quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

Sementes sobre pedras


“Os homens de Nínive creram em Deus; proclamaram um jejum e vestiram-se de saco, desde o maior até ao menor.” Jn 3:5

Na pregação de Jonas em Nínive, uma reação ímpar, jamais vista noutra parte. Um temor coletivo, onde todos, unânimes, decidiram jejuar; impuseram isso como lei sobre eles, e até mesmo, os animais. “... Nem homens, nem animais, nem bois, nem ovelhas provem coisa alguma, nem se lhes dê alimentos, nem bebam água; mas, homens e animais sejam cobertos de sacos, e clamem fortemente a Deus, converta-se, cada um do seu mau caminho...” Cap 3:7 e 8 Ordens do rei.

Qual a mensagem pregada pelo profeta que logrou tão profundo impacto? Que sinais operou, ou que métodos retóricos usou para que fosse tão convincente? Nada. Sua mensagem fora curta, grossa, soturna; sem acenar com nenhum rasgo de esperança, nenhum convite ao arrependimento.

“... Ainda quarenta dias, e Nínive será subvertida.” Cap 3:4 Além de modificar à ordem estabelecida, subverter, significa revolver de baixo para cima, destruir, arruinar.

Simplificando: Vocês só têm mais quarenta dias de vida; depois Deus colocará tudo abaixo. Por mensagens bem menos incisivas, profetas foram presos, esbofeteados.

Apesar da “falta de tato” do pregador, discurso duro, abordagem direta, privada de atenuantes, produziu milagrosamente o efeito que vimos em princípio; por quê?

Certamente Deus revestira Seu servo com uma autoridade ímpar, o que, obraria por protegê-lo de eventual revanchismo pelos assírios; mas, ainda assim ensejar arrependimento, conversão coletiva, não estava no pacote.

O homem, desgraçadamente, tende a lidar melhor com ameaças, que com convites. Imaginemos que alguém tenha dois vizinhos; um, marginal, violento, fora-da-lei, capaz de matar; outro, cordato, manso, acessível, leniente. Ao qual dos dois respeitará prioritariamente? Sim, você acertou.

Um convite amoroso, como o “vinde a Mim”, traz anexos, feixes de esperança, como ser aliviado dos fardos, encontrar descanso para a alma, apenas indo após Cristo. Diante disso, pode o ímpio descansar nas “fraquezas de Deus”, concluindo que tais nuances do Seu amor, são atenuantes que tolheriam o juízo; baseado nisso, poderia recusar o convite, eventualmente, sem consequências; ou, pelo menos, protelar.

Salomão versou sobre essa doença: “Porque não se executa logo o juízo sobre a má obra, o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para fazer o mal.” Ecl 8:11

Assim, entre um, brando “vinde a mim”, e um sisudo e terminal, “acabou!” esse tente a ser ouvido, mais do que aquele.

A longanimidade Divina mal compreendida “patrocina” o “empurrar com a barriga”, onde o homem deveria tomar uma atitude imediata; em muitos casos, a má leitura das facilidades acaba se convertendo numa impossibilidade; “O Homem que muitas vezes repreendido endurece a cerviz, de repente será destruído sem que haja remédio.” Prov 29:1

Como diz o gaiato, corre-se o risco de “dormir e acordar morto”; O Salvador colocou a seriedade disso, de modo claro. “Deus lhe disse: Louco! esta noite pedirão tua alma; o que tens preparado, para quem será?” Luc 12:20

O fato de que o juízo acenado contra Nínive seria imediato, apenas quarenta dias, ensejou uma tomada de decisão, imediata, também. Tendo feito isso para a direção certa, do arrependimento, seu juízo acabou suspenso; a misericórdia Divina os perdoou.

Porém sua “conversão” baseada apenas no medo do juízo, passado esse, também ela arrefeceu e voltaram aos pecados de antes.

 O Salvador ilustrou as decisões vertidas apenas do calor emocional, como sementes sobre pedras; que até nascem, mas privadas de raízes, logo secam.

