez tivesse trazido o profeta para seu reino; um conselheiro da parte do Senhor, para que soubesse como agir, de modo a agradar a Deus.

Todavia, sequer visitava-o, tampouco, se importava em saber como ele estava; de outra forma, não teria ordenado à rainha que se disfarçasse para não ser reconhecida, uma vez que o profeta ficara cego e o rei não sabia. “... Aías não podia ver, porque seus olhos estavam escurecidos por causa da sua velhice.” V 4

Quantos agem da mesma forma! ingratos, imprudentes, arrogantes. Para abençoar num momento difícil Deus sempre é bem-vindo. Mudada a sorte do abençoado, e “empoderado”, Deus passa ao plano secundário; Seus servos podem ser relegados ao esquecimento. No entanto, chegada a angústia pela enfermidade do filho, presto lembrou Jeroboão, do profeta do Senhor.

A falta de intimidade do ímpio com Deus o leva a incongruências. O profeta seria apto para “ver o futuro” da parte de Deus, no entanto, poderia ser enganado, por alguns andrajos que a rainha usaria? O Deus que pode antever o devir seria ludibriado por um engenho tosco assim? Crassa ignorância!

Antes da rainha pisar na casa do profeta O Senhor lhe falou: “... Eis que a mulher de Jeroboão vem consultar-te sobre seu filho, porque está doente... entrando ela, fingirá ser outra.” V 5

Quantos pensam que Deus observa apenas suas supostas virtudes; o que fazem ou, patrocinam em oculto, escapa aos Olhos do Santo? Ele pergunta: “Esconder-se-ia alguém em esconderijos, de modo que Eu não veja?” Jr 23:24

A mesma Palavra responde: “Não há criatura alguma encoberta diante Dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos Daquele com quem temos de tratar.” Heb 4:13

Não foi porque o Eterno mudasse e resolvesse passar, de boas para más notícias no tocante a Jeroboão; antes, porque ele, no reino se mostrara indigno pela forma que agira. “Tu fizeste o mal, pior que todos os que foram antes de ti; foste, fizeste outros deuses e imagens de fundição, para provocar-me à ira; Me lançaste para trás das tuas costas; portanto, eis que trarei mal sobre a casa de Jeroboão...” vs 9 e 10

Não era apenas o menino. Toda a casa dele estava sob juízo pelo mal que fizera. Porém, para início de converso, o profeta Aías disse: “... vai para tua casa; entrando teus pés na cidade, o menino morrerá.” V 12 assim aconteceu.

Se, O Senhor escolhe um zero à esquerda qualquer e o guinda a lugares altos, como fizera com Jeroboão, não o faz porque Ele precisa; antes, elege um sortudo e lhe dá uma oportunidade. Se o tal agir conforme, permanecerá; senão, será cortado, como foram, Jeroboão, Saul, Jeoiaquim, Judas, Demas...

Quando O Santo chama alguém, deseja que esse O represente; atue conforme Seus valores. Quem, de posse de alguma função honrosa na Obra de Deus, presume que pode fazer as coisas à sua maneira, evidencia a mesma estupidez de Jeroboão, que tratava ao Todo-Poderoso como os motoristas tratam estepes. Algo despercebido em horas normais, buscado apenas em ocasiões emergenciais.

É precioso alguém ser escolhido para algo, na Obra do Eterno. Todavia, com a honra concorre também, a responsabilidade.

Se, pela Fidelidade Divina, as escolhas são irrevogáveis, os reclames da Sua Justiça, eventualmente, precisam revogar algumas, como disse O Eterno, de Eli, e sua casa. “... Na verdade tinha falado Eu, que a tua casa e a casa de teu pai andariam diante de Mim perpetuamente; porém, agora diz O Senhor: Longe de mim tal coisa, porque aos que Me honram honrarei, porém os que Me desprezam serão desprezados.” I Sam 2:30

Quem se mantém íntimo de Deus não usa disfarces; por duas razões: São inúteis e desnecessários.

Todas as fichas no amor?


“Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor.” I Jo 4;8

A ênfase exagerada sobre um aspecto do Divino Ser, tem sido usada como fiadora de coisas que afrontam ao Santo, como se, o fato Dele ser amor, abarcasse Sua Pessoa, plenamente.

