sexta-feira, 1 de outubro de 2021

"Gabinete do Ódio"


"Não odeio eu, ó Senhor, aqueles que Te odeiam, não me aflijo por causa dos que se levantam contra ti? Odeio-os com ódio perfeito; tenho-os por inimigos.” Sal 139;21 e 22

Velho Testamento, onde as lutas ainda se davam estritamente entre homens. Odiar aos inimigos era, então, a coisa certa.

Entretanto, após a Vitória de Cristo, o “campo de batalha” mudou; a luta se deve travar com outras armas, dados os novos inimigos. “Porque não temos que lutar contra a carne e sangue, mas, contra principados e potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.” Ef 6;12

O fato de adjetivarmos a cruz como vitória, já denota que a coisa extrapola à abrangência da carne; pois, se fosse nessa arena estrita, a morte do Senhor seria estrondosa derrota. Contudo, foi um Triunfo Eterno.

Invés de derramar sangue alheio, pois, do cristão se espera que derrame o próprio, se necessário, na resistência ao mais letal dos inimigos; o pecado. Aos hebreus desanimados por frustrações menores, esse alto padrão foi posto: “Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado.” Hb 12;4

Embora, principados e potestades sejam nossos adversários, eles usam pessoas de carne e sangue, para disseminar conselhos avessos ao conhecimento e obediência. Devemos, os despenseiros da Obra de Deus, estar preparados para tais embates. “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo conselhos, e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus; levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo;” II Cor 10;4 e 5

Se é certo que devemos pagar ao mal com o bem, isso equivale a sermos lenientes com os maus, à medida que eles são vítimas do engano de tais potestades. Daí, o preceito: “Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.” Rom 12;20 e 21

Todavia, se nesse contexto, vencer o mal com o bem significa socorrer ao desafeto, nem sempre as coisas são assim.

Às vezes, muitas vezes, o mal a ser derrotado é a mentira; o bem, necessário, a verdade.

Não devemos odiar pessoas, como no Antigo Pacto, mas, aborrecer valores avessos, coisas que ante O Santo são iníquas. Pois, o ódio tem seu mérito sim, no devido lugar. “Tu amas a justiça e odeias a impiedade; por isso Deus, o Teu Deus, Te ungiu com óleo de alegria mais que a teus companheiros.” Sal 45;7

Ontem, no depoimento do empresário Otávio Fakhoury na “CPI” ele foi acusado de pertencer ao tal “Gabinete do ódio”. O Presidente Aziz, se disse cristão amoroso, que jamais usou uma forma agressiva contra alguém; questionou o cristianismo do depoente, pois, haveria “muito ódio” nas postagens dele. Deveria ler o Evangelho, foi a sugestão.

Conclusão implícita é que, O Evangelho é o “puro amor”, sem nenhuma diatribe sequer; será?

Que Deus É Amor, nenhuma dúvida. Contudo, o amor “Não se porta com indecência, não busca seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;” I Cor 13;5 e 6

Aquela fábrica de mentiras e narrativas fraudulentas que chamam CPI, poderia se escudar no que lhe aprouvesse, menos, no Evangelho de Jesus Cristo. Pois, malgrado sua mensagem de amor e perdão, traz duras reprimendas contra hipócritas, mentirosos, ladrões, e presunçosos do calibre desses; deveriam transbordar amor, dada sua contumaz aversão ao “Ódio”.

Eça de Queiroz cunhou: “Políticos, como fraldas, devem ser trocados de tempo em tempo; pela mesma razão.” Bons tempos aqueles em que eles apenas cagavam. Hoje vendem a alma ao diabo, caluniam, atacam, mentem solenemente, em defesa de interesses rasos, apelidados de justiça.

Eles manifestam seu “amor” blindando corruptos que meteram a mão no erário durante a pandemia, e atacando de todas as formas as reputações de cidadãos honestos, como Luciano Hang, acusado, pasmem! de usar vestes verde-amarelas. Imaginem o dano disso!

Um deles ousou dizer, “Eu sou um senador!” Como se isso o colocasse anos-luz acima dos demais. 