Algumas décadas mais tarde, outro profeta do Senhor, Naum, falou contra eles. “O Senhor é Deus zeloso e vingador; O Senhor é vingador e cheio de furor; O Senhor toma vingança contra Seus adversários, e guarda a ira contra Seus inimigos. O Senhor é tardio em irar-se, mas grande em poder, ao culpado não tem por inocente...” Naum 1:2 e 3 “É decretado: ela será levada cativa, conduzida para cima; suas servas a acompanharão, gemendo como pombas, batendo em seus peitos. Nínive desde que existiu tem sido como um tanque de águas, porém elas agora vazam...” Cap 2:7 e 8

Na primeira advertência mediante Jonas teve conserto. Então, estava decretado o juízo que seria cumprido, e foi.

Não há outro modo de anunciar a Divina Palavra, senão, numa mescla de amor com justiça. O primeiro traz a disposição do Eterno em perdoar quem se arrepende; a segunda, evidencia as consequências de se permanecer em inimizade com Deus.

Mais ou menos como fez Ezequiel certa vez: “... Vivo Eu, diz O Senhor Deus, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois, por que razão morrereis...” Ez 33:11

terça-feira, 23 de janeiro de 2024

Últimos ingressos


“De tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra;” Ef 1:10

Segundo Paulo, as palavras acima definem o propósito Divino.

“Tornar a congregar em Cristo...” Tornar, se diz quando esse algo já foi feito; está sendo repetido. Tudo o que havia, estava agregado em Cristo, antes da queda. “Todas as coisas foram feitas por Ele, sem Ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida...” Jo 1:3 e 4 Paulo amplia: “Em Quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência... Porque Nele habita corporalmente toda plenitude da Divindade;” Col 2:3 e 9

Como o pecado causou a queda e dispersão da humanidade para longe do Criador, o propósito Divino foi tornar a congregar; chamar para casa, aos “filhos pródigos”, possibilitando-lhes, vestes novas, reconciliação, por Cristo.

Nele, além de deixar patente qual é o centro da congregação dos salvos, evidencia como inúteis, espúrios, todos os outros meios. A exclusividade do Salvador, Sua eficácia ímpar, declara vãos, inúteis, blasfemos, os pretensos caminhos alternativos. Está fadado ao lixo da eternidade, o multifacetado e ímpio, ecumenismo. “Os deuses que não fizeram os céus e a terra desaparecerão da terra e de sob deste céu.” Jr 10:11

“... todas as coisas...”
uma hipérbole; isso requer o devido contexto, para ser entendido. Nesse estilo de linguagem, quando alguém confere o ambiente de uma reunião, por exemplo, e avisa: “Podemos começar; já chegou todo mundo.” Não significa que se refere a todo mundo. No caso, a todos os que eram esperados.

Assim, “todas as coisas”, que são probas, aceitáveis, ante O Senhor; os que escolheram a perdição não serão congregados em Cristo. Embora o chamado do Evangelho seja dirigido a todos, incide apenas sobre aqueles que respondem favoravelmente, se deixando moldar. “Se alguém está em Cristo, nova criatura é...” II Cor 5;17

“... na dispensação da plenitude dos tempos...”
Já vimos noutra mensagem que O Eterno opera Seus propósitos em consórcio com o tempo, que Ele mesmo estabelece. Se, no âmbito da eternidade, contagem de tempo perde o sentido, “Tudo tem seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu.” Ecl 3:1

Quando algum texto fala do fim dos tempos, pois, refere-se ao tempo dado à humanidade, para que reencontremos a casa paterna, como ensinou Paulo em Atenas: “De um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor...” Atos 17:26 e 27

O risco de ser relapsos achando que temos todo tempo que quisermos, é descobrirmos tardiamente que o tempo oportuno passou e não fizemos bom uso dele; “Passou a sega, findou o verão e não estamos salvos.” Jr 8:20

O convite à salvação sempre é feito como algo urgente: “... eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da salvação.” II Cor 6:2

“... tanto as que estão no Céu, como as que estão na terra.”
Que há muitas coisas na terra que precisam ser congregadas em Cristo, é de fácil compreensão. Mas, o texto menciona coisas que estavam “no céu” e precisavam ser congregadas Nele também; quais?

