quinta-feira, 18 de maio de 2017

Temer com a boca na botija

“Estas coisas tens feito, eu me calei; pensavas que eu era como tu, mas, te arguirei, as porei por ordem diante dos teus olhos.” Sal 50;21

O Senhor advertindo ao ímpio que seu tempo de ser julgado chegara; a forma de fazê-lo seria tornando públicas as sujas ações daquele. Isso lembra o que acontece em nosso país, atualmente. Não há novidade na delação que incrimina Temer, ninguém está surpreso pelo fato de ele também estar dormindo em maus lençóis. O fato novo, dessa vez, é que o delator trouxe uma prova cabal, gravando a comprometedora conversa.

Antes, outros delatores disseram do conhecimento e cumplicidade de Lula e Dilma com caixa dois, e toda sorte de corrupção, empréstimos indevidos aos países “companheiros” ao arrepio da Lei, sem aprovação do Congresso, como deveria ser, etc.

Causa asco essa “coerência” dos que diziam que delações eram viciadas, portanto, sem valor, pois, a fim de abrandar suas culpas, os delatores inventariam qualquer coisa. Eram pura invenção dos tais, ou, a culpa seria da “companheira Marisa”, Lula é inocente.
Agora não, a delação é contra Aécio e Temer, agora vale. Antes, impeachment era “golpe”, agora, um clamor por justiça. Tem alguns, inclusive, que acham que, a exposição das entranhas do Temer servem para inocentar a Lula e Dilma.

Esse tipo de eleitor “consciente” é só um cego defensor de ladrões por afinidade ideológica, que merece ser mesmo, roubado. Para certos “cidadãos”, nos tempos do Lula era bom, agora o Temer assumiu, e temos crise, desemprego. Que gente mais obscena!! Dilma era a extensão de Lula; Temer, o vice dela, eleito pelos vermelhinhos, portanto, do mesmo time.

Toda a falência administrativa, o enorme rombo nas contas públicas é fruto dos quatro mandatos do PT que pegou a casa em ordem, reservas, cenário favorável, e roubando, patrocinando toda sorte de roubos, associando-se aos corruptos que jurara combater, deu nisso, falência, desemprego, vergonha. Para mim, a cor da bandeira não faz o caráter de um homem. Ladrão é ladrão, seja do PT, PSDB, PMDB, ou, PQP. Cadeia nele, arresto dos seus bens, até indenizar ao Erário por seus furtos!

É desolador o cenário para os lados de Brasília; é tanta sujeira, tão “normal” a coisa, que quase nem conseguimos mais nos escandalizar com nada. Sequer dá tempo de analisarmos as implicações de um escândalo, e surge outro maior. Agora, o corrupto flagrado da vez garante que não renuncia, e provará no “Supremo” sua inocência, cáspita!!

Outro sem noção que acha que pode mudar fatos com saliva. Mais crise, desgoverno, desgaste inútil ao tão desgastado país. Ah, tive que destacar o Tribunal entre aspas, pois tem se tornado Supremo defensor de bandidos e ladrões, não, das leis, como deveria.

Ora, nossos poderes, eleitos para bem gerirem os rumos da nação, ou, o judiciário que deveria ser baluarte da justiça, se tornaram autofágicos, desviaram-se de suas funções servidoras, para perderem-se indefinidamente em comissões disso ou daquilo, CPIs e negociatas várias, cujo fito é a própria sobrevivência dos envolvidos, não, o bem dos eleitores, da nação. Se fechassem aqueles puteiros, pelo que produzem, o país nada perderia, antes, daria lucro cessando a sangria dos roubos, uma vergonha!!

Temos nas ruas grupelhos de “indignados” seletivos, que gritam “fora” aos ladrões de outros partidos, sonhando em ver dentro, os seus de estimação. Nossa crise, pois, vai muito além de financeira, ou política. É de valores morais, não em Brasília simplesmente. Lá é o reflexo de nossas casas, nossas vidas. O que se corrompe em coisas pequenas, é até mais corrupto que os grandes. Pois, uma coisa seria eu fraquejar e usurpar dez, ou, cem reais que estejam “dando sopa”; outra, sucumbir moralmente em face de milhões, o apelo, a tentação é muito maior, e seria preciso muito mais têmpera para resistir a isso. Desse modo, um “pequeno” corrupto é mais pervertido que um grande. Aliás, o mero abono ao que rouba, mas, “ajuda aos pobres” é corrupção por cumplicidade.

