sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

O Jeito Divino de Abençoar

“Os (membros) que reputamos serem menos honrosos no corpo, a esses honramos muito mais; os que em nós são menos decorosos damos muito mais honra. Porque os que em nós são mais nobres não têm necessidade disso, mas, Deus assim formou o corpo, dando muito mais honra ao que tinha falta dela;” I Cor 12;23 e 24

Eis a Divina justiça e Sua parcimônia em abençoar conforme as carências, não, os desejos! Totalmente na contramão do mundo que costuma cobrir de ouro que já possui mais que o necessário e deixar padecer na miséria os desvalidos.

Certa vez lembro-me de ter ouvido uma conversa de passagem diante de um bar; “-Fulano acertou no bicho; na cabeça. – Eita, o diabo caga sempre no monte maior!” Tive que rir. Isso, porque o sujeito que acertara era um endinheirado, não precisava. Pois, que o Capiroto faça o que quiser do seu estrume, mas, estamos meditando na Bondade Sábia de Deus.

Antes que algum canhoto pense que estou falando de sistemas políticos lembro: Os “socialistas” onde dominaram, apenas mudaram a opressão e a riqueza, dos capitalistas para os próceres do partido e os miseráveis seguiram como eram, e com menos direitos, liberdades; portanto, desprezo-os por sua injustiça e hipocrisia; estou falando é do egoísmo mesmo.

Os que ganham pouco mais de um salário mínimo pagam por uma casa financiada durante mais de 20 anos; os que ganham salários acima de 30 mil por mês recebem “auxílio moradia” superior a quatro mil reais mensais, por exemplo. Um cidadão comum se quiser comparecer a determinado evento arcará com transporte, estadia, ingresso; um famoso e endinheirado receberá “cachê” para comparecer, pois, sua presença “promove” ao dito evento. Isso do jeito de “abençoar” do mundo, em oposição ao modo Divino que supre onde falta, invés de desperdiçar onde sobra.

Ninguém maior em honra na Igreja primitiva que os apóstolos; entretanto, “... Deus a nós, apóstolos pôs por últimos, como condenados à morte; pois, somos feitos espetáculo ao mundo, aos anjos e homens. Nós somos loucos por amor de Cristo, vós, sábios em Cristo; nós fracos, vós, fortes; vós, ilustres, nós, vis.” I Cor 4;9 e 10

Os “apóstolos” do ar condicionado atuais e muitas “estrelas” góspeis deveriam refletir sobre isso antes de fazer suas listas de exigências de super stars do mundo para darem seus “Shows”.

Paulo aprendeu que o Poder Divino se aperfeiçoa na fraqueza; mesmo seu incômodo “espinho na carne” não foi removido. Disse mais: “Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; Deus escolheu as coisas vis deste mundo, as desprezíveis, as que não são, para aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorie perante ele.” I Cor 1;27 a 29

A Bíblia ensina que não sabemos orar como convém. Quando Deus “apareceu” em sonho a Salomão e franqueou: “Pede-me o que queres”. O Rei invés de pedir vingança contra inimigos, ou, tesouros terrenos pediu sabedoria para reinar; noutras palavras: invés de pedir facilidades na vida pediu ferramentas para trabalhar.

Isso agradou tanto ao Eterno que fez mui além do pedido. “Porquanto pediste isso, não pediste para ti muitos dias, nem pediste para ti riquezas, nem pediste a vida de teus inimigos; mas, pediste para ti entendimento, para discernires o que é justo; eis que fiz segundo tuas palavras; eis que te dei um coração tão sábio e entendido, que antes de ti igual não houve e depois de ti igual não se levantará. Também até o que não pediste te dei, assim riquezas como glória; de modo que não haverá um igual entre os reis, por todos os teus dias.” I Re 2;11 a 13

A maioria da geração atual, não apenas não sabe o quê, pedir, como, sequer, pede; ela faz “melhor”; “Ordena, determina, decreta” a “Bênção de Deus”.

