domingo, 23 de julho de 2017

A herança desprezada

"Grandemente se regozijará o pai do justo; o que gerar um sábio, se alegrará nele.” Pro 23;24

Há um provérbio asiático que diz: “A terra não é um bem que possuímos; mas, que tomamos emprestado dos nossos filhos.”

A ideia é que, o que pensamos possuir, na verdade é só o bastão na “corrida de revezamento” da vida; um dia legaremos aos descendentes. Paulo expressou assim: “...não busco o que é vosso, antes, a vós: porque não devem os filhos entesourar para os pais, mas, pais para os filhos.” II Cor 12;14

Essa é a ordem natural das coisas. Pais entesouram, filhos usufruem. Contudo, no provérbio inicial temos os pais usufruindo as riquezas dos filhos. “Grandemente se regozijará o pai do justo; o que gerar um sábio se alegrará nele.” Acontece que, se, bens materiais se transmitem, simplesmente, sem retorno, os morais e espirituais quando legamos ainda ficam conosco; nossos ensinos e exemplos guardam uma réplica na pasta dos “itens enviados”.

Essa coisas, não precisamos morrer, para que os sucedâneos herdem, antes, podemos ver e conviver com nossos enriquecidos que, de posse da herança nos fazem sentir ricos também.

Os japoneses dizem: “Se teu filho for bom não carece tua herança; se for mau, não merece.” Não se trata aqui, de desprezar as posses simplesmente, antes, de priorizar a formação do caráter, pois, se, bem feita essa tarefa, as demais perdem a relevância.

Duas correntes filosóficas se opõem desde muito no que tange ao saber: Empirismo e Racionalismo. A primeira advoga que nascemos com nossas almas como um CD virgem, e, mercê do aprendizado, das vivências, experiências, nosso saber e valores são “gravados.” A segunda, que certa dose de saber é inata; trazemos já ao estrearmos no palco da vida; recorrendo à razão, fonte desse saber, podemos chegar a sentenças justas e sábias mesmo não as tendo aprendido.

Não pretendo adotar um rótulo, nem empirista, nem racionalista, pois, acho que ambos os conceitos têm sua porção de verdade, não são excludentes, mas, complementares. Pois, se somos grandemente moldados pelos ensinos, sobretudo, pelos exemplos que miramos em nosso existenciário, muitas vezes tivemos que lidar com situações desconhecidas, e, certa intuição espiritual nos conduziu bem; de modo que parece lícito concluir que alguma centelha de luz espiritual, trazemos, em nosso HD original.

Quantas vezes aconteceu-me de sonhar algo inédito, e tempos depois isso acontecer! Qual o papel da experiência em casos assim? Agora que a coisa é pretérita se fez uma experiência, a qual, ensina que, para algumas coisas basta o espírito, não careço experiência.

Acho que, como os pais humanos legam riquezas abstratas aos filhos e se alegram no usufruto comum, Deus colocou uma centelha espiritual em nós, que devidamente avivada nos enriquece e O alegra juntamente. “O espírito do homem é a lâmpada do Senhor, que esquadrinha todo interior até o mais íntimo do ventre.” Pov 20;27

Por ser espiritual, a riqueza é eterna; sendo atemporal prescinde da experiência que é um incidente pontual na linha do tempo. Dessas coisas que O Mestre falou quando disse que devemos ajuntar Tesouros no Céu. Na verdade devemos alegrar Nosso Pai nos exercitando desde já, nas riquezas que Ele nos legou. “Filho meu, se teu coração for sábio, alegrar-se-á o meu; sim, o meu próprio. Exultarão meus rins, quando os teus lábios falarem coisas retas.” Prov 23;15 e 16

Não se trata de rejeitar bens materiais, reitero, tampouco, o valor do ensino e dos bons exemplos; antes, de situá-los devidamente na prateleira dos meios, invés de exaltá-los no pódio dos fins, como a imensa maioria tem feito. Seria insano ganharmos determinadas ferramentas para execução de um trabalho e no fim do nosso período de labor constatarmos que multiplicamos nossas ferramentas por cem, contudo, o trabalho que era nosso alvo não foi feito.