Todos os “salvos” da Antiga Aliança, também foram pelo Sangue de Jesus; embora, esse não tivesse sido vertido ainda; “Porque é impossível que o sangue dos touros e bodes tire pecados.” Heb 10:4 Aqueles sacrifícios eram “... sombra dos bens futuros...” 10:1 Símbolos, tipos do que estava por vir.

A salvação dos que se arrependiam e ofereciam sacrifícios de animais, estava em stand by; eles assinavam um “cheque pré-datado”, que seria compensado, “... vindo Cristo, o sumo sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo...” Heb 9:11

Por isso, Nele, só Nele, todas as coisas que terão lugar no novo céu e na nova terra, serão congregados. As demais, estão fadadas à destruição. Em cima desse fato, Pedro lança a questão: “Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser em santo trato, e piedade, aguardando, apressando-vos para a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se desfarão e os elementos, ardendo, se fundirão?” II Ped 3:11 e 12

Depois de perguntar, ele meio que induz a resposta, pela absoluta falta de alternativas, sem Cristo.

Hoje soa irreverente, jocoso, zombar Dele, em músicas, vídeos, passeatas; quando Ele vier separar o congregável do desprezível, de que lado estaremos?

Um “vinde a Mim, e um apartai-vos de Mim” são o repertório do “Show”; um para cada tipo de público. Os lugares, reservamos agora.

Quem poderá se salvar?


“Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus?” I Cor 6:9

De modo superficial, isso poderá dar azo a uma interpretação errada. Se, os injustos não herdarão o Reino, o caminho para chegarmos lá implicaria, sermos justos; o que, abriria espaço para a salvação mediante obras. Porém, a Palavra fecha essa possibilidade. Não que não devamos ser justos, mas parece que é insuficiente.

A salvação “... não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie;” Ef 2:8 e 9

Quanto aos justos, temos um problema também; “... Não há um justo, nem um sequer.” Rom 3:10

“... Quem poderá, pois, salvar-se?” Mat 19:25 “Jesus, olhando para eles, disse-lhes: Aos homens é isso impossível, mas a Deus tudo é possível.” V 26

A “justiça” dos salvos não é propriamente deles; antes, é uma justiça imputada. “Àquele que não pratica, mas crê naquele que justifica o ímpio, sua fé lhe é imputada como justiça.” Rom 4:5

A primeira injustiça foi o casal do Éden ter duvidado da Palavra de Deus e acreditado na falácia da oposição. Por isso, o passo inicial para salvação é “virarmos essa chave”; deixarmos os múltiplos conselhos do príncipe desse mundo, difusos através dos escravos dele, para voltarmos a confiar estritamente na Palavra de Deus.

A incredulidade é muito mais grave do que pode parecer. “fulano é ateu, mas é gente boa. Não é obrigado a crer em nada.” Ou, “cada um crê em Deus como o concebe”, "ninguém pode impor sua fé a outrem". Afirmações assim, quem jamais ouviu?

Que as pessoas são arbitrárias, livres para fazer escolhas isso é pacífico. Porém, que o ateísmo seja uma “neutralidade” inócua, inofensiva, não é tão simples. Dado o fato de Deus se ter desnudado, revelado cabalmente, por Sua Palavra e Suas Obras, a descrença traz anexa uma blasfêmia: “... quem a Deus não crê mentiroso o fez, porquanto não creu no testemunho que Deus de Seu Filho deu.” I Jo 5:10

Isso da Palavra. Da revelação paralela, as obras, também descreem; “Porque as suas (de Deus) coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto, Seu Eterno Poder, quanto Sua Divindade, se entende, e claramente se vê pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;” Rom 1:20

Quanto a um Deus como “você o concebe”, a mera forma verbal já traz uma inversão; como se, invés de sermos criados por Ele, O Criador seria uma concepção nossa. Sendo assim, mero artifício, cada um pode criar o seu, como bem lhe parecer. Em eventual perigo, que clame ao seu concebido; pois, O Eterno não lhe ouvirá.