A Palavra diz mais: “Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal...” Hc 1;13 “O Senhor é tardio em irar-se, mas grande em poder, ao culpado não tem por inocente...” Naum 1:3 “Porque o nosso Deus é um fogo consumidor.” Heb 12:29 etc.

Falando do Filho, que tem a messa essência do Pai, no salmo 45 diz: “Tu amas a justiça e odeias a impiedade; por isso Deus, Teu Deus, te ungiu com óleo de alegria mais do que aos Teus companheiros.” Sal 45:7 A unção especial Dele, com “óleo de alegria” tinha a ver com seu amor e ódio, nos devidos lugares.

A absolutização do Amor Divino, como se esse aspecto negasse, ou eliminasse os demais, é apenas uma falácia suicida e perniciosa, de pessoas descompromissadas, ainda reféns de práticas ímpias, às quais buscam justificar, invés de se arrependerem e deixarem, para serem justificados.

Quando O Salvador diz: “Eu Sou O Caminho, A Verdade e A Vida...” também está falando do Seu Ser, todavia, agora a ênfase não recai sobre o amor, por quê? Porque mesmo nos amando, O Eterno só nos salva mediante certos limites que estabeleceu; ensinou como agirmos, para que correspondamos ao Seu Amor.

“O Caminho...” fala de exclusividade, o Único; o que elimina as doentias presunções do Papa Francisco e asseclas, defensores do ecumenismo, como se, religiões fossem sinônimos de bondade, e credos espúrios, de verdade.

“... A Verdade...” também tipifica-a como única, exclusiva, lançando na vala comum da mentira, tudo o que diverge, destoa ou se opõe. Essas balelas, ao gosto dos ímpios fregueses, que cada qual tem a sua “verdade”, que essa depende do ponto-de-vista de quem a aprecia é o suprassumo do Pai da Mentira, uma droga psíquica criada para entorpecimento do estado de polícia da consciência deixado em cada um, pelo Criador.

“... A Vida...” a consequência de aceitarmos as duas partes iniciais do Divino Ser, Caminho e Verdade, certamente nos leva a Ele, à vida, como ensinou noutra parte: “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve Minha Palavra, e crê naquele que Me enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.” Jo 5:24

Depois de expor como chegar, e onde, deixou patente Seu veto a toda pretensão alheia, encerrando o assunto de modo categórico: “... ninguém vem ao Pai, senão, por Mim.” Jo 14;6

O fato de alguém acariciar determinado erro como seu pecado de estimação, de posse de certa astúcia ou velhacaria pseudo bíblica forjar uma “doutrina” pela qual Deus “aceitaria” sua alma, mesmo sem a devida regeneração em Cristo, é uma requintada forma de trair a si mesmo, em consórcio com o Capiroto, o maior interessado nessa perfídia.

Pois, forjar uma “aprovação”, seja omitindo, acrescentando ou distorcendo a interpretação hígida da Palavra, é apenas envernizar um cadáver e presumir, por isso, que ele esteja vivo. “Tens tu fé? Tem-na em ti mesmo diante de Deus. Bem-aventurado aquele que não condena a si mesmo naquilo que aprova.” Rom 14:22

O Amor de Deus O constrange a ser longânime para conosco, ampliar nosso tempo para que encontremos o caminho da regeneração em Cristo.

Todavia, por causa da impossibilidade de entrarmos apenas por Seu Amor, nos convida a aprendermos Justiça, renunciando aos nosso doentios pensares, sabendo dos Seus Pensamentos, infinitamente superiores aos nossos; “Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar. Porque os meus pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os Meus, diz O Senhor.” Is 55:7 e 8

“Grandioso em perdoar...”
, não em fazer vistas grossas, para erros de pecadores não arrependidos.

Essa balela “inclusiva” do “mostre seu amor invés de mostrar sua religião”, bem ao gosto dos suicidas ecumenistas, pode soar bonitinha, onde a busca for por estética verbal, não, pela verdade.

A verdade espelha fatos, não a si mesma; logo, não se preocupa muito com aparência; nem se incomoda em parecer sisuda, adversa, desmancha-prazeres... foi privada de “talento” para a falsidade.

Todavia, suas veredas estreitas e árduas conduzem à vida. Os que a evitam pelo “bem estar” que a mentira tenta produzir, certamente fazem melhor figura aos olhos humanos.