Assim fazem os que usam todos os meios para a multiplicação de coisas, e seguem tão desprovidos de valores que nada resta para legarem aos filhos. Constroem até um berço de ouro, muitas vezes, ouro sujo de sangue dentro do qual criarão um suíno, invés de um ser humano.

O que trazemos ao nascer precisa ser fomentado, avivado, senão, definha. E, nosso cenário familiar e social, carece de referenciais de valor, decência, moral. Vivemos dias de inversão tal que o poste mija no cachorro. A pornografia e o mau gosto se travestem de arte. Em nome da liberdade de expressão, os biltres vomitam contra homens dignos; e quem se indispõe contra isso é um “reaça” “moralista radical”.

O Pai amoroso ainda deseja que mais filhos tomem posse de Suas riquezas; e, demonstra Sua alegria fortalecendo espíritos daqueles que O alegram. “A alegria do Senhor é a nossa força.”

sábado, 22 de julho de 2017

Temer e as velhas fraldas novas

“A política foi primeiro a arte de impedir as pessoas de se intrometerem naquilo que lhes diz respeito. Em época posterior, acrescentaram-lhe a arte de forçar as pessoas a decidir sobre o que não entendem.” Paul Valéry

Dizem que, se o elefante soubesse da própria força seria dono do circo; contudo, o bicho se exibe para que o dono fature em troca da parca ração.

O circo da política, desde sempre tem tripudiado do elefante, digo, eleitor. Embora, para efeitos de doma, escolha “representantes”, na real, escolhe donos, feitores; segue servindo ao “circo”; se orgulha de poder decidir por quem será montado.

Nossa política tupiniquim assemelha-se à Hydra de Lerna, o dragão mitológico de três cabeças que, se, na tentativa de matá-lo, alguém cortasse uma, nasceriam duas no lugar. Nossa “democracia” o dragão; seus três poderes as cabeças; Brasília, o pântano onde o bicho vive. Cada eleição um “corte” que invés de matar o monstro aumenta-lhe as cabeças secundárias. Assim, os bravos “Hércules” até cortam vez por outra, mas, falta um Iolaus que cauterize a ferida antes do monstro se refazer.

Claro que há exceções, mas, minoria absoluta, como disse Henry Kissinger: “Noventa por cento dos políticos dão aos 10% restantes uma péssima reputação.”

A rejeição ao PT foi ímpar, por duas razões em especial: Uma, surgiram como alternativa de inclusão social com ética na política, mas, “incluíram” aos “companheiros”, instrumentalizaram ao Estado e fomentaram a corrupção como “nunca antes na história deste país;” natural que a cobrança fosse maior. Outra, seu discurso sempre foi divisionista, de ódio; do nós contra eles; não éramos convencidos por eventuais propostas, antes, tachados de uma coisa ou, seu oposto. Essa postura extremista uma vez patentes seus erros, tornou a rejeição inflamada a tal ponto, que o mero discursar de um deles na TV ensejava um “panelaço”. Mérito do PT.

Cortada a cabeça Dilma, temos sua regeneração a temer, digo, seu vice, Temer. Igualmente corrupto e safado como eram as cabeças pretéritas, porém, sem panelaços, pois, esquivo, bom de retórica sem a rejeição que o PT colheu por ter plantado.

Denunciado em falcatruas que mereceriam também seu impeachment, segue governando o circo na base de sempre. A compra de picaretas na base da toma lá dá cá. A liberação de verbas polpudas aos parlamentares, sob o eufemismo de “emendas orçamentárias”, para que os “emendantes” engavetem denúncias contra ele.

Como não se faz tento sem couro, o orçamento, óbvio, extrapolou e o rombo causado precisa ser tapado, e, adivinhem! Novos impostos serão cobrados dos elefantes, pois, os donos do circo acham que seu “espetáculo” não pode parar.

Muitos consolam-se com o fato de que ano que vem haverá eleições e poderemos usar o “poder do voto”. Santa ingenuidade! Aqueles dez por cento, cujos noventa restantes se encarregam de sujar a reputação nunca sobem ao trono, infelizmente. Seguirão sendo os albinos morais da casa, enquanto os de pele “normal” é que darão as cartas.