Algum imbecil inventou que os poderes públicos devem tirar dos ricos e dar aos pobres, e criou a tese do socialismo, mas, em lugar nenhum a coisa deu certo. Ora, de um administrador se espera que seja competente, não onerando a quem gera emprego, nem sendo promotor da “inclusão” de quem não trabalha, mas, é alinhado; isso nos faria uma Venezuela.

Por que será que esses canalhas pregam isso em seus comícios, e em suas vidas se apressam a enriquecer via roubo, se, os ricos são os culpados de todos os males? Apelando à indolência e comodismo de incautos, esses espertalhões locupletam-se às custas de um rebanho sonolento que marcam com saliva. Fora corruptos de todas as siglas!! Apodreçam na cadeia!!

Segunda chance

“Veio a palavra do Senhor segunda vez a Jonas, dizendo: Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive, e prega contra ela a mensagem que te digo.” Jonas 3;1 e 2

O Eterno estava dando segunda chance ao rebelde profeta. Uma vez que ele se arrependera em face da morte; votara obedecer, dessa vez, O Senhor ordenou: Levanta, vai, e prega a mensagem que te digo.

Primeiro tivemos a mudança de postura dele, depois, o arrependimento coletivo dos ninivitas em face à mensagem de juízo iminente; Se O Santo mudou a sentença, foi, justo, porque Ele não muda em Seu Caráter Excelso, que ama à justiça, acima de tudo. Acontece que, a segunda chance dada a Jonas, referia-se a nova oportunidade de obedecer, não à propagação nova mensagem, diversa da primeira, como se Deus tivesse facilitado as coisas para tornar a obediência, prazerosa.

Assim, é licito afirmarmos que Deus “muda” em atenção às nossas respostas à Sua Palavra, contudo, não muda jamais, na essência do Seu Ser, tampouco, adoça o que nos parece amargo, se, recusamos a beber o remédio que Ele nos prescreve.

O Salvador, falando sobre O Verdadeiro Pão do Céu, a necessidade espiritual de “Comer Sua Carne e beber Seu Sangue”, foi mal compreendido, interpretado literalmente por uma audiência relapsa, omissa, que preferiu debandar a tentar entender melhor, algo que parecera um “duro discurso”, difícil de ouvir. O que o Senhor fez? Foi atrás pedindo eu sua plateia voltasse? Não. Antes, perguntou aos doze discípulos que estavam já com o pé na porta: “Vós também não quereis ir?”

Então, tanto podemos afirmar com verdade que O Eterno É Cheio de Graça, de uma misericórdia que se renova a cada manhã, grandioso em perdoar; quanto, que não alargará um milímetro da “porta estreita” para que a mesma nos pareça mais atrativa do que é. Todos que a Ele vierem serão aceitos, os veros arrependidos, perdoados, entretanto, a todos, as condições são estritamente as mesmas, “negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me”.

Infelizmente, por alienados da Beleza de Cristo, acostumados a vibrar com aglomerações, mais que, com santidade; muitos pregadores modernos deixaram de pregar na Virtude do Espírito Santo, o genuíno Evangelho; se tornaram animadores de auditórios, verteram seus cultos em espetáculos carnais, próprios para agradar comichões de ouvidos ímpios, porém, incapazes de desafiarem os ouvintes a uma mudança de vida, como, necessariamente, a vera conversão enseja.

Não me refiro a usos e costumes, mudanças de casca que tanto incomoda certos “dermatologistas espirituais” que se preocupam com as aparências, mas, ignoram a Doutrina da Salvação em seus profundos reclames por mudança de atitudes e mentes, mais, que, encenação hipócrita.

Tem a ver, sobretudo, com sentimento de humildade, pureza de motivos, serviço; como Paulo ensinou, escrevendo à igreja de Filipos: “Nada façais por contenda ou, vanglória, mas, por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas, cada qual também para o que é dos outros. De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas, esvaziou a si mesmo...” Fp 2;3 a 7
Malgrado, O Senhor tenha ensinado que os maiores no Reino são os que servem, está ardendo, em vigorosas chamas, a fogueira das vaidades, os títulos de grandeza de certos “obreiros”, as exigências de super stars, de certos cantores góspeis sem noção, que, não fosse essa febre por espetáculo de um rebanho doente, sequer, convidados seriam, pois, espiritualmente não acrescentam nada.