Contudo, na hora do VAR, de vermos em câmera lenta as coisas como são, deveras, serão os Olhos Divinos que arbitrarão.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

O Rosto Divino


“Quanto a mim, contemplarei Tua Face na justiça; me satisfarei da Tua semelhança quando acordar.” Sal 17:15

Deus É invisível; entretanto, quem tem olhos espirituais poderá contemplar Sua Face, como desejou Davi.

Paulo explicou; “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo e de ninguém é discernido.” I Cor 2:14 e 15

“Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse O revelou.” Jo 1:18

Quando Filipe O desejou ver, O Senhor exortou-o a olhar para Si; “... Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta. Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem Me vê, vê O Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai?” Jo 14:8 e 9

“Eu e O Pai Somos Um.” Jo 10:30
dissera O Senhor. Mais tarde a compreensão de alguns desabrochou: O autor da epístola aos Hebreus disse que Jesus É “... o resplendor da Sua Glória, a expressa Imagem da Sua Pessoa...” Heb 1:3 Da pessoa de Deus.

O Ser Divino pode ser “visto”, entendido pelas Suas Obras, “... Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto Sua Divindade, se entende, e claramente se vê pelas coisas que estão criadas...” Rom 1:20 

Também o homem regenerado, deve fazer Deus “visível” pelos valores escolhidos para pautarem seu agir; “Não se acende a candeia e coloca debaixo do alqueire, mas no velador; dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5:15 e 16

A Face de Deus voltada para alguém era a forma de abençoar, prescrita; “... Assim abençoareis os filhos de Israel, dizendo-lhes: O Senhor te abençoe e te guarde; O Senhor faça resplandecer Seu Rosto sobre ti, e tenha misericórdia de ti; O Senhor sobre ti levante Seu Rosto e te dê a paz.” Num 6:23 a 26

Se, a Face Divina pode ser contemplada na justiça, e voltada para alguém o abençoa, quem foi criado e regenerado em Cristo para ser, de novo, “Imagem e Semelhança” de Deus, precisa, necessariamente, ter a justiça como modo de agir, os valores celestes como parâmetros; para que, sendo abençoado, se torne também uma bênção, para os semelhantes.

É fácil pleitear pela justiça quando a vigência dessa nos beneficia. Porém, convém ao homem justo medir seus direitos com a mesma régua dos seus deveres. Quando o assento da justiça não me favorece, antes, é devido ao meu semelhante para com o qual estou em falta, a justiça segue sendo tão boa quanto era antes.

O Salvador ensinou sobre isso: “Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lhes também; porque esta é a lei e os profetas.” Mat 7:12

Então quem deseja, como Davi, ser semelhante, parecido com Deus quando acordar na ressurreição, comece por praticar essa semelhança. Abandone as parcialidades, os mercantilismos, e aprenda a vencer o mal com o bem. “Sede vós pois perfeitos, como é perfeito vosso Pai que está nos Céus.” Mat 5:48

Sempre que, O Espírito Santo em nossas consciências assinala de modo nítido o que é justo e o que não, a Face Divina nos olha como um pai que ensina ao dileto filho; se vamos agir conforme ou não, aí depende de cada um.

Se alguém imagina que a fé em Deus é uma coisa autônoma que pode ser mantida viva, funcional, sem o concurso da luz da consciência, ainda não entendeu quais sejam suas obras. Tiago adverte: “Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios creem, e estremecem. Mas, ó homem vão, queres tu saber que a fé sem obras é morta?” Tg 2:19 e 20

As obras que a fé demanda são requeridas no tribunal da consciência; o funcionamento de uma e outra estão interligados; “Conservando a fé, e a boa consciência, a qual alguns, rejeitando naufragaram na fé.” I Tim 1:19

Deus volta Sua Santa Face quando nos mostra o que fazer, e nos capacita para tal; nós volvemos a nossa para Ele, quando obedecemos, atuando como Ele deseja.

Ele reclamou de uns que não fizeram assim; “Viraram-me as costas, não o rosto; ainda que Eu ensinava, madrugando e ensinando-os; contudo, eles não deram ouvidos, para receberem o ensino.” Jr 32:33

Enfim, quem deseja ser semelhante ao Santo na vida futura, comece a sê-lo desde agora.
“Quanto a mim, contemplarei Tua face na justiça; me satisfarei da tua semelhança quando acordar.”