Os que, em momentos de escuridão, provação que Deus permite para aperfeiçoar a fé dos Seus, resolvem forjar caminhos alternativos, são comparados aos que acendem fogos estranhos; “Eis que todos vós, que acendeis fogo e vos cingis com faíscas, andai entre as labaredas do vosso fogo, entre as faíscas, que acendestes. Isto vos sobrevirá da minha mão, em tormentos jazereis.” Is 50:11

O que é a pregação do Evangelho, senão, um chamamento para que todos conheçam ao Senhor? O que é a conversão, à qual somos desafiados, senão, o abandono das maneiras rasas e mundanas de pensar e agir, para aprendermos de Deus segundo valores mais altos? “Porque, Meus pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os Meus, diz o Senhor.” Is 55:8

Quem considera válidas todas as “buscas” por Deus, no fundo, está apenas maquiando sua fuga, numa desonestidade intelectual embriagada, que mente para si mesmo, e acredita.

A salvação é de graça, apenas pela fé no Único Salvador, Jesus Cristo. Pelo nosso simples crer Nele, Sua Justiça é imputada aos que creem.

Não importa as obras de injustiça que tenhamos em nossos pretéritos; dali em diante, somos desafiados a um novo modo de viver. “De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos também, em novidade de vida.” Rom 6:4

Se, nossas obras justas não bastam, todavia, as boas obras devem concorrer com nossa profissão de fé, não como meios de salvação, antes, com testemunhos de que fomos salvos por Cristo. “Porque somos feitura Sua, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 2:10

Os que levam a sério a graça recebida, se ocupam de conhecer a Deus, praticar o que Ele ensina, passam por um câmbio tão radical, que sendo os mesmos, já não são mais os mesmos; “Se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram, e tudo se fez novo.” II Cor 5;17

segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

Flores de plástico


“Ouvindo os adversários de Judá e Benjamim que os que voltaram do cativeiro edificavam o templo ao Senhor Deus de Israel, chegaram-se a Zorobabel e aos chefes dos pais, e disseram-lhes: Deixai-nos edificar convosco...” Ed 4:1 e 2

Quando adversários quiserem “ajudar” faremos bem em desconfiar, analisar se convém, dar espaço para que se misturem conosco.

Dos indesejáveis, vulgarmente se diz: “Não atrapalhando já ajuda muito.”

Invejosos podem se camuflar de voluntários, para danar o trabalho dos incautos que neles confiam. Muitos aceitam essa intromissão, por imprudência, falta de discernimento.

Afinal, as pessoas têm a “melhor das intenções.” É de domínio público que, “de boas intenções, o inferno está cheio.”

Certo que não somos oniscientes, e bem podemos cair no logro das aparências; entretanto, caso algo nos soe dúbio, enseje desconfiança, antes de darmos a mão ao primeiro “voluntário” que aparecer, consultemos ao Senhor.

Josué errou nisso, fazendo pacto com inimigos, porque contaram uma história de peregrinos distantes, isso soou convincente; ademais, apresentaram “provas”. “Este nosso pão tomamos quente das nossas casas para nossa provisão, no dia em que saímos para vir a vós; ei-lo aqui agora já seco e bolorento; estes odres, que enchemos de vinho, eram novos, ei-los aqui já rotos; estas nossas roupas e nossos sapatos já se têm envelhecido, por causa do mui longo caminho. Então, os homens de Israel tomaram da provisão deles e não pediram conselho ao Senhor.” Jos 9:12 a 14

Malgrado, o “álibi” depois souberam que eram os próximos adversários do povo liderado por Josué. Como ele jurou pelo Senhor que lhes não mataria, apenas pode colocar aos tais em funções servis, como buscar água e rachar lenha; teve que cumprir seu juramento, de poupar-lhes as vidas, para não atrair maldição sobre si.

Sempre que nos apressamos às decisões sem consultarmos O Senhor, corremos risco de darmos a mão ao inimigo.

Há muitos adversários que, talvez, nem laborem com o fim de se fazerem inimigos dos cristãos; apenas, têm neles o público alvo para seus interesses mercenários. Tais, surgem prometendo facilitar mediante aplicativos científicos, pra produção de coisas que requerem tempo, consagração, oração. “Digite um tema e tenha um esboço completo em quinze segundos”. Prometia um anúncio pra “facilitar” a vida dos pregadores.

