domingo, 11 de fevereiro de 2018

Nobreza, virtude

“Como a abelha trabalha na escuridão, o pensamento trabalha no silêncio e a virtude no segredo.” Mark Twain

Na Grécia antiga quando uma árvore genealógica nobre era postulada, quando alguém se dizia descendente de um herói qualquer, invés de segredo, queria notoriedade, tal, era testado em combates, nos quesitos, valentia, força, habilidade, e nobreza de espírito. Tendo que demonstrar assim, mediante as provas, que era digno do nome que invocava.

Areté é a palavra grega para virtude. Se alguém se dizia um "aristoi", ou virtuoso, tal, era provado nas competições organizadas para esse fim, as "Aristéias". Uma vez vencedor, o postulante era considerado digno e desfrutava de todas as honras.

Posto isso, olhando para o contexto do cristianismo atual, algumas reflexões parecem oportunas: Seriam eles, os gregos, mais prudentes que Deus??? É que tantos se dizem da família de Cristo, herdeiros de suas virtudes, vivendo vidas ordinárias, sem sabor.

E olha que o campeão celeste foi inigualável quando lutou por nós! Valente, venceu o Diabo; forte, derrotou a morte; hábil, desmascarou toda hipocrisia que o cercava; em nobreza de Espírito, insuperável, uma vez que orou pelo perdão até de seus algozes.

Invocar, pois, tal nome, sem exibir nenhuma de suas qualidades, parece descabido e impróprio. Será que basta usarmos o nome de nosso herói, indiscriminadamente e todas as portas se abrirão como tanto se ensina? Ou terá o Eterno uma "Aristéia" onde prova aos seus pra ver se são verdadeiros, antes de aprová-los?

Na verdade os valentes do Senhor são testados à exaustão, nos domínios do Espírito; "Vê, eu te purifiquei, mas, não como a prata; provei-te na fornalha da aflição." (Isa 48; 10)

Nada mais infantil e pueril, que ouvir um bobo alegre jactando-se que depois da conversão os problemas acabaram. Sequer se converteu de fato, senão, a oposição já o teria visitado.

O nome de Jesus, no qual o Salvador ordenou que orássemos é bem mais que cinco letras; antes, uma identidade de caráter e ações, como ensina Paulo: "... qualquer que profere o nome do Senhor aparte-se da injustiça." (II Tim 2; 19) Certos "exorcistas" usaram apenas o Nome e levaram uma surra do Diabo; Ver (Atos 19; 13 a 16)

Todavia, o que vemos hoje, é uma geração de frouxos espirituais, que à mínima prova, antes de mostrarem valentia, gritam, esbravejam; determinam, ordenam, não aceitam... Valentia nas provas, diferente dessa histeria toda, seria dizer como Jó: "ainda que me mate, nele esperarei."(Jó 13; 15) Esses, sequer atentam para o conselho de Pedro que diz: "Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós para vos tentar, como se, coisa estranha vos acontecesse. Mas, alegrai-vos no fato de serdes participantes da aflição de Cristo?" (I Ped 4; 12 e 13)

A ideia de participarmos da vitória de Cristo nos apraz, não de suas aflições; contudo, o ensino da Escritura é este. Cristo vivendo em nós, não é algo que necessitamos gritar, fala por si mesmo, como o Senhor ensinou: "Não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte." (Mat 5; 14)

O que temos tristemente é um excesso de rótulos e carência de produto; muitos copos, pouco vinho; muito testemunho de palavras que o viver desmente. Talvez, hoje o Senhor diria como Einstein: "Não sei por que todos me adoram, se ninguém entende minhas idéias." No caso, ninguém me obedece. O pacifista Mahatma Gandhi redarguia a certos cristãos sem testemunho com uma ironia que dá o que pensar; pois, dizia: "Aceito vosso Cristo, mas recuso vosso cristianismo."

O pior, está cheio de "obreiros" para estimular tal cristianismo. Não é nosso intento cooptar ninguém; apenas, estimular reflexões sérias. Afinal, a Palavra de Deus não é um guia motivacional de auto-ajuda para ímpios conquistarem bens, como viça por aí; porém, um testamento de amor e justiça, no qual, os ímpios contumazes estão deserdados.

