quarta-feira, 9 de agosto de 2023

Fé e suas digitais


“A fé é o firme fundamento das coisas que se espera, e a prova das coisas que se não vê.” Heb 11;1

A fé que não molda ao nosso agir é apenas uma teoria, que, se defendida com maior ênfase progredirá para hipocrisia. Sendo um “firme fundamento”, a menos que alguém pretenda fazer castelos nas nuvens, ela apoia-nos em bases sólidas precedendo e patrocinando nossas ações. Tiago desafia aos “teóricos”; “... mostra-me tua fé sem as obras, e te mostrarei a minha pelas minhas obras.” Tg 2;18

Nunca serão, as obras, substitutos da fé, para salvação; “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie;” Ef 2;8 e 9 

Porém, atitudes dão testemunho através do novo andar dos convertidos, do que Cristo fez por eles, e neles; “Porque somos feitura Sua, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 2;10

Sempre será o primeiro passo, crer; depois, se dispor a obedecer; por isso, quando alguns se voluntariaram ao “fazer”, O Salvador chamou-os ao degrau inicial; “... Que ‘faremos’ para executar as obras de Deus? Jesus respondeu: A obra de Deus é esta: Que ‘creiais’ naquele que Ele enviou.” Jo 6;28 e 29

Além de um testemunho externo, a obediência fiel à Palavra de Deus também produz convicção íntima; enraíza cada vez mais, àquele que crê, pelo conhecimento de Deus. “... Minha doutrina não é Minha, mas Daquele que Me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade Dele, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus, ou se falo de Mim mesmo.” Jo 16 e 17

Essas transformações são eloquentes; e se tornam um testemunho palpável, das coisas, ainda, invisíveis. “Pela fé (Moisés) deixou o Egito, não temendo a ira do rei; porque ficou firme, como vendo o invisível.” Heb 11;27

Tanto, a existência da fé, quanto, a ausência, são evidenciadas pelas coisas observáveis nas atitudes de seus pretensos hospedeiros. “Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia seu irmão, é mentiroso. Pois, quem não ama seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu?” 1 João 4:20

Também Ele só é “visível” pelos feitos; embora, Seu Espírito testifique no âmago dos que creem; “... o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto Sua Divindade, se entende, e claramente se vê pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; porquanto, tendo conhecido a Deus, não O glorificaram como Deus...” Rom 1;19 a 21

Os que dizem que a fé é cega estão falando de si mesmos; “Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;4

Os “olhos” da fé, invés de visão, estritamente, facultam entendimento espiritual; essa é sua característica mais notória.

Entretanto, a fé que defendemos não é algo difuso, opcional, sem uma substância nem um objeto preciso, como esposam os proponentes do ecumenismo. Cada um pode crer no que quiser, andar como lhe aprouver, desde que tenha fé.

A fé bíblica não dá margem a dúvidas, nem a concorrência de deuses espúrios. “... credes em Deus, crede também em Mim.” Jo 14;1 “A vida eterna é esta: que conheçam, a Ti só, por Único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo...” Jo 17;3

De Cristo está dito: “Em nenhum outro há salvação, porque debaixo do céu, nenhum outro nome há dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.” Atos 4;12

Os refratários a credos e doutrinas alternativas são tachados de “fundamentalistas”; deveríamos nos envergonhar? A Bíblia é categórica: “Ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.” I Cor 3;11

Estarmos fundados Nele, é um pouco mais que professar Seu Santo Nome, ou, decorar porções selecionadas dos Seus ensinos. Devemos permanecer nas Suas Palavras, Jo 8;31 edificarmos nossa fé, mediante obediência, de modo a não sucumbir aos reiterados ataques que esse mundo ímpio desfere; “Todo aquele, pois, que escuta estas Minhas Palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha; desceu a chuva, correram rios, assopraram ventos, combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha.” Mat 7;24 e 25

Se, por um lado a fé remove montanhas, por outro, firma-nos como montes inabaláveis; “Os que confiam no Senhor serão como o monte de Sião, que não se abala...” Sal 125;1

segunda-feira, 7 de agosto de 2023

O último ai


“... O Filho do homem vai... mas ai daquele por quem é traído!” Luc 22;22

Um “ai” predizia consequências dolorosas; “Ai dos que se levantam pela manhã, e seguem a bebedice...” Is 5;11 “Ai dos que puxam a iniquidade com cordas de vaidade...” Is 5;18. Etc. 
Sempre “prefaciando” uma sentença de juízo.