Eça de Queiroz disse que políticos e fraldas devem ser trocados periodicamente, pela mesma razão. Não sei como eram os políticos nos dias dele; mas, atualmente, as fraldas “novas” já vêm usadas, se é que me entendem.

Contudo, algum leitor desavisado poderia supor ao meditar em meu texto, que eu estaria propondo uma revolução, um assalto ao poder, para que, enfim, o “Elefante” se apossasse do circo. Lamento decepcionar, mas, a ideia não é essa. Todos os “libertários” da história que assumiram mediante a força não fizeram melhor que aqueles que depuseram, antes, pior. Seguiram governando movidos por interesses mesquinhos; como conheciam apenas a força como método, apresentaram esse a quem se lhes opôs; em miúdos, mataram opositores.

Acontece que, a maioria da indignação social não deriva da ojeriza à inversão de valores, mas, da inveja de serem outros, não os indignados que usufruem boa vida às alheias expensas. Nossa crise não é sistêmica, política, ou, partidária.

Está em nós, dentro de cada um que, mesmo acarinhando seus vícios, deplora-os em outrem. Tenho visto nas pequenas coisas indícios de grandes males. Cada um copula com a corrupção com o falo que tem.

Quem não resiste a tentações mixas, como furar fila, devolver troco recebido a mais, como resistiria quando a coisa estiver na casa dos milhões? Supõe que venceria a Hydra, esse fracote que apanha de lagartixa.

Enfim, embora não seja pregoeiro da alienação política, (o que podemos é apenas escolher o mal menor) prego o desafio evangélico que cada um ouse enfrentar o que pode e deve; a si mesmo.

“O caráter é como uma árvore e a reputação como sua sombra. A sombra é o que nós pensamos dela; a árvore é a coisa real.” Abraham Lincoln

Conversão; relacionamento desprezado

“Crescia a palavra de Deus, em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos; grande parte dos sacerdotes obedecia à fé.” Atos 6;7

Dois aspectos que vale realçar: Os convertidos chamados à escola, discípulos; os já religiosos, à obediência. “grande parte dos sacerdotes obedecia à fé.”

Contudo, nem sempre o discipulado foi tratado com a devida seriedade. Por isso alguns dizem que a fé é cega; muitos satisfazem-se em dizer que creem em algo que não entendem; descansam nisso, como se estivessem seguros debaixo de mera sentença, eu creio. Ora, conversão requer relacionamento, esse, conhecimento daquele com quem vamos nos relacionar. Por isso, o discipulado, o conhecimento de Deus é indispensável para quem crê, deveras.

O conhecimento espiritual não nos é proposto como um hobby, algo que acrescento à minha crença já salvadora, uma espécie de salto, que, mesmo não necessário, embelezaria minha profissão de fé. Antes, é vital. “A vida eterna é esta: que conheçam a ti só, por único Deus verdadeiro, e, Jesus Cristo, a quem enviaste.” Jo 17;3

Já nos dias do Antigo Testamento era posto em termos de vida, ou, morte. “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim...” Os 4;6 Mesmo a um rei gentio, o babilônio Belsazar foi denunciado pelo profeta Daniel que ele conhecia e cultuava uma série de deuses alternativos, enquanto, profanava Ao Senhor, de quem dependia sua vida. “...deste louvores aos deuses de prata, ouro, bronze, ferro, madeira e pedra, que não vêem, não ouvem, nem sabem; mas, a Deus, em cuja mão está a tua vida, de quem são todos teus caminhos, a ele não glorificaste.” Dn 5;23

Assim, sendo o conhecimento de Deus, de tal relevância, que dizer dos pregadores que desafiam o povo a fazer mandingas demandando coisas que desejam, como se O Todo Poderoso estivesse no mesmo nível desses que trocariam favores por despachos?