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

Ovos no balaio errado


“Porque qual será a esperança do hipócrita, havendo sido avarento, quando Deus lhe arrancar sua alma? Porventura Deus ouvirá seu clamor, sobrevindo-lhe a tribulação?” Jó 27:8 e 9

Dizem que, mais importante que saber as respostas certas é fazer as perguntas certas. Pois, acima temos duas perguntas retóricas, que é desnecessário responder.

Qual será a esperança do hipócrita e avarento, quando Deus demandar sua alma? O Salvador ensinou: “... A herdade de um homem rico tinha produzido com abundância; e arrazoava ele, consigo, dizendo: Que farei? Não tenho onde recolher meus frutos. Disse: Farei isto: Derrubarei meus celeiros, edificarei outros maiores, e ali recolherei todas minhas novidades e meus bens; e direi a minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e folga. Mas, Deus lhe disse: Louco! esta noite pedirão tua alma; e o que tens preparado, para quem será?” Luc 12:16 a 20

Quem jamais viu sexagenários nas filas de loterias sôfregos apostando em busca de “riquezas”? Já os vi muitas vezes, infelizmente. Como dizia Drummond, “Engana-se quem pensa que os bancos escondem riquezas; lá tem apenas dinheiro.”

Quem estudou mais de seis décadas na escola da vida e ainda não aprendeu, temo que nunca o fará. Salomão disse: “Quem amar o dinheiro jamais dele se fartará; quem amar a abundância nunca se fartará da renda; também isto é vaidade.” Ecl 5:10

Paulo ampliou: “Porque o amor ao dinheiro é raiz de toda espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram com muitas dores. Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, segue a justiça, piedade, fé, amor, paciência, mansidão.” I Tim 6:10 e 11

Infelizmente vivemos numa geração que acha que são os coachs que ensinam o caminho para as riquezas; quando, na verdade são os que chamam à vereda da justiça e santificação em Cristo, que devem ser ouvidos. “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem; onde ladrões minam e roubam;” Mat 6:19

De que servirão as prósperas empresas edificadas, nem sempre por meios justos, quais suas valias, quando o dom da vida começar a dar sinais de partida?

O mesmo Salomão aconselhou: “Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento; antes que se escureçam o sol, a lua e as estrelas, e tornem a vir nuvens depois da chuva; no dia em que tremerem os guardas da casa, se encurvarem os homens fortes, cessarem os moedores, por já serem poucos e se escurecerem os que olham pelas janelas; as portas da rua se fecharem por causa do baixo ruído da moedura, se levantar à voz das aves, e todas as filhas da música se abaterem. Como também quando temerem o que é alto, e houver espantos no caminho, florescer a amendoeira, o gafanhoto for um peso e perecer o apetite; porque o homem se vai à sua casa eterna; pranteadores andarão rodeando pela praça;” Ecl 12:1 a 5

“Porventura Deus ouvirá seu clamor, sobrevindo-lhe a tribulação?”
A essa pergunta o próprio Senhor responde: “... porque clamei e recusastes; estendi Minha mão e não houve quem desse atenção, antes, rejeitastes todo o Meu conselho, e não quisestes Minha repreensão, também de Minha parte Me rirei na vossa perdição e zombarei vindo o vosso temor.” Prov 1:24 a 26

O que são os muitos ladrões que orbitam às esferas de poder da nação, senão, amantes do dinheiro, dispostos a vender as almas por ele? A inversão de valores os leva a colocar todos os “ovos” no balaio errado; o deserto de esperança para o porvir, coage-os a apostarem suas fichas apenas nessa vida, a qual dizem curtir, quando, camuflam de modo crasso, seu medo da morte.

Eventualmente, nos botecos da vida se ouve sobre a supremacia do ser, ao ter; dos anéis valerem mais que os dedos; do certo ser certo, malgrado, todos pratiquem o errado; etc.

O problema desses supostos saberes, é que eles brotam em ambientes que os sábios não frequentam, revelando-se assim, quimeras; fábulas etílicas de quem pinta vistosa sinalização horizontal, enquanto finge não ver os sinais verticais.

Desgraçadamente, a vasta maioria dos homens, preocupa-se mais com a aprovação de quem nada poderá fazer por eles, na hora da verdade, que, com Aquele, em cujas mãos estão suas vidas, Deus.