O ai dirigido ao traidor do Senhor era “patrimônio” de Judas. Sabendo O Senhor que ele estava possuído pelo maligno e seu intento, exorto-o a que fizesse de uma vez, aquilo a que se propusera. “... O que fazes, faze-o depressa.” Jo 13;27

Não significa que O Senhor estivesse de acordo; antes, queria revelar coisas aos Seus, e na ausência do traidor seria melhor. Já que parecia mais atento às trinta moedas que ao seu ai, de advertência; que fizesse, então, o que estava decidido.

Coisas efêmeras, mudadas as circunstâncias, costumam mudar também. As entrelinhas daquele incidente fazem pensar que Judas tinha expectativas além das moedas. Talvez, em seus devaneios libertários, pensasse que, uma vez entregue, Jesus usaria Seu Poder, e escaparia dos algozes; quiçá, faria algo extraordinário, quebraria o jugo romano.

No entanto, Ele “como cordeiro mudo foi ao matadouro.” Vendo isso, o remorso castigou-o. “Então Judas, que o traíra, vendo que fora condenado, trouxe, arrependido, as trinta moedas de prata aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos, dizendo: Pequei, traindo sangue inocente. Eles, porém, disseram: Que nos importa? Isso é contigo.” Mat 27;3 e 4

Duas coisas importantes moveram seu coração e ações; arrependimento e confissão. Porém, como dizia Spurgeon, “uma coisa boa não é boa fora do seu lugar”. Assim, a confissão devida a Deus, feita aos ouvidos ímpios. Esses, os mesmos que o instigaram a trair e pagaram, descartaram ao infeliz como um objeto sem préstimo algum. “Que nos importa? Isso é contigo.”

Assim agem todos os que nos atraem aos caminhos do pecado. À expectativa dos prazeres, alardeiam, para aliciar ao incauto que lhes der ouvidos; vindo as consequências, presto “lavam as mãos” como se, nada tivessem com aquilo.

Inútil contar com o homem, onde a necessidade é de Deus. Isso foi antevisto e denunciado pelo profeta Jeremias. “Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, faz da carne seu braço, e aparta seu coração do Senhor!” Jr 17;5

Que poderia o braço de Judas, ante tamanho peso de culpa, presumindo-se, alienado do Senhor para sempre? Se, tivesse apresentado seu arrependimento e confissão, à Pessoa certa... “... torne para o nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar.” Is 55;7

Sempre chamara ao Salvador de “Mestre”, não de Senhor, deixando implícita sua aversão à ideia de servi-lo; todos os que se recusam à submissão ao Senhor, só podem contar consigo mesmos, nas suas necessidades mais angustiantes. Então, o infeliz fez o que achou que podia; “Atirando para o templo as moedas de prata, retirou-se e foi-se enforcar.” Mat 27;5

Teria se cumprido, assim, o “ai” contra ele? Penso que, apenas parcialmente. A seriedade maior não é a perda da vida terrena; antes, da eterna; o que se verificará apenas no além. “... Não temais os que matam o corpo, depois, não têm mais que fazer. Mas, Eu vos mostrarei a quem deveis temer; temei Àquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno; sim, vos digo, a Esse temei.” Luc 12;4 e 5

Resta um “ai” que respeita ao planeta todo; esse, não necessariamente de juízo, mas permissão Divina, para que o inimigo mostre suas últimas jogadas antes do xeque-mate. “... Ai dos que habitam na terra e no mar; porque o diabo desceu a vós, com grande ira, sabendo que já tem pouco tempo.” Apoc 12;12

Essa sensação aflitiva de que o mundo apodreceu cem anos em dez, pela destruição das artes, valores, governos, da vergonha; que o sentido da vida é ser um leso-influencer, ou, ganhar uma bolada em apostas virtuais; grassa o desprezo ao meio convencional do trabalho e seus honrados frutos; vige o culto à feiura invés da beleza; Na política o lixo é coroado, a honestidade é perseguida; isso tudo são nuances do “ai” final, que está colocando à prova o que cada um tem em si.

“... nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela.” II Tim 3;1 a 5

A Salvador disse: “Tomai o Meu jugo...” a presente geração defende: “... sacudamos de nós Suas cordas.” Sal 2;3 Ai dela!!

domingo, 6 de agosto de 2023

Deuses móveis


“... meus deuses que fiz, me tomastes, juntamente com o sacerdote, e partistes; que mais me resta agora?” Jz 18;24

Mica disputando com a tribo de Dã, sobre a posse de uns “Deuses” que os danitas tomaram-lhe. Na verdade, um reles amontoado de esculturas ordinárias, que ambas as partes desejavam. Os de Dã eram seiscentos homens armados; Mica contava com poucos serviçais; ante esses “argumentos” tanto os ídolos, quanto, o sacerdote que cultuava a eles, foram embora para novo endereço.

O que deveria ser visto apenas como contrassenso, pelo qual a sapiência se envergonharia de pleitear, aos apelos do fanatismo, das paixões, as pessoas põem suas vidas em jogo, demandando por ele.

Ora, um deus que pode ser levado para lá e para cá, por mãos humanas, pode ser tomado à força, que tipo de divindade seria? Não fica óbvio, ante essas nuances, que se trata de um “móvel” manufaturado pelos homens, e nada mais do que isso?

Mesmo Baal, que era um espantalho dessa estirpe, quando Gideão, derrubou seus altares, os defensores do “Deus” se indignaram e pensavam em vingança; então, foi dito: “... contendereis vós por Baal? Livrá-lo-eis? Qualquer que por ele contender ainda esta manhã será morto; se é deus, por si mesmo contenda; pois derrubaram seu altar.” Jz 6;31 Nada mais perigoso que estar sob a ira de um deus. Ou não? Se esse Deus, realmente o for, sim; “Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus Vivo.” Heb 10;31

Entretanto, um “Deus” que carece da humana proteção, invés de proteger aos que o servem, deixa patente, de onde vem sua “força”. Assim como um espantalho precisa da ignorância das aves para fazer seu “trabalho”, também um “Deus” fabricável e carregável demanda a cegueira de quem o cultua, para ter alguma influência.

O “Jesus” de Encantado RS, o “Cristo Protetor”, já faz seus “milagres”, mercê da “blindagem” dos que se curvam a um arranjo de concreto, mas se recusam a conhecer ao Todo-Poderoso.

Cada homem traz em sua “formatação” original, um espaço especial para O Criador; o natural lapso nesse quesito, desde a queda, deixa uma sensação de vazio, que, deveria nos induzir à busca pelo Eterno; mas, pelas artimanhas do atravessador mor, acaba sendo “preenchida” por esses simulacros, que, como a água do mar, apesar da fartura, não mata a sede.

Toda imagem de humana feitura, não importa quão esmerada a arte, tampouco, qual o nome ou a função atribuída, no fundo, é uma fraude de inspiração maligna; em si mesma é nada; “... sabemos que o ídolo nada é no mundo; que não há outro Deus, senão, um só.” I Cor 8;4

Entretanto, por receberem o culto onde deveria ser espaço exclusivo do Eterno, esses bibelôs acabam prestando serviço à oposição. Assim, quem os cultua adora ao canhoto; “... as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios, não a Deus. E não quero que sejais participantes com os demônios.” I Cor 10;20

Há alguém por detrás da confecção dos espantalhos, que cega aos artífices, e aos seguidores; “Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;4

Gente que se opõe a nós, os cristãos, os mais incisivos agridem com palavras, profanam O Nome Santo, mijam, queimam, rasgam Bíblias, e nada fazemos contra eles, por quê? Experimentem fazer algo parecido com Alá, ou Maomé. Eles são loucos, mas não tanto. Seu suicídio não é tão imediatista. Preferem morrer lentamente.

