domingo, 3 de abril de 2016

O Reconhecimento de Deus

“Confia no Senhor de todo teu coração, não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos; Ele endireitará tuas veredas.” Prov 3;5 e 6

À advertência de não colocarmos nosso próprio entendimento acima do Divino, somo desafiados a reconhecermos O Senhor em todos os nossos caminhos. Mas, o que devemos entender por, reconhecer?

Reconhecer= Latim, Recognoscere; “Tomar conhecimento, trazer à mente outra vez, certificar.” Simplificando, conhecer de novo, algo.

Porém, restaria a questão: Por que necessitamos conhecer duas vezes, no caso, O Senhor? Porque a primeira etapa é puramente conceitual, teórica; na segunda, o reconhecimento há de moldar nossas ações, ou, a falta dele, plasmar a hipocrisia. Se os fatos não se encaixam na teoria, modifique os fatos. (Einstein)

Em linhas gerais os ensinos dos Fariseus eram bons. Se poderia dizer que conheciam a Deus; todavia, isso se dava meramente no prisma teórico. O Salvador disse: “Na cadeira de Moisés estão assentados os escribas e fariseus. Todas as coisas, pois, que vos disserem que observeis, observai-as, fazei-as; mas, não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não fazem; pois, atam fardos pesados, difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; eles, porém, nem com o dedo querem movê-los;” Mat 23;2 a 4   Sintetizando, se pode dizer que eles conheciam a Deus, mas, não O reconheciam.

O mesmo texto Bíblico que, eventualmente, um pregador reparte com seus ouvintes desde um púlpito, voltará a ele em breve nos embates práticos da vida, onde será instado a reconhecer o que já conhece. Suponhamos que tenha pregado contra a mentira: “Ficarão de fora os mentirosos...” E, ao chegar em casa, uma situação constrangedora qualquer acene que é “melhor” omitir algum tropeço da esposa, inda que leve, para evitar barulho, o que fará? Lembrará do que falou sobre a mentira, e será desafiado pelo Espírito Santo a reconhecer Deus, como Senhor de Sua vida. Terá algum descontentamento eventual ao assumir seu erro, mas, a higidez espiritual e relacional será preservada.

Isso não é “privilégio” de pregadores, tomo esse exemplo, pois, muitas vezes ocorreu comigo de ser corrigido pelas mesmas coisas que ensinei; mas, se dá com qualquer um que conhece os preceitos Divinos.

Acontece que a Palavra de Deus meramente conceitual, pode ser doce; mas, se ousarmos colocá-la em prática, o amargor de subjugar nossa natureza rebelde aparecerá. João ilustrou: “fui ao anjo, dizendo-lhe: Dá-me o livrinho. Ele disse-me: Toma-o, come-o; ele fará amargo o teu ventre, mas, na tua boca será doce como mel.” Apoc 10;9

As redes sociais, por exemplo, são arena da sabedoria virtual, conceitual, meramente. Qualquer um, a despeito dos valores que adote em seu viver, bem pode “colar” frases de profundo saber, tanto filosófico, quanto, espiritual. Assim, o que disseminamos, compartilhamos, espalhamos “na nuvem” conta o que conhecemos; o nosso dia a dia com os de nosso convívio, o que, reconhecemos. “Na prática a teoria é outra”. (Joelmir Beting)

Um aspecto muito importante no reconhecimento da Soberania do Senhor é a oração. Confessando erros, buscando perdão, ou, luz, antes de decisões importantes. Kierkergaard dizia que a oração não tem como alvo influenciar a Deus, antes, aperfeiçoar o caráter de quem ora; e, concordo com ele. Deus sabe o que necessitamos antes de pedirmos, ensina a Bíblia, todavia, nos exorta a que oremos sem cessar. Assim, se a oração logra aperfeiçoar minha alma na humildade e dependência do Santo, sua eficácia é imediata, ainda que, eventual resposta demore.

Se, o reconhecimento de Deus aperfeiçoa minhas veredas, quando oro estou sendo aperfeiçoado.

O Salvador desafiou seus ouvintes a permanecerem em Suas Palavras, para conhecerem à Verdade. Isso não é outra coisa, senão, tomá-las como parâmetro na hora de agir. Ele mesmo na Parábola do Semeador ilustrou como sementes sobre pedras, sem possibilidade de aprofundar raízes e suportar ao sol, os que, alegremente conhecem Sua mensagem num primeiro momento, e a não reconhecem quando necessário, na hora da tentação.