Spurgeon disse certa vez, sobre pregadores: “Preocupe-se mais com as pessoas para as quais estás olhando, que, com seu jeito de olhar.” Entretanto, é uma acusação daqui, uma defesa de lá, de modo que a maioria deles prefere pelejar pela grandeza do nome na Terra, ignorando que, se perseguido inocente, como se diz, isso é honroso nos Céus, e as recompensas serão dadas por lá.

Se, obediência incondicional, num primeiro momento não parece prazerosa, depois, a comunhão com O Pai, a leveza de consciência e o Testemunho do Espírito Santo, farão também nossa, a Alegria do Senhor, que é nossa força. Escrevendo aos Romanos, e podando os zeladores da vida alheia, o que pode e o que não pode fazer, sintetizou assim: “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas, justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo. Porque quem nisto serve a Cristo agradável é a Deus e aceito aos homens.” Rom 14;17 e 18

Jonas recebeu segunda chance com a mesma Palavra; Muitos auto enganados que se presumem salvos carecem urgente, se converterem de suas “conversões...”

segunda-feira, 15 de maio de 2017

O pão, A Palavra

“Eu te conheci no deserto, na terra muito seca. Depois eles se fartaram em proporção do seu pasto; estando fartos, ensoberbeceu-se seu coração, por isso, esqueceram de mim.” Os 13;5 e 6

Não obstante, vermos as coisas mudarem várias vezes, tendemos a ser circunstanciais; isto é: Influenciados pelas coisas que nos cercam, mais, que pelas convicções internas. Acima temos O Senhor lembrando Sua fidelidade a Israel, em pleno deserto, onde Ele proveu água e pão. Porém, entrando na Terra da Promessa, encontraram fartura; fartos esqueceram de Deus.

Quantas vezes, algo assim acontece conosco. Se, estamos em momentos de privações materiais, de saúde, emocionais, etc. somos fervorosos em buscar ao Senhor, orar; mas, saciadas essas carências, tendemos ao comodismo indiferente, a infidelidade.

No fundo, se buscamos Deus quando nossas necessidades são mais intensas, não é a Ele, estritamente, que buscamos, antes, Nele, a satisfação egoísta de nossas próprias vontades. Inda que eventualmente, por Sua Graça, O Eterno supra, petições de infiéis, Seu Galardão, Sua bênção se reservam aos que buscam a Ele, não, ao que Ele dá. “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe, e, é galardoador dos que o buscam” Heb 11;6

Embora sejam palpáveis, visíveis, tanto, as fartas, quanto, de privações, circunstâncias são, como o nome sugere, coisas que nos circundam, estão ao redor de nós; Deus, de quem O ama, está dentro. Se dependesse apenas do que o cercava, o primeiro casal não teria pecado, pois, estava num jardim de delícias, fartura, mas, o inimigo achou uma brecha interna, negligência para com a Palavra de Deus; nesse lapso, a semente do orgulho lançada, deu azo ao surgimento do ego, um deus caído que separou a humanidade do Criador.

Orações que querem coisas, não, relacionamento, inda são traços do ego no comando, donde vem o termo, egoísta. Se, Deus faz concessões nesses casos, isso deriva de Sua graça geral, Seu amor pelo mundo que faz sol e chuva descerem sobre justos e injustos. Porém, anseia mais que isso; deseja regenerar filhos espirituais mediante Jesus Cristo; não, meramente, alimentar, criaturas.