Quem sabe, menos promessas fáceis, das quais o homem natural tanto gosta, e um alerta sério quanto ao que deveras é a obra de Deus. Aqueles que abraçarem a fé, pois, que abram mão de seu pretenso direito de gerir suas próprias vidas, sabendo que as tais, pertencem ao Senhor.

E a nova natureza trará, necessariamente, novos hábitos, novos valores; esses vividos ensejarão um testemunho que fala por si e desperta certa aversão do mundo ímpio. Mais escárnios que reconhecimento. Mas, como diz um adágio, Mais vale merecer honra e não ter, que ter e não a merecer.

E não carecerão os tais, de muito barulho sobre sua profissão de fé, seu novo modo de vida professará. Ademais, "É inútil se vangloriar de qualquer coisa até que ela esteja realizada, nem depois, pois ela fala por si mesma." (J. G. Whittier)

sábado, 10 de fevereiro de 2018

Cristo é para os fracos

“Se, vires o jumento daquele que te odeia caído debaixo da sua carga deixarás de ajudá-lo? Certamente o ajudarás a levantar.” Êx 23;5

Os que fazem distinção superficial entre Lei e Graça normalmente têm aquela como época do rigor; essa, do favor. Em certo sentido é; dado que, ambas as situações vieram para propósitos distintos. A Lei para patentear a pecaminosidade humana; a Graça, para realçar O Amor Divino. Na linguagem de Paulo, a Lei serviu de “aio para nos conduzir a Cristo.”

O contexto do Velho Testamento era, sobretudo, do estabelecimento do povo escolhido na Terra Prometida, a peleja mortal com os inimigos era mal necessário; como, mediante o mesmo povo nos viriam as Escrituras Sagradas, a punição exemplar dos rebeldes também foi uma necessidade, para se evitar uma “jurisprudência” leniente com pecados.

Entretanto, digitais do amor Divino estão por toda a parte, mesmo naquele tempo; ensinos como “Ama teu próximo como a ti mesmo” já estavam lá. “Não procurem vingança, nem guardem rancor contra alguém do seu povo, mas, ame cada um o seu próximo como a si mesmo. Eu sou o Senhor.” Lev 19;18 Naquele caso, porém, o “próximo” era “do seu povo”; agora, como mostrou a história do Bom Samaritano é quem se aproxima.

Assim, o texto inicial onde se requer que socorramos a um animal de quem nos odeia, se alinha perfeitamente aos ensinos do Novo Testamento. “Amai vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos maltratam e perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus;” Mat 5;44 “Portanto, se teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas, vence o mal com o bem.” Rom 12;20 e 21 etc.

Se, nos dias idos, em suas peculiaridades, eventualmente, era necessário vencer o mal com a força, após o Calvário, estamos “do outro lado da força”; “Por isso, por amor de Cristo, regozijo-me nas fraquezas, nos insultos, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias. Pois, quando sou fraco é que sou forte.” II Cor 12;10

Aquele que, depois do advento da Luz do Sol da Justiça, ainda é refém do ódio é como o jumento que carece ser levantado; nenhuma ajuda será mais eloquente que nosso exemplo, cuidado desinteressado.

Circula nas redes sociais, certa fanfarrice que determinadas coisas são para os fracos; os ferozes mesmo fazem de modo muito mais “hard”, rudimentar. Como tirada de bom humor é válida.

Agora, cotejando a força humana, estritamente, viver em Cristo é para os fracos; pois, os que presumem bastantes, suas riquezas, ou, forças, poderão descobrir tardiamente que tais, não valem nada. “Aqueles que confiam na sua fazenda, se gloriam na multidão das suas riquezas, nenhum deles de modo algum pode remir seu irmão, ou, dar a Deus o resgate dele...” Sal 49;6 e 7 “Melhor é sabedoria do que a força... As palavras dos sábios devem em silêncio ser ouvidas, mais do que o clamor do que domina entre os tolos. Melhor é a sabedoria do que armas de guerra, porém, um só pecador destrói muitos bens.” Ecl 9;16 a 18

É preciso muita força para sermos totalmente fracos. O orgulho derivado da queda trouxe pretensa autonomia aos pecadores; “vós sabereis o bem e o mal”, e “sabendo” dessa forma, tendemos a absolutizar as inclinações egoístas como nosso bem, malgrado, os danos que façam a terceiros.