Oséias exortara ao conhecimento de Deus secundado por mais, algo como, não desistir da escolha na hora prática, disse: “Conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor; sua saída, como a alva, é certa;” Os 6;3

Em suma, o conhecimento que não melhora meus caminhos, não aperfeiçoa meu caráter, resulta como nuvens que não trazem chuva; ainda que possam plasmar belas figuras no céu, serão inócuas no ponto de vista prático.


Ademais, aquele que não reconhece a Deus, acaba endeusando suas próprias opiniões, que, se “úteis” na calmaria, na hora do perigo serão vãs. “Então clamarão a mim, mas, não responderei; de madrugada me buscarão, porém, não me acharão. Porquanto odiaram o conhecimento; não preferiram o temor do Senhor. Prov 1;28 e 29

sábado, 2 de abril de 2016

Pelados a Rigor

Nada mais cretino e mais cretinizante do que a paixão política. É a única paixão sem grandeza, a única que é capaz de imbecilizar o homem.” Nélson Rodrigues

Frequentemente se ouve que religião e política não se discute. Depende o que se considera discutir. Alienação nesses casos empresta penas de ganso aos travesseiros dos falsos profetas e corruptos. Se, por discutir entendemos debater racionalmente, buscando entender causas e consequências, pode ser produtivo, iluminar.

Porém, se a coisa resumir-se a mero apego apaixonado, melhor evitar mesmo. O apaixonado é como o corno que, advertido, se volta contra quem o avisa, invés da devassidão da esposa infiel.

Em que consiste a paixão? Oriunda do latim, passionis, que significava "passividade", "sofrimento...” Em suma, é um estado de ânimo que não tenho, antes, ele me tem; à medida que, sob sua influência não mais domino as ações. Como um paciente no hospital, (palavra da mesma raiz) estou totalmente a mercê de médicos, enfermeiras.

Geralmente nos apaixonamos por algo quando nos parece belo, desejável; no prisma religioso, um mensageiro fiel há de chamar seus ouvintes à cruz; não soa simpático isso. Embora seja medicinal, ensejando saúde espiritual nos que lhe ouvem, jamais gerará paixões, por sua gravidade, sobriedade. Um falso profeta que promete o Céu na Terra conseguirá defensores apaixonados.

Se, o escopo for político, menores as chances, de um sujeito ético, probo, que tem que lidar com uma realidade adversa ensejará paixões; probo que é, será verdadeiro; dirá de antemão das medidas amargas que tomará se eleito; por isso, tende a não ser.

Assim, quanto mais safado, desonesto intelectual for o postulante, maiores as chances de atrair seguidores apaixonados. Soren Kierkergaard disse: “Para dominar as multidões basta conhecer as paixões humanas, certo talento e uma boa dose de mentira.”

Assim, aos olhos de um povo cretino, quanto mais cretino o líder, mais amado. O fato de que muitos políticos de sucesso são mentirosos, não é exclusivamente reflexo da classe política; é também um reflexo do eleitorado. Quando as pessoas querem o impossível somente os mentirosos podem satisfazê-las.” (Thomas Sowell)

Se alguém está pensando, a esta altura, que isso explica o sucesso eleitoral de Lula e Dilma, explica. As amplas e comprovadas denúncias da infidelidade de ambos, só tem aquecido mais seus defensores apaixonados, que mesmo em pleno Palácio, não se furtam de ameaçar pegar em armas, invadir propriedades, boicotar avenidas, “incendiar o país” como dizem, em “defesa da democracia”.

Ora, nada de inconstitucional está sendo tramado; se estivesse, como conviria, no caso, não seria de domínio público, tampouco, com rito estabelecido pelo STF, como foi o processo do impeachment. Os líderes que ascenderam nas asas da mentira, como abririam mão dela agora, que, por estarem “no pincel” precisam seu amparo desesperadamente?

Se Lula e Dilma dissessem que as “Pedaladas Fiscais” não existiram, e fosse possível comprovar isso, ou, ao menos, verossímil, seria uma defesa aceitável, algo a se investigar, debater. Agora, dizer que, existindo, não configuram crimes de responsabilidade, contrariando ao texto constitucional, e que, portanto, impeachment “é golpe”, tecnicamente significa incorrer noutra culpa que também é passível de impedimento: Improbidade. Basta ler o texto constitucional.

