sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Perdão; o passado, passado a limpo

“... eu lançava na prisão, açoitava nas sinagogas os que criam em ti. Quando o sangue de Estêvão, tua testemunha, se derramava, também estava presente, consentia na sua morte, guardava as capas dos que o matavam. Disse-me: Vai, porque hei de enviar-te aos gentios de longe.” Atos 22;19 a 21

Temos Paulo, em face a sua chamada, desqualificando-se por causa dos crimes pretéritos; Jesus, apressando-o por causa dos anseios futuros. Desse modo, o ser humano tende a olhar para as dificuldades; Deus, para os objetivos.

Por nefasto que tenha sido nosso pretérito, se, O Senhor nos perdoa, recebe, o passado está resolvido. Ficarmos nos atormentando com remorsos não deriva de eventual bondade nossa; antes, é traço de incredulidade, de quem duvida do perdão Divino.

Deus afirma que lança os pecados perdoados no “Mar do esquecimento”; nós, adquirimos roupas de mergulho e submergimos nas águas sujas atrás do que deveríamos esquecer.

Não que seja possível a uma pessoa saudável esquecer, estritamente, no sentido de não mais lembrar. Mas, como dizemos sobre esquecer um amor, ainda lembramos o vivido, agora, lembrança sem dor. É bom que lembremos desse modo, os descaminhos idos, pois, quanto piores forem, maior será nossa gratidão ao Salvador que deles nos tirou, como disse Davi: “... Tirou-me de um charco de lodo, firmou meus pés sobre uma rocha.” Sal 40

Quando o Senhor nos comissiona, não o faz por causa de coisas que fizemos; geralmente, apesar, do que fizemos. Noutras palavras, não nos chama por nossos méritos, antes, por Sua Bondade. Certo que, limpa o vaso que pretende usar, como fez quando chamou Isaías; o profeta que reconhecera a impureza dos seus lábios, O Santo o purificou, e comissionou.

Observemos os carros à noite; as luzes que apontam para frente são poderosas, reguláveis para perto e longe; as de trás, são tênues, avermelhadas, não servem para iluminar, antes, para mostrar a presença a outros, basicamente. Assim deveria ser com o “carro” das nossas vidas. Não obstante andarmos num mundo noturno, escurecido pela impiedade, devemos contar com a vívida Luz de Cristo para mostrar o caminho. Tanto para perto, implicações de nosso andar agora, quanto, longe, nossa esperança nas promessas. “Lâmpada para meus pés é a tua Palavra; luz para meu caminho”. Sal 119;105

As luzes de trás, servem mais a outros que a nós; os que viram o que fomos, e verem no que Jesus nos transformou, hão de identificar a presença da salvação. “Muitos, verão, temerão, e aprenderão a confiar no Senhor” Ainda, salmo 40.

Assim, quando O Senhor chama-nos, será perda de tempo investigarmos procurando motivos em nós; os motivos estão Nele. Nós temos passados ruins, limitações de talentos, credenciais pífias, mas, se tivermos ouvidos espirituais, coração voluntário, índole servil, estaremos “qualificados”, aos Divinos Olhos.

O mesmo Paulo, que considerava-se o principal dos pecadores por ter perseguido à Igreja, indigno de ser chamado apóstolo, nascido fora de tempo, - disse – ( e, pensar que temos “apóstolos” hoje! )  esse Paulo, digo, viveu na pele, aprendeu e ensinou sobre as “credenciais” que, Deus busca nos Seus comissionados: “Porque, vede, irmãos, vossa vocação, não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos nobres que são chamados. Mas, Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir às fortes; Deus escolheu as coisas vis deste mundo, as desprezíveis, as que não são, para aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorie perante ele.” I Cor 1; 26 a 29

Nosso “material de construção” é péssimo para Obra de Deus; Ele não usa isso. Regenera os Seus, da Água ( Palavra ) de do Espírito, ( Santo ). “Assim, se alguém está em Cristo, nova criatura é, as coisas velhas passaram, eis, que tudo se fez novo.” II Cor 5;17

Com o Novo Material edifica-nos; nos faz partícipes na edificação da Sua Obra. Porém, testa-nos pelo fogo das aflições, para ver se estamos usando o devido cuidado. Feitos que não resistem à prova serão consumidos. “Se alguém, sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha; a obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; o fogo provará qual a obra de cada um.” I Cor 3; 12 e 13

Nosso passado sujo foi purificado por sangue; nosso andar renascido é, pelo fogo. Pregadores que ensinam triunfalismo invés de santidade, devaneiam fugir de um fogo necessário agora; conduzem a outro inevitável depois.