Esses, que recebem a ventura de voltar ao relacionamento com Ele, são testados no deserto, nas privações, para, não cometerem o mesmo erro de nossos antepassados, menosprezar à Palavra da Vida. “Te humilhou, te deixou ter fome, te sustentou com o maná, que tu não conheceste, nem teus pais o conheceram; para te dar a entender que o homem não viverá só de pão, mas, de tudo o que sai da boca do Senhor viverá o homem.” Deut 8;3

Se, vivemos mediante A Palavra, coisas devem ocupar lugar secundário, enquanto, a Justiça do Reino deve ser prioridade, segundo ensinou O Salvador. "Buscai primeiro o reino de Deus, e sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si. Basta a cada dia seu mal.” Mat 6;33 e 34

Aliás, Ele, Jesus Cristo, “O Segundo Adão”, não esteve num paraíso como aquele, antes, lutou contra o inimigo e venceu, em pleno deserto; onde, após jejum prolongado, foi tentado a verter pedras em pães. Justo aquele trecho da Palavra foi Sua arma de defesa: “Nem só de pão viverá o homem, mas, de toda a palavra que procede da boca de Deus.”

Claro que é lícito pedirmos coisas que nos faltam; porém, seja nossa prioridade o relacionamento sadio com O Pai, pois, logrado isso, Ele, que É Fiel, com Sua Sabedoria e Bondade, cuidará de nós. Ele ensina que quem é fiel no pouco, o será igualmente, no muito. Então, carência ou fartura são coisas circunstanciais; fidelidade é ponto, o valor que deve nortear nossos passos; estejamos, com muito, ou, pouco.

A vida abundante que O Senhor prometeu tem sido convenientemente pervertida por mercenários para que o texto pareça dizer vida farta. Abundância de vida num cenário de morte espiritual, como o que O Senhor encontrou, atina à conversão, nascimento de muitas vidas; e à eternidade legada aos renascidos, abundância de dias.

Fartura e privação de bens não têm peso espiritual, em alguns casos, como vimos, carência serve para ensinar a dependermos da Palavra.

Para O Senhor, multiplicar o pão é mui fácil; contudo, a vida depende de nossa participação; espiritualmente não existe o ingrato: “Não pedi para nascer”. Precisamos desejar isso, nos arrependermos de ter errado o alvo, para que sejamos, enfim, regenerados por Cristo.

Com Deus, mesmo o deserto se faz habitável; Ele verte água da rocha, faz cair o pão do céu; sem Ele, até um faustoso jardim, é lugar de queda, do triunfo da serpente traidora.

sábado, 13 de maio de 2017

Como Zaqueu

“levantando-se Zaqueu, disse: Senhor, eis que eu dou aos pobres metade dos meus bens; se, nalguma coisa tenho defraudado alguém, restituo quadruplicado.” Luc 19;8

Antes do conteúdo dessa declaração, chama atenção a forma. O fez livremente sem nenhuma pressão, coação, nada. Constrangido pelo Amor de Cristo que o aceitava apesar de injusto, começava a mover-se em direção à justiça, correspondendo ao amor do Senhor.

Algo, de grande importância, que, legalistas, ritualistas, letristas, precisam aprender sobre conversão; acontece de dentro para fora, é Obra do Espírito Santo; decisões forçadas, repetições mecânicas extraídas para forjar adesões onde não houve arrependimento gera hipócritas; não, ovelhas.

Muitas vezes vi “conversões” baseadas em certo texto mal interpretado. “Se, com tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Visto que, com o coração se crê para justiça, e com a boca se faz confissão para salvação.” Rom 10;9 e 10 O primeiro verso parece abonar a primazia da confissão oral, porém, o segundo acena a uma justiça assentada no coração, como origem da confissão. A pessoa creu, por isso, confessou; não se torna crente se confessar para agradar.

Antevendo o Ministério do Espírito Santo O Senhor disse que Ele, vindo, convenceria do pecado, da justiça e do juízo. Ora, alguém intimamente convencido de pecado, há de ser constrangido a arrepender-se; da justiça das demandas Divinas, será desafiado a ser justo, dali em diante; convencido do juízo sobre os desobedientes, necessariamente, desejará a salvação. Nenhum pregador, por eloquente que seja, consegue isso. Os idôneos, usados por Deus, com o sem eloquência, são como o jumentinho emprestado no qual Jesus entrou em Jerusalém; meros e rústicos meios, nos quais, Jesus se move, rumo a outros pecadores que ama.

Aí, quando vejo certos “Stars” góspeis disputando grandeza, proeminência, sinto vergonha alheia, ao constatar quão pequenos são nossos “grandes”.