Mas, quem tolera de dentro do palácio governamental, ameaças à ordem social, pior, estimula ao açodar ânimos apontando uma ilegalidade que inexiste, como se poria a pensar em coisas comezinhas como probidade, idoneidade? Como alguém que, ao cair na areia movediça afunda mais rápido, tanto quanto, mais se debate, assim o PT, quanto mais “se defende”, mais culpado se faz.

Os métodos “democráticos” ao buscarem apoio também estão revelando que eles pretendem se lavar com lama. A aprovação do impedimento acabou se tornando questão de tempo. Não se trata de paixão política por adeptos de um partido oposto; antes, indignação cívica, apartidária, de cidadãos revoltados com tanta corrupção, roubalheira, cinismo e incompetência.

Sabemos das ladroeiras grossas do PMDB, virtual herdeiro do poder, mas, a sujeira petralha é tanta, que nos sentimos como assistindo certos filmes, onde, a própria polícia corrupta coordena a máfia, e acabamos torcendo para os bandidos.

Entretanto, um carro andando a 180 km por hora, caso decida parar, não o fará de chofre; carecerá, além de bons freios, uns 40 ou 50 metros de pista para alcançar seu objetivo. De igual modo, gente desordeira, treinada em causar destruição como são as milícias vermelhas, excitadas como estão, não irão para seus redutos lamber feridas e repensar rumos. 

Teremos violências, mortes, sangue inocente correrá, graças ao estímulo de canalhas, irresponsáveis.


Eles estão nus; mas, seus defensores apaixonados acusam aos 90% restantes de desrespeitarem as regras do campo de nudismo. Errado para eles, é estar vestido. Seus líderes estão certos. A culpa é do Moro.

O Veneno da Presunção

Dizia, pois, João à multidão que saía para ser batizada por ele: Raça de víboras, quem vos ensinou fugir da ira futura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento, não comeceis a dizer em vós mesmos: Temos Abraão por pai; porque, vos digo, que até destas pedras pode Deus suscitar filhos a Abraão.” Luc 3;7 e 8

Temos o precursor do Messias, João Batista, pregando aos judeus que iam a ele às margens do Jordão. Parece que o primeiro traço identificado foi o veneno da presunção, uma falsa segurança, como se, a ira por vir, não os ameaçasse.

Ante o fato, João quis saber qual saída que tinham eles, encontrado; “Quem vos ensinou a fugir da ira...” Uma pergunta retórica, cujo alvo era realçar a denúncia, pois, sabia a resposta. A Presunção, de uma salvação hereditária os deixava “seguros”.

Não que isso fosse expresso, mas, perceptível dada a segurança aparente de gente que era culpada ante Deus. “Não comeceis dizer em vós mesmos, temos Abraão por pai...”  Como alternativa à pretensão hereditária, João propôs a busca pessoal da salvação, mediante arrependimento. “Produzi, frutos dignos, de arrependimento.

Mesmo a salvação sendo espiritual, eles devaneavam com laços sanguíneos, uma vez que, havia preciosas promessas à descendência de Abraão. Paulo interpretou singularizando-as na Pessoa Bendita de Jesus Cristo, e difundindo-as depois, naqueles eu se lhe submetessem. “Ora, as promessas foram feitas a Abraão e à sua descendência. Não diz: Às descendências, como falando de muitas, mas, como de uma só: À tua descendência, que é Cristo. Sabei, pois, que os que são da fé são filhos de Abraão” Gál 3;16 e 7

O Apóstolo não está violando a hermenêutica para impor um ponto de vista, antes, sistematizando doutrinariamente algo que acontecera, então, e, não fora devidamente entendido. Por ocasião do arrependimento de Zaqueu, O Salvador dissera: “... Hoje veio salvação a esta casa, pois também este é filho de Abraão. Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.” Luc 19;9 e 10

Notemos que Zaqueu era já filho de Abraão por  sangue, mas, só foi assim chamado, quando se arrependeu e mudou de atitude ante O Senhor. Não significa, isso, que os salvos se tornam Judeus, devendo absorver traços da cultura judaica, antes, se tornam herdeiros das promessas, que, em Abraão, dizem que, seriam “Benditas todas as famílias da Terra”.