Sua besta! Isso significa que vossa displicência é funcionário público, um servidor pago por nós e nos deve satisfação; não, nós pagadores de impostos devemos nos ajoelhar diante dele. Gente sem noção; vergonha. Como não odiar posturas cretinas assim?

O Senhor que É amor, enfrentou à morte, o “Gabinete do ódio" de então; no clímax da dor orou: “Pai Perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem.”

Pois, os da “CPI” sabem muito bem, portanto peço: Pai julga-os, porque eles sabem o que fazem.

domingo, 26 de setembro de 2021

A contenda e seus porquês



“Direi a Deus: Não me condenes; faze-me saber por que contendes comigo.” Jó 10;2

O Eterno não toma em conta os tempos da ignorância, logo, não condenaria ninguém que pretensamente O servisse, sem dar ciência das causas. “Acaso não faria justiça O Juiz de toda a Terra?”

Quando, enfim, falou com Jó, não explicou cabalmente os motivos da “contenda”; apenas situou-o, sobre a devida distância entre criatura e Criador; por fim, justificou ao arrependido Jó, e o abençoou.

Resta aberta essa questão: Por quê Deus contende com o homem?

Não se trata de uma percepção particular de Jó; O Eterno mesmo dissera, antes do Dilúvio: “... Não contenderá Meu Espírito para sempre com o homem; porque ele também é carne...” Gn 6;3

O óbice é que o homem “também é carne”; Deus É Espírito; então, a carne atrapalharia que o homem tomasse o rumo desejado; será? O Novo Testamento traz: “Os que são de Cristo crucificaram a carne com suas paixões e concupiscências.” Gál 5;24

O “Negue-se” equivaleria a: Contenda consigo mesmo, mortifique-se em sua natureza má, para não contender mais com Deus. Cristo vos dá poder para tal; “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

Assim fazendo “... nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo O Espírito.” Rom 8;1

Daí, a cabal necessidade de regeneração, para andar com Ele; “... aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus.” Jo 3;5

Se, ao frear a contenda, como consequência veio o juízo do Dilúvio, uma conclusão se faz necessária: Ele contende com o homem no intento de salvar, para não precisar julgar. Se, desistisse dessa liça teria desistido de salvar. Bendita contenda!

Diferente das disputas humanas, onde concorrem coisas rasas, emulações, invejas, vaidades, orgulho, etc. A peleja de Deus conosco é para que andemos por caminho reto, vivamos de um modo que Lhe seja aceitável.

Intentar pelejar alguém, contra O Todo Poderoso seria ridículo; “... Quem poria sarças e espinheiros diante de Mim na guerra? Eu iria contra eles e juntamente os queimaria. Que se apodere da Minha Força, e faça paz Comigo; sim, que faça paz Comigo.” Is 27;4 e 5

Notemos que a “Vitória” intentada pelo Santo é nossa reconciliação; “Se apodere da Minha força, (Cristo, O Braço do Senhor) e faça paz Comigo.” Arrependa-se. “Gloria a Deus nas altura, paz na Terra; boa vontade para com os homens.” Luc 2;14 Cantaram os anjos na Sua Vinda.

A luta é, antes de tudo, uma persuasão espiritual; peleja pela nossa obediência mediante Seu Espírito; “Os teus ouvidos ouvirão a palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes nem para direita nem para esquerda.” Is 30;21

No Antigo Pacto as diretrizes do Espírito eram dadas através de um líder; eles não seguiram e recrudesceu a luta; “Mas eles foram rebeldes, contristaram Seu Espírito Santo; por isso se lhes tornou em inimigo, Ele mesmo pelejou contra eles.” Is 63;10

No novo, cada um em particular é chamado à reconciliação através de Cristo, Único Mediador. Claro que, para triunfar com Ele, no âmbito do Espírito, o homem caído e morto careceria de renovo espiritual; então, “A todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