Paulo pôs em relevo essa impotência de obedecer para o homem natural; “a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, pode ser.” Rom 8;7

Por isso, o indispensável para salvação é o “Novo Nascimento” que, regenera ao homem interior, espiritual; o coloca no comando, para que esse atinja a “fraqueza” necessária à crucificação do Eu, a fim de que, Cristo, O Salvador, viva em si.

A bem da verdade trata-se de uma força sobrenatural, que, no apreço desse mundo acostumado a dor corda ao relógio dos instintos, não passa de covardia, castração do ser, negação da vida.

Entretanto, ninguém censura a um semeador que “Perde” uma saca de sementes para ceifar cinquenta vezes mais. “Quem tentar conservar a sua vida a perderá; quem perder a sua vida a preservará.” Luc 17;33

Em suma, éramos como o jumento caído aquele, que, alguém, ainda que inimigo, Deus, inclinou-se para levantar. Não seria essa prova de amor um bastante incentivo para que reconciliemos com Ele? Ele está disposto sempre a vencer o mal (pecado) com o bem; (perdão) Mas, deseja vencer juntamente conosco; para isso carece nos convencer.

domingo, 4 de fevereiro de 2018

Tá tudo dominado

Se bem fizeres, não é certo que serás aceito? Senão, o pecado jaz à porta; sobre ti será o seu desejo, mas, sobre ele deves dominar.” Gên 4;7

A ideia do domínio sobre algo sempre pareceu fascinante aos olhos humanos. Muitas guerras, tramoias, ardis, assassinatos, mentiras houve em busca dessa poção mágica sedutora, chamada, poder.

Num primeiro momento O Criador legou ao homem o domínio sobre a criação; “...dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo o animal que se move sobre a terra.” Gên 1;28
Depois, como punição pela iniciativa autônoma que decidira comer do fruto proibido, e inda induzira seu marido ao mesmo erro, a mulher foi posta em submissão pelo Eterno; “... teu desejo será para teu marido, ele te dominará.” Cap 3;16

Adiante, quando encontramos Caim sorumbático pelo fato do sacrifício de Abel ter sido aceito, e o seu, não, vendo a inveja estampada no rosto dele, O Senhor desafiou-o a dominar o pecado. Eis um poder sem nenhum atrativo para a caída espécie humana! Como o pecado traz consigo o enganoso verniz do prazer, as pessoas sentem-se atraídas pelo seu brilho; se fazem servas, invés de querer dominá-lo.

Embora, no reino das palavras até ostentem coroas de livres é a própria servidão que cega-os incapacitando de ver corretamente como as coisas são. Pois, não são nossas palavras as aferidoras, mas, nossa submissão que determina nosso senhor: “Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis; ou, do pecado para morte, ou, da obediência para justiça?” Rom 6;16

Dominar sobre outros, embora pareça muito mais fácil, não é algo que um homem sábio buscaria; “Tudo isto vi quando apliquei meu coração a toda obra que se faz debaixo do sol; tempo há em que um homem tem domínio sobre outro, para desgraça sua.” Ecl 8;9

Dominar sobre o pecado, embora soe como uma pessoa fora, no fundo, é o bom e velho domínio próprio.

Nesse caso, não nos cumpre mandar, antes, submeter-se Àquele que venceu; Jesus Cristo; a Ele e Sua Doutrina. “Mas. graças a Deus que, tendo sido servos do pecado, obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes entregues. Libertos do pecado, fostes feitos servos da justiça.” Rom 6;17 e 18

Sem Ele, Cristo, mesmo que tivesse alguém a intenção correta de atuar segundo a consciência, faltariam forças para isso, como disse o mesmo Paulo: “Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas, eu sou carnal, vendido sob o pecado. Porque o que faço não aprovo; o que quero isso não faço, mas, o que aborreço faço.” Rom 7;14 e 15

Em Cristo, fortalecidos pelo Dom do Espírito Santo podemos pegar a sóbria espada das consequências e fazer picadinho das falácias do prazer que mascaram a morte.