Pois, se no nosso sujo pretérito aceitamos de bom grado a solução de Deus, em nosso incógnito devir, devemos confiar na Sua direção também. 

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

O Menino Jesus no meio dos seguidores

“... passados três dias, o acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os, interrogando-os. Todos que o ouviam admiravam sua inteligência e respostas... Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?” Luc 2; 46, 47 e 49

O que faria um menino de doze anos, desgarrado dos pais? Podemos imaginar várias coisas, sobretudo, hoje, quando a autoridade paterna parece contar tão pouco. A consciência da dupla natureza só eclode em nós após a conversão, tenhamos a idade que tivermos. Isso era claro para Jesus desde então; de modo que as inquietações do Pai Espiritual já chamavam sua atenção.

O senhor ensinou o “novo Nascimento”; na Epístola aos Hebreus temos nuances das implicações; “Se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, não filhos. Pois, tivemos nossos pais segundo a carne, para nos corrigir, e os reverenciamos; não nos sujeitaremos muito mais, ao Pai dos espíritos, para vivermos? Aqueles, na verdade, por um pouco de tempo, nos corrigiam como bem lhes parecia; Este, para nosso proveito, para sermos participantes da sua santidade.” Heb 12;8 a 10

Se, todo menino soubesse a que veio nessa vida, certamente poderia direcionar esforços, preparar-se desde cedo pra a missão. Entretanto, temos uma sociedade apodrecida em valores, conceitos, de modo que, um “menino” com 18 anos menos um dia, é quase inimputável, cometa os crimes que cometer.

O Sinédrio, uma espécie de tribunal Civil e Religioso em Israel, fundia-se ao próprio templo, de modo que, falar com os Doutores da Lei, equivalia a falar com o Poder Judiciário Nacional. Embora, com maioria de Fariseus, tinha Saduceus, Escribas.

As perguntas e respostas do Menino não estão registradas, apenas, que Sua inteligência causava admiração aos Doutores da Lei. Outro “texto” que nos escapa é o quê, O Salvador escreveu no chão, por ocasião do “julgamento” da mulher adúltera.

Todavia, se de algo se podia acusar O Mestre, era sua monótona coerência; sempre dizia as mesmas coisas. Sua interpretação espiritual da Lei excedia muito ao trato dos Escribas e Fariseus.

Quando foi questionado acerca de seus ensinos defendeu-se dizendo que sua doutrina era de domínio público; sempre ensinara abertamente, nada havia oculto.

Então, é lícito inferir que alguém com tal coerência, mesmo aos doze anos, já contestara entre os Rabis, a superficialidade da interpretação literal, sonegando o Espírito da Lei. O ponto de minha análise é, que, contestando os Doutores com doze anos causou admiração; com trinta, fazendo as mesmas coisas, causava inveja, ódio. Por quê?

Porque, amiúde, não temos problemas com a verdade quando nos parece lúdica, inocente, inofensiva; assusta quando vira uma ameaça. Por exemplo, nosso “mais honesto dos homens,” Lula, há vídeos dele, mais de um, confessando e rindo que é mentiroso, sua verdade; agora, tudo faz para evitar depor, onde será instado a falar a verdade sob juramento.

Assim, ninguém tem problemas com o “Menino Jesus”, basta ver as comilanças, bebedeiras, luzes, foguetórios do “Natal”. Contudo, O Senhor, Sua Palavra, Cruz, que é memorizado na “Semana Santa”, Esse assusta, responsabiliza, não é tão festejado assim.

Meu foco, porém, não é a inocência do Menino Jesus em Si; antes, a manutenção Dele, Menino, em nós. Nossa meninice espiritual, nossa síndrome de Peter Pan, nosso medo de crescer. Será que a causa é a mesma, fugir à responsabilidade?