É preciso ser um completo analfabeto espiritual, para supor que a Água da Vida e as flores de plástico derivam, ambas, da mesma essência. Prefiro ir trôpego nas minhas limitações, quando chamado ao púlpito, do que servir pomposos arranjos de alheia feitura, com os quais nada tive; tampouco, O Senhor abençoaria. Pois, não tendo vertido do Seu Espírito, não passam de cadáveres de sermões, manipulados pelas cordas dos interesses rasos, para que pareçam vivos.

Penso que os interesses desses servos de Mamon, seja meramente comercial; senão, são piores que pensei. Seja como for, acabam fazendo colossal dano espiritual, onde encontrarem gente imprudente, adormecida, que se preocupa mais com a velocidade, que com a integridade, na difusão das coisas que devem ser santas.

Outros prometem métodos de “excelência” em administração eclesiástica, acenando com crescimento exponencial, se, aplicados os referidos métodos. A Igreja do Senhor não tem como alvo o inchaço, o crescimento numérico, a despeito do tipo de pessoas que façam parte desse “crescimento.”

O objetivo primeiro é regenerar em Cristo, os que se deixarem persuadir pela Sua Palavra e Seu Espírito; tais lograrão isso, abraçando a santificação como alvo; “ferramentas” espirituais, como, aprendizado, jejum, oração como método; não, há espaço para mortos engenhos tecnológicos, nas coisas que são exclusivas do Espírito.

Quem permite que esses adversários “ajudem”, trai a si mesmo, ao Senhor e aos que lhe ouvem; mostrando-se inepto para a liderança espiritual, por falta de um insumo básico: Vigilância.

Bem que poderíamos aprender com a postura de Zorobabel, quando os inimigos se fizeram “bonzinhos”; “... Não convém que nós e vós edifiquemos casa a nosso Deus; mas nós sozinhos a edificaremos ao Senhor Deus de Israel, como nos ordenou o rei Ciro, rei da Pérsia.” Ed 4:3

Caso alguém inda não tenha entendido em que consiste a santificação, significa separação, de tudo o que Deus detesta; “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; que sociedade tem a justiça com a injustiça? Que comunhão tem a luz com as trevas? que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? Que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, entre eles andarei; Eu serei seu Deus, eles serão meu povo. Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; não toqueis nada imundo e vos receberei;” II Cor 6:14 a 17

O disfarce do bem


“Melhor é ouvir a repreensão do sábio, do que ouvir alguém a canção do tolo.” Ecl 7:5

Um puxão de orelhas, uma correção soar melhor que escutar uma canção, inicialmente afronta o nosso sentido lógico; suscita o desejo por mais explicações para que possamos entender.

Indo além da repreensão ou canção, identificando os agentes às quais elas estão anexas, sábio e tolo, novos elementos assomam para que nosso entendimento triunfe.

Se um sábio me repreender, será que ele não estará certo? No entanto, seria sábio aquele que preferisse o mais difícil em prejuízo do mais prazeroso? Não seria um masoquista?

O adjetivo “melhor”, pode qualificar a partir do valor de algo, ou, do sabor. O bom, e o bem, embora sejam semelhantes, não são estritamente a mesma coisa. Se perguntarmos a uma criança enferma, que carece urgente determinada dose de remédio para seguir vivendo, se ela acha melhor a injeção salvadora, ou comer chocolates, possivelmente, prefira a segunda opção. Sua noção de “melhor” terá a ver com prazer, malgrado, a carência de saúde; que seria o resultado final, de ter escolhido o mais doloroso.

Nessa sociedade narcisista, egoísta, cheia de si e vazia de Deus, eventual repreensão contra alguém que erra, presto se resolve com a “exclusão”, o “cancelamento”. Se não gosta de mim como sou, vaza!

A pretensão de cada um ser uma obra acabada, tornando-o um intocável, permeia o imaginário coletivo; cada qual faz o que quer, quando e onde deseja. Ai do “enxerido” que ousar discordar. Ou, manda “curtidas, corações” ou se manda. “Vai cuidar da tua vida! Tu não pagas minhas contas!” Pronto.