Natural que nos inquietemos por coisas que supomos necessitar; porém, se Deus demora em nos dá-las, certamente está cuidando de outras que, aos Seus Olhos necessitamos mais, ou, primeiro. Daí, “Entrega teu caminho ao Senhor, confia Nele e tudo Ele fará.” O “tudo” que interessa no tocante aos Seus não inclui fama, riquezas terrenas, antes, atina, sobretudo, à justiça; “Ele fará sobressair tua justiça como a luz, e teu juízo como o meio-dia.” Sal 37 5 e 6

Desse modo, quando insto, oro, peço e não recebo o que pedi convém atentar bem para o que recebi oculto atrás desse, não. Como dizia Spurgeon, “Deus nos abençoa muitas vezes cada vez que nos abençoa.”

Minhas petições desnudam apenas meus desejos; a Divina Onisciência conhece minhas necessidades. Obrigado Pai por tantos nãos! Perdoa minhas orações.

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Meu bem, meu mal e a besta

“Se estiver embotado o ferro e não se afiar o corte, então, se deve redobrar a força; mas, a sabedoria é excelente para dirigir.” Ecl 10;10

Pensando bem, em alguns momentos me vejo bem pior do que penso; então, urge que eu aprenda pensar melhor. A honestidade moral e intelectual são as lentes da alma que corrigem seu grau de miopia.

Somos mui espontâneos em “assumir” pretensas virtudes, receber elogios; muitos correm em busca disso como um viciado buscando drogas.

Todavia, um garimpeiro a laborar no rio lida com lama, água suja, areia; eventualmente, sua persistência é premiada com algo de valor. Assim somos em nossas almas impuras; mas, dada a vaidade exibimos nossas “pepitas”, apenas, malgrado, tenhamos muita impureza oculta...

Nossa enfermidade é tão “normal” que sequer notamos. Desde que nos foi “legada” a autonomia em relação a Deus, que nós mesmos mensuramos bem e mal ao nosso alvitre, o bem deixou de ser uma coisa derivada de valores e passou a ser fruto de sentimentos, emoções. Assim, aquilo que eu gosto, por insano que seja será meu, “bem”; o que desgosto, não obstante tenha seus méritos, virtudes, será o mal.

Dizem que mente vazia é oficina do Tinhoso; n’outras palavras quem está a esmo tende mais a fazer porcarias que a tomar boas decisões.

Bem, sempre ouvi isso por alto sem me ocupar de pensar a respeito; parecia um dito sábio. Contudo, pensando melhor, se não houver um adjetivo producente ao conteúdo da mente, talvez seja melhor que esteja mesmo baldia.

Como assim? Todos filosofam sobre a superioridade da qualidade ante a quantidade; assim, uma mente cheia de maus intentos, pensamentos viciosos seria melhor que uma vazia? Mudando a figura; seria preferível um vaso cheio de lixo a outro, vazio?

Talvez o que se queira dizer é que o envolvimento em alguma ocupação virtuosa tende a tolher nossa inclinação natural pelo mal; nisso estou de acordo.

Henry Ford dizia: “Pensar é o trabalho mais duro que há; e essa, talvez, seja a razão para que tão poucos se ocupem nele.” Alguns, presto discordarão, pois, acham que maliciar, desejar, maquinar embustes, são sinônimos de pensar. Não senhores! Pensar deveras requer uma alma filosófica que tenta entender as coisas e seus porquês; que abstraia o fenômeno, a aparência e tente tocar o motivo, o alvo.
Dizemos que as aparências enganam, quando o engano é filho de nossa percepção destreinada.

Um exemplo de vero pensar: “Quando penso nas coisas como são, pergunto: por quê? Quando as analiso como não são, questiono: Por que não?” George Bernard Shaw

A geração atual pelo seu espírito praticamente proíbe o livre pensamento. As coisas são devidamente encaixadas em seus moldes “politicamente corretos” e somos patrulhados para não sairmos da caixa. Quem deu autoridade absoluta a esses embusteiros que tentam implantar as coisas ao seu gosto? O que está vigente é abolição do cérebro cuja carta de alforria foi assinada com uma putrefata pena ideológica que está suja de muito sangue e já fez correr rios de lágrimas.