Pois, se aos convertidos foi ordenado o conhecimento, e aos religiosos, obediência, a primeira coisa que devem obedecer é que o chamado do Alto é para que ensinem. “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado...” Mat 28;19 e 20

A conversão requer que capitulemos em nossa vontade natural, trocando-a pela Divina; isso demanda uma mudança de alvos e comportamento que nos faz estranhos no mundo, como disse Pedro: “Porque é bastante que no tempo passado da vida fizéssemos a vontade dos gentios, andando em dissoluções, concupiscências, borrachices, glutonarias, bebedices e abomináveis idolatrias; eles acham estranho não correrdes no mesmo desenfreamento de dissolução, blasfemando de vós.” I Ped 4;3 e 4

A Divina Vontade nos será cada vez mais clara, à medida que vejamos os apelos do mundo como escuros, desprezíveis. Por isso somos desafiados a renunciá-los; só então, conheceremos Deus e Sua Boa Vontade. “Não vos conformeis com este mundo, mas, transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;2

Assim, saltamos do degrau inicial do conhecimento, para o entendimento, que já nos faz, em parte, usuários do conhecimento, uma vez que, o mesmo passa a moldar nosso pensar e agir. Se não for assim, nossa fé será morta, como aquela que denunciou Tiago.

Em suma, conversão não é mudar o método para perseguir os mesmos fins; antes, mudar o alvo, pela Excelência Suprema do conhecimento de Deus.

A má inclinação da carne é notória, necessita da cruz para tratar; agora, a má inclinação dos ministros mercenários que, invés de obedecer e ensinar obediência manipulam incautos por interesse é assassina. “...percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; depois de o terdes feito, o fazeis filho do inferno duas vezes mais do que vós.” Mat 23;15

Concluindo, a conversão não me guinda de uma opinião para outra, uma troca de religião como pensam alguns; antes, é bem mais radical que isso. “Para lhes abrires os olhos, das trevas os converteres à luz, do poder de Satanás a Deus...” Atos 26;18

Como, a luz não existe para si estritamente, antes, para proveito de outros, nossa mudança em Cristo deve ser tal que se faça um apelo mui visível aos que nos conhecem. Inda que a mudança seja interior, seus reflexos se veem de longe; “Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte. Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa.” Mat 5;14 e 15

domingo, 16 de julho de 2017

Reforma trabalhista e manipulação

“Desejar violentamente uma coisa é tornar-se cego para o demais.” Demócrito

A ideia lembra uma tourada; o bicho deseja tanto atingir seu inimigo, o qual busca como se fosse o pano vermelho, que torna-se cego para o esguio toureiro e toda plateia que se diverte com tal esforço vão.

De um animal meramente instintivo é natural que tenha comportamento assim. Agora, quando seres “racionais” cegados pelas paixões agem desse modo parece-me lícito concluir que podem mais.

Desde a ascensão do PT a sociedade foi empacotada em dois moldes; “nós” e “eles”; pobres e elites. Desse modo, se discordo pontualmente de uma proposição do, “nós”, necessariamente sou “deles”; não há espaço intermediário para eventual dissenso.

O tema momentoso é a Reforma Trabalhista. Revisão de alguns direitos, flexibilização de outros. Se, acho-a oportuna, bem vinda uma vez que seus efeitos em médio prazo serão benéficos, no meu apreço, logo sou um “coxinha”, elitista, inimigo dos trabalhadores.

Ora, todo assunto bilateral deve ser visto pelos dois lados. O excesso de direitos torna impraticável para muitos o emprego formal. Trabalhei recentemente por um ano de carteira assinada onde, na mesma constava menos da metade do que eu recebia; pois, era a única maneira que meu empregador supostamente conseguiria honrar seu compromisso. Não pode nem assim; há outras razões, claro!

Mas, o que quero dizer é que, ao aceitarmos constar em nossos contratos valores inferiores aos que, de fato, recebemos, de certo modo fazemos por nossa conta uma reforma pontual, pois, achamos melhor um emprego com menos direitos laterais, que o desemprego pleno de direitos ausentes, como se dá no momento, com 14 milhões.

Os países mais desenvolvidos da Terra têm legislações semelhantes. Está na hora de adequarmos a dança à musica, invés da tola rebeldia que, em nosso desemprego ninguém toca.