A peleja nunca foi Vontade Divina; o homem foi criado à Sua Imagem para a comunhão; mas, surgiu um perverso que semeou mentiras e rompeu a amizade que deveria ser eterna. “O ... perverso instiga a contenda, o intrigante separa os maiores amigos.” Pro 16;28

Diz um provérbio que tempos fáceis fazem homens fracos; um Paraíso ao dispor, estava fácil demais. Adão resolveu “apimentar” a relação aceitando a sugestão de desobedecer. Confiou na balela do orgulhoso que queria ser como Deus, invés de confiar Naquele que É; “O orgulhoso de coração levanta contendas, mas o que confia no Senhor prosperará.” Prov 28;25

O complemento do provérbio é que, tempos difíceis fazem homens fortes; esse é o problema; nossa “força” atua contra; temos que negar-nos; quanto mais fracos de presunções e justiça própria estivermos, melhor.

“Maldito o homem que confia no homem, faz da carne o seu braço, e aparta seu coração do Senhor!” Jr 17;5 Paulo ampliou: “... me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo.” II Cor 12;9

O pecado do orgulho nos maldiz; vencido esse teremos paz; “Lança fora o escarnecedor, e se irá a contenda...” Prov 22;10

sábado, 25 de setembro de 2021

Rasgando o véu


“Destruirá neste monte a face da cobertura, com que todos os povos andam cobertos; o véu com que todas as nações se cobrem.” Is 25;7

A vinda do Salvador; o contexto imediato aponta para algo que somente Ele poderia fazer, e fez: “Aniquilará a morte para sempre...” v 8

Venceu-a permitindo que ela o “vencesse”; dando-lhe o salário que Ele não merecia, a morte “morreu”; “Ao qual Deus ressuscitou, soltas as ânsias da morte, pois não era possível que fosse retido por ela;” Atos 2;24
Ela só tinha permissão para reter pecadores; “Porque o salário do pecado é a morte...” Rom 6;23 Ao “assalariar” Um Inocente, perdeu seu poder. “Onde está, ó morte, teu aguilhão?” I Cor 15;55

Além de salvar, Veio desnudar, expor a maldade humana, coisa que, os que preferem a cobertura do “véu” não desejam; deixaram claro isso matando Ele. “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;20 Mesmo detestando à Luz, o “homo insanus” deseja receber aprovação.

Desde a nefasta “migração” de Adão, da comunhão bendita com O Criador às paragens do medo, refém da culpa, que o ser humano passou a ser um fugitivo.

Não que isso seja possível; “Esconder-se-ia alguém em esconderijos, de modo que Eu não veja? diz o Senhor. Porventura não Encho os Céus e a Terra? diz o Senhor.” Jr 23;24

Logo, “Para onde me irei do Teu Espírito, ou para onde fugirei da Tua Face? Se subir ao Céu, lá Tu estás; se fizer no inferno minha cama, Tu ali estás também.” Sal 139;7 e 8
Sendo patente o motivo, culpa, está meio confuso o método da “fuga”, dado que a missão é impossível.

O Eterno É Onisciente, “Todas as coisas estão nuas e patentes perante Ele;” Heb 4;13 Todavia, os fugitivos, mesmo sabendo-se alienados Dele, contentam-se com suicida encenação.

Essa doença auto inoculada dos que silenciam às próprias consciências, e parasitam pretensa virtude no cinismo comum dos que se abrigam sob o mesmo véu.

Entre as formas mais requintadas de “fugir” há os que se escondem dentro das igrejas. Invés de, arrependimento e confissão, para o novo nascimento, e aprendizado da sã doutrina, para edificação e santificação, esses orbitam ao “Sol da Justiça” a uma “distância segura”; até ouvem à Santa Palavra, mas, não com a índole submissa dos que se deixam conduzir pelo Bom Pastor.

Alguns pregam, profetizam, cantam; mas, fora do ajuntamento agem como os ímpios; mentem, enganam, maldizem, compactuam com o mal; não passam de sal degenerado, gente que escandaliza; mesmo perto da Rocha Eterna, edificam suas malocas sobre a areia da encenação.