Por que não defendemos Deus? Porque Ele, deveras, É O Deus Vivo! Não carece humano socorro; costuma dar tempo aos errados de espírito, pois, prefere salvar a vingar-se. “... não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho e viva...”

O silêncio Dele, ante o erro, não é concordância, mas longanimidade; porém, uma hora coloca as cartas na mesa. “Estas coisas tens feito, e Me calei; pensavas que era tal como tu, mas te arguirei, as porei por ordem diante dos teus olhos.” Sal 50;21

O furor imediatista, estilo sangue quente, que acossa as humanas paixões não combina com a serenidade solene de um Deus, que, por Ser Eterno, Sábio, não se move nas limitações das criaturas.

Quem precisa defender com unhas e dentes ao seu deus, deixa claro que ele é isso mesmo; “seu” deus. Quanto ao Eterno, nós somos Dele; ovelhas do Seu Pasto. Quando dizemos, “Meu Pastor, Nosso Deus”, não pretendemos com isso patentear uma propriedade; antes, identificar uma devoção, o alvo do nosso servir.

Sentimento de posse deriva do orgulho; o de pertencer, requer humildade.

sábado, 5 de agosto de 2023

Duas almas; menos que uma



“... vós de duplo ânimo, purificai os corações.” Tg 4;8

“Animus" é a palavra latina para alma. Daí, estar alguém desanimado, é como estar sem alma para fazer qualquer coisa; da mesma fonte, a palavra animal; esses têm apenas alma, não, espírito como nós. Do ser humano, uma vez que, além de alma possui espírito, se diz que é um animal racional; dotado de razão.

O “duplo ânimo” é oscilar como se tivesse duas almas. Virtudes como perseverança e integridade, esperáveis dos cristãos, não combinam com essa alteridade fugaz, que se amolda ao interesse imediato, não aos valores eternos.

Mesmo se, assumido determinado compromisso, esse se revelar danoso, deve, o servo de Deus permanecer no que acordou. “Senhor, quem habitará no Teu tabernáculo? Quem morará no Teu Santo Monte... aquele que jura com dano seu, contudo, não muda.” sal 15;1 e 4

“Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna.” Mat 5;37

Embora o duplo ânimo tenha incidência em nossas relações interpessoais, é um mal íntimo, que, cada um deve enfrentar, caso deseje viver de modo agradável ao Eterno.

Quem tem uma consciência regenerada mediante novo nascimento, sempre que tencionar andar em desobediência ao espírito, antes do primeiro passo terá informação de seu erro. “Teus ouvidos ouvirão a palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes nem para a direita nem para a esquerda.” Is 30;21

Quem é bom ouvinte, ouve e vai após a diretriz recebida, desse se diz que, embora vivendo num corpo carnal, anda em espírito; Paulo sentencia: “... nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo O Espírito.” Rom 8;1

Então, são desonestas ou desinformadas, as pechas que, os cristãos, por terem uma “opinião formada”, são cabeças-duras, fanáticos, avessos às mudanças que o progresso traz.

Primeiro; não se trata de opinião, mas de submissão À diretriz Daquele que sabe onde todos os caminhos levam; “Há um caminho que ao homem parece direito, mas no fim dele são caminhos da morte.” Prov 14;12

Por cabeça-dura entende-se alguém avesso a mudanças, mesmo quando necessário. Ora, um convertido é alguém que fez a mudança mais corajosa possível; negou a si mesmo, convencido da realidade e do amor de Cristo. Ele vive num processo chamado “santificação”, onde, a cada novo aprendizado muda pontualmente, segundo o que aprendeu, para aperfeiçoamento de sua regeneração. “A vereda dos justos é como a luz da aurora; vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4;18

O “progresso” da forma que nos é apresentado traz em sua esteira coisas que não deveriam estar; não fazem parte dos seus melhoramentos inerentes. Do aperfeiçoamento dos meios, qual o problema? Uso computadores, INTERNET e coisas afins, como todo mundo. Agora, alteração dos valores, perversão dos fins, não são coisas derivadas do progresso tecnológico. São efeitos colaterais contínuos, do afastamento do homem em relação ao Criador.