Escandalizamos-nos ao ver universitários enfiando velas acesas no rabo como sendo uma forma de “arte”; porém, no tempo que os animais falavam, digo, quando os cérebros ainda funcionavam, a arte era a expressão do belo, do criativo, seu desfile dava azo à sublimação, ao enlevo; ah, e havia diferença entre o ridículo, o abjeto, o obsceno, e ela.

Platão definiu o homem como sendo um invólucro de pele contendo dentro uma besta policéfala (de muitas cabeças) e no alto um homenzinho; segundo ele, a besta representa os instintos bárbaros, incivilizados; e, cada cabeça tipifica uma má inclinação, uma paixão doentia; o homenzinho seria nossa parte superior, a razão. Assim, o filósofo seria aquele cujo homem interior teria domínio sobre o monstro; os demais, o oposto.

Pois bem, alugando essa figura por um pouco, nossa geração tem alimentado a besta com a carne do finado homenzinho racional. Gente de renome, professores de faculdade, artistas, jornalistas, pessoas que deveriam ser os nossos luminares exibem sintomas pujantes de desonestidade intelectual e moral, e subserviência ao monstro das paixões triturador da razão, dos fatos, da história, da verdade...

O sistema facilita a indigência mental; basta compartilhar algo do qual se gostou, mesmo sem entender direito e o sujeito já será “racional” profundo.

Claro que frases feitas têm seu valor, sempre recorro a elas quando parecem oportunas, mas, se nosso “pensar” se resumir a isso não passaremos de robôs programados, mentecaptos, que literalmente significa capado da mente, castrado.

Pensar não é decorar as ideias alheias, antes, usar a massa intracraniana para gestar as nossas. “A mente não é um vaso para ser cheio; é um fogo a ser aceso” Plutarco.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Humanidade Pródiga

“... tudo que Deus faz durará eternamente; nada se lhe deve acrescentar e nada tirar; isto faz Deus para que haja temor diante dele.” Ecl 3;14

Ele mesmo encerra o Cânon reiterando isso: “Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas; se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará sua parte do livro da vida, da Cidade Santa e das coisas que estão escritas neste livro.” Apoc 22;18 e 19

Inicialmente O Santo tolerou guerras, escravidão, poligamia, coisas que, Paulo disse, eram segundo “os rudimentos do mundo, não segundo Cristo,” não significa que O Todo Poderoso esteja se aperfeiçoando ao longo do tempo; antes, que Sua Misericórdia perfeita lidou em amor com nossas imperfeições.

Tampouco, O Novo Testamento é um aperfeiçoamento do Velho; antes, o cumprimento dos vaticínios, demandas e tipos proféticos nele contidos. Se, em certos aspectos a Revelação de Deus e Seu Reino, vieram de modo progressivo, isso atina à humana capacidade de entendimento, não a alguma “evolução” Daquele no qual não há mudança nem sombra de variação; “Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje, e eternamente.” Heb 13;8

Isaías situou aos replicantes: “Ai daquele que contende com seu Criador! caco entre outros cacos de barro! Porventura dirá o barro ao que o formou: Que fazes? ou a tua obra: Não tens mãos? Ai daquele que diz ao pai: Que é que geras? E à mulher: Que dás tu à luz?” Is 45;9 e 10

O fato de estarmos diante do Eterno deveria ensejar temor em nós; entretanto, nem sempre é assim.

O Eterno vetou hibridismos de plantas e animais, contudo, cheia deles está a Terra; “Não semearás a tua vinha com diferentes espécies de semente, para que não se degenere o fruto... Com boi e com jumento não lavrarás juntamente.” Deut 22;9 e 10 etc.

Há um determinismo biológico bem claro quando da formação dos seres vivos; tanto plantas, quanto, animais. “... Produza a terra erva verde, erva que dê semente, árvore frutífera que dê fruto segundo sua espécie, cuja semente está nela sobre a terra... Produza a terra alma vivente conforme sua espécie; gado, répteis e feras da terra conforme sua espécie...” Gên 1;11 e 24

As expressões, segundo sua espécie, ou, conforme sua espécie se repetem, à exaustão. Porém, não satisfeitos de alterar o que O Eterno disse, alguns ousaram negar frontalmente Sua Palavra. Desses veio a famigerada Teoria da Evolução, segundo a qual tudo teria se originado de modo casual, fortuito; evoluído ao longo de eras de modo que, as miríades de espécies existentes seriam variações evolutivas de uma apenas.