Não são incomodados por um chamamento à conversão, uma vez que já “são convertidos”; tampouco, a lâmpada da consciência consegue lhes aclarar; acostumaram com a auto indulgência, invés de buscarem o Perdão de Cristo. Fiz isso; mas, quem não faz?

A separação desejável perde-se nessa amálgama de cinismo e hipocrisia. O preceito é claro: “Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, tem seu prazer na Lei do Senhor, na Sua Lei medita dia e noite.” Sal 1;1 e 2

Está sendo forjado um mega esconderijo; um “véu” do tamanho da Terra, chamado, ecumenismo.

Visto de baixo para cima soa democrático, tolerante, inclusivo; da perspectiva celeste não passa de motim; “Por quê se amotinam os gentios, os povos imaginam coisas vãs? Os reis da terra se levantam e os governos consultam juntamente contra o Senhor, contra Seu Ungido, dizendo: Rompamos as suas ataduras, e sacudamos de nós as suas cordas.” Sal 2;1 a 3

A pergunta poderia ser reformulada: Sendo impossível se esconder do Eterno, eles tentam por quê?

Porque fazem isso de todo o coração, e “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?” Jr 17;9

Tais pessoas negam a si mesmas de um modo suicida; fingem ser o que não são, e acreditam herdar o que jamais terão. 

As que ousarem se negar por Cristo, já não precisam de véu. “Todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor.” II Cor 3;18

Deus não massifica; tampouco, Lhe interessam ajuntamentos rasos de humana feitura. Para Ele estamos divididos, não, agregados; em dois grupos bem distintos, aos quais, acoroçoa que deixem patentes suas posições, escolhas; “Quem é injusto, faça injustiça ainda; quem está sujo, suje-se ainda; quem é justo, faça justiça ainda e quem é santo, seja santificado ainda.” Apoc 22;11

Árvores retas


“... Deus fez ao homem reto, porém eles buscaram muitas astúcias.” Ecl 7;29 (algumas traduções trazem: Invenções)

O fato é que, a retidão criada se perdeu; a pretensa autonomia apregoada pelo “profeta” da queda tem levado o homem a buscar muitas coisas vãs, sem saber o que precisa.

Segundo Salomão, “O fim das coisas é melhor que o começo; o dia da morte melhor que o do nascimento.” Cap 7;1 e 8 Nós, autônomos “conhecedores do bem e do mal”, comemoramos o nascimento, e choramos a morte. Temos mais sangue que luz.

O Eclesiastes é meio filosófico, meio espiritual; considera as agruras que esperam no teatro da vida, e a “missão cumprida” do que, teoricamente viveu bem, segundo Deus; “... Teme a Deus, e guarda Seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda obra, até tudo o que está encoberto, seja bom ou mau” Ecl 12;13 e 14

Nesse prisma de ter alcançado reconciliação com Deus, que a morte é melhor que o nascimento; encerra vitoriosamente um vasto período probatório; então, “Preciosa é à vista do Senhor a morte dos Seus santos.” Sal 116;15

Vulgarmente se barateia a salvação, como se, para tê-la bastasse morrer. O sujeito leva uma vida ímpia, arrogante, promíscua, egoísta, despreza os muitos chamados à salvação; de repente o fio da sua vida se rompe; presto surge um enganar de aluguel: “Está melhor que nós; virou uma estrela; passou a viver com O Senhor;” será?

O Senhor, que admitirá ou não, pessoas no Seu Reino explicou as bases do contrato: “Se alguém quer vir após mim, negue a si mesmo, tome cada dia sua cruz, e siga-me.” Luc 9;23

Não é uma imposição; antes, escolha arbitrária; “se quiser.” Não é um esvaziamento ascético, oco, como apregoam certas doutrinas; lutar contra pensares “negativos” e encorajar outros, meramente humanos. Ninguém é salvador de si mesmo.

A renúncia requerida é colocar Cristo em meu lugar. Como Ele se pôs em meu lugar, na cruz, É Digno; quem O quer servir, deixe que Ele se coloque em seu lugar nas escolhas. Viva como Ele viveria.