Pois, a incumbência primeira dada a Caim, “domina sobre o pecado” não foi cumprida por ele, nem, por outro humano qualquer, exceto, Um: “Ao qual Deus ressuscitou, soltas as ânsias da morte, pois, não era possível que fosse retido por ela;” Atos 2;24 “Porque o salário do pecado é a morte...” Rom 6;23 O Vencedor avisou: “... No mundo tereis aflições, mas, tende bom ânimo; Eu Venci o mundo.” Jo 16;33

Assim, a Graça Divina alternou uma situação insolúvel, de termos um monstro à porta ao qual deveríamos vencer sem poder, para outra onde encontrarmos batendo às portas dos nossos corações, O Herói Eterno, que venceu por nós e nos lega os louros da Sua Vitória, se, O recebermos e seguirmos submissos.

“Da morte ninguém escapa;” se diz alhures; tem sentido. No entanto, abrindo a porta para Cristo o domínio dessa fajuta que tanto assusta capitula ao Senhorio do Príncipe da Vida. “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas, passou da morte para a vida.” Jo 5;24

O que os ímpios chamam de “curtir a vida” a rigor é uma roupagem mais aceitável com a qual revestem o medo da morte, coisa que não mais assusta quem recebeu Ao Salvador. “Visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo; e livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda vida sujeitos à servidão.” Heb 1;14 e 15

A escolha é simples; abrimo-nos a Cristo que perdoa e capacita a vencer o pecado, ou, demos asas a ele, que, enfeitando o voo inicial com prazer, nos fará pousar no penhasco da eterna perdição.

sábado, 3 de fevereiro de 2018

O Pão; os chocolates

“Desejei muito comer convosco esta páscoa, antes que padeça... Tomando o pão, havendo dado graças, partiu-o e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isto em memória de mim.” Luc 22;15 e 19

Sabemos que o “cardápio” da Páscoa era basicamente um cordeiro assado, e, ervas amargas. As demais coisas eram assessórios. Não há um texto sequer que permita inferir que aquela, a última Páscoa, tenha sido celebrada diferente.

O ritual tinha duplo sentido: um memorial ao livramento Divino do povo hebreu, então, escravo dos egípcios, e, um tipo profético apontando para O Cordeiro de Deus, cuja vinda obraria livramento maior.

Tanto que, apesar da presença dos elementos aqueles, o simbólico cordeiro, e, as eloquentes ervas amargas, foi para dois elementos novos que O Salvador apontou. Pão e vinho.

Sendo o cordeiro imolado uma figura do Salvador, não deveria ter Ele, tomado o mesmo, fracionado e dito: “Isto é o meu corpo que é partido por vós”? Sim, se pretendesse com ele um elo maior que, mero tipo; contudo, não era o caso. Aquele, como vimos, serviu como ritual para libertação terrena do povo escolhido; O Ministério do Messias tem uma abrangência infinitamente maior. “Disse-lhes Jesus: Na verdade, na verdade vos digo: Moisés não vos deu o pão do céu; mas, meu Pai vos dá o verdadeiro Pão do Céu. Porque o Pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo.” Jo 6;32 e 33

Se, o cordeiro pascal fora símbolo de libertação temporal e estrita, dos judeus, agora, O Pão dos Céus desce para dar vida ao mundo. Deixa de ser mero cuidado nacional com o povo eleito; passa a um chamado universal pra todos os povos.

Assim, a páscoa, malgrado seu simbolismo vital para os hebreus, nenhum sentido tem para nós, sequer, existe deveras. Somos filhos de uma Aliança Nova, figurada por elementos novos, pão e vinho, tipos do Corpo e do Sangue dados em nosso lugar. Não é de estranhar, pois, que a “páscoa” celebrada por aí seja um vazio, encher-se chocolate; e seus símbolos sejam ovo e coelho.