As vezes Jesus bate às nossas portas usando mãos bem improváveis. O que O move é Seu amor, não nosso senso “lógico”.

Deus anteviu essa geração; em Sua Palavra vaticinou a chegada dela: “Há uma geração que é pura aos seus próprios olhos, mas nunca foi lavada da sua imundícia. Há uma geração cujos olhos são altivos, suas pálpebras são sempre levantadas.” Prov 30:12 e 13

Toda imunda, mas cheia de si; carecendo miseravelmente de ajuda psicológica, e espiritual; contudo, de olhos altivos, plena de pompa e circunstância.

Avancemos da criança biológica do primeiro exemplo, para a criança psicológica. Essa, mesmo tendo idade de jovem, ou de adulto, ainda não cresceu consoante com seus dias. Coloquemos diante dela uma série de “memes”, essas futilidades jocosas, calculadas malignamente para manter em certo “conforto” a hibernação dos cérebros, a letargia das almas, e um breve texto com ensinos práticos, capazes de engendrar algum crescimento, fomentar reflexões, e melhor preparar para a vida. Qual das alternativas receberá atenção de nossa criança?

Fatalmente essa achará melhor a canção dos tolos, que eventual repreensão do sábio.

Para os que assim se portam, a leveza da caminhada é mais importante que o destino; que, para onde a mesma os vai levar.

A preguiça de construir mediante escolhas uma jornada meritória rumo a um destino venturoso, por causa das demandas em renúncias, necessárias, lança os traidores de si mesmos, na vala comum de um “fatalismo” hipócrita, como se, o devir independesse deles e de suas escolhas. “O futuro a Deus pertence”. Filosofam.

As facilidades prazerosas de certos caminhos não passam de engodos, até que, seduzidos por elas cheguemos a um ponto de onde não haja mais retorno possível. “Há um caminho que ao homem parece direito, mas no fim dele são os caminhos da morte.” Prov 14:12

Ora, Deus nos chama no presente, onde, mudanças em nosso futuro ainda são possíveis. Convida-nos, como arbitrários que somos, a fazer as melhores escolhas. Adverte das consequências das duas que são possíveis; desviar-se do conselho, da repreensão, ou lhe dar ouvidos; “... comerão do fruto do seu caminho, fartar-se-ão dos seus próprios conselhos. Porque o erro dos simples os matará, o desvario dos insensatos os destruirá. Mas o que Me der ouvidos habitará em segurança, estará livre do temor do mal.” Prov 1:31 a 33

Acontece que, dar ouvidos a Deus, em tempos em que os valores foram invertidos, requer uma índole raramente encontrável. O escárnio, a zombaria surgem pré-fabricados, prontos; basta compartilhá-los. A centelha na consciência, que se moveu no jazigo, tentando patrocinar alguma reflexão, volta a dormir; assim, presto é “resolvido” o problema da repreensão.

Inclusive o falso engajamento espiritual, de quem partilha verdades profundas sem digeri-las, se presta a esse papel. Nesse caso, a “canção do tolo” não está na letra, mas, na harmonia.

Salomão comparou isso, a usar diamantes em fundas.

Felizes os que, logram ir além da casca sisuda das repreensões! O vero amor se abriga no âmago delas. “Leais são as feridas feitas pelo amigo, mas os beijos do inimigo são enganosos.” Prov 27:6

domingo, 21 de janeiro de 2024

Questões loucas


“Rejeita as questões loucas, e sem instrução, sabendo que produzem contendas.” II Tim 2:23
“Não entres em questões loucas, genealogias e contendas, nos debates acerca da lei; porque são coisas inúteis e vãs.” Tt 3:9

Paulo aconselhando Timóteo e Tito, a evitarem o que chamou de “questões loucas.” Salomão filosofara sobre o tema: “Honroso é para o homem desviar-se de questões, mas todo tolo é intrometido.” Prov 20:3

Não significa que não haja assuntos pelos quais devamos pelejar; sobretudo, para que nenhuma mentira encontre assento nos domínios da verdade. Mas, há debates que se conhece o fim, desde o começo.