Nas questões morais, nos valores espirituais, não houve mudanças, no prisma Daquele que as estabeleceu. Alterações rituais e a supressão dos sacrifícios antigos, pelo Feito Magistral de Cristo, não derivou de uma “evolução” de Deus. Antes, do cumprimento de Seu Plano Perfeito, anunciado desde dias antigos. “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou Seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a Lei, para remir os que estavam debaixo da Lei, a fim de recebermos a adoção de filhos.” Gál 4;4 e 5

Os valores em jogo não mudaram. “... Ponde-vos nos caminhos, e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; achareis descanso para vossas almas...” Jr 6;16 Caso houvesse “progresso” aí, implicaria na negação da Perfeição Divina.

Se é inevitável o melhoramento dos meios, ao aumento da ciência, o fim, segue o mesmo; sóbrio, solene, intocável. “... Por isso, todo o escriba instruído acerca do Reino dos Céus é semelhante a um pai de família, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas.” Mat 13;52

O resumo é que todos recebemos certo espaço e tempo, com um objetivo comum; como o pródigo, retornar à casa paterna; “... De um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda face da terra, determinando tempos já dantes ordenados, e limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor...” Atos 17;26 e 27

Naquele, o coração duplo fez as trapalhadas com as quais nos atrapalhamos também; ansiando prazeres desprezou valores; na dureza das consequências fez a necessária releitura, que possibilitou arrependimento, ainda em tempo.

Quantos destroem-se antes de ter tempo para repensar. “Vós de duplo ânimo, purificai os corações!”

quarta-feira, 2 de agosto de 2023

Com ciência



“Não há trevas nem sombra de morte, onde se escondam os que praticam a iniquidade.” Jó 34;22

Não significa que só os iníquos não podem se esconder; “Não há criatura alguma encoberta diante Dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos Daquele com quem temos de tratar.” heb 4;13

Os que agem de modo probo, não têm motivos para se esconder; “Quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;21

Não são presumidas boas obras, que nos dão confiança ante O Eterno; antes, viver num princípio que Ele ama, a verdade, o que nos aproxima e permite comunhão. “Deus é Espírito; importa que os que O adoram, adorem em espírito e verdade.” Jo 4;24

Carecer esconder algo é confessar nossa ciência de termos agido mal. Como disse alguém: “Queres saber se os conselhos da noite são bons? Pratique-os durante o dia.” Z. Rossa. Se pode mentir com atitudes, não, necessariamente, com palavras.

A aproximação do Criador nunca fora problema para Adão, até que ele deu ouvidos a um “profeta”, com sugestões “libertárias”, e a “garantia” que as consequências funestas da desobediência eram “fakes”. Tendo aceitado o embuste, o incauto Adão passou a ter algo para esconder; à visita do Eterno, o “homo caídus” foi à moita: “... Ouvi Tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me.” Gn 3;10

Davi versou sobre a ideia inglória de se esconder. “Para onde me irei do Teu Espírito, ou para onde fugirei da Tua Face? Se subir ao céu, lá Tu estás; se fizer no inferno minha cama, eis que Tu ali estás também. Se tomar as asas da alva, habitar nas extremidades do mar, até ali Tua mão me guiará e Tua destra me susterá. Se disser: Decerto que as trevas me encobrirão; então a noite será luz à roda de mim.” Vs 7 a 11

Quando Moisés pensou matar um egípcio, a consciência o avisou em tempo, que ele estava prestes a agir mal; “Olhou a um e outro lado e, vendo que não havia ninguém ali, matou ao egípcio, e escondeu-o na areia.” Ex 2;12

A consciência é uma luz no “painel” da alma, a advertir sobre a qualidade da ação intentada, diante de Deus; ela não pode mais do que isso. Valora, informa, e deixa ao arbítrio a decisão, sobre agir segundo Deus, ou não.