O símbolo escolhido para os Seus pelo próprio Salvador foi a ovelha, dado que, Ele é O Bom Pastor. “Em verdade, em verdade vos digo que eu sou a porta das ovelhas. Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores; mas, as ovelhas não os ouviram. Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á; entrará, sairá e achará pastagens.” Jo 10;7 a 9

Sem essa que o ovo é símbolo da vida, muitos goram, ou, acabam fritos; nem que o coelho é o primeiro animal a sair da toca pós inverno. Tudo espúrio, extra-bíblico, pagão.

O ritual esperado pelo Senhor como memorial ao Seu Feito foi por Ele mesmo prescrito, não pelos contos da carochinha de alhures. “Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; tendo dado graças partiu e disse: Tomai, comei; isto é meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim.” I Cor 11;23 a 25

Isso, do ponto-de-vista dos símbolos, pois, dos convertidos se espera muito mais que meros rituais. Paulo desafia aos batizados em Cristo ao novo proceder; “...fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim, andemos também em novidade de vida.” Rom 6;4 Escrevendo aos Coríntios disse que a novidade esperada se verificaria em todos os aspectos de nossas vidas, pois, “se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5;17

Entretanto, o elo com o mundo de muitos ditos cristãos é tão robusto que acham careta um escrito como esse, malgrado, bíblico; “legal” a “Páscoa”, mesmo que ímpia, espúria, pagã.

Se, as ervas amargas da Antiga Aliança tipificavam agruras do cativeiro dos hebreus, a doçura embriagante dos chocolates tipifica o quê? Cristo advertiu aos Seus: “No mundo tereis aflições” amarguras. O que é doce como chocolate é pecar, porém, é mortal. Portanto, no prisma espiritual a dita guloseima não vale nada.

A imbecilização massificante leva tudo de roldão; porém, os cristãos são membros do Corpo de Cristo, não porções fermentadas da massa do mundo. Quem, por comodismo, conveniência se recusa a andar na contramão, mesmo se dizendo no caminho estreito, a única coisa estreita que domina é a própria visão.

domingo, 28 de janeiro de 2018

Comunistas Cristãos???

“Não seguirás a multidão para fazeres o mal; nem numa demanda falarás, tomando parte com a maioria para torcer o direito. Nem, ao pobre favorecerás na sua demanda.” Ex 23;2 e 3

Parece que arroubos “democráticos” a gritaria das multidões, tampouco, “pecados sociais” tão abominados pelo comunismo, como, se, ser rico fosse defeito, ou, pobre, virtude, nenhum, digo, recebe mais consideração do Eterno que a promoção da justiça.

Isso de se organizarem em “movimentos populares” e invadir propriedades podemos dourar a pílula com nomes bonitos que desejarmos; ante Ele não passa de formação de quadrilha, roubo.

Deparei com um texto de alguém se dizendo teólogo católico; discursos de praxe da preferência pelos pobres, correção das distorções sociais, convocando as CEBs de Londrina e região para um evento; nas entrelinhas acoroçoando práticas como as do MST; usando O Nome do Eterno, como se isso tivesse Seu aval.

Claro que é legítimo que cada um acredite no que quiser, até mesmo, não acredite em nada. Entretanto, é estúpido por parte de uns, desonesto, de outros, quando, as crenças envolvem contradições, inverdades, antagonismos. Alguém se dizer evolucionista e acreditar em Deus ao mesmo tempo. Coisas excludentes; uma é a antítese da outra. Torcer para Grêmio e Inter num Grenal.

Sinceramente não consigo entender alguém que se diz cristão e esquerdista, quando é público que a esquerda defende ideologia de gênero, casamento gay, aborto, descriminação das drogas, ateísmo... Invariavelmente seus regimes descambam para o totalitarismo, como na Bolívia recentemente com a criminalização da fé tencionada pelo pilantra do Evo Morales.

A maioria dos alegados programas sociais deles tem fins demagogos, populistas e eleitoreiros; não passam de má gestão da coisa pública uma vez que são feitos sem critério, permitindo milhares de fraudes como se verificou no “Bolsa Família”.

Entretanto, admitamos a título de argumento que tais programas fossem coroados de mérito, no fito da dita “inclusão social”; ainda assim, rejeitaria, como cristão, a metástase social esquerdista, pois, seus defeitos no prisma moral e espiritual, supra-alistados, em muito superariam os méritos.