Breve o dinheiro será digital. Apenas números, sobre os quais, o controle não será nosso. Os bens serão do estado totalitário. A quem não tiver Deus, restará o quê? “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.” Is 55:6

Mensageiros fiéis


“O que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros.” II Tim 2:2

A comunicação oral pode sofrer “ruídos” que prejudiquem seu conteúdo. Lembro de uma brincadeira que fazíamos no colégio, chamada “telefone sem fio”. Alguém assentado na primeira fila virava para trás e dizia algo, de forma não muito audível; o próximo virava-se também, e dizia o que tinha entendido; assim, sucessivamente, até o último da fila. As distorções eram enormes. Começava macarrão, e terminava amendoim. Uma forma didática de evidenciar os riscos de passar adiante o que não entendemos corretamente.

Por isso, Paulo requereu de Timóteo que veiculasse o que ele tinha ensinado, mediante homens fiéis e idôneos. Se não fosse assim, poderiam acontecer mesclas danosas como aconteceu entre os gálatas, por exemplo; que, tendo ouvido da Graça, estavam retornando aos reclames da Lei.

Paulo chamou aquela mescla indevida, de “outro evangelho”; cap 1; 8 e 9 Vetou alterar o que não deveria ser alterado: “Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada.” Gál 2:16 “Mas agora, conhecendo a Deus, ou, antes, sendo conhecidos por Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir?” Cap 4:9

No Apocalipse temos uma “escada”, por onde desceu a Divina revelação, sem nenhum prejuízo, pois, todos os “degraus” eras confiáveis. “Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu, para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; pelo seu anjo as enviou, e notificou a João seu servo;” Apoc 1:1

Cristo recebeu de Deus, pelo Seu anjo fez chegar a João; por ele, até nós. Assim, uma cadeia de comunicação idônea preserva a integridade da mensagem; nenhum interesse paralelo concorre; apenas o zelo pela verdade, e o propósito de levá-la ao seu destino.

Todo aquele que comunica, sobretudo, valores espirituais, deve ter bem clara a responsabilidade anexa ao privilégio de ser portador de bens assim.

Por isso, aliás, Tiago desaconselhou o voluntarismo para ensinar, dadas as consequências que concorrem. “Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo. Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, tal é perfeito, poderoso para também refrear todo o corpo.” Tg 3:1 e 2

A missão do pregador é que, além de mensageiro, também é um intérprete da Palavra de Deus. Assim, seu zelo deve ser mais, dado que, sua tarefa requer algo além de, simplesmente entregar algo que outrem escreveu, no devido destino.

Sua fidelidade é um liame moral a tolher que ouse quaisquer alterações ao comunicar aquilo que recebeu. A idoneidade faz o mensageiro capaz, conveniente, para a realização da devida obra. Sem essas qualidades o risco de se usar “diamantes em fundas”, ou de “dar pérolas aos porcos” é muito grande.

Sinais das distorções da mensagem original são evidentes por toda parte, infelizmente. A mensagem original traz: “Arrependei-vos e crede no Evangelho!” “negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.” Não raro, encontramos “Cristãos” advogando o mundano e amoral, “permita-se!” O “humilhai-vos debaixo da Potente Mão de Deus” tem sido cambiado pelo inconsequente “empodere-se”.

O fato de Deus ser amor e aceitar a todos os arrependidos, tem sido falsificado de modo a parecer que Ele aceita tudo. Faltam mensageiros fiéis, e pregadores idôneos; sobram intrometidos despreparados, inchados, em suas carnais compreensões, pervertendo a mensagem, e os fins, do Evangelho.

Desde dias idos, havia falsários travestidos de profetas, cujo alvo era a aprovação humana, não a Divina, aos quais O Eterno denunciou, pontuando Sua rejeição aos tais: “Não mandei esses profetas, contudo eles foram correndo; não lhes falei, mas eles profetizaram. Mas, se estivessem no Meu conselho, então teriam feito o Meu povo ouvir Minhas Palavras, o teriam feito voltar do seu mau caminho e da maldade das suas ações.” Jr 23:21 e 22

O ministério da Palavra é uma empresa honrosa; por isso, a demanda que os ministros sejam fiéis e idôneos.