Pedro fala aos meninos: “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo;” I Pedr 2; 2

Denunciando a futilidade dos dons sem amor, Paulo atribui tal “percepção” aos meninos; “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.” I Cor 13; 11

Noutra parte ensina que nosso Alvo é maior que meros meninos, diz: “Até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo...” Ef 4; 13

Afinal, se dos “pequeninos é o Reino do Céus,” isso refere-se à humildade, não, ignorância, estupidez. “Irmãos, não sejais meninos no entendimento, mas sede meninos na malícia e adultos no entendimento.” I Cor 14; 20

Em suma, se nosso “cristianismo” aufere só admiração dos ímpios, somos meninos; crescidos, nosso testemunho há de os desafiar de modo tal, que nos vejam como ameaça. Isso sendo a salvação, o escopo; se, for o ministério, maior a seriedade.


Os hebreus que foram encontrados infantes após muitos anos de fé foram repreendidos por isso; não seja nosso caso, cresçamos! “Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus...” Heb 5;12

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Deus escreve reto para linhas tortas

“O caminho do justo é todo plano; tu retamente pesas o andar do justo.” Is 26;7 Ora, a Palavra de Deus figura o caminho justo como reto, ora, como plano. A primeira figura aponta um alvo fixo, a segunda, um relevo não acidentado.

O salmista, incursiona no “território” onde se vislumbram tais caminhos; “Bem-aventurado o homem cuja força está em ti, em cujo coração estão os caminhos aplanados.” Sal 84;5

Se, o bem-aventurado em questão tem sua força em Deus, alvo Único, se pode dizer que seu caminho é reto; assim sendo, O Senhor o faz também, plano.

Lembramos do ensino que a fé remove montanhas, entretanto, sem sempre atinamos a quais montes O Eterno tenciona mover. Se, o caminho plano no coração, como vimos acima, se acha naquele, cuja força vem de Deus, temos nessa planura, digitais da fé.

Todavia, mesmo a fé precisa ser reta, se quer obrar aperfeiçoamento no coração. Como assim, a fé não é sempre reta? Não.

Outro dia, ensinando uma senhora de compreensão limitada sobre erros do fetichismo, disse-lhe algo, que parece-me útil agora. Adverti contra o uso de “rosa ungida” “sabonete ungido” “sal grosso da proteção” e assemelhados, dizendo que isso é macumba, não, Evangelho. Ela meio que, se ofendeu; argumentou que tinha fé nessas coisas, e tendo fé, “Deus abençoa”, defendeu-se.

Imagine um diamante – disse – com todo seu valor e preciosidade, junto a um monte de cascalho que servirá para fazer concreto; sendo usado com as pedras será esse seu valor, cascalho.

Igualmente a fé, é preciosa, entretanto, se direcionada a algo vil, se tornará vil também. Como dizia Spurgeon, “uma coisa boa não é boa fora do seu lugar.” Assim a fé, em si mesma, ou, alvos errados.

Quando o Salvador dizia a Seus abençoados, “tua fé te salvou”, enfatizava a responsabilidade pessoal de cada um crer na pessoa certa. Noutras palavras: Quem te salvou fui Eu, mas, tens o “mérito” de ter crido na pessoa certa, essa é a qualidade da tua fé.

Nunca mandou ter fé na fé, em algo, providência, destino, sorte, fetiches, antes, foi específico: “Crede em Deus, crede também em mim.”

Isaías apresenta a vinda do precursor do Messias, em termos, ora, oportunos: “Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; endireitai no ermo vereda a nosso Deus. Todo o vale será exaltado, todo o monte e outeiro serão abatidos; o que é torcido se endireitará, o que é áspero se aplainará.” Is 40;3 e 4

Superficialmente soa até contraditório; parece que é o caminho de Deus que precisa ser melhorado, não, os nossos. Teria o profeta se enganado? Parece que não, pois, João Batista, o cumprimento da profecia reiterou-a quando questionado sobre quem ele era, disse: “... Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; endireitai as suas veredas” Luc 3;4

Imaginemos dois caminhos desenhados sobre um papel; um, tortuoso, cheio de montes e vales; outro, plano e reto. O anseio de Deus sempre foi andar com o homem que ama, mas, nossos pecados O impossibilitam, como disse mediante Isaías. Em Amós usou a figura, ora, em pareço. “Porventura andarão dois juntos, se não estiverem de acordo? Am 3;3 Noutras palavras: Dá para colocar paralelos um caminho reto, outro, tortuoso?

Então, quando diz, “preparai o caminho do Senhor,” insta conosco a que deixemos nossos pecados, para que, O Senhor caminhe conosco. Se, nossa força estiver Nele, mediante fé na Sua Palavra, O mesmo Senhor se encarregará de aplanar e fazer retilíneo nosso andar.