Contudo, com a descoberta do código genético, o DNA, ficou estabelecido cientificamente que cada espécie é distinta e preserva sua distinção, invés de se tornar outra. Então, descoberto e comprovado isso, o “homo sapiens” honesto que é presto assumiu que estava errado, abdicou de suas falsas afirmações, refez todos os livros didáticos que abordavam o tema e passou a ensinar ciência pelo viés criacionista; só que não.

Após esbanjar sua vasta herança, intelectual, experimental, teórica; e, como o pródigo gastar tudo no meretrício da falsa ciência, e acabar errante entre porcos, o obstinado e resiliente pecador finge que seus postulados ímpios inda estão em pé e parte para novos ataques contra O Criador; agora, com alteração da Palavra para que não mais condene ao homossexualismo, e, a nojenta e abjeta ideologia de gênero. Deus não teria criado macho e fêmea, mas, andróginos; a sociedade teria imposto isso aos pobres infantes, que deveriam se portar conforme seu gênero.

Eis a maldição de se por voluntariamente sob o domínio do deus desse século! Cegueira. “O deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.” II Cor 4;4 Desafiados a mudar de postura e corresponder ao Divino Amor, endurecem seus corações; mostram, como os coevos do Senhor, amar mais as trevas que a Luz.

A humanidade mudou “para baixo” após a queda; alienada do Criador e Seus valores degenerou. O desafio da Cruz é para que neguemos essa fraude que nos tornamos, e sejamos regenerados segundo Deus. A imensa maioria, infelizmente, gosta demais da sugestão de decidir por conta acerca do bem e do mal; acaba trocando um pelo outro, pois, cega, e aprendendo “Braille” com um mestre que odeia a Deus, herda como seu o ódio daquele.

Os que temem ao Santo não mudam Seus conceitos de bem e mal; são capacitados pela misericórdia Dele a mudar de vida.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

A Pedra Rejeitada

“Ainda não lestes esta Escritura: A pedra, que os edificadores rejeitaram foi posta por cabeça de esquina; isto foi feito pelo Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos?” Mc 12;10 e 11

Jesus altercando com “edificadores”, os religiosos, que O rejeitavam. Disse que Sua rejeição estava prevista nas escrituras já; ironicamente perguntou se eles jamais tinham lido.

Não só tinham, como, muitas vezes, cantado; pois, estava no seu hinário; Salmo 118;22. Nós outros também, quantas vezes lemos, ou, cantamos coisas apenas da boca pra fora, cujo conteúdo não nos toca?

“Edificadores”, não deve ser entendido literalmente; nem mesmo, Pedra. A edificação em apreço era O Reino de Deus; o trabalho, o devido cuidado com Suas ovelhas. E, nessa linguagem foi predito também: “Assim diz o Senhor Deus: Estou contra os pastores; das suas mãos demandarei minhas ovelhas; eles deixarão de apascentá-las; os pastores não apascentarão mais a si mesmos; livrarei minhas ovelhas da sua boca, não lhes servirão mais de pasto. Porque assim diz o Senhor Deus: Eu mesmo procurarei pelas minhas ovelhas e as buscarei.” Ez 34;10 e 11

“Isto foi feito pelo Senhor...” Ele disse que começaria algo novo; “Pois, também te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei minha igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela;” Mat 16 18 Para a teologia católica essa passagem refere-se ao “Primado de Pedro” onde ele teria sido escolhido para chefe, ou, Papa.

Entretanto, como ensina a boa regra de hermenêutica, quando um texto parecer dúbio, polêmico e difícil de interpretar recorre-se a outros paralelos para chegar a uma solução segura; pois, a Bíblia interpreta a Bíblia, a Palavra não é de escopo individual; “...nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas, homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.” II Ped 1;20 e 21

Pois, mesmo Pedro, face a face com o Senhor ouviu: “O que faço agora não o sabes; entenderás depois” isto é, depois de iluminado pelo Espírito Santo.