Embora o alvo inicial tenha sido Israel, em face à rejeição da maioria, a obra espraiou-se para os gentios. Não que não fossem favorecidos pelo amor Divino, mas, seriam alcançados depois, pelos judeus crentes; porém, muitos entraram antes, dado que as autoridades do Templo rejeitaram ao Senhor, e perseguiram quem, dentre eles cria, como Saulo. “Veio para o que era seu, os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome;” Jo 1;11 e 12

O que aprendemos com isso? Que a presunção é algo mortal, veneno como de víboras; que não existe salvação derivada de fatores externos que nos seja imputada sem nossa participação; e, essa, se dá mediante arrependimento, o qual, é demonstrado pela produção dos frutos correspondentes.

Se, dado o fato de sermos gentios, não descendentes de Abraão, tolhe a possível presunção hereditária, ainda podemos ser, com outras “ferramentas”. Quantos venenosos se perdem na presunção da justiça própria? “Não bebo, não fumo, não faço mal a ninguém, sou uma pessoa boa, não mereço ir pro inferno”. Quem jamais ouviu algo assim?

Por mais que tal sujeito seja sincero em seu, auto engano, a Bíblia põe o dedo na ferida: “O Senhor olhou desde os céus para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus. Desviaram-se todos, juntamente se fizeram imundos: não há quem faça o bem, não há sequer um.” Sal 14;2 e 3 Deus decide o que é bem; incredulidade, associa à blasfêmia. “Quem não creu, mentiroso o fez”.

Outros, num apego religioso, denominacional, não raro, divorciado da Palavra de Deus. “Todas as religiões são boas, eu tenho a minha, estou bem”. Também já ouvimos isso. Entretanto, o valor de um caminho não se percebe em si, antes, aonde conduz. “Há um caminho que ao homem parece direito, mas, o fim dele são caminhos da morte.” Prov 14;12


“Em um nível inferior, ser confiante e sincero é o mesmo que arrogância e presunção. As pessoas ainda não sabem lidar com a verdade delas mesmas e isso dói. Então transferir insolência ao outro é mais confortável do que admitir sua estupidez e, sobretudo reconhecer o que de fato são, sabotando até o reflexo do próprio espelho”. (Leivânio Rodrigues)

sexta-feira, 1 de abril de 2016

O Desvio Mortal

Porque virá tempo que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; desviarão ouvidos da verdade, voltando às fábulas. Mas, tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de evangelista, cumpre teu ministério.” II Tim 4;3 a 5

Aconselhando ao Jovem Timóteo, Paulo vaticinou dias iguaizinhos aos de hoje; tempos em que a verdade assustaria; as pessoas correriam ao encontro de quem as agradasse. Imaginemos, como ilustração, uma casa pegando fogo; dentro dela, um morador alheio, escolhendo entre sua coleção de CDs, qual música quer ouvir. Sua vida correndo risco iminente, ele preocupado com prazer.

Igualmente a esse louco nos comportamos, quando, priorizamos nossas conveniências, paixões, fugindo à Verdade. A Verdade não tem como alvo nossa satisfação, antes, salvação. Apenas, deseja salvação, quem sente-se em perigo, ameaçado; só pode identificar o risco quem mantém certa lucidez; o torpor espiritual nos faz descuidados, temerários, como um ébrio atravessando uma avenida movimentada.

Aliás, Paulo, por inferência chamou aos do desvio, de ébrios, quando exortou Timóteo a fazer diferente: “Mas, tu, sê sóbrio...”

Convém meditarmos nisso: Por que alguém toma um desvio? Geralmente, por duas razões: a) A estrada principal está interrompida; b) Acredita que será melhor o caminho, mais rápido, pela rota alternativa.

A Estrada Principal, (do Príncipe) é inequívoca: “Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão, por mim.” Jo 14;6

Não consta que essa senda esteja bloqueada em si mesma, ainda que, falsos pregadores podem tolher a caminhada, de quem segue suas dissoluções.

Pois, os fujões da verdade denunciados não o fariam, por eventual interrupção do caminho, antes, por verem mais aprazíveis os atalhos. “Tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências;”

A salvação não é invasiva em seu método, uma vez que nosso livre arbítrio é intocável para Deus. Entretanto, é muito incisiva no mérito, chega a ser violenta, uma vez que seus alvos são instados à cruz. Onde entra a preponderância de minhas preferências, meus gostos, se, para ser salvo sou desafiado a negar a mim mesmo?