Os lavradores que treinavam animais para o arado usavam colocar um novato no mesmo jugo com um boi experiente, para mediante o saber desse, aquele aprender como deve se comportar. Jesus propôs o mesmo aos que queriam aprender Seus caminhos. “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim...”

Assim, eventual retidão do comportamento humano não é intrínseca, antes, condicionada pelo Jugo de Jesus. Como seu caminho é plano e reto, os que O seguem trilham caminhos semelhantes.

Assim, diverso do dito popular que “Deus escreve certo por linhas tortas” na verdade, desfaz nossas linhas tortas pela Retidão Excelsa do Seu Ser. “Quem é sábio, para que entenda estas coisas? Quem é prudente, para que as saiba? Porque os caminhos do Senhor são retos, os justos andarão neles, mas os transgressores neles cairão.” Os 14;9

Diz ainda o verso inicial que Deus pesa o andar do Justo. Assim, além de retidão requer equilíbrio, como uma balança. Isso demanda fazermos ao próximo o que desejamos para nós. Quem conseguir isso, terá aprendido a justiça de Deus, andará por caminho plano e reto. Pois, para amar a Deus, Ele requer que amemos ao próximo.

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Socialismo X Liberalismo, quem está certo?

Reinaldo Azevedo, jornalista que admiro, disse: “Quem não foi socialista até os dezoito anos, não tem coração; quem segue socialista após os vinte, não tem cérebro.” Caramba! Que contraditório! O Quê, ele estaria querendo dizer? Bem, arriscarei a dar minha interpretação.

Na idade ainda jovem, contemplar as injustiças sociais desperta nosso zelo apaixonado em desfazer isso, e como num primeiro momento parece que os “socialistas” detêm o monopólio da justiça social, natural que nos alinhemos aos tais.

Depois, transitando para certa maturidade, descobrimos que a diferença não é de mérito, mas, de método; digo, os dois sistemas socialismo e liberalismo se preocupam com o social, apenas, com métodos divergentes, e, analisando à luz da lógica, da razão, dos fatos e da história, constataremos que, o “socialismo” fomenta a pobreza, invés de erradicar.

Seguir defendendo após perceber isso, é coisa de mentecapto. Bastaria uma questão objetiva simples para tornar diáfano isso: Onde os pobres são mais pobres? Em países “socialistas” como China, Venezuela, e Cuba, por exemplo, ou, nos Estados Unidos, Suécia, Noruega, Canadá? Parece bem óbvia a resposta, não?

Há um provérbio asiático que diz: “Não dê peixe ao faminto; dê o anzol, e ensine-o a pescar.” Aqui temos a negação de um sistema, e a afirmação de outro. A “inclusão” do socialismo, consiste, basicamente nisso: Dar peixe aos famintos. A dos liberais, ou, capitalistas, em ensinar a pescar.

No primeiro caso, via assistencialismo a pessoa ganha pronto, a demanda é que seja mero consumidor; no segundo, é capacitada e desafiada a produzir algo; será que isso explica por que as economias liberais são pujantes, e as outras paupérrimas?

Claro que, em qualquer sistema, há casos extremos, que fazem necessário o assistencialismo; gente sem a mínima condição de inserção no mercado de trabalho, e com filhos para criar. Agora, gente saudável, capaz, vivendo como zangões sociais, às custas de bolsa isso ou aquilo? Fomento da pobreza e da injustiça na certa.

Infelizmente, para a maioria, a chuva das paixões é torrencial demais, de modo que, mesmo na idade madura o limpador de para-brisa da razão não tem capacidade suficiente para clarear o caminho. Erram nas vias públicas tolhidos pelos discursos opacos de espertalhões que os cooptaram.

Seus líderes sempre serão “protetores dos pobres” “governantes populares” mesmo se, morarem em coberturas com vista para o mar e seus filhos tiverem iates e aviões executivos.

Quem os acusa de corruptos não quer justiça, antes deve ser um elitista, inimigo dos pobres. Aliás, peçamos aos “Ghost Busters” socialistas para nos dar exemplos práticos, dos inimigos fantasmas que perseguem; ora a “zelite”, a “burguesia”, o “Sistema”, o “Establishment”, o coelho da páscoa, o caipora, o saci Pererê...