A igreja não foi comissionada para salvar, mas, pregar. “Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda criatura.” Onde isso estivar sendo feito, como poucas, quiçá, sem adesões, ainda assim, a Obra do Senhor estará sendo realizada. Se, em determinados casos, corações humanos são refratários ao Amor Divino, de modo que nem o Espírito Santo os pode convencer, como o faríamos, nós?

O Senhor, Onisciente, Presciente, enviou um pregador a uma “missão impossível”; pregar onde não daria frutos. “...Filho do homem, vai, entra na casa de Israel, dize-lhe minhas palavras... a casa de Israel não te quererá dar ouvidos, porque não querem dar ouvidos a mim; pois, toda a ela é de fronte obstinada, dura de coração. Mas, quando eu falar contigo, abrirei tua boca, e lhes dirás: Assim diz o Senhor Deus: Quem ouvir ouça, quem deixar de ouvir, deixe; porque eles são casa rebelde.” Ez 3;4, 7, e 27

O pregador profeta anunciou da parte do Senhor, uma série de exortações e juízos; o máximo que logrou foi bajulação hipócrita dos que exaltavam seu ministério, e ignoravam o conteúdo, a essência do mesmo. O Senhor o Iluminou: “Eles vêm a ti, como o povo costumava vir, se assentam diante de ti, como meu povo; ouvem tuas palavras, mas, não põem por obra; pois, lisonjeiam com a boca, mas, o seu coração segue sua avareza. Eis que tu és para eles como canção de amores, de quem tem voz suave, que bem tange; porque ouvem tuas palavras, mas, não as põem por obra. Mas, quando vier isto (eis que está para vir), então saberão que houve no meio deles um profeta.” Ez 33;31 a 33

Assim, vemos quão dependentes do Espírito Santo são as conversões; se um homem da envergadura de Ezequiel lançou palavras ao vento, como, frágeis pecadores como nós, faríamos melhor?

Além das carnais disputas por grandezas são deprimentes também, as tolices periféricas, rótulos evocados como méritos, quando, na maioria dos casos não passam de equívocos. Tipo: Sou pentecostal, tradicional, calvinista, arminiano, renovado, etc. Paulo, maior expoente humano da história da Igreja, falando de si mesmo, considerou-se o “principal”, dos pecadores.

Quem puder, como ele, mensurar corretamente a grandeza dos males do próprio pecado, uma vez salvo, verá dimensão suprema na Graça de Deus, não em carnais, insanas pretensões de grandeza. “Onde abundou o pecado, superabundou a graça,” dirá.

Nossa tarefa, pois, vivermos, anunciarmos o Amor do Senhor com verdade, idoneidade, e deixar que Ele, constranja injustos, como Zaqueu, a mudarem de atitudes por Si.


Claro que, para isso precisam ver Cristo em nós; Sua Luz, mais que, de nossas palavras, deve luzir por nossos atos. “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos céus.” Mat 5;16

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Coragem de saber-se fraco

“Eis que chegou um dos principais da sinagoga, por nome Jairo, e, vendo-o, prostrou-se aos seus pés, e rogava-lhe muito, dizendo: Minha filha está moribunda; rogo-te que venhas, lhe imponhas as mãos, para que sare, e viva.” Mc 5;22 e 23

A rejeição ao Salvador era ácida nos meios religiosos de então. Corriam risco de ser expulsos das sinagogas os de posição que confessassem crer Nele. Segui-lo era coisa para a gentalha, não para os de elevada posição. Entretanto, no texto acima, temos um dos principais, prostrado diante de Jesus. O que o fez romper barreiras das convenções sociais e se aproximar assim, de alguém, oficialmente, “persona non grata?”

O texto mostra que Jairo se humilhava suplicando graça, em favor de uma filha moribunda. Um bem maior, a vida estava em jogo, e isso bastou para que ele mandasse às favas a opinião da torcida, e fosse à luta pelos seus anseios mais caros.

Não que a vida em sociedade seja danosa, ruim, mas, quando invade as plagas de nossas consciências, deixa de ser convívio de indivíduos para ser abolição dos mesmos, aos ditames das conveniências comuns, massificação.

Isso vige como nunca com as lupas xeretas e sempre ciosas do “politicamente correto” tentando impor ao ímpar, o “establishment” social, em detrimento das convicções individuais de cada.