O que diferenciava os filósofos dos sofistas era que eles procuravam descobrir a verdade; enquanto aos sofistas, bastava prevalecer num debate, produzir crença sem ciência; a afirmação individual do querelante era mais importante, para os tais, que outros valores.

Quando cada um está enraizado de um lado, e se dispõe a defender sua “visão” sem mostrar nenhuma disposição para mudar, caso seja convencido de estrar laborando em erro, então, antes mesmo de se iniciar o pleito já podemos evitá-lo; fatalmente entrará para o rol das inconvenientes “questões loucas.”

Quando deparo com chamadas tipo; cristão que passou da denominação A para a B, ou vice-versa, e finalmente “descobriu a verdade”, nas entrelinhas vejo a ideia doentia de que a salvação seja institucional, derivada dos ensinos de determinada Igreja, não, de Cristo.

Não ignoro o dito que, “fora da Igreja Católica não existe salvação;” Também, os Adventistas se acham os remanescentes fiéis; que “o catolicismo é Babilônia; o protestantismo as filhas da babilônia;” a “marca da besta” será o tal de “decreto dominical” etc. Pois, mesmo entre os que pretendem ter as mesmas bases, muitos divergem.

Eventualmente preciso marcar posição sobre essas coisas, dada a insistente reiteração delas. Embora as denominações sejam necessárias, (longe de mim as falácias dos desigrejados) as congregações úteis, a Salvação deriva de Jesus Cristo; nenhuma denominação, por antiga que seja, tem autoridade para definir, além do quê, A Palavra já define, como termos pelos quais podemos ser salvos.

A salvação não é nada “inclusiva”; “Eu Sou O Caminho, a Verdade e a Vida; ninguém vem a Pai, a não ser por mim.” Jo 14;6 Por Ele, necessariamente é segundo Sua Palavra.

O caminho é estreito, porém, acessível a todos; “... Deus não faz acepção de pessoas; mas que lhe é agradável aquele que, em qualquer nação, O teme e faz o que é justo.” Atos 10:34 e 35 Isso elimina e exclusividade; pois, poderíamos trocar “nação”, por denominação. Os termos precisos da postura esperada dos salvos estão expressos: “O fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2:19

Então, com devido respeito aos que a isso fazem, prefiro não empreender esforços para provar que o céu é azul, a grama verde, a roda redonda; etc.

Embora grasse um doentio relativismo, “todos nascem humanos, e cada um escolhe o que quer ser”, como dizem os homossexuais, isso não muda o fato que todos nascem masculinos ou femininos. As derivações pretendidas não forjam novo ser; antes, deixam patentes as doenças de alguns.

Assim os debates, de gente que não está disposta a mudar em nada; apenas se impor, ser aceita como é; “vencer” na lábia, como faziam os sofistas; isso não traz fruto nenhum.

Nada mais eloquente que o testemunho idôneo, de um que anda bem, segundo Cristo. Como vimos acima, “Deus conhece os que são Seus...” eventual acerto das nossas escolhas deve ser visível no teatro da vida, mais que, na arena dos debates.

Enquanto brigamos para ver quem é seita e quem é igreja, damos férias ao tentador, que nos verá alienados do objetivo na “Vinha do Senhor” discutindo o sexo dos anjos.

O basilar não pode ser mudado; “Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.” I Cor 3:11

Então, os que estão sobre a mesma base, escolham bem o “material de construção”, algo que suporte o fogo das provações, que arderá; “... se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará; o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; o fogo provará a obra de cada um.” I Cor 3:12 e 13

Enfim, melhor que ter razão é ter discernimento; aquela tem suas bases no cérebro; discernimento é dádiva superior, porque, do espírito; “O mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto o mal.” Heb 5:14

Necessária santificação


“Para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis, no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo;” Fp 2:15

Paulo exortando aos cristãos filipenses a agir sem murmurações nem contendas, para exibirem aqueles traços de caráter.

“Para que sejais irrepreensíveis e sinceros...” Toda a ação má é passível de ser repreendida; a integridade espiritual torna desnecessária a correção; quem consegue andar retamente, não precisa ser chamado à retidão.