Já em seus dias, Paulo denunciou uns que queriam ser salvos “da” cruz, não, “na” cruz. Porque muitos, há, dos quais muitas vezes vos disse, agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo;” Fp 3;18

Ante à dor de renunciar às naturais inclinações que chamamos cruz, se for possível evitarmos isso e chegarmos ao mesmo lugar, acaba compreensível a opção por um caminho mais fácil.

Contudo, a Epístola aos Hebreus, introduz apresentando parte da Esplêndida Majestade de Cristo, tão superior aos anjos que deve ser por eles adorado; lembra, que, mesmo as palavras dadas por anjos tiveram cumprimento cabal, então propõe a questão em apreço, se existe possibilidade lateral de salvação: Porque, se a palavra falada pelos anjos permaneceu firme, toda a transgressão e desobediência recebeu a justa retribuição, como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram?” Heb 2;2 e 3

Não esqueçamos que a pergunta é: Como escaparemos da perdição; pois, da verdade, o texto em apreço mostra que se pode escapar, tão somente selecionando “doutores” que nos sejam diletos.

Aos pregadores da Verdade, pois, compete situar seus ouvintes do risco de perdição iminente; que a vida terrena é uma Divina concessão de tempo e espaço onde devemos urgentemente reconciliarmos com Deus. Não é um salão de festas como devaneiam os ímpios de costas para Deus.

A grande tragédia da hipocrisia é que seu agente acaba traindo a si mesmo. Quer o belo status de cristão, por isso cultua; mas, ao escolher mestres segundo seu carnal paladar, caminha voluntário para a morte, qual boi na fila do matadouro.

Enfim, para não deixar em suspenso, a mesma carta aos Hebreus que propõe a questão de como escapar sem Cristo, depois de desenvolver amplamente o assunto da salvação, responde o que perguntara: “Vede que não rejeiteis ao que fala; porque, se não escaparam aqueles que rejeitaram o que na terra os advertia, muito menos nós, se nos desviarmos daquele que é dos céus;” Heb 12;25

Começamos advertindo a não se desviar da Verdade; concluímos com não se desviar “daquele que é dos Céus”, Cristo, que dá no mesmo: Ele É a Verdade!


É certo que a Verdade ameaça, à medida que, nos desnuda; mas, aos que a ela se submetem, reveste de Cristo. Na hora do incêndio pouco importa a música; vida é prioridade. Jesus convida para festa, mas, na Eternidade. O ingresso lá demanda o preço aqui; esse, é tomar a cruz.

Manifestações Pró-Dilma; quanto maiores, menores

O diabo pode citar as Escrituras, quando isso lhe convém. (Shakespeare)

Confesso que não me dei ao trabalho de assistir muitos noticiários ontem, dia das manifestações “contra o golpe”. Se, por um lado, ver uma multidão de verde e amarelo, espontaneamente concorde, defendendo valores pátrios, constituição, e cantando o Hino Nacional é arrepiante, toca; por outro, ver uma horda de imbecis cooptados, ou, profissionais assalariados para defenderem interesses ao arrepio da lei, ainda que rotulem legais, é deprimente.

Nada mais pode fazer sombra às manifestações de 13 de março, por sua magnitude e valores defendidos. Atos como o de ontem, ainda que insignificantes se comparados aos do dia 13, quanto maiores, menores.

Dado o mérito do protesto, os métodos de aquisição de “protestantes”, quanto mais sucesso, menos virtude. Sobre os métodos de arregimentação, primeiro, temos os sindicatos, eternos pelegos, exércitos proscritos, vagabundos úteis como MST, MTST, e similares, que recebem verbas oficiais. Assim, soam como “trabalhadores” em defesa do próprio emprego; seria legítimo se assim fosse, oficialmente; mas, os torna abjetos a medida que tentam mascarar interesses mesquinhos de valores democráticos.

Aliás, está mais do que na hora de se repensar a existência dos sindicatos, a obrigatoriedade da contribuição, quando as lideranças traem a classe a serviço de corruptos. Na Alemanha, os direitos plenos dos trabalhadores são respeitados, e o país tem apenas treze sindicatos. A serviço dos trabalhadores, mesmo; assentam-se a mesa com a diretoria das empresas e participam das decisões.

Antigamente sindicatos eram representativos de classes de trabalhadores, e quase só por ela se mobilizavam. Hoje, todos os mais de 14 mil inúteis, recebem verbas oficiais e se tornaram “Apparatchik” do PT, não da classe que deveriam representar.