A maioria se deixa persuadir pelas pressões temendo as pechas de radical, fundamentalista, fanático, etc. Acontece que a massa, tanto no prisma intelectual, quanto, moral, espiritual, nunca foi grande coisa. “A multidão é ignorante”, diziam os gregos. Todavia, os berrantes tocam para que sigamos a ignorância, invés de deixarmos viçar a beleza ímpar que Deus implantou em cada um de nós.

Somos psiquicamente drogados e nem percebemos o que está em jogo; nossas vidas. O Chamamento do Salvador é à ruptura, mesmo expondo-se à pecha de “soldadinho-do-passo-certo” por não marchar no ritmo da galera. Disse O Senhor: “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição; muitos são os que entram por ela; porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, poucos há que a encontrem.” Mat 7;13 e 14

Bastou para Jairo, a questão ser de vida ou, morte, para que rompesse com os ditames de uma sociedade religiosa e hipócrita, como, então. Mas, só pode ver a gravidade do que estava em jogo, porque sua filha estava morrendo. Senão, O Príncipe da Vida passaria, e ele olharia de longe, apenas.

Na verdade, salva alguma variação em atenção ao tempo, bem se aplica a cada um de nós, a mensagem que Isaías, o profeta entregou ao rei Ezequias, certa vez; disse: “...Assim diz o Senhor: Põe em ordem a tua casa, porque morrerás. Is 38;1

Esse tempo que nos resta após termos certo conhecimento dos caminhos de Deus, é para que bem ordenemos nossas casas; nossas vidas, pois, a morte nos espera logo ali, onde, individualmente, não, em massa, seremos julgados. Nossas escolhas contarão, não, o aplauso da turma. “...cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14;12

Há casos, como o de enfermidades graves, em que a morte inda vem lenta dando certo tempo para arrependimento; outros tantos, em que vidas são ceifadas de repente, onde, as escolhas feitas não podem ser mais mudadas. Por isso, o apelo do Amor de Deus sempre nos é apresentado como urgente, um desafio presente, não, uma possibilidade futura, diz: “Enquanto se diz, hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais vossos corações...” Heb 3;15

Às vezes as pessoas mascaram sua obstinação de ceticismo, ignorância, quando, no fundo, é apenas opção pelo comodismo. Jairo não se prostraria ante Jesus rogando pela vida da filha, se, não soubesse que O Senhor poderia curá-la; se sabia, por que não iria após O Salvador mesmo sem essa urgência? Porque seria bem mais cômodo não se indispor com seus confrades de hipocrisia.

Assimilemos uma coisa, pois: Salvação e comodismo são excludentes. Quem ousa negar a si mesmo e tomar sua cruz, terá oposição dos familiares, da sociedade, e ódio do inimigo. Entretanto, terá um “Contraponto” Majestoso; a assessoria Bendita do Espírito Santo de Deus, que o fará passar vitorioso a tudo isso, se, tão somente obedecer à Voz Dele.

Se, é vero que Deus amou o mundo ao dar Seu Filho, também o é, que salvará uma minoria apenas; não por Sua Vontade, mas, por nossas inclinações serem mais para o pecado que para a justiça. 

A coragem de Jairo para romper com os seus derivou do medo de perder a filha; que a nossa derive do amor próprio, do temor de alienar-se eternamente, da Fonte da Vida, Jesus Cristo.

terça-feira, 9 de maio de 2017

A segunda casa

“Os utensílios que te foram dados, para serviço da casa de teu Deus, restitui-os perante o Deus de Jerusalém.” Esd 7;19

Artaxerxes estava soltando os judeus cativos, comissionando Esdras para a reconstrução do templo em Jerusalém; entre outras coisas, ordenou que se restituíssem utensílios consagrados para serviço ao Senhor.

O Espírito do Senhor movera ao rei, pois, o tempo determinado chegara. Um aprendizado deriva aqui, para os servos de Deus que querem as coisas no seu tempo, não, no do Senhor. No nosso, nada acontece de produtivo; no Dele, até quem não O serve, eventualmente, O serve. Isto é: O Senhor usa quem quiser, para abençoar-nos.

A profanação daqueles utensílios sagrados fora causa da morte de Belsazar, e, derrocada dos babilônios, quando, o domínio passou a ser medo-persa.