Não sou de “nós”, nem de “eles”; antes, pretendo pensar por conta já que dentro do crânio há certos meios. Sou trabalhador braçal, tenho uma empresa registrada pelo Simples para direitos básicos, Previdência; uma formal eu não poderia bancar.

Esse é o ponto, aliás; excesso de direitos acaba patrocinando a informalidade, que, uma vez incrementada enseja necessidade de maior carga tributária sobre os que atuam no modo formal; mais impostos, óbvio, menos empregos, as empresas começam “enxugando” a máquina; sobra para o trabalhador. Desse modo é desinteligente supor que defender a reforma nos moldes da que foi feita seja atuar contra os trabalhadores. Contraria interesses políticos de quem os manipula como se, deles fossem donos.

A esquerda manipula o que pode; se diz defensora de negros, gays, mulheres; mas, ousem os tais não serem canhotos, como Fernando Holiday, negro e gay, Joaquim Barbosa, Ana Amélia, Simone Tebet, etc. para ver como, de fato, usam as bandeiras, mas, defendem apenas quem se lhes revela manipulável, subserviente.

A cegueira é tal que muitos são “pautados” no pensar e agir, a partir das diretrizes dos gurus. Lula fala mal de Miriam Leitão, no dia seguinte ofendem-na em um voo onde a encontram; ele diz que a culpa é da Veja, Globo; picham, vandalizam como podem os prédios das empresas... que gente incapaz de pensar, de ver!!

Agora estão furiosos porque Temer compra sua permanência no Palácio com liberação de verbas. Acho graça disso. Eles compraram deputados mensalmente, no Mensalão; Lula comprou votos contra o impeachment; com nosso dinheiro, óbvio. Agora estão gritando por ética? Ora, a virtude é uma coisa boa; mas, usá-la seletivamente a serviço do vício é coisa de patifes.

Tô nem aí se o Temer cair não votei nele, nem votaria. Mas, pensando bem, não sei se não é melhor que siga esse mala mesmo, por mais um ano, que a coisa cair no colo do Rodrigo Maia, mais corrupto e incompetente ainda.

Ah, tem os artistas do site 342 pelejando pelo impeachment de Temer; os mesmos que achavam o outro, “Golpe”; não respeito gente assim. Temer tem culpa, claro! Mas, acho um mal menor sua permanência; se cair prometo não chorar.

Enfim, nos regimes socialistas até hoje, só governantes enriqueceram; quanto ao povo teve igualitária participação na miséria; não desejo isso para o Brasil. Precisamos de um Estado mínimo, que incentive a livre iniciativa, empreendedorismo, pois, crescendo a economia, ganham todos.

O que temos agora, desemprego recorde e instituições no vermelho como CEF, BNDS e Petrobrás é efeito do governo do PT. Contudo, os fanáticos pelejam contra a justiça que pesa sobre seu líder imaginando que a cura do câncer venha de quem o causou.

Tiveram quatro mandatos e fizeram isso. Que carta lhes resta na manga? Está mais que na hora de “nós” e “eles” abrirmos os olhos; senão, seguiremos como touro, batendo cabeça contra o pano vermelho.

Homens atrás do seu tempo

“Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, vede; perguntai pelas veredas antigas, qual o bom caminho, e andai por ele; achareis descanso para as vossas almas...” Jr 6;16

O dito: “É pra frente é que se anda”; embora pareça dizer apenas o óbvio, traz algumas variáveis a considerar.

Normalmente temos o novo, o moderno, como símbolo de excelência; quem não tiver o aparato de ponta, de última geração, sente-se defasado, inda que possua algo bom, funcional. A corrida insana do “progresso” derivada da “Árvore da Ciência”, que, de mãos dadas com o positivismo filosófico amoral pergunta apenas, como? Jamais, por quê?