Todos que recebem verbas indignamente, mesmo os famélicos que “trabalham” pelos trinta reais para usarem o “Kit manifestação”, no fundo, bebem da fonte da corrupção. Assim uma das causas maiores da rejeição ao Governo do PT, segue atuante no subsolo dos que o defendem.

Veículos oficiais de prefeituras onde o PT governa, funcionários são cooptados, de modo que seu arregimentar nada tem de semelhante à salutar indignação patriótica dos que, por trabalhadores, se manifestam aos domingos; por patriotas, priorizam o verde e amarelo, por decência, valores, gritam pelo cumprimento das leis, e aplaudem quem isso faz, como Sérgio Moro e a PF, por exemplo.

Assim, estou já saindo do método e entrando no mérito. Segundo eles, lutam pela democracia, como se tivesse no horizonte uma nuvem sequer a ameaçá-la. Lula, o hipócrita Mor divulgou um vídeo ontem dizendo que a única fonte legítima de poder é o voto. Como será que ele descobriu isso? Claro que isso era um recado a Michel Temer do PMDB, que seria presidente em caso de impeachment.

Duas coisas o canalha omitiu: Quem votou em Dilma também votou em Temer, pois, era ele o vice na chapa dela; tem o mesmo número de votos. E, Lula, mesmo impedido pela lei de ser Ministro do Casuísmo, articula negociatas, recebe políticos num quarto de hotel em Brasília e troca apoios por cargos de modo vergonhoso. Todos sabem que ele é o Presidente de Facto, não a Dilma. E, não tem nenhum voto.

Essa “moral” da esquerda da “Comissão da Verdade” contra desafetos, e sagração da mentira em proveito próprio é nauseabunda, onde o olfato ainda funciona.

Ora, além das famigeradas “pedaladas” que configuram crime de responsabilidade, a constituição prevê deposição de políticos por improbidade. Cada vez que ela conta uma mentira oficial comete um ato de improbidade. Assim, quando diz que eventual impeachment contra ela seria golpe, mente; cada vez que mente, se torna mais “impeachável”.

Seria mais confortável à sobrevivência do Partido saírem do Governo agora, que governarem mais dois anos e meio sem apoio popular, com um Congresso amplamente contrário. Suspeito que não seja amor pelo poder que os faça tão aguerridos.

Talvez seja o medo que eventual novo Governo abra a “Caixa Preta” do BNDS, seus empréstimos “Top Secret” para ditaduras companheiras, os Fundos de Pensão, a CEF. Há suspeitas fundadas que a Petrobrás é mais uma de um imenso mar de lama; teria rompido uma barragem apenas; desesperadamente reforçam os diques, temendo novas rupturas.


Em suma, não é pela democracia que essa gente luta. É pela sobrevivência de uma máfia, uma mega quadrilha que se apoderou do Brasil. Se, precisam tomar emprestados valores que nós, do Brasil decente esposamos, como legalidade, democracia, é porque sabem, que os valores reais, pelos quais vão à luta, não são defensáveis ante à opinião pública. 

Alguém disse que, hipocrisia é uma homenagem do vício à virtude. Assim, mesmo sensibilizados com sua homenagem, o interesse maior da Nação requer, que todo o lixo seja removido. 

quinta-feira, 31 de março de 2016

O Plano "C" do PT

“É um erro popular muito comum acreditar que aqueles que fazem mais barulho a lamentarem-se a favor do público, sejam os mais preocupados com o seu bem estar. Edmund Burke

A gritaria e a realidade não têm muito comum. Os barulhentos atuais são os petistas e defensores. Com identidade assumida, camuflados de verde, como Marina Silva,  disfarçados de democrata-trabalhistas, como Ciro gomes, ultra canhotos, PSTU, PCdoB PSOL, etc.
Todos esses atualmente são “defensores da democracia” nome palatável que dão às conveniências particulares.

A longo de sua trajetória o PT exibiu verdadeiro pavor da realidade. Quando ainda eram oposição, seu viés totalitário assustava a maior parte dos eleitores, o espertalhão Duda Mendonça, desamou espíritos criando o “Lulinha paz e amor”.

O Fantasma assustador, o Jason de sexta-feira 13 converteu-se num inofensivo Gasparzinho, a casa mal assombrada virou atração turística.