A reiterada recusa em atentar para seus reclames faz cada vez mais tênue sua voz, até que deixa de ser ouvida. Quando suas funções não se fazem sentir mais, temos tudo para terminar em nada; digo, na perdição. Escrevendo a Timóteo, Paulo aconselhou: “Conservando a fé, e a boa consciência, a qual alguns, rejeitando, fizeram naufrágio na fé.” I Ti 1;19

Sempre que discorro sobre consciência, lembro de uma frase de Samuel Bolton, pregador puritano; “Se a consciência não for um freio, - disse - ela será um chicote.” De outra forma: Se ela não nos detiver antes de praticarmos coisas más, nos pesará depois.

De qualquer modo, ainda é melhor assim; digo, uma consciência culpada, ainda pode levar seu detentor ao arrependimento e mudança; outra, cauterizada, será como um vigia sonolento, que deixa de advertir quando o perigo se aproxima.

Quando o pecador erra, seu erro o incomoda; o dissoluto de consciência inativa nem liga; “fiz mesmo, e daí?” Esse desceu tanto, que já não se envergonha de não ter vergonha. A sociedade chama de psicopata. A Palavra de Deus não é tão leniente que adjetive como doença, o fruto de uma sucessão de escolhas morais; ou, imorais. “O caminho da mulher adúltera (do homem adúltero) é assim: ela/e come, depois limpa sua boca e diz: Não fiz nada de mal!” Prov 30;20

O mesmo capítulo traz: “Há uma geração que é pura aos seus próprios olhos, mas nunca foi lavada da sua imundícia.” v 12

Segundo a proposta inicial do “profeta” aquele, a desobediência facultaria aos humanos decidirem por eles mesmos, sobre bem e mal; dissolutos, acham seus prazeres doentios, um bem; aversão ao erro, pelos defensores da justiça, um mal. Tipo nossa Suprema Corte que persegue aos honestos e dá asas aos ladrões.

O juízo virá; por mais rebuscados que sejam nossos esconderijos, Deus dirá: “Eu sei o que você fez no verão passado;” então, muitas mesas cheias de pratarias trabalhadas e cristais excelentes, se verão cobertas de sapos, quando as cascas forem partidas a aparecer o âmago da noz; de nós.

domingo, 30 de julho de 2023

Veredas antigas


“Veio A Palavra do Senhor segunda vez a Jonas, dizendo: Levanta-te, e vai à grande cidade de Nínive, e prega contra ela a mensagem que te digo.” Jn 3;1 e 2

Segunda chance dada ao profeta, que, preferira morrer a obedecer ao mandado do Senhor. Tivera três dias no ventre do peixe, para repensar.

Então, orou: “Na minha angústia clamei ao Senhor, e Ele me respondeu; do ventre do inferno gritei, e ouviste minha voz.” Cap 2;2

No desenrolar comum da vida, O Eterno o chamara pra uma missão, e ele recusara ouvir; então, na ânsia da morte, “... do ventre do inferno, gritei - disse - e tu ouviste minha voz.” Vemos a Graça do Senhor em sua imensa abrangência. “... torne para o nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar. Is 55;7”

Jonas considerara sua situação, como estar no interior do inferno, mesmo assim, orou; isso lembra o cântico de Davi: “Para onde me irei do Teu Espírito, ou para onde fugirei da Tua Face? Se subir ao céu, lá Tu estás; se fizer no inferno minha cama, ali estás também.” 139;7 e 8

Nova ocasião foi dada ao profeta, para fazer exatamente o que se recusara, quando da primeira. “... prega contra ela a mensagem que te digo.”