Acaso as empreiteiras envolvidas com eles, os empresários paparicados via “Bolsa BNDS” as grandes empresas de comunicação cooptadas via anúncios oficiais, e os expoentes do coronelismo político que se coligou a eles, não são a elite do país. Se, a elite é nociva, por quê estão de mãos dadas?

Burguesia? Ora, que são os burgueses senão componentes do burgo, cidade, gente de medianas posses, ou, a classe média? Esses bravos ajudam em muito a fazer a riqueza da nação. São o primeiro estágio acima dos pobres. Contudo, se o socialismo se propõe a defender os pobres, incluí-los socialmente, logrando isso não os promoveria a serem classe média? Então, eventual sucesso “socialista” transformaria alguns pobres em culpados também?

Sistema; ora, sistema é algo amoral, atina a acuidade organizacional da sociedade, não às escolhas em si. Tanto entre socialistas quanto, liberais, se faz necessário o sistema. Assim, sendo algo necessário, só um imbecil ou desonesto fingiria combatê-lo.

“Establishment”, no fundo, não passa de sinônimo de sistema, a ordem social como está concebida. Se a concepção é boa ou, má, isso deriva dos valores adotados, não da concepção em si.

Todavia, quem gasta tempo, esforços caçando fantasmas, não raro, deixa de combater inimigos verdadeiros. É bonito falar em distribuição de renda; mas, impossível fazê-lo sem geração de renda; parece elegante pregar justiça social; mas, não é justo tirar de quem trabalha para aquinhoar vagabundos; pode soar, música, a defesa da igualdade; mas, igualdade quando deixa de ser de oportunidades para ser de frutos, com ou sem mérito, torna-se, seu oposto.

O mais insano de nossa política é que a maioria, malgrado sofra as consequências no bolso, está pronta a defender paixões, bandeiras, como se, seu partido fosse um time de futebol.


Torcer pra o Grêmio, mesmo se, rebaixado, não posso evitar; mas, em política, a cada quatro anos tenho direito a um “Recall” e não abro mão dele, se, meus governantes falharem, seja em competência, seja, em probidade. O governo atual falha grotescamente em ambas as frentes.

Falar mal do PT; coisa de FDP?

Deparei com a seguinte pérola:
"Foi o PT que..
Criou o FIES
Criou o PROUNI
Criou o SEM FRONTEIRAS
Criou MINHA CASA MINHA VIDA
Criou o FOME ZERO
Criou FARMÁCIA POPULAR
Criou AGRICULTURA FAMILIAR
Criou o MAIS MÉDICOS
Criou o SISU
Criou o SAMU
Criou o BOLSA FAMÍLIA
Criou LUZ PARA TODOS
Criou ÁGUA PARA TODOS
Criou BRASIL SEM MISÉRIAS
Criou PAC e PAC 2
Criou CIDADE DIGITAL
Criou BRASIL SORRIDENTE
Criou JOVEM APRENDIZ
Pra falar mal do PT, tem q ser muito FDP"

Bueno, como sou um dos que “falam mal do PT” fui chamado de FDP, preciso defender a honra da minha velha. Pensando bem, se tratando de política nacional, a mãe é a Pátria. Assim, como os argumentos arrolados se referem a feitos nesse âmbito, acredito que não querem ofender minha falecida mãe, antes, minha visão política seria filha da puta.

Ainda assim, preciso defendê-la. Como prova que o PT é inatacável alistaram aqueles dezoito feitos acima. Bem, antes de entrar no mérito deles, constatemos que, estão no poder há catorze anos, de modo que dá na média, pouco mais que um desses por ano.

O “Impostômetro” registrou ano passado arrecadação superior a um trilhão de reais; com essa quantia de dinheiro o Governo lida para gerir à nação. “Fome zero” alguém viu, além de seu lançamento? Que fruto deu? Existe ainda? “Brasil sem miséria” qual sua eficácia? “Água para todos” com milhares de cisternas abandonadas no nordeste, por falta de instalação? “PAC 1 e PAC 2” com pouco mais de 11% de suas obras acabadas? “Mais médicos”, com “médicos” que não se permitiu averiguar a competência fazendo o Revalida, e com dinheiro para financiar a ditadura de Cuba, invés de assalariar plenamente aos profissionais?

Água, Luz, Casa, ora, o governo manipula veras fábulas orçamentárias, com o dever de prover essas coisas, além de segurança, estradas, saúde, educação, isso, é o básico de um Governo minimamente competente. 