Para um cristão vero, bens materiais são “as demais coisas” não, prioritárias; pelo menos penso ter lido isso atribuído a Jesus Cristo: “Buscai em primeiro lugar O Reino de Deus e a Sua Justiça; as demais coisas vos serão acrescentadas.”

Isso sem falar que o comunismo por onde passou deixou perto de 100 milhões de mortos, na extinta União Soviética, China, todo leste europeu; também, republiquetas latinas, como Cuba e atualmente, Venezuela como se viu na morte de Oscar Peres e seus amigos que mesmo intentando se render, foram assassinados. Se dizem democratas como engodo para incautos que doutrinam, mas, têm vera ojeriza à alternância de poder, tanto que, perder o mandato por crime fiscal como se deu com Dilma, para eles é Golpe.

Não significa que os que não são de esquerda estão com Deus. Apenas, que seu aspecto democrático e liberal que premia a cada um segundo o mérito, e respeita direitos básicos como liberdade e propriedade, não conflita com os preceitos do Eterno; assim, um liberal que se converter ao Evangelho não carece abraçar contradições.

Quando o Mestre disse: “Bem aventurados os pobres de espírito” não precisamos um expert em hermenêutica ou, exegese bíblica para entender que nada tem a ver com a condição social, mas, espiritual; “pobres de espírito”; Zaqueu, Nicodemos, Jairo, Cornélio, José de Arimateia, o Ministro da Fazenda da Etiópia, etc, eram homens de posses; entretanto, pobres de espírito o suficiente para admitir a necessidade do Salvador.

Portanto, é falaciosa a versão dos padres comunistas da “Teologia da Libertação” que a intenção do Evangelho de Cristo seja a correção das disparidades sociais.

Os ministros idôneos são Embaixadores do Reino dos Céus, mensageiros de transformação interior, reconciliação espiritual não, comunistas ensinando roubar de uns e dar a outros. “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; pôs em nós a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus.” II Cor 5;19 e 20

Portanto, se alguém se presume cristão, todavia, tem se engajado nisso como se fosse parte da Obra de Deus precisa urgente repensar; pois, foi enganado por gente pilantra, sem escrúpulos, manipuladora.

A igualdade em voga tencionada por Deus é que todos ouçam O Evangelho e reajam a ele. Nada valem as ditas lutas de classe, pois, O Criador trata com o indivíduo. A mudança da conversão até tem reflexos sociais, mas, sobretudo, muda o indivíduo salvo, pois, “Se alguém está em Cristo nova criatura é; as coisas velhas passaram e tudo se fez novo.” II Cor 5;17

sábado, 27 de janeiro de 2018

Liberdade de Expressão

“Simeão os abençoou, e disse a Maria, sua mãe: Eis que este é posto para queda e elevação de muitos em Israel; para sinal que é contraditado (uma espada traspassará também a tua própria alma); para que se manifestem os pensamentos de muitos corações.” Luc 2;34 e 35

A espada que traspassaria a alma de Maria referia-se à dor que sentiria vendo o escândalo do Calvário. Dele, O Inocente traído uma lança traspassou o corpo, cravos, às mãos e pés. Isso tudo, porque O Eterno resolvera levar nossa liberdade de expressão às últimas consequências. “Para que se manifestem os pensamentos de muitos corações.”

Embora, muitos tenham os pensamentos como coisas tênues, inócuas, inofensivas, até, são eles os patrocinadores das ações. É sobre a prancheta dos pensares que projetamos o edifício das atitudes.

Enquanto não houver uma mudança radical aí, por melhores que soem nossas ações, não serão mais que um verniz hipócrita edulcorando más inclinações, como se, decorar o “sript” da virtude, e, interpretá-lo bastasse para verter um devasso num santo.