A questão da Pedra, malgrado, a coincidência com seu nome, não pensava ser ele; nunca referiu-se a si mesmo como Papa, antes, Presbítero; e invés de pretender que seus escritos fossem o supra-sumo da fé, as “encíclicas eclesiásticas”, confessou sua dificuldade de entender escritos mais profundos, como os de Paulo, por exemplo; “Tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor; como também nosso amado irmão Paulo escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada; falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender...” II Ped 3;15 e 16

Sobre a “Pedra”, voltando, disse: “Chegando-vos para ele, (Cristo) pedra viva, reprovada, na verdade, pelos homens, mas, para com Deus eleita e preciosa; vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual, sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo. Por isso também na Escritura se contém: Eis que ponho em Sião a pedra principal da esquina, eleita e preciosa; quem nela crer não será confundido. Assim para vós que credes é preciosa, mas, para os rebeldes, a pedra que os edificadores reprovaram foi a principal da esquina...” I Ped 2;4 a 7


Noutra parte, quando O Senhor lhe disse que daria as chaves do Reino estava falava da honra de ser o precursor dos pregadores, o que abriria a Porta, que, como dissera O Senhor, “Eu Sou a porta...” Assim, as primeiras pregações da igreja foram dele; cinco mil almas se converteram ouvindo; desde então, a Porta foi aberta.

Todavia o fundamento sempre foi o Ensino de Cristo e a Autoridade maior, O Espírito Santo, não, um homem. “...disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado.” Atos 13;2 O mesmo Pedro foi curado pelo Espírito do excesso de judaísmo e enviado ao encontro do romano Cornélio, etc.

Noutra parte, quando o “Papa” falhou foi corrigido por Paulo; “chegando Pedro à Antioquia, lhe resisti na cara, porque era repreensível. Porque, antes que alguns tivessem chegado da parte de Tiago, comia com gentios; mas, depois que chegaram, se foi retirando; se apartou deles temendo os que eram da circuncisão.” Gál 2;11 e 12

Enfim, quem se preocupa mais com aceitação humana que Divina corre o risco de cometer o mesmo erro dos que condenaram ao Senhor. Rejeitar ao que Deus aprova e aprovar ao que Ele despreza. Pois, como ensina Salomão; “O que justifica o ímpio e o que condena o justo, tanto um quanto outro são abomináveis ao Senhor.” Prov 17;15

Tendemos a concordar com o que d’antemão concordamos; somos refratários a refazer ideias; mas, precisamente isso, requer a conversão...

domingo, 3 de dezembro de 2017

Diamantes em risco

“Acabando tudo isto, todos os israelitas que ali se achavam saíram às cidades de Judá e quebraram estátuas, cortaram bosques e derrubaram os altos e altares por toda Judá e Benjamim, como também, em Efraim e Manassés, tudo destruíram;” II Crôn 31;1

Ezequias subira ao trono com 25 anos e herdara um cenário de apostasia. O templo em ruínas, dezenas de cultos alternativos, idólatras, espalhados por Israel; uma verdadeira desolação.

Seus primeiros atos foram na direção de restauração do relacionamento com Deus. Recuperação do Templo em seus estragos, santificação das coisas sagradas que foram profanadas, celebração da páscoa, restabelecimento da ordem sacerdotal, culto e louvores ao Senhor.

Houve duas “quebras de protocolo” que O Eterno permitiu, dadas as circunstâncias. A páscoa deveria ser celebrada no primeiro mês; todavia, “O rei tivera conselho com os seus príncipes e toda a congregação em Jerusalém, para celebrarem a páscoa no segundo mês. Porquanto não a puderam celebrar no tempo próprio, porque não se tinham santificado sacerdotes em número suficiente e o povo não se tinha ajuntado em Jerusalém.” Cap 30;2 e 3

Depois, “havia muitos na congregação que não se tinham santificado... Ezequias orou por eles, dizendo: O Senhor, que é bom perdoa todo aquele que tem preparado seu coração para buscar o Deus de seus pais, ainda que não esteja purificado segundo a purificação do santuário. Ouviu o Senhor a Ezequias e sarou o povo.” VS 17;a 20

Vemos, pois, que arrependimento, contrição valem mais diante de Deus que outras coisas, que, mesmo tendo sido ordenadas como necessárias, em circunstâncias especiais tornam-se assessórias, desde que, o vital, o Temor do Senhor seja preservado.