A nova realidade passou a ser o poder. Porém, mesmo essa precisava certa maquiagem para disfarçar as rugas totalitárias de quem não convive bem com contraditório, oposição. Então, para a plateia usavam os belos cosméticos dos programas sociais, Bolsa Família, Prouni, Pronatec, Fome zero, etc. enquanto por trás das cortinas, urdiam o que, mais tarde ficou conhecido como mensalão, um atentado à democracia em dois tempos. No primeiro usando a influência da máquina para carrear grandes somas ao partido; no segundo, comprando uma “base de apoio” tão expressiva que aprovaram o que quiseram abafando oposição.

Claro que os Deputados e Senadores que se venderam têm seus “méritos” também! Mas, o partido que assomou jurando moralizar a joça, se tornara patrocinador da imoralidade.

O disfarce agradou tanto, que mesmo a coisa vindo a público, bastou o maquiador mor jurar que nada sabia, contar com a cumplicidade omissa do PSDB que não se opôs como deveria, para a coisa arrefecer; lograram novo mandato.

No segundo período houve escândalos como o envolvendo Antônio Palocci, CPI da Petrobrás e dos Correios abafadas, mas, o apelo dos programas sociais, mesmo fictícios como o Fome Zero que ninguém viu, era tal, que a bruxa malvada ainda posava de Branca de Neve.
Assim, durou oito anos a maquiagem da realidade, graças a terem herdado a casa em ordem, que chamavam “herança maldita”; inflação sob controle, Lei de Responsabilidade Fiscal, um cenário internacional extremamente favorável.

Porém, no terceiro mandato as olheiras começaram aparecer mais nítidas na face da República; Nos primeiros dois anos, a “Crise Internacional” A Tsunami externa que para nós seria uma “marolinha” segundo Don Luleone, se encarregou de ser bode expiatório.

Quando os efeitos das opções econômicas desastradas começaram a frutificar, usaram a “contabilidade criativa”, as “Pedaladas fiscais” para nos vender que a areia movediça ainda era terra firme.

Num cenário de total insolvência econômica, chegava nova disputa eleitoral. Como Aécio, o adversário estava relativamente informado, denunciou parte do que vira, maquiar era pouco.
João Santana, o feiticeiro alquimista capaz de transformar bosta em ouro, recebeu vera fortuna, pra ensinar a perverter a realidade. 

Assim, todas as coisas que sabiam ser medidas necessárias, inevitáveis, Dilma jurou que não tomaria, “nem que a vaca tussa”; antes, acusou que tais medidas impopulares, como aumento de impostos, combustíveis, energia elétrica, seriam parte do programa de Aécio, o retrocesso, o bruxo que traria “fantasmas do passado”.

Há controvérsias se as urnas falaram, ou foi ventriloquismo, mas, os protestos, pedido de auditoria foram abafados pela gritaria que estariam querendo terceiro turno. Assim, reeleita a “presidenta”, os fantasmas que viriam pelo feitiço de Aécio, vieram pelo seu.

Menos de um ano após o início do mandato, escândalos se sucedem como o estouro da Represa de Mariana, de modo, que maquiar não dá, é muita lama; perverter também é difícil, a sujeira ganhou o oceano, restou o plano C: Negação da realidade.

O sítio não é do Lula, o Triplex, tampouco. Delcídio agiu por conta, o PT não se responsabiliza; Petrolão é obra de Sergio Moro, da imprensa golpista que pretende entregar a Petrobrás para os Americanos. Impeachment, mesmo sobejamente caracterizado o crime de responsabilidade, é golpe. 

E essa última etapa da negação da realidade é coletiva. Alugam ao preço que podem pagar, gente desocupada e transportam os militantes domesticados para eventos e locais estratégicos, para o mantra coletivo: “Não vai ter golpe”.

Resumindo, tanto quando maquiou, quanto, quando perverteu, e agora, negando à realidade, os fundamentos do PT sempre se firmaram na mentira.


Contudo, justiça há de ser feita, e essa habilidade obstinada de negar a realidade ainda será muito útil a eles, aos que forem “hospedados” na Papuda, digo. Diverso dos outros presos sem a mesma habilidade, se organizarão e proclamarão: “Isso é um resort, isso é um resort”! Se a realidade os quiser obedecer, por mim, tudo bem.