Muitos visionários que se anteciparam em algum aspecto à marcha humana foram tidos como homens à frente de seu tempo. Malgrado, seja duvidoso que a busca de conforto e comodismo a todo custo seja o alvo certo, pois, isso tem descartado o humano em prol do robótico, (e o humano ocioso tende ao vício, não à virtude) não obstante essa dúvida, digo, a coisa parece inevitável. Não sabemos o que há do outro lado da ponte, mas, investimos sobre ela a toda velocidade.

Em tempos mais remotos quem sobressaía por algum talento na arte, escrita, esportes era uma singularidade. Tocar acordeom, por exemplo, no Rio Grande do Sul admirava-se Mary Teresinha e Jeanete. Hoje, basta olharmos no Youtube a vastidão de jovens talentosas mandando ver. Atrevo-me a pensar que os dons sempre estiveram latentes, mas, os meios, não. Agora ambos se encontraram. Isso em todos os aspectos.

Assim, por um lado temos um tsunami de talentos; por outro, um deserto moral. Isso, porque demos corda sistemática ao relógio da ciência, enquanto relegamos ao ferro-velho, os “mecanismos” da filosofia, e do Espírito. Fomentamos o carisma, ignoramos o caráter.

Não existe progresso possível naquilo que já é perfeito. Se houver nisso algum movimento será rumo à degeneração, decadência. Como quem escala o Everest; a partir do topo só pode descer. O progresso espiritual existente e necessário atina à nossa inserção e caminhada na senda Daquele que é perfeito e labora por nos aperfeiçoar. Nele, Sua Palavra, Sua Obra, não há “mudança nem sombra de variação.” É o Topo.

Portanto, nesse caminho, os melhores ministros não são homens à frente de seu tempo, antes, que preservam valores; tanto doutrinários, quanto, comportamentais. Por isso, mediante Jeremias O Eterno falou do retrovisor; “Perguntai pelas veredas antigas qual é o bom caminho e andai por ele.”

Quando Lutero promoveu a Reforma não trouxe novidade alguma; a degeneração adquirira intensidade tal, que o desafio pro retorno às “veredas antigas” soou como, intempestivo, revolucionário.

Óbvio que a ideia do novo está ligada ao Evangelho! É a aglutinação aportuguesada das “Boas Novas”. Temos nele o Novo Nascimento, novidade de vida, tudo se faz novo, etc. Porém, o que é novo ao nascituro é rotina ao experiente.

Entretanto, mesmo carecendo urgentemente uma nova Reforma, isso não é mais possível, dada a dissolução doutrinária, a multifacetada besta das heresias, com suas lideranças de origem obscura e fins, igualmente.

Não ecoa mais um brado acusando que determinado meio está errado para servir a Deus, em ouvidos que tencionam servir-se. Deus é pretexto. Quando a Estátua de Daniel estava nas duas pernas se podia optar num cenário dual; hoje estamos nos dedos, mistura de barro e ferro.

Assim, os partidários da ciência correm até que em dado momento consigam romper a fita em que a máquina descartará o homem; os “de Deus” em sua imensa maioria estão mui adiante do seu tempo, já descartaram O Santo por “Obsoleto”, malgrado, preservem o “Rótulo” que tem certa utilidade.

Ora, na senda espiritual, os caminhantes que põem a mão no arado não devem olhar para trás, como a tola mulher de Ló; antes, fixar seus alvos no novo; entretanto, os que os ensinam, dicipulam, não têm permissão para inovar no conteúdo, inda que possam nos métodos; devem fazê-lo segundo as “Veredas antigas.” “...Por isso, todo escriba instruído acerca do reino dos céus é semelhante a um pai de família, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas.” Mat 13;52

Não que a ciência em si seja um mal; mas, ponderarmos os porquês dessa competitividade doentia não nos faria dano. Muitas vezes no afã de buscarmos o que não precisamos acabamos perdendo o que é vital. A desertificação moral tem aguçado nossa sede de valores, mormente nos cenários político e eclesiástico.

Entretanto, não joguemos a toalha, apesar das dificuldades, pois, como disse o pequeno Príncipe, “O que dá beleza ao deserto é que esconde uma fonte em qualquer parte.” E por enquanto, como cantou Raul Seixas, a “Água Viva ainda está na fonte”. “Se alguém tem sede, venha a mim e beba”.