Entretanto, é o Temor do Senhor que leva Seus servos a banirem a ideia de cultos híbridos; isto é; misturados com crenças, imagens, ritos que O Eterno não ordenou. Por isso, uma vez sarados por Deus, perdoados e aceitos, os hebreus arrependidos voltaram às suas terras e quebraram estátuas, destruíram altares que usavam quando estavam alienados do Santo.

Já li diatribes de vários padres contra protestantes no que tange ao culto de imagens dizendo em sua defesa que Deus mandou fazer dois querubins sobre a Arca da Aliança, e uma serpente de bronze. Portanto, segundo eles, o culto de imagens é válido desde que seja para O Senhor. É verdade; Ele mandou fazer isso e foi obedecido.

Porém, também mandou o seguinte: “Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque Eu, o Senhor teu Deus, sou zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos, até terceira e quarta geração daqueles que me odeiam.” Ex 20;4 e 5

Quer dizer que segundo a hermenêutica desses sacerdotes, o que Deus mandou fazer vale, mas, o que mandou NÃO FAZER, aí não precisa ser obedecido?

Note no texto acima que O Senhor equaciona o culto às imagens com odiá-lO. “visito a iniquidade... daqueles que me odeiam.” Mesmo que as pessoas digam que suas imagens são para cultuar a Deus Ele interpreta isso como ódio, pois, são deuses alternativos que acabam tomando um lugar que é exclusivo, Dele. “Eu Sou o Senhor; este é Meu Nome; minha glória, pois, a outrem não darei, nem meu louvor às imagens de escultura.” Is 42;8 “...nada sabem os que conduzem em procissão suas imagens de escultura, feitas de madeira, e rogam a um deus que não pode salvar.” Is 45;20

Não se trata de competição religiosa, isso não leva a lugar nenhum. Antes, tem ver com luz x trevas; verdade x mentira; salvação x perdição; vida ou morte.

Sem essa que todos os caminhos levam a Deus, que cada um O ama do seu jeito. Ele só reconhece um jeito de ser amado: “Se me amais, guardai os meus mandamentos.” Jo 14;15

É certo que os dez mandamentos nos ensinos de Cristo foram reduzidos a dois; amar a Deus sobre tudo, e ao próximo. Todavia, como amaremos a Deus colocando entre nós e Ele algo que Ele odeia?

A idolatria não se restringe ao culto de imagens; avareza, ídolos humanos; qualquer coisa que usurpe o lugar exclusivo do Senhor. A sentença do Apocalipse é categórica: “Ficarão de fora... os idólatras...” Apoc 22;15

Meu alvo não é ferir suscetibilidades, antes, iluminar; não é competir, mas, exortar para que você não fique de fora.

Aos erros pretéritos Deus perdoa, apaga; desde que haja uma mudança como nos dias de Ezequias. Senão, aqueles que se apegam mais à religião que à vida jogam no lixo o que é precioso, como um louco usando diamantes numa funda.

sábado, 2 de dezembro de 2017

A pequena grande estatura

“Até que todos cheguem à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina...” Ef 4;13 e 14

Quando Paulo alude à Estatura de Cristo como alvo, de certa forma soa-nos a missão impossível. E, essencialmente é. Nenhum de nós, o mais santo dos homens que já viveu, vive, ou, viverá atingirá tal esplendor.

Contudo, a “perfeição” desejada é antes, funcional que essencial; ou seja, mesmo que fiquemos a anos-luz do Ser, do Senhor, Ele É Criador, nós, criaturas podemos agir como Ele agiria em termos de maturidade, diante de eventuais embates; heresias, sobretudo. “... não sejamos mais meninos inconstantes levados em roda por todo vento de doutrina...”