Nossos pensamentos naturais tendem ao pecado, dado seu vício de origem, a carne. “A inclinação da carne é morte; mas, a inclinação do Espírito, vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois, não é sujeita à lei de Deus, nem, pode ser.” Rm 8;6 e 7

Não se trata, como vimos, de vontade, mas, impotência para obedecer; “não é sujeita... nem pode ser”. No mesmo contexto Paulo aludira à impotência servil de uma vontade até boa, mas, escrava do mal; “segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas, vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento; prende-me debaixo da lei do pecado que está nos meus membros. Miserável homem sou!...” Cap 7;22 a 24

Sendo esse o óbice inicial, falta de poder para agirmos segundo a consciência, o homem interior, essa é a primeira dádiva que O Pai lega aos que recebem Cristo. “a todos quantos o receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, da vontade da carne, nem, do homem, mas, de Deus.” Jo 1;12 e 13

Se, recebendo Cristo, agora posso agir como filho de Deus, obedecer à Sua vontade, careço conhecê-la. Para isso preciso crucificar pela fé a antiga autonomia do, “vós mesmo sabereis o bem e o mal;” sugestão de Satã, para refazer meus pensamentos segundo a Mente de Cristo, não, as carnais inclinações de sempre.

Isaías foi mui didático sobre isso: “Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno seus pensamentos e se converta ao Senhor que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. Porque meus pensamentos não são os vossos; nem, vossos caminhos os meus, diz o Senhor. Porque assim como os céus são mais altos que a terra, são meus caminhos mais altos do que os vossos; e, meus pensamentos mais altos do que os vossos.” Cap 55;7 a 9

Seria até engraçado se, não fosse fatal, trágico, que certos “teólogos liberais” queiram “flexibilizar” à Palavra de Deus alterando pontos que julgam polêmicos, dada, a “moralidade politicamente correta” atual.

Conversão demanda renunciar meu modo de pensar para adotar o Divino. Senão, que diferença faz? Para que serve eventual status de cristão sem Cristo? Um pecador ímpio é só um perdido alienado do Pai; um pecador ímpio, mas, religioso, imiscuído, segue sendo alienado do Eterno, porém, com a agravante de ser profano. Acrescenta mais pecado aos seus muitos de antes.

Seu engajamento, pois, não deriva de uma tentativa de se amoldar às demandas santas; antes, serve ao inimigo, tentando atrair para baixo os que, pela Palavra estavam aprendendo a buscar as coisas de cima.

Os veros servos de Deus são transformados paulatinamente por Sua Doutrina; os que atentam contra a integridade, atualidade e fidelidade da mesma, por loquazes, modernos, atraentes que pareçam, escondem lobos sob seus lustrosos velos.

Claro que nossa mudança de mente é um processo longo e doloroso. Muitas vezes as antigas manias ainda nos incitam contra os ensinos do Santo; tropeçamos na ambigüidade de pensar correto e atuar de modo ímprobo. Mas, O Santo acende uma luz em nossas consciências sempre que isso acontece, chama ao arrependimento acenando com Seu perdão. Não precisamos permanecer prostrados se aceitarmos Sua Mão que nos levanta outra vez.

Enquanto o mundo, os políticos sobretudo, abusam da “liberdade de expressão” para serem desonestos, boçais, ridículos, desrespeitosos com pares e outros poderes, façamos uso da nossa para expressarmos, mormente em nosso agir, a Luz de Cristo; fazendo manifesto o que Ele, malgrado nossos muitos pecados, implantou em nossos corações.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Vendo Estrelas

“Quando você aponta uma estrela para um imbecil ele olha para a ponta do seu dedo”. Mao Tsé Tung

Embora as “estrelas” no céu vermelho do pensador asiático devessem sua luz ao sonho comunista assassino que ele implantou matando inocentes, abstraído o contexto, a frase em si é sábia.

Antagoniza dois tipos; o sonhador que consegue tocar o devir ainda intacto, e o imediatista, “aquele cujo Deus é o ventre”, em linguagem bíblica.

Jostein Garden autor de “O Mundo de Sofia” diferenciou assim; o simples que se ocupa das ninharias diárias como o preço da batata e do tomate; o de mente filosófica, que, não satisfeito com sua compreensão imperfeita do truque que criou o Universo, desvia seus olhos do “coelho” e tenta olhar nos olhos do “Grande Mago”. Além do fenômeno latente ousa tentar entender os Divinos motivos.