Embora tenha sido um fato histórico, traz um simbolismo espiritual que atina à sina de todos nós. Aqueles viraram cativos por desobediência ao Eterno; pois, servir a Deus lhes pareceu difícil, foram feitos servos de tiranos para experimentar a diferença. Em sua escravidão, o culto deixou de ser prestado, e os utensílios santos passaram para mãos estranhas.

Afinal, cativos por desobediência tem sido o lugar da humanidade toda, após a queda. “Todos pecaram e destituídos estão, da Glória de Deus.” Embora, o “assessor” da queda tenha prometido divinização, independência, autonomia, o que se verificou foi, morte espiritual, separação de Deus, escravidão ao domínio do traidor. Nossos melhores talentos e dons, que deveriam ser usados para Glória de Deus, agora foram profanados e passaram a profanas mãos.

Entretanto, o mesmo Espírito Santo que movera o rei para soltura dos servos de Deus, cumprido o tempo determinado, gerou no ventre de uma virgem, um corpo humano ao Rei dos Reis, Pois, os sacrifícios do Velho Testamento, embora, devessem ser associados ao arrependimento dos pecadores, não eram bastantes para os reclames da Justiça Divina.

Além de propiciarem reconciliação aos arrependidos, pois, eram tipos proféticos de Outro, esse sim, que satisfaria plenamente Ao Altíssimo. “Por isso, entrando no mundo, diz: Sacrifício, oferta, não quisestes, mas, corpo me preparaste... Eis aqui venho, para fazer, ó Deus, tua vontade. Tira o primeiro, para estabelecer o segundo.” Heb 10;5 e 9

Assim, na Cruz de Cristo, O Sacrifício perfeito, temos o “Alvará de Soltura” de todos os cativos do inimigo. A “carta de alforria” aos que se arrependem e se deixam transformar Pelo Espírito e pela Palavra.

Cada um que se converte, deixa o cativeiro dos pecados, e recebe permissão Real, meios, para construção de novo templo, em si mesmo, para morada de Deus. “Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual, sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo.” I Ped 2;5

Nossos “utensílios” antes, usados de modo profano, agora, são consagrados para serviço santo. “Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências; tampouco, apresenteis vossos membros ao pecado por instrumentos de iniqüidade; mas, apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos; vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça.” Rom 6;12 e 13

Claro que, nossos membros são vassalos dos cérebros! Antes de agirmos, do modo agradável a Deus, pois, carecemos aprender a pensar como Deus. Por isso, o indispensável da conversão é o “negue a si mesmo”; nas palavras de Isaías, deixe seu modo de pensar, e aprenda o Divino, pela Palavra. “Deixe o ímpio o seu caminho, o homem maligno seus pensamentos, se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. Porque meus pensamentos não são os vossos, nem, vossos caminhos os meus, diz o Senhor.” Is 55;7 e 8

Claro que isso é um tratamento invasivo, o despejo do ego, para morada de Deus no Espírito, por isso, a necessidade da cruz. Mediante Ezequiel, O Senhor figurou a conversão como sendo um transplante de órgãos: “Dar-vos-ei um coração novo, porei dentro de vós um espírito novo; tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. Porei dentro de vós meu Espírito, farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos, os observeis.” Ez 36;26 e 27

Claro que a edificação terá oposição, com teve aquela. Fizeram a fundação e pararam, por um tempo, mas, Deus enviou profetas para que a obra fosse retomada. Assim é hoje; quantos começaram bem e pararam sem acabar? Ouçam a voz do Espírito, pois, certamente o abandono não proveio Dele. Dele se diz: “Aquele que em vós começou a boa obra aperfeiçoará até o dia de Cristo”.

domingo, 7 de maio de 2017

Mestres da Ignorância

“Os cachorros só ladram a quem não conhecem.”
Heráclito

Acho engraçado quando ouço, ou, leio, pessoas que vivem ao sabor do próprio umbigo, recitando textos bíblicos e dizendo como as coisas Divinas são. A impressão que me passam é que estão a receitar um remédio que jamais tomaram, ou, como os cães de Heráclito, estão latindo a um desconhecido.