Paulo chamou isso de, ter a “Mente de Cristo.” Isaías vaticinara a necessidade de se cambiar o humanos pensares, pelos Divinos. “Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno seus pensamentos e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para nosso Deus, porque grandioso É em perdoar. Porque Meus Pensamentos não são os vossos; nem vossos caminhos Os Meus, diz o Senhor.” Is 55;7 e 8

Não que sejamos marionetes; reitero, temos arbítrio; mas, esse se resume a duas possibilidades. Escolhermos as coisas segundo Deus, ou segundo nós mesmos, o que equivale a seguir a oposição.

Grosso modo, todos querem a salvação, (exceto os que dizem duvidar da vida após a morte e o juízo, pretendendo salvar-se agora da angústia de pensar nisso) a maioria a quer sem custo, sem cruz.

Se, na criação Deus Fez ao homem reto e ele entortou, em Cristo o regenera, faz nascer de novo; e, pasmem! muitos entortam outra vez.

A Palavra é categórica: “É impossível que os que já uma vez foram iluminados, provaram o dom celestial, se tornaram participantes do Espírito Santo, provaram a boa Palavra de Deus, as virtudes do século futuro e recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; pois, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus, e O expõem ao vitupério.” Heb 6;4 a 6

Pedro descreve com pesada figura essa nojeira espiritual; não versa de ignorantes, mas de gente que sabendo o que fazia, fez escolhas rebeldes; “Os quais, deixando o caminho direito, erraram... Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado; deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao próprio vômito, a porca lavada ao espojadouro de lama.” II Ped 2;15, 21, e 22

Os sintomas de “tortura” das árvores se fazem notórios no baixo paladar para com A Palavra da Vida, e a sôfrega busca por aduladores assassinos; “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências;” II Tim 4;3

Contudo, as “árvores” obedientes, crescerão como O Senhor deseja: “Porque com alegria saireis, e em paz sereis guiados; os montes e os outeiros romperão em cântico diante de vós, e todas as árvores do campo baterão palmas. Em lugar do espinheiro crescerá a faia, em lugar da sarça crescerá a murta; o que será para o Senhor por Nome, por sinal eterno, que nunca se apagará.” Is 55;12 e 13

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

Breve mente


“Escrevo-vos uma longa carta porque não tenho tempo de a escrever breve.” Voltaire

Embora a contradição verbal, onde, assoma a ideia, inicialmente avessa, que, algo extenso seria mais breve que outro, conciso, na verdade há sabedoria nessas palavras.

Tanto pode encerrar uma confissão de inépcia, quanto, uma ironia. No primeiro caso, o autor estaria se dizendo incapaz de expressar de modo mais resumido, tudo aquilo que precisaria dizer; então, o “não tenho tempo” equivaleria a, não tenho condição de fazer isso com menos palavras.

No caso da ironia, estaria ele desconfiando da capacidade dos receptores de entender a um texto mais sumário; assim, a expressão, “não tenho tempo” seria literal. Não tenho tempo para explicar o que não entenderíeis, tampouco, para escrever uma nova carta.

O poder de síntese é um dom precioso. Permite que se diga enormidades com breves falas.

Entretanto, nada valerá esse talento, sem a cumplicidade de uma audiência perspicaz.

Infelizmente, recursos retóricos como a ironia, se, usada atualmente, em 80% dos casos, ou mais, será entendida ao pé-da-letra, de modo que, precisaria ser desenhada. E, qual o sentido de usar um meio que abrevia, se, depois careceremos uma explicação que amplia? Melhor uma longa carta que uma curta, em casos assim.

Nesses dias em que a ignorância perdeu a modéstia e as mentes bebem mais de “influencers” (gente vazia com dom de encher o saco) que da filosofia, teologia, ou, psicologia; há muitas bocas e poucos ouvidos.

Toda sorte de agressões, desprezo, presunção etc. desfilam com carros alegóricos muito adornados; e o trabalho dos que se identificam com o lixo é apenas partilhar o mesmo; as desafeições e malcriações vestem bem, com seus trajes de aluguel; jogos de palavras bem cortados, combinando suas cores com o veneno da malícia e acessórios de humor; isso deveria parecer luz; mas, como nos vagalumes esse brilho acentua a parte de trás. Os cérebros inda têm recheios de certos crustáceos.