A cruz e os jeitinhos

"Os filisteus ouvindo a voz de júbilo, disseram: Que voz de grande júbilo é esta no arraial dos hebreus? Então souberam que a arca do Senhor era vinda ao arraial. Por isso os filisteus se atemorizaram, porque diziam: Deus veio ao arraial. Diziam mais: Ai de nós! Tal, jamais sucedeu antes.” I Sam 4;6 e 7

A batalha estava se mostrando encardida; alguém teve a brilhante ideia de “buscar Deus” para pelejar junto. Na verdade, a Arca da Aliança, símbolo da Divina presença, a cuja chegada fizeram festa.

Ora, um símbolo é apenas isso; simboliza algo, mas, não é o “Algo” que simboliza. A Arca era uma caixa artesanal revestida com ouro, não era Deus. Assim como uma aliança no dedo simboliza noivado, casamento, conforme o dedo, mas, não significa, necessariamente, fidelidade de quem usa.

A permissão da derrota na batalha, onde já haviam caído uns quatro mil hebreus era juízo Divino por causa do descaso de Israel com O Santo; patrocinado pelo relapso sacerdócio de Eli, e corroborado com as infames profanações praticadas pelos filhos dele.

Ironicamente, os inimigos tinham uma visão melhor sobre Deus, que eles próprios. Claro que ignoravam as diferenças no relacionamento do Senhor com Seu povo, mas, conheciam o histórico dos feitos do Eterno. O Temiam por isso; disseram: “Ai de nós! Quem nos livrará da mão desses grandiosos deuses? Estes são os deuses que feriram aos egípcios com todas pragas junto ao deserto.” V 8

Assim, enquanto os de fora consideravam ao Todo Poderoso, Alguém temível, os Seus agiam como se fosse desprezível. Quantas vezes o mesmo se dá e nosso meio. Os de fora respeitam; dizem; não é para mim isso, pois, exige uma renúncia que não me disponho a praticar, mas, é coisa séria. Muitos de dentro profanam ao Santo com suas heresias, “orações” agressivas, como se mandassem no Altíssimo invés de suplicar-lhe, quando não, escandalizam cometendo adultérios; ainda usando púlpitos até que, pelo Divino zelo, o vento do Juízo “espalha a moinha” purificando a congregação dos justos.

Quando O Santo permite que adversidades se levantem diante de nós, de duas uma; ou é exercício, ou, correção. No primeiro caso o que resta é aprendermos Dele lutando ao Seu lado; no segundo, só arrependimento, mudança de atitudes; mandingas não podem nos livrar do mal que nossa própria insubordinação buscou.

Tem muitos salafrários ensinando alternativas à obediência que Deus tanto preza; acenam com sal grosso, rosa ungida, lenço consagrado, óleo disso, daquilo, sal de Jericó... Bem, funcionam essas coisas perguntaria o Simplício? Sim, exatamente igual “funcionou” a “estratégia militar” de levar a Arca à batalha imaginando que estivessem alistando Deus ao exército.

Jogue essas tralhas todas no lixo; troque por uma cruz; “Tomai sobre vós o meu jugo...” A disciplina da cruz não vai começar trazendo as coisas que você deseja; antes, mediante obra da Palavra e do Espírito, removerá de sua alma doentia os vícios que Deus não deseja nos Seus servos. Regeneração é o alvo inicial. 

Tendemos a pensar que carecemos coisas, quando, o essencial é que aprendamos a Justiça do Reino. “Buscai primeiro o reino de Deus, e sua justiça; todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6;33

Desse modo, cambiar dos “fetiches góspeis” para a cruz não é mudar de método; antes, de objetivo. As coisas necessárias o Senhor provê; porém, a excessiva preocupação com elas, a inquietação que faz dos meios, fins, foi equacionada na Parábola do Semeador com espinhos. “O que foi semeado entre espinhos é o que ouve a palavra, mas os cuidados deste mundo, e a sedução das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera;” Mat 13;22

Enfim, se nossa alma egoísta ainda é um espinhal carece ser “cultivada”; se, esperamos que nela cresçam frutos agradáveis ao Senhor. Ouçamos Jeremias: “Porque assim diz o Senhor aos homens de Judá e a Jerusalém: Preparai para vós o campo de lavoura; não semeeis entre espinhos.” Jr 4;3

Senão seremos como os batalhadores iniciais, que, estavam endividados com O Santo, mas, presumiam que Ele os defenderia se tão somente expusessem a Arca ao perigo. Deus deixou que a mesma fosse tomada pelos Filisteus. Nas coisas espirituais não há espaço para espertezas, atalhos, jeitinho.