A Epístola aos hebreus cobrou daqueles, exatamente, essa “perfeição”; maturidade espiritual, discernimento. “Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos ensine os primeiros rudimentos das palavras de Deus; vos haveis feito tais que necessitais de leite, não, de sólido mantimento. Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino. Mas, o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir o bem e o mal.” Heb 5;12 a 14

Invés de, decidir sobre o bem e o mal, discernir a ambos; identificá-los mesmo quando se acham camuflados. Coisa que Paulo declarou impossível aos homens naturais, e, “natural” aos espirituais. “O homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parece loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas, o que é espiritual discerne bem tudo e de ninguém é discernido.” I Cor 2;14 e 15

Se, pois, em antítese à perfeição colocou “meninos inconstantes”, óbvio que sua ideia é mesmo a maturidade espiritual. Quando escreveu seu célebre texto sobre o amor, equacionou a vaidade frívola dos dons em si e disputas parciais com meninice; por fim, evocou seu próprio crescimento como uma sutil exortação a que o imitassem; “Quando eu era menino falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.” I Cor 13;11

Por que o homem natural não consegue ver espiritualmente? Duas razões concorrem; um lapso e uma barreira. Após a queda todos resultaram espiritualmente mortos, daí, “...aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.” Jo 3;3 Além disso, “...o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho...” II Cor 4;4

Entretanto, mesmo os renascidos por sonolentos, omissos, podem ser enganados pelos ministros de Satanás transfigurados em ministros de justiça. Desgraçadamente essa geração “fast food” não tem paladar para a Palavra de Deus; é presa fácil dos enganadores, pois, a identificação do falso requer conhecimento do verdadeiro.

O “cristianismo” de muitos se limita a compartilhar e dar seus améns às “orações poderosas” que circulam; porém, conhecer À Palavra do Todo Poderoso, por ela, Sua Vontade, aí são poucos. Os ministros da moda desafiam os incautos a fazer grandes sacrifícios como prova de fé; quanto maiore$ o$ $acrifício$, mais fé. Ora a Palavra de Deus é categórica: Deus não quer isso; antes, deseja ser conhecido, amado. “Pois desejo misericórdia, não, sacrifícios; conhecimento de Deus em vez de holocaustos.” Os 6;6

Por isso, Pedro desafiou aos nascituros que tivessem apetite pelo seio materno; “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo;” I Ped 2;2

Muitos devaneiam em vestir roupas novas sem tomar banho; querem o exercício dos dons espirituais, sem se deixar ser purificado pela ação do Espírito. A primeira mudança se requer em nós, nosso caráter, para sermos capacitados pela Sabedoria Divina a ajudar outros; “Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade.” Prov 2;7

Em outras palavras: Só receberemos autoridade espiritual após sermos devidamente exercitados na submissão; “Estando prontos para vingar toda a desobediência, quando for cumprida a vossa obediência.” II Cor 10;6

Enfim, a Estatura de Cristo de nós requerida nada tem com grandeza; antes, com maturidade, humildade. “haja em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas, esvaziou-se, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; achado na forma humana humilhou a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.” Fp 2;5 a 8
Os maiores espiritualmente não se fazem notar; contribuem para que Deus seja notado.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

A oração dos bichos

“Ainda que se mostre favor ao ímpio, não aprende justiça; até na terra da retidão pratica iniquidade; não atenta para a majestade do Senhor.” Is 26;10

Diverso da ideologia esquerdista que as pessoas fariam mal por causa das privações, sendo, por isso, as circunstâncias que patrocinam ações marginais dos “excluídos”, a Bíblia apresenta o caráter, a índole, como fiadora dos mesmos, malgrado, o entorno.

Vimos o ímpio na “terra da retidão”, portanto, em ambiente “impróprio” praticando iniquidade. Afinal, se fosse veraz o dito que a ocasião faz o ladrão, todos eles seriam inocentes.