O regatear, comum nas esferas humanas, quando alguém considera algo difícil ou, por mera preguiça reluta obedecer, e, assim, o proponente acrescenta vantagens, recompensas para “motivar”, não cabe na relação Divino/humana. A segunda chance é a nossa possibilidade de rever pensamentos, posturas, em relação às mesmas condições, que foram recusadas.

No caso da Páscoa, quando alguém tivesse óbices para participar, teria nova oportunidade; “Quando alguém entre vós, ou entre vossas gerações for imundo por tocar corpo morto, ou achar-se em jornada longe de vós, contudo, ainda celebrará a Páscoa ao Senhor. No mês segundo, no dia catorze à tarde celebrarão; com pães ázimos e ervas amargas a comerão.” Nm 9;10 e 11

Nova oportunidade se deveria oferecer aos que tivessem impedimentos por velório, viagem; não, por pecados.

Balaão, o profeta mercenário, quando contratado para amaldiçoar Israel, tendo O Senhor vetado isso, ao aumento da oferta pelos seus serviços, tentou regatear com O Santo. “Veio, pois, Deus a Balaão, de noite, e disse-lhe: Se aqueles homens te vieram chamar, levanta-te, vai com eles; todavia, farás o que Eu te disser.” Nm 22;20

Essa “segunda opinião” era uma ironia; tendo falado e não sido ouvido, Deus enviou o anjo da morte contra o “teólogo da prosperidade”, mas, fez a jumenta dele falar, para que não fosse morto.

Não que as palavras do amaldiçoador de aluguel tivessem poder de se fazer cumprir; mas, Deus não permitiria mesmo assim; “farás o que Eu te disser.” “Como amaldiçoarei o que Deus não amaldiçoa?” Nm 23;8

Pois, os que pretendem editar à Palavra do Senhor, no fundo, fazem o mesmo que o famigerado profeta. Alguma coisa os faz pensar que, seus desejos desorientados devam ser caros ao Criador, como o são, para si. “Não aceitaram Meu conselho, desprezaram toda Minha repreensão.” Prov 1;30

Leram, ou ouviram, a expressa Vontade do Eterno, mas, algumas “letras miúdas” do contrato os incomodam; gostariam de as banir, para que, A Palavra da Vida se tornasse, mais palatável, inclusiva; menos “radical.”

Gostar da proteção Divina, ou, de mera reputação de pertencer ao Santo, quase todos gostam. Entretanto, aceitar as condições, aí já não se pode dizer o mesmo. Se, ao menos os desavisados tivessem a noção de Jonas, que, a desobediência encaminha ao “ventre do inferno” ...

Deus não tem uma segunda opinião, nem mesmo, primeira; opinar é algo incerto, próprio de seres imperfeitos; ora acertamos, outra, erramos. Deus É A Sabedoria. Não está aprendendo, tampouco, evoluindo. Então, Suas coisas “velhas” estão sempre atuais; “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; achareis descanso para vossas almas...” Jr 6;16

É Justamente o Amor Divino que O faz tão “radical”; “Se formos infiéis, Ele permanece fiel; não pode negar a Si mesmo.” II Tim 2;13

Seu amor pela justiça, não permite que estreite a porta da salvação a uns, e alargue a outros. Como ama a todos, não quer que ninguém se perca, envia Sua Graça e Seus termos, iguais, a todos.

“Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar.” Is 55;7

No atinente à salvação, O Senhor não dá aos perdidos uma segunda chance; antes, cada dia é uma nova oportunidade. Que tal aproveitar à presente, para mudar o futuro?

sábado, 29 de julho de 2023

O amor caluniado


“Vós, que amais ao Senhor, odiai o mal...” Sal 97;10

Atualmente, os fogos apaixonados que se acende por aí, produzem calor sem gerar luz; o deserto de valores faz com que, qualquer poça insalubre pose de água potável; os que caparam os cérebros de uma geração, fazem triunfar o sensível ao inteligível; a opinião põe limites à razão; a ofensa usurpa o argumento; fatos são suplantados pelas narrativas.