Aos primeiros basta o suprimento dos instintos animais; os outros têm fome de saber, entender o mundo, Seu Autor, e, se possível, relacionar-se com Ele de alguma forma.

Infelizmente esse tipo é raro; a maioria das pessoas é amoral egoísta, imediatista. Pouco se importa com valores, implicações remotas de suas escolhas, desde que, sua mesa e seu “findi” estejam plenos, no mais é “só alegria”.

Amoralidade não é imoralidade, embora, tenha seu parentesco; amoral é ausência de um vetor moral; imoral é o que contraria a moral estabelecida. Então, ao amoral, se a coisa o beneficia de modo imediato, pouco ou nada valem as consequências remotas, valores arranhados, etc. Se me beneficia – pensa – então é bom, danem-se as consequências!

Suas “investigações” filosóficas consistem em alguns compartilhamentos de ideias alheias; não que não sejam capazes de ter as próprias, mas, quiçá, partilhem da ojeriza ao trabalho pesado, como disse Henry Ford: “Pensar é o trabalho mais pesado que há; essa é a razão, talvez, para que, tão poucos se apliquem a isso.” Além do quê, o pensamento costuma excursionar mui distante, e, os prazeres sensuais pulsam tão perto.

Desse modo, voltando ao início, não adianta apontar “estrelas” para gente de olhares míopes, que, não consegue cogitar além dos suprimentos básicos instintivos.

Essa doença psíquica é o filão dos demagogos populistas que desde sempre manipulam ao gado imbecil com “pão e circo” como diziam os romanos.

Aí, ignoram pela conveniência atual o segundo estágio do Estado Paternal “socialista”; num primeiro momento, o da implantação, o “Pai” se faz provedor aos desvalidos, com financiamentos fáceis, fundo perdido, incentivo disso, daquilo, bolsa tico, fundo teco; o gado pasta gordo e feliz; “protegido”.

As consequências de patrocinar a vadiagem e desestimular quem gera riquezas não demoram tanto a surgir; então, o desemprego, e o arrefecimento do crescimento econômico começam ensejar protestos, como na Bolívia e na Venezuela; ( em escala menor no Brasil ) o povo passando fome começa tomar as ruas; o “Pai Estado” que esbanjou o que não devia para parecer bonzinho usa agora sua autoridade para restringir as liberdades dos filhos tolhendo direitos elementares, pois, já não há pão, e o circo a ninguém atrai se estiver com fome.

Eis a “Estrela” de Mao Tsé Tung revelando-se um imenso buraco negro! Aristóteles dissera: “A pior forma de desigualdade é considerar iguais aos que são diferentes.” Assim esse “igualitarismo” social à força acaba socializando a miséria, comunizando as privações, no fim, privação liberdade, até.

Ora, somos iguais na dignidade humana, nos direitos elementares, mas, socialmente funcionamos diversos. Uns são empreendedores, sonhadores, geradores de riquezas para si e oportunidades de trabalho para terceiros; outros são trabalhadores acomodados ao suprimento de suas carências de sobrevivência apenas. Tais, tão diferentes completam-se. Um precisa do outro.

Então invés de deixar cada um ser segundo sua índole, fomentar lutas de classes obra dois danos concomitantes entre as pessoas; força uns a ser o que não querem, e poda outros de voarem com as asas que trouxeram ao nascer. Como dizia Spurgeon, “Uma coisa boa não é boa fora do seu lugar.”

Então, aos meus olhos o tão odiado capitalismo faz mais bem aos pobres, gerando trabalho e garantindo a liberdade, que o cantado em prosa e verso, comunismo; coisa que a história confirma.

Alguém já viu um líder comunista pobre? Se, o capitalismo é o demônio como dizem, por que todos eles se apressam mediante roubo, corrupção, a viver no “inferno”?

Seus idiotizados foram treinados para ver estrelas na ponta dos dedos dos seus donos; cegos de fúria como os touros de Madri, nada conseguem ver, exceto, o pano vermelho que esconde quem se diverte às suas custas.

“Para a política o homem é um meio; para a moral é um fim. A revolução do futuro será o triunfo da moral sobre a política.” Ernest Renan