Mas, como a brincadeira consiste em citar uma lista de feitos do PT, deixem-me brincar também:
As Calúnias de Erenice Guerra foram do PT; Mensalão foi obra do PT; empréstimos secretos a Cuba, fora da lei, PT; 25 milhões do nosso dinheiro para os terroristas do Hamas, foi o PT; perdoar dívidas de ditaduras africanas pra beneficiar empreiteiras amigas, foi o PT; o escândalo Rose Noronha, não sexual, esse é problema da Marisa, mas, financeiro, obra do PT; O petrolão, fundos de pensão, farra do BNDS, tudo obra do PT; o prédio do famoso tríplex em Guarujá, tem a maioria dos apartamentos nas mãos do PT; o sítio do mais honesto dos homens em Atibaia, digitais do PT; o estelionato eleitoral prometendo uma coisa e fazendo seu oposto após as eleições foi o PT; aumento desmedido de energia, gasolina, volta da inflação, desemprego, obras do PT...

Está bom até aqui? Tem muito mais, isso é mera amostra. Ademais, mesmo que aquela fajutinha lista de siglas, melhores para propaganda que para beneficiários, fosse extremamente meritória, isso daria direito de se apoderar do Estado como se fosse do partido?

Imaginemos que fui contratado como mestre de obras para construir um colégio; Mas, durante o trabalho, desviei para fins escusos mais da metade dos materiais. Um dia o patrão descobre, me chama à responsabilidade, e em minha defesa digo, que; ele está sendo filho da puta, pois, eu estudei a planta, marquei, fiz as fundações, erigi paredes, telhados e a obra está bem adiantada, quase pronta, e ele vem, me acusar de uma coisa dessas?

Ora, fazer bem meu trabalho era meu dever, fui pago para isso; mesmo que o tivesse feito com perfeição, em tempo recorde, isso não me daria direito a desviar um tijolo sequer. Os feitos do PT, como vimos, são pífios ridículos; isso lhes daria direito de roubarem a toda nação de modo tal, que resistir seria coisa de FDPs?

Pois, a dita mãe, puta, topa tudo por dinheiro; qual pátria se parece com aquela mulher? A que sonham com ela as pessoas decentes, ou, a que os Petralhas corruptos deformaram? Gente sem noção, sem caráter.

O ridículo de suas falas é tal, que fica difícil uma figura capaz de ilustrar à altura; tentemos por aproximação. Seria como ser a mãe deles, uma cafetina profissional, dona de bordel, acusando uma adolescente de catorze anos, que foi miseravelmente estuprada, de ser puta.

Num País sério, como Estados Unidos, por exemplo, 70% dos líderes petistas estariam na cadeia, o registro do partido seria cassado.

Na Ásia, alguns países enforcam seus corruptos; Se a moda pegasse, o PT estaria com a corda toda. Em suma, é caso de prostituição, sim, mas, como dizia o Babyssauro, “Não é a mamãe.”

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Soltando os bichos

Pergunta que circula na rede: “Como seria a Terra se a humanidade desaparecesse?” As respostas vão do escárnio ao espirituoso, do pretenso lógico, ao deboche. Mesmo eu, comemorei o fim do carnaval, BBB, PT, Faustão, João Kleber, Funk, “Esquenta”, enfim, tantas coisas seriam melhores...

Mas, falando sério, ocorre uma questão, de Voltaire, acho: “Devemos conhecer os homens por suas respostas, ou, por suas perguntas”? Outrem desenvolveu que, mais importante que repostas certas, seria fazer as perguntas certas.

Assim, como, malgrado os sete bilhões de intentos a humanidade insiste em não estrear, me ocorre pensar, como seria se, finalmente, decidisse aparecer?

O que vemos, infelizmente, são meras chispas contrapondo-se ao escuro, animalesco, como pirilampos à noite.

Uma raça autofágica, auto predadora, que, mesmo constituída com possibilidades nobres, amolda-se às ações mesquinhas.
Que outra espécie jogaria filhotes recém nascidos em lixeiras como o “homo animalescus?” Mataria ainda no ventre suas crias por considerá-las um atrapalho aos seus projetos?

Nas grandes tragédias, como furacões, enchentes, terremotos, tsunamis, o aspecto humanitário assoma; a dor do próximo ainda logra evidenciar o fio que imbrica a espécie. A sorte alheia nos comove e conseguimos mediante certa empatia abrir mão de algo, em prol de quem foi atingido.