Se meramente para a nossa salvação, cada um de nós é edificado, “casa espiritual”, como disse Pedro, muito mais, para fim de ministério.
Somos edificados, isso nos faz passivos; não capacitamos a nós mesmos; antes, somos capacitados. Afinal, “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam...” Sal 127:1

Com esses está a Intimidade do Senhor; “O segredo do Senhor é com aqueles que o temem; e Ele lhes mostrará a Sua Aliança.” Sal 25:14

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

Os quase salvos


“Pelas quais Ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza Divina, havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo.” II Ped 1:4

Muitos comportam-se como se a salvação fosse um “seguro de vida” a ser recebido após a morte, que nos estaria reservado além.

Aqui, cada um poderia seguir à sua maneira, citando algum mantra religioso, mas, no fundo, fazendo as coisas conforme os ditames da sua predileção. Sendo uma pessoa “do bem”, no fim, o tal será salvo.

Preciso discordar do sonolento em apreço, e pontuar as razões pelas quais a coisa não é bem assim. A salvação operada apor Cristo, embora sua manifestação cabal será no além, e sua abrangência temporal atinja à eternidade, começa aqui; deve ser evidente, pelos frutos que produz.

Como vimos, os salvos são feitos participantes da natureza Divina, escapam da corrupção do mundo.

Paulo também aludiu às mudanças necessárias nas vidas convertidas; “De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos também em novidade de vida.” Rom 6:4

Antes da inevitável relação com o tempo, a vida eterna atina à qualidade de vida espiritual a ser manifesta, desde já; “Milita a boa milícia da fé, toma posse da vida eterna, para a qual também foste chamado, tendo já feito boa confissão diante de muitas testemunhas.” I tim 6:12

Quem pretende uma fusão, de “renúncias” por Cristo, com o concurso dos prazeres, deixa patente uma dubiedade doentia, por trair a si mesmo; pois, mesmo estando convencido no entendimento, ainda recalcitra em obedecer, refém de uma vontade enferma.

Sua enganosa ambiguidade pretende rotular-se de Cristo, sem a ousada e santa resolução de separar-se da corrupção pecaminosa.

O mesmo Pedro apreciou a sina de alguns que, tendo começado bem, retrocederam, voltaram às coisas de antes, sem permitir que o conhecimento de Cristo operasse a transformação necessária.

“Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se, lhes o último estado pior que o primeiro. Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado; deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao próprio vômito, a porca lavada ao espojadouro de lama.” II Ped 2:20 a 22

Essas “conversões”, onde, o sujeito piora invés de melhorar, passam longe de ser a transformação que Jesus Cristo opera nos Seus. Vejamos: “Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs meus pés sobre uma rocha, firmou meus passos. Pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos o verão, temerão e confiarão no Senhor.” Sal 40:2 e 3

Sempre que, um “convertido”, invés da novidade de vida que salta aos olhos, se põe a pleitear por “atualizações” edições À Palavra, fatalmente exibe traços dessa ambiguidade doentia, para a perda própria, comum em seres de corações dúbios.

“Chegai-vos a Deus, Ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; vós de duplo ânimo, purificai os corações. Senti vossas misérias, lamentai e chorai; converta-se vosso riso em pranto, e vosso gozo em tristeza. Humilhai-vos perante o Senhor, Ele vos exaltará.” Tg 4:8 a 10

A conversão demanda um cabal, “negue a si mesmo”; não deixa por menos. Quem acredita que cascalho e diamantes possam ser produtos da mesma bolsa, desconhece, um e outro.

Não é possível alimentar o lobo e manter viva a ovelha. O ganho da vida eterna em Cristo, demanda a perda da vida natural segundo os reclames da carne. Simples e sério assim; “Porque, qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas qualquer que, por amor de Mim, perder sua vida, a salvará.” Luc 9:24

Porque a obediência a Cristo e Seus preceitos é indispensável, para os salvos, a carne não pode participar da festa; ela estragaria tudo, poluindo pela sua corrupção, às coisas santas. “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, e nem pode ser. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus.” Rom 8:7 e 8

Embora nesse mundo ímpio, programado para se rebelar contra Deus, “tolerância e inclusão” sejam verbetes da moda, diante do Eterno a figura muda. 