Nem assim estaremos livres de ataques; a repreensão incide sobre quem anda mal; a calúnia costuma apontar suas setas contra o que anda bem. “Bem aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus;” Mat 5:10

Sincero equivale a estar de cara limpa, sem máscaras. Lidar com a verdade, tanto quando ela nos favorece, quanto, quando nos é adversa.

“... filhos de Deus inculpáveis...” sermos inculpáveis ante Deus, ou, os que O Servem, não raro, desperta inveja dos que assim não andam. Como José, filho de Jacó. Seu bom porte, fazia dele o favorito do seu pai; por isso, era detestado pelos irmãos. O ímpio costuma ser assim; não quer fazer as coisas que agradam ao Pai; entretanto, quer a reputação de favorito; ou, pelo menos, de igual ao de reto proceder. 

Quer igualdade andando por atalhos, sem preço, sem renúncias. “A pior forma de desigualdade é considerarmos iguais, às coisas que são diferentes.” Aristóteles.

Como nosso desafio é andarmos em espírito, escolhermos as veredas que Deus aprova, é diante Dele, que devemos caminhar sem culpas. Como os homens verão a isso, não depende de nós, mas, da visão de cada um. “Julgai se é justo, diante de Deus, ouvir antes a vós do que a Deus.” Atos 4;19

“... no meio de uma geração corrompida e perversa...”
pelo fato de os salvos coexistirem com os ímpios, eventualmente, dividirem os mesmos ambientes, sempre estarão em face a uma disputa, de escolhas, valores. Inevitável o conflito entre o jeito ímpio e o piedoso, de ver as coisas.

Serão acusados de pretender ser melhores que os outros, quiçá, de puxa-sacos do patrão, ao fazerem com esmero seu trabalho; se tornarão obstáculos em situações corruptas; pois, ao não participarem, serão ameaças, aos que buscam vantagens ao arrepio da justiça; enfim, não terão vida fácil, como foi a sina de Ló; “Porque este justo, habitando entre eles, afligia todos os dias sua alma justa, por isso via e ouvia sobre suas obras injustas.” II Ped 2:8

Terão os mandados Divinos como parâmetro, enquanto, os demais, farão as coisas ao seu modo, o que caracteriza a perversão. Posicionar-se-ão, cada um, segundo parece bem aos próprios olhos, coisa desaconselhada ao que teme a Deus. “Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal.” Prov 3:7

“... entre a qual,
(geração) resplandeceis como astros no mundo.” Essa generosa visão que contempla os santos brilhando no escuro, é a visão dos céus; o ímpio não vê assim; “... aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus.” Jo 3:3

Embora o teatro das nossas ações seja perante os homens, a palavra final sobre o valor delas, virá dos céus. O simples terem que admitir, os ímpios, que os cristãos são diferentes deles, chagará aos céus como um louvor, um testemunho que glorifica ao Santo; “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos céus.” Mat 5:16

A acusação que queremos ser melhores que os outros, em parte, é verdadeira; embora, nosso alvo não seja esse. Tentamos a cada dia ser melhores que nos mesmos; “crucificar a carne e suas paixões”, para crescermos em obediência, sermos aperfeiçoados em santificação.

Se, no ponto de partida, da dignidade humana, e de serem criaturas de Deus, se igualam todos, as escolhas dos rumos, e dos modos de ser e agir durante a caminhada se encarregam de deixar as pessoas mui diferentes.

Os que preferem os rasos pensares humanos, e o curso fácil das inclinações naturais, não podem estar no mesmo plano dos que negam a si mesmos, e adotam como diretrizes das suas vidas, os pensamentos de Deus; “Os Meus pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os Meus, diz o Senhor. Porque assim como os céus são mais altos que a terra, são Meus caminhos mais altos do que os vossos, e Meus pensamentos mais altos do que os vossos.” Is 55:8 e 9

Ao que parece o mundo ama mais que nós; afinal, valora nossas falas como “discursos de ódio.” Se soubessem o mal que o pecado faz, o odiariam também.