Entretanto, mesmo aí, surgem animais, lobos, chacais, e no curso entre doador e destinatário, muitas digitais humanas são apagadas pelos predadores.

99% de nosso tempo usamos pra competir; lançarmos nossa lenha na fogueira das vaidades. Siliconamos, peitos, bundas, discursos; “bombamos” músculos, alugamos cérebros para parecermos o que não somos; ganharmos uns pontinhos nessa “competição”.

Cada um brande suas paixões como estandartes; nem nos importamos em receber flores de plástico, se, parecem vistosas.

Os canhões da imprensa são municiados pelas línguas corruptas, que matam nos hospitais, trânsito, assaltos; as mesmas armas ainda são oferecidas, para que, assassinos de carne e sangue, forjem “álibis” também, de plástico.

Mesmo o excelso Nome de Deus, é usado por assassinos de esperança, manipuladores de carências a adubar a credulidade ingênua.

O projeto de Deus para nós era sublime; digo, era, pois, foi deturpado. “Que é o homem mortal para que te lembres dele? O filho do homem, para que o visites? Pouco menor o fizeste do que os anjos, de glória e honra  coroaste. Fazes com que tenha domínio sobre as obras das tuas mãos; tudo puseste debaixo de seus pés.” Sal 8;4 a 6

Então, onde “entrou areia na máquina” e, o que fora criado um pouco menor que os anjos, paulatinamente se tornou muito menor que os animais? “O seu pensamento interior é que suas casas serão perpétuas, suas habitações de geração em geração; dão às suas terras seus próprios nomes. Todavia o homem que está em honra não permanece; antes é como os animais, que perecem. Este caminho deles é sua loucura...” Sal 49; 11 a 13

Salomão diz mais: “Disse no meu coração, quanto a condição dos filhos dos homens, que Deus os provaria, para que pudessem ver que são em si mesmos como animais. Porque o que sucede aos filhos dos homens, também sucede aos animais, a mesma coisa; como morre um, assim, morre o outro; todos têm o mesmo fôlego; a vantagem dos homens sobre os animais não é nenhuma, porque todos são vaidade.” Ecl 3;18 e 19

Sócrates, o filósofo, ilustrou ao homem como sendo um invólucro de pele, contendo uma besta policéfala, ( de muitas cabeças ) e, no alto, um homenzinho pequeno, impotente. Segundo explicou, a besta são os maus instintos que determinam o comportamento do bicho; o homenzinho impotente é a razão, que, mesmo sabendo quais as melhores escolhas, fraqueja ao império das piores, das, animalescas.

Pois bem, de carona na figura posta, podemos dizer que o “Novo nascimento” em Cristo, consegue equilíbrio de forças entre o novo homem e os maus instintos; pelo Espírito Santo que o anima desde a conversão, pode voltar a agir como quando era “um pouco menor que os anjos”.

Pois, embora se diga por aí, “também sou filho de Deus” isso, demanda agir de um modo que o homem animal não consegue; carece poder especial, então, Cristo, “A todos que o receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus.” Jo 1;12

Entenda-se, porém, não estou defendendo o humanismo em si, antes, o homem regenerado, “Imagem e semelhança” de Deus. Pois, o homem em si mesmo, por polido que possa parecer, ainda será mero animal, posto, que, domesticado.

A Humanidade segundo O “Manual” adota em seu agir, valores do Criador. Assim, se a Humanidade aparecesse deveras, seria um imenso espelho onde veríamos a bela face de Deus.

Entretanto, desde Adão, tivemos medo e nos escondemos... nossos bichos são mais corajosos que nós. “Adão, onde estás”?

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Mesmo se errei, fiz a coisa certa

O paradoxo, não é necessariamente desinteligente, ilógico; na maioria das vezes, supra inteligente desafiador.

Mas, o que é paradoxo? “Pensamento, proposição ou argumento que contraria os princípios básicos e gerais que costumam orientar o pensamento humano, ou desafia a opinião consabida, a crença ordinária e compartilhada pela maioria. Aparente falta de nexo ou de lógica; contradição.” Ensina o dicionário.