Oscar Wilde tinha uma ironia genial sobre a crítica vazia, dizia: “Nunca leio um livro que vou criticar, pois, temo ser influenciado.”

Desse calibre, muitos críticos da Palavra de Deus; jamais a leram, se o fizeram, não praticaram; entretanto, arvoram-se em juízes.

Como sei que não leram, ou, se leram não praticaram? Não estarei eu, agora, latindo ao desconhecido? Não. Bebi o remédio, conheço a eficácia e efeitos colaterais; aliás, O Salvador desafiou Seus ouvintes nesses termos: “...Minha doutrina não é minha, mas, daquele que me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma doutrina conhecerá se é de Deus, ou, se falo de mim mesmo.” Jo 7;16 e 17

Qualquer que ousar fazer a Vontade Divina, conhecerá O Caráter Santo, Excelso, do Eterno; jamais atribuirá a Ele, imperfeição alguma, sequer, erros, lapsos, em Sua Palavra.

Não que crítica, em si, seja ruim; antes, chamamos crítica, à reles rejeição, infâmia, maledicência. Crítica é bem superior a isso. Segundo entendidos, a palavra deriva do grego Kritikos, e significa, “capacidade para fazer julgamentos”, do verbo krinei, “separar, decidir, julgar”.

Normalmente se associa à reprovação, quando se diz que algo ou alguém, foi criticado. Além disso, costuma-se fazer distinção entre crítica construtiva e destrutiva; mas, isso merece apreço crítico também. Destrutiva é a inveja.

Crítica, nada mais é que uma análise criteriosa, com conhecimento de causa, sem predicados de ser construtiva, destrutiva; apenas, sapiente.

Quando se diz que determinado filme foi um sucesso de crítica, não significa que foi muito rejeitado, antes, que foi aprovado por quem entende do assunto.

A maioria das pessoas associa mera opinião com crítica; havia um quadro no Programa Silvio Santos, onde pessoas eram vendadas, apalpavam determinados animais, e tinham que dizer quais eram; às vezes apalpavam um lagarto e diziam que era uma cobra, ou, vice-versa. Assim, a opinião também apalpa no escuro, traz suas cobras e lagartos onde deveria haver luz.

Segundo o Senhor, o obstáculo à luz espiritual não é intelectivo, antes, volitivo. N’outras palavras: Não falta inteligência, falta vontade livre, uma vez que a dos pecadores está presa ao deleite das más obras, disse: “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;19 e 20

Filósofos, como Heráclito, eram homens de inteligências aguçadas, que, invés de latir para o desconhecido, analisavam as coisas que viam; partindo delas formavam seus conceitos. Não dispunham, como nós, de Revelação, contudo, muitas coisas às quais chegaram são fantásticas, pela semelhança a conceitos Bíblicos ulteriores.

Aliás, foi falando a duas correntes deles, Estóicos e Epicureus, no Areópago, que Paulo usou a figura do que apalpa no escuro, no caso, para encontrar Deus; e cogitou que isso fosse, em parte, possível. “De um só sangue fez toda geração dos homens, para habitar sobre toda face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor, se, porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós;” Atos 17;26 e 27

Alguns imbecis construíram certo biombo: “Política, futebol e religião não se discute”; mas, só recorrem a ele, quando sentem-se em vias de perder uma discussão. Jesus é muito mais que uma religião, É Uma Pessoa, É Deus!! Não se importa em ser criticado, isto é, analisado com critério, tampouco, que ponham à prova Sua Doutrina, como vimos, desde que, no final triunfe a Luz, o conhecimento da Verdade.

Mesmo entre os crentes, a correção e a exortação, só fazem sentido, se, oriundas daqueles que obedecem deveras, à Palavra; dos que bebem as mesmas doses que receitam. Paulo o disse, assim: “Estando prontos para vingar toda a desobediência, quando for cumprida vossa obediência.” II Cor 10;6

Enfim, quem pretende ensinar o que não sabe, não passa de um hipócrita mascarado, querendo para si o bônus de cristão, sem o ônus da cruz. E mais grave que apalpar nas coisas espirituais pela ignorância da revelação, é estar cego para a própria falsidade, ansiando mais o aplauso humano que a aprovação Divina.

Um pouco de silêncio contrito e honesto será muito mais producente que agredir ao desconhecido.