Se tivéssemos para as coisas meritórias, a perspicácia demonstrada em entender até às entrelinhas da maldade, seríamos uma geração privilegiada. Mas, em se tratando de virtude, nem mesmo uma longa carta adiantaria; depois de duas frases recusariam a ler as pretensões enxeridas, pois ninguém “se mete” em suas vidas. Quase ninguém; exceto os que enfeitam os carros-alegóricos da estupidez.

Plutarco dizia: “A mente não é um vaso para ser cheio; antes, é um fogo a ser aceso.” Eis uma “Pequena carta” que diz muito!

Desafia às cabeças a se fazerem pensantes, não meros receptáculos de pensares alheios. A ideia de convencer a alguém, como a palavra sugere, demanda uma vitória a dois; vencer com. Um propõe uma linha argumentativa qualquer, e outrem, invés de apenas anuir, avalia, pensa por si mesmo, acende seu fogo, e uma vez alcançando à razão, vence à ignorância com, o auxílio de quem o instou para esse fim.

Agora, quem está já seguro da “plenitude do seu saber”, que avalia como enxerido a qualquer que ouse discordar, divergir, como se poderá convencer, pois o tal, descarta a necessidade de lutar contra as dúvidas, uma vez que do alto mirante da sua presunção não as consegue ver?

Alguém disse que só os sábios e os idiotas jamais aprendem; aqueles porque não precisam, esses, porque não sabem que precisam.

A glamourização da idiotice e o fanatismo têm ensejado muito agressão lógica. Um filósofo da antiguidade vivendo hoje ficaria pasmo.

Pouco importa à presente geração que dois mais dois sejam quatro; se, essa soma ferir uma propensão ideológica qualquer, uma comichão de estimação, um vício, sem nenhum pudor com a matemática, os “feridos” defenderão que, doravante são cinco.

Pior, nós os defensores das coisas “antigas” não seremos coerentes e fiéis às ciências exatas, mas, meros “cincofóbicos” que fazem mal à sociedade politicamente correta.

Essa praga que algum “pragamático” criou para triturar os indivíduos e fazer uma massa, com os temperos que o capeta amassou. Da massa versou Berdiaev: “Se nos estados puramente emocionais da massa, o “eu” não sente a solidão, não é porque se comunique com um tu; antes, porque perde-se; sua consciência e individualidade são abolidos.”

Não tenho que falar com, nem como, a massa; preciso ser honesto com a consciência; minha paz de espírito vale mais que aplausos de tolos.

“Ser politicamente correto significa sempre ter que pedir desculpas. Encante-se com palavras que externam sentimentos! O politicamente correto não nos muda. Nos cala. Cuidado com os atalhos, nem sempre o caminho mais curto significa que este é o caminho certo, o que você deve seguir... Esse atalho fará você perder muito tempo se arrependendo.” G. Fiúza

Eis a sina de escrever algo mais extenso, por “falta de tempo” para a abordagem breve.

domingo, 19 de setembro de 2021

Você está louco?


“Todo prudente procede com conhecimento, mas o insensato espraia sua loucura.” Prov 13;16

Prudente x insensato. O primeiro, comedido, atuando apenas após a experiência, o conhecimento; o segundo, expansivo como uma praia.

Vulgarmente, loucos são pessoas que padecem disfunções cerebrais que atingem a capacidade de raciocínio lógico, cognição, expressão, etc. Entretanto, os loucos em apreço não o são por deficiência em dirigir e expressar seus intelectos e vontades; antes, por inclinarem-se contra a sabedoria. “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam sabedoria e instrução.” Prov 1;7

Sabedoria não lhes é uma impossibilidade; mas, uma indesejável, digna de desprezo. “... a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más.” Jo 3;19 Matizes de loucura, nos dias de Cristo.