Acontece que, às vezes o paradoxo é apenas verbal, não essencial. O mais famoso de todos é o “Paradoxo de Epimênides”. Esse, segundo o historiador Diógenes Laércio, era o nome do poeta-profeta cretense, que foi citado por Paulo Apóstolo, quando escreveu sua Epístola a Tito. “Um deles, seu próprio profeta, disse: Os cretenses são sempre mentirosos, bestas ruins, ventres preguiçosos.” Tt 1; 12 Foi o texto de Paulo.

Ora, se ele disse que, os cretenses são mentirosos, e, também era de Creta, a consequência seria: Se Epimênides mente, ele fala a verdade; mas, se ele é verdadeiro, ele mente. Paradoxal, não?

Aqui, pois, a compreensão demanda um plus da inteligência que vai além da expressão verbal; busca o sentido. Assim, se tal poeta denuncia como mau o serem mentirosos e preguiçosos seus compatriotas, depreende-se que ele não era assim, pois, agir contrário ao que acredita é um paradoxo essencial, não apenas verbal.

Conclusão: Devemos crer que os denunciados eram mesmo assim, exceto, quem os denunciou, pois, não o faria se fosse da mesma estirpe. Desse modo, a ortodoxia essencial elimina ao paradoxo verbal.

Hoje, andando pelo parque municipal para colocar pensamentos em ordem, num banco onde me assentei deparei com um par de óculos de grau bifocal. Alguém o esqueceu ali.

Me vi num dilema. Havia alguns homens trabalhando distante, funcionários do município, mas, o parque não tem uma administração local onde pudesse entregar meu achado. Poderia trazer comigo, pensei, ouvir pelo rádio eventual busca do seu dono, mas, sequer ouço rádio; ou, “plano C” deixar onde estava, pois, quem o perdeu, certamente buscaria nos lugares onde esteve. Não que seja algo de tanto valor, mas, dependendo das condições de quem precisa, vira um peso a aquisição de outro. Acabei optando por deixar sobre o banco torcendo que seu dono voltasse ali.

Depois que saí, fiquei meio tenso pensando se fizera a coisa certa ou não. Ora parecia certo, ora, omisso, errado. Quer saber, decidi, mesmo se fiz a coisa errada, fiz certo. Como assim? Paradoxal. 

Pois é, minha intenção ante as três alternativas possíveis sempre foi que o objeto voltasse ao seu dono. Assim, se, cometi um erro foi de avaliação intelectual, não, moral; por isso, descansei. Deus não condenaria por erro de avaliação, mas, por dolo moral, sim.

O incidente me fez pensar nos paradoxos. O que é mais paradoxal nesse mundo que o Cristianismo? Diz que os pequenos são grandes; que os fracos, são fortes; que os últimos serão primeiros; que são felizes os que choram; que os loucos são sábios, os “sábios” loucos; que perdendo a vida é que se lha encontra? Quantas afrontas à inteligência, pois!

Entretanto, como vimos dos paradoxos, seu entendimento demanda uma inteligência superior, que a Bíblia chama, sabedoria. Muito além da ginástica intelectual dos melhores cérebros da Terra, mas, ao alcance dos pequenos, fracos, sem muita instrução, que se submetem a Deus. Esses, que aprendem que, “O temor do Senhor é o princípio da Sabedoria”, são capacitados às melhores escolhas, mesmo que estejam muito acima de seu conhecimento.

Da Árvore da Ciência, tudo o que se colhe é mera ciência; a Árvore da Vida que frutifica aos salvos, dá-lhes vida espiritual e entendimento, igualmente, espiritual. Onde a ciência natural detecta sua miopia, os renascidos conseguem ver distintamente. Por isso, dizem eles, que a fé é cega, onde, deparam com a própria cegueira.

Afinal, a sabedoria espiritual, nada tem a ver com neurônios, capacidade cognitiva natural, filosofia; antes, Deus que vê corações, lega seu dom com um vínculo moral, de caráter, não, intelectual. “Porque o Senhor dá a sabedoria; da sua boca vem o conhecimento, e entendimento. Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade.” Prov 2;6 e 7

Interessante que a sabedoria espiritual é alegorizada como escudo, arma de defesa. Paulo faz uso da mesma figura em relação à fé. Afinal, a peleja do inimigo não tem outro alvo, senão, solapar nossa fé, que deriva do conhecimento de Deus. 

Salvos são capacitados a atuarem, “Destruindo os conselhos, toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo;” II Cor 10;5

Assim os grandes do mundo buscam entendimento para brilhar, a nós, é dado para obedecer. Um paradoxo mais, que diferença faz?