Qualquer patifaria, se, interessa ao sistema corrupto, os patifólatras se apressam em rotular que foi feita pelo, ou, em nome do amor; por outro lado, discursos e atos retos, se nascem dissidentes ao interesse do sistema, presto sofrem as pechas de “fascismo, nazismo, radicalismo, fundamentalismo, discurso de ódio.”

Sobre a parcialidade se cunhou uma expressão para denúncia dos que a ela se dão: “venha a nós, tudo; vosso reino, nada.” Ou, “aos inimigos, os rigores da lei; aos asseclas, as benesses.”

Nessa mesma linha, quando julgam algo que se abriga sob a bandeira de sua predileção, sempre está a serviço da virtude, por cruel, indecente, indigno que seja; se não, presta um serviço ao vício, ao ódio, como se, bandeiras, interesses, fossem aferidores morais.

A Palavra de Deus? Associam-se para lutar contra ela; “Os reis da terra se levantam, governos consultam juntamente contra o Senhor e Seu Ungido, dizendo: Rompamos Suas ataduras, sacudamos de nós Suas cordas.” Sal 2;2 e 3

Não há nada errado com o ódio, em seu devido lugar. Mesmo as coisas boas, em lugares impróprios perdem suas funções, como disse Spurgeon: “Uma coisa boa não é boa, fora do seu lugar.”

O ódio no lugar certo é um preceito bíblico; “Vós, que amais ao Senhor, odiai o mal...” Do escolhido do Senhor diz: “Tu amas a justiça e odeias a impiedade; por isso Deus, o Teu Deus, te ungiu com óleo de alegria mais que teus companheiros.” Sal 45;7

A Palavra versa também sobre a essência do amor; além de outros predicados, traz: “O amor é sofredor, benigno; o amor não é invejoso; não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas com a verdade;” I Cor 13;4 a 6

A bem da verdade, com a qual o amor folga, a sugestão de que caberia ao homem a definição de bem e mal, foi um conselho de Satanás, que levou o primeiro casal, à queda.

Quem segue nesse caminho, por religioso, espiritual que pareça, está a obedecendo ao Capeta. “Não sabeis que, a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para morte, ou da obediência para justiça?” Rom 6;16

A alma humana carece da Palavra de Deus, pois a Ele compete estabelecer os termos do que é bom, ou mau. “Escondi Tua Palavra no meu coração, para não pecar contra ti.” Sal 119;11 “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem seu caminho; nem do que caminha, dirigir os seus passos.” Jr 10;23

Extrapolar a isso, leva quem o faz, à inversão de valores, tão em voga; “Trocaram a noite pelo dia; a luz está perto do fim, por causa das trevas.” Jó 17;12

Isaías ampliou um pouco mais: “... o direito se tornou atrás, e a justiça se pôs de longe; a verdade anda tropeçando pelas ruas, a equidade não pode entrar. Sim, a verdade desfalece, e quem se desvia do mal arrisca-se a ser despojado; O Senhor viu, e pareceu mal aos Seus olhos que não houvesse justiça.” Is 59;14 e 15

Isso antes da vinda do Salvador já; depois, Ele ressurreto exortou que cada um faça firmes suas escolhas; “Quem é injusto, faça injustiça ainda; quem está sujo, suje-se ainda; quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo seja santificado ainda.” Apoc 22;11

Desde dias idos, A Palavra apontava para um descanso porvir, para além dos males que grassam na terra; “Levantai-vos, e andai, porque este não é lugar de descanso; por causa da imundícia que traz destruição, sim, destruição enorme.” Os 2;10

Os que hoje têm A Palavra por desprezível, quando ela for tirada, então, tardiamente entenderão ao quê, desprezaram: “Eis que vêm dias, diz o Senhor Deus, em que enviarei fome sobre a terra; não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir As Palavras do Senhor. Irão errantes de um mar até outro, do norte até ao oriente; correrão por toda a parte, buscando A Palavra do Senhor, mas não a acharão.” Am 8;11 e 12

Os que vociferam contra os “discursos de ódio”, ouvirão apenas os ecos das suas vozes, quando o amor for silenciado.