Como está na moda, apoiadores de ditaduras chamarem aos democratas de fascistas e ditadores; os loucos que desprezam à instrução tendem a chamar de loucos aos que tomam caminho inverso ao deles.

Faz parte da sua loucura, recusar-se a ver as coisas como são. Tais, depois que teimam que areia é água, se, o “lago miragem” visto mais de perto for mesmo areia, e um litigante jogar um punhado neles em desagravo, eles protestarão: “Não me molha!”

Paulo usou certa ironia para ilustrar seu pensamento, não sem antes, fazer a necessária distinção; “Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o Poder de Deus.” I Cor 1;18

Tendo precisado, a quais “loucos” se referia, seguiu: “Visto como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela Sua Sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação. Porque judeus pedem sinal e gregos buscam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos.” Vs 21 a 23

Para judeus, escândalo: “Imagine se mataríamos Nosso Deus!” Para os gregos, adeptos da filosofia, com o pano de fundo da mitologia, eivada de deuses imortais, a ideia de um Deus que se deixasse matar era louca.

Pois, a “loucura” de amar irrestritamente ao ponto de “enfraquecer”, é um “mal” do qual até Deus padece; “Porque a loucura de Deus é mais sábia que os homens; a fraqueza de Deus é mais forte que eles.” V 25

Tratando-se de prudência já se fez proverbial a fábula da cigarra e da formiga; enquanto essa armazena via trabalho, bens para o futuro, aqueloutra apenas canta irresponsavelmente.

Sobre o valor do trabalho, os mesmos Provérbios preceituam: “Vai ter com a formiga, ó preguiçoso; olha para seus caminhos, e sê sábio.” Prov 6;6 por que, “As formigas não são um povo forte; todavia, no verão preparam sua comida;” Cap 30;25

Como dizia Roosevelt, “Conserta-se o telhado em dias de sol.”

Assim, enquanto ainda é permitido o livre curso da Palavra de Deus, os prudentes buscam mais conhecimento dela; porque, diferente de exercício filosófico humano que serve mais para ginástica mental que outra coisa, o conhecimento de Deus é atinente à preservação da vida.

“Meu povo foi destruído, porque lhe faltou conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também Te rejeitarei... (Embora a rejeição aqui fosse de um sacerdócio corrupto, essa se dava pela “loucura” que rejeita à instrução, e atingiria todos.) “... para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da Lei do teu Deus, também Me esquecerei dos teus filhos.” Os 4;6

Malaquias amplia: “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, da sua boca devem os homens buscar a Lei porque ele é o mensageiro do Senhor dos Exércitos.” Cap 2;7

Porém, antes de alguém concluir que alguns foram injustiçados ao perecerem por falhas do sacerdócio, uma ressalva: Os loucos sabem o que escolhem.

Se, nos dias do Salvador Ele disse: “A seara é grande, e os obreiros são poucos.” Hoje são tantos que tropeçam um no outro; adivinhem aos quais, os loucos preferem. “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências;” II Tim 4;3

Rejeitam à sabedoria e instrução em ambientes que essas devem estar. Isaías mencionou tipos assim; “Ainda que se mostre favor ao ímpio, nem por isso aprende justiça; até na terra da retidão ele pratica a iniquidade; não atenta para a Majestade do Senhor.” Is 26;10

Se até nossas escolhas atinentes à vida terrena têm consequências, que dizer das referentes a Deus e Seu Reino? “Porque o erro dos simples os matará, o desvario dos insensatos os destruirá. Mas, o que Me der ouvidos habitará em segurança, estará livre do temor do mal.” Prov 1;32 e 33

sábado, 18 de setembro de 2021

A ovelha-espinho


“Vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como convém responder cada um.” Col 4;6

“Sempre agradável”;
isso se for visto superficialmente pode parecer que Paulo prescreveu que fôssemos bajuladores, como são os falsos profetas; será?