Se, alguém galgar uma função ministerial num ambiente cristão, o pressuposto necessário é que orbite em ambiente de retidão; se, não plenamente, ao menos, onde a mesma é ensinada; defendida como vital a saúde espiritual.

Entretanto, circula na Net a notícia que, Kelvin Holdsworth ministro anglicano de Glasgow pediu aos fiéis que rezem para que príncipe George seja gay; assim, a Família Real apoiaria o casamento homossexual, do qual é defensor e ativista.

Sem entrar no mérito da postura conservadora da Família Real, tampouco, do homossexualismo, que, biblicamente é denunciado como erro, no âmbito individual é direito de cada um que assim o desejar, quero me ater ao vício que chamarei de oração dos bichos.

Tiago colocou o egoísmo carnal como barreira às respostas Divinas quando alguém ora; disse: “Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para gastardes em vossos deleites.” Cap 4;3 Adiante receitou uma tomada de posição radical: “Chegai-vos a Deus, Ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; vós de duplo ânimo purificai os corações.” V 8

Num livro de Gibran li uma fábula onde os ratos oravam por queijo, mas, os cães riram dizendo ter certeza que se orassem choveria ossos, não, queijos.

Dessa viés de orar cada um, segundo suas inclinações naturais, derivei a ideia da “oração dos bichos”.

Se, o indispensável no cristianismo é “Negue-se, tome sua cruz e siga-me”, como pode alguém que renunciou suas vontades pela Divina orar ainda segundo desejos naturais desorientados, quiçá, perversos como os do aludido ministro?

Deus só responde favoravelmente orações que se alinham à Sua vontade. Para conhecê-la demanda-se uma renúncia tal, que foi chamada de “sacrifício vivo” no aspecto do custo; e, “culto racional” no prisma do intelecto, vejamos: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas, transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual a, agradável e perfeita Vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Se, a Vontade Divina é mesmo perfeita, qualquer restrição que houver no tocante a ela necessariamente derivará de nossas imperfeições, de nosso “conformar com o mundo”, más inclinações não crucificadas, na linguagem de Paulo.

Uma coisa que me intriga: Se, Deus conta e é mesmo O Senhor, quem ousaria alterar o que Ele disse? Porém, se é só uma abstração, uma droga psíquica, um mito, como dizem alguns, por que as pessoas precisam de religião? Existem drogas alternativas e amorais.

Os gays brasileiros criaram sua versão “sui gêneris” da Bíblia; chamam “Graça sobre Graça;” onde omitem os vetos ao homossexualismo da versão original. Dois erros concomitantes; não se adequarem aos preceitos Divinos, e, alterá-los.

Isso é acrescentar pecado a pecado, cobrir-se de engano não do Espírito de Deus como fizeram os hebreus. “Ai dos filhos rebeldes, diz o Senhor, que tomam conselho, mas não de mim; cobrem-se, com uma cobertura, mas, não do Meu Espírito, para acrescentarem pecado sobre pecado.” Is 30;1

Para quem aquele ministro sem vergonha pede que as pessoas orem? Deus? Pedirão que rasure Sua Palavra? Porfiarão com O Eterno para que deixe de Ser Santo, pois, recusam deixar de ser ímpios? Que abissal falta de noção!!

Circulam nas redes sociais as tais “orações poderosas” que incautos compartilham, acreditam; mas, não valem um prego. Não existe oração poderosa!! Existe as que Deus aceita; derivam de contritos, “justos”; não são repetições mecânicas quais mantras, têm coração. “buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes com todo vosso coração.” Jr 29;13 “...a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.” Tg 5;16 “...meu servo Jó orará por vós; porque deveras a ele aceitarei...” Jó 42;8

Mesmo um justo como Jeremias, se, interceder por quem Deus rejeitou será inútil; “... não ores por este povo, nem levantes por ele clamor, ou, oração; não me supliques, porque não te ouvirei.” Jr 7;16

A causa? Rejeição da Palavra de Deus; “...em vão tem trabalhado a falsa pena dos escribas. Os sábios são envergonhados, espantados, presos; rejeitaram a Palavra do Senhor; que sabedoria, pois, têm eles?” Jr 8;8 e 9