Os Verdadeiros Valores

“As muitas águas não podem apagar este amor, nem os rios afogá-lo; ainda que alguém desse todos os bens de sua casa pelo amor, certamente desprezariam.” Cant 8;7

A superioridade dos bens abstratos, psicológicos e espirituais, sobre os materiais é ensino recorrente. Se, acima temos o amor entre humanos em apreço, noutras partes temos o valor da vida sobrepujando riquezas; “Aqueles que confiam na sua fazenda, se gloriam na multidão das suas riquezas, nenhum deles de modo algum pode remir seu irmão, dar a Deus o resgate dele. A redenção da sua alma é caríssima, seus recursos esgotariam antes.” Sal 49; a 8

Noutra parte, não só o amor e vida, mas, a própria Sabedoria sobrepuja riquezas materiais, e o faz, à medida que logra alcançar o que nenhum bem mais, consegue, a própria vida. “Porque a sabedoria serve de defesa, como de defesa serve o dinheiro; mas, a excelência do conhecimento é que a sabedoria dá vida ao seu possuidor.” Ecl
7;12
Mesmo para fins bélicos, os Poderes Espirituais, desconhecem adversidade, ante exércitos poderosos. “Porque os egípcios são homens, não Deus; seus cavalos, carne, não, espírito; quando o Senhor estender sua mão, tanto tropeçará o auxiliador, quanto, cairá o ajudado, todos juntamente serão consumidos.”Is 31;3

Até a sabedoria popular aquilata a vida como valor supremo, quando, ante enormes perdas temporais, essa é preservada, filosofa: “Vão-se os anéis, ficam os dedos”.

Circula na Internet, um vídeo de “Pepe” Mujica, que vou citar livremente, preservando a essência, mas, parafraseando. “Ou você é feliz com pouco – disse – ou, não será com nada. Criamos uma sociedade de consumo, onde nos gastamos em busca de coisas supérfluas. Quando você compra algo, não paga por isso com dinheiro; mas, com o tempo de vida que usas para ganhar esse dinheiro. Dinheiro se ganha, vida não; vida se gasta.”

Entretanto, toda essa introdução visando demostrar a superioridade desses valores soará à maioria, como “chover no molhado”; repisar o que qualquer um sabe. Acontece que a verdadeira sabedoria não é meramente conceitual, é prática. Não é estritamente o que sei, que mostra meu saber; antes, como atuo em face ao que sei. Se conheço o valor de um diamante, ainda assim, uso numa funda, a ação prática só realça minha estupidez. O conhecimento não se converte em sabedoria.

Uma vez um pastor amigo me perguntou, durante um almoço, qual a diferença entre conhecimento e sabedoria. Me vi numa saia justa, dada a tarefa inusitada. Respondi o que me ocorreu na hora, mais para me desincumbir, que, estar certo da resposta. Disse: “Um homem de conhecimento sabe que ficarão de fora do Reino dos Céus, os mentirosos; um sábio, não mente.” Depois, pensando melhor, concluí que não poderia melhorar a resposta, que eu fora inspirado ao encontro dela.

O Senhor desafiou Seus ouvintes a transformarem seu saber em bênçãos, mediante a prática. Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois, se as fizerdes.” Jo 13;17

Tiago, por sua vez, desafiou ao mesmo, com outras palavras:Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom trato as suas obras em mansidão de sabedoria.” Tg 3;13

Depois advertiu que se pode ser “sábio” segundo o diabo, alimentando sentimentos impuros; “Mas, se tendes amarga inveja, sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas, é terrena, animal, diabólica.” Vs 14 e 15

Então, nós sabemos o necessário para fazermos boas escolhas. Contudo, quem disse que as informações são suficientes para moldarem as ações de uma alma cuja vontade é refém de vícios? Por exemplo: Um fumante lê no maço de cigarros: “Fumar provoca câncer de pulmão.” De posse dessa preciosa informação, troca alguns reais pela satisfação de seu desejo.

Desse modo, não é forçar a argumentação, concluir que as pessoas precisam de libertação, mais, que informação; embora, essas duas estejam amalgamadas, se, temos por informação, o que, ao Olhos Divinos é a Verdade. “Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Jo 8;31 e 32

O conhecimento da Verdade secundaria à prática dos ensinos; “se vós permanecerdes nas minhas palavras...”


Em suma, pouco, ou nada vale, sabermos onde estão os verdadeiros valores, se, nossa vontade algemada aos falsos, segue como que traindo a si mesma. Às vezes somos ousados para enfrentarmos o mundo, e fugimos de nós mesmos. É que esse enfrentamento se dá na cruz. “Se alguém quer vir após mim, negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me” Luc 9;23 A cruz tem suas dores, mas, as riquezas que encerra, compensam; vida eterna.