Aqueles eram tão “agradáveis” que prometiam coisas boas mesmo quando essas não existiam. “Curam superficialmente a ferida da filha do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz.” Jr 6;14 ou, “Dizem continuamente aos que Me desprezam: O Senhor disse: Paz tereis; a qualquer que anda segundo a dureza do seu coração, dizem: Não virá mal sobre vós.” Cap 23;17

Agradáveis ou não, esses fragmentos de Jeremias têm em comum que denunciam mentira.

Assim sendo, antes de priorizar o sentimento anexo à mensagem, carecemos atentar à essência; é necessário que derive da verdade.

Pois, os homens costumam se agradar de coisas bem ruins; abomináveis ante O Eterno. “... Vós sois os que justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece vossos corações, porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.” Luc 16;15

Havendo conflito de interesses entre Deus e os homens, qual deve ser a prioridade? “... Julgai vós se é justo, diante de Deus, ouvir antes a vós que a Deus;” Atos 4;19 A resposta parece óbvia.

Então, embora, tanto quanto possível devamos ser polidos, educados em nosso trato, isso não deve ter um peso tal, que sacrifique a verdade. Antes de sermos agradáveis aos homens, carecemos ser aceitáveis perante O Santo.

“Temperada com sal...” O sal era elemento de conservação de carnes e outros alimentos; tanto que, não podia faltar nos sacrifícios oferecidos Ao Eterno, “Todas as tuas ofertas dos teus alimentos temperarás com sal; não deixarás faltar à tua oferta de alimentos o sal da Aliança do teu Deus; em todas tuas ofertas oferecerás sal.” Lev 2;13

Semelhantemente, no “Sacrifício Perfeito da Nova Aliança” a “Aspersão do Sangue de Cristo” como figurou Pedro, o elemento conservador da sã doutrina não pode estar ausente. Como sal, em pequena porção pode conservar e temperar outra bem maior que ele, também, um santo que viva em comunhão com Cristo, pode e deve, pelo testemunho, inquietar uma porção de pessoas, as que observam seu modo de vida regenerado, após novo nascimento.

Quando disse dos Seus: “Vós sois o sal da Terra...” O Senhor prescreveu que eles fizessem diferença por onde passassem. Num mundo de tantas mentiras e valores invertidos, a verdade que agrada a Deus, é o sal que tempera os homens.

“Para que saibais como convém responder a cada um.” O Senhor lida com indivíduos, não com massa; “... cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14;12 assim, cada situação é única; nem sempre, a resposta devida a um é a mesma para outro. Aos fracos que O buscavam, O Senhor perdoava e recomendava: “Vá e não peques mais.” Aos hipócritas, chamava-os pelo nome.

Alguns, nem devem ser alvo de insistência nossa. “Ao homem herege, depois de uma e outra admoestação, evita-o, sabendo que esse tal está pervertido, e peca, estando já em si mesmo condenado.” Tt 3;10 e 11

Outros, a maioria, é tão carnal, tão refém de meninices, que não suportam nada que não sejam “curtidas” ou coraçõezinhos nas coisas que partilham.

Ontem comentei uma postagem ambígua, que era verdadeira, mas, mal interpretada daria margem ao esconderijo de gente avessa a correção, (o texto era sobre não atirar pedras) Em poucos minutos o sujeito que postou, invés de considerar o teor do comentário, que não tinha nenhuma agressão, apenas uma ressalva, me deu uma pedrada irônica no meio da testa.

Não tentei desenhar, como fiz outras vezes; não sei se é herege, carnal, menino ou o quê; apenas excluí; pois, não tenho coraçõezinhos para colar onde deve estar apenas a verdade.

Triste retrato de uma geração melindrosa, que quer apenas engano; um feixe mínimo de luz já basta para gerarmos um adversário, onde nada de animoso criamos.

Tantas figurinhas para louvar, aplaudir, mostrar espanto, e eu com minha mania de colocar sal, bem feito!

Uma ovelha tem de marcante a maciez da pele; como pode ser assim, intocável, qual porco espinho? Paulo ensina: “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.” I Cor 13;11

Minha culpa, olhei para seu tempo de vida, e vi uma estatura ainda ausente; “Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar os primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de leite, não, de sólido mantimento.” Heb 5;12