Ele “Sofre intolerância ao pecado;” “Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal...” Hc 1;13 E fez da vereda da salvação algo bem exclusivo; “Eu sou O Caminho, A Verdade e A Vida; ninguém vem ao Pai, senão por Mim.” Jo 14;6

terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

Os profetas doentes


“Qualquer homem da casa de Israel que degolar boi, cordeiro, ou cabra, no arraial, ou quem os degolar fora do arraial, e não os trouxer à porta da tenda da congregação, para oferecer oferta ao Senhor diante do tabernáculo do Senhor, a esse homem será imputado o sangue; derramou sangue; por isso será extirpado do seu povo;” Lev 17:3 e 4

Instruções contra o egoísmo, no estilo dos “desigrejados”, existiam desde quando a “igreja” ainda era o tabernáculo. Era tolhida a escolha particular, passando por cima das prescrições dadas para o exercício do sacerdócio levítico; portanto, os individualistas da atualidade têm, além dos vetos no Novo Testamento, esses precedentes antigos, tolhendo a separação, onde, Deus anela o culto coletivo.

Em provérbios temos: “Busca satisfazer seu próprio desejo aquele que se isola; se insurge contra toda sabedoria.” Prov 18:1

A pior consequência da individualização das coisas que deveriam ser coletivas, é que o indivíduo acaba afrontando, quem as ordenou. “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem seu caminho; nem do homem que caminha o dirigir seus passos.” Jr 10:23

Não importa se alguém faz isso ou aquilo, “em Nome do Senhor”. Se o faz de modo avesso ao que foi prescrito pelo Criador, sua fonte é espúria. “... todas as minhas fontes estão em ti.” Sal 87:7

A adoração coletiva, congregacional sempre foi vista com os melhores olhos, como um fator a contribuir para a bênção do Eterno. “Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união. É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Arão e desce à orla das suas vestes. Como o orvalho de Hermom; como o que desce sobre os montes de Sião, porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre.” Sal 133:1 a 3

Não significa que devamos nos unir atabalhoadamente, com quaisquer pessoas ou credos, fazendo da união uma coisa sagrada em si. Não sejamos extremados assim. O que Deus preceitua é, antes, unidade que união. “Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em Mim, e Eu em Ti; que também eles sejam um em Nós, para que o mundo creia que Tu Me enviaste.” Jo 17:21

A unidade prevê sintonia de valores, doutrina, senhorio, crença... embora, cada um possa ter sua individualidade, essa não deve ser exercida no prisma espiritual; apenas, no particular.

“Procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz. Há um só corpo, um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus, Pai de todos, o qual é sobre todos, por todos e em todos vós. Mas a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo.” Ef 4:3 a 7

Frustrações acontecem diuturnamente no seio cristão; mas, a solução tencionada pelo Salvador foi a busca do concerto, não, a separação. “... se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; se ele se arrepender, perdoa-lhe.” Luc 17:3

Essa tolice onde alguém “descobriu” que, por sermos “Templos do Espírito Santo”, a Igreja somos nós e “não precisamos congregar”, é de uma infantilidade que dá pena. Igreja vem de Eclésia, assembleia.

Já ouvi falar no “exército de um homem só”; agora temos assembleias de um homem só. A Palavra de Deus é categórica: “Não deixando nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.” Heb 10:25

Sofrer com o concurso dos maus testemunhos e dos escândalos faz parte do “pacote” que recebemos em Cristo. “Porque a vós foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer Nele, como também padecer por Ele.” Fp 1:29

Quem coloca seus melindres, ressentimentos acima dos deveres em Cristo, pretende, antes, ser servido que servir.

A maturidade espiritual se mostra de outra forma, como ensina Paulo: “Irmãos, se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais, encaminhai o tal com espírito de mansidão; olhando por ti mesmo, para que não sejas também tentado.” Gál 6:1

Sempre os “desigrejados,” saem, porque as igrejas não estão “à altura dos valores deles”, já que são tão brilhantes assim, acima da média, por que não permanecem entre os “doentes” espirituais, ajudando na cura?

Na verdade, o homem ímpio costuma ser um traidor de si mesmo, cego quanto à própria hipocrisia. Se, são mesmo, “Templos do Espírito Santo”, por que, O Espírito que inspirou À Palavra que manda congregar, a eles “fala” o contrário?

O pior dos falsos profetas é o que falseia suas doenças, rotulando-as de saúde.