Trata-se de uma batalha; lutamos com Deus, ou, contra Ele. Não há meio termo. E lutar com Deus não significa pairar sobre as dificuldades; antes, triunfar a elas fortalecido pela Divina presença. “Quando passares pelas águas estarei contigo, quando, pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti.” Is 43;2

Aí, invés de bailarmos ao redor de um símbolo inerte brilhará em nós, para que todos vejam, a Luz, do Deus vivo.

sábado, 15 de julho de 2017

Amor correspondido

“Responderam: Se este não fosse malfeitor, não te entregaríamos.” Jo 18;30

Pilatos quis saber das acusações contra o Prisioneiro Jesus. Como resposta recebeu uma assertiva que nada provava; o fato de que estava sendo entregue seria, por si só, comprovação de que era mau. Será?

Dependendo de quem acusa, às vezes é o contrário. Quando as pessoas tomam suas paixões, preferências, por valores absolutos, qualquer coisa que destoe vêem como um mal, não significando, necessariamente, que seja mesmo assim. Isaías o profeta aludira em seus dias já, à inversão de valores. “Ai dos que ao mal chamam bem, ao bem mal; fazem das trevas luz, da luz, trevas; fazem do amargo doce, do doce, amargo! Ai dos que são sábios aos seus próprios olhos, prudentes diante de si mesmos!” AP 5;20 e 21 Também ele dera a absolutização do relativo como a causa;”...sábios aos seus próprios olhos...” Noutras palavras, faziam das preferências doentias, leis.

É insana a perspectiva filosófica, se não me engano, de Nietzsche, que o homem seria a “medida de todas as coisas”. O Eterno reservou a Si o direito de definir valores, prescrevê-los, e por eles, julgar Suas criaturas.

Não serão as constituições terrenas, paixões doentias, tampouco, palavras de ordem de organizações humanas que definirão os termos do juízo; antes, a imutável e Bendita Palavra de Deus. “Quem me rejeitar, - disse O Senhor - não receber minhas palavras, já tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado, essa, o há de julgar no último dia. Porque não tenho falado de mim mesmo; mas, o Pai, que me enviou, me deu mandamento sobre o que hei de dizer, o que hei de falar.” Jo 12;48 e 49

As leis, tanto Divinas, quanto, humanas deveriam ser os limites que ensejassem medo transpor; todavia, corruptos deitam e rolam ao arrepio das mesmas; quando são pegos alguns, invés da resignação de ter perdido por estarem errados, saem ousados julgando ao juiz; em visível abuso da liberdade de expressão, e flagrante desacato à autoridade; quem, no cumprimento do dever faz valer a Lei é tachado de covarde, parcial, mau caráter, etc. Estou falando de Sergio Moro, óbvio!

A coisa atinge descalabro tal, que réus potenciais, ou, atuais fazem as leis. Para o famigerado “Estado Islâmico”, por exemplo, a única lei que admitem é a chamada Sharia que tentam impor à força sobre as demais culturas com suas aberrações, barbarismos, idiossincrasias. Quem não for como eles, a despeito dos atos de terrorismo, assassinatos é um “infiel”; deve ser morto. Assim, segundo sua escala perversa, devem, as pessoas, optar entre ser vítimas, ou, assassinas; não há meio termo.

Na nossa política também temos nossos Xiitas, Talibãs, que desconhecem direitos da sociedade aos próprios valores, diversos dos grupos minoritários e tentam se impor na marra dada a “superioridade” da sua “visão” de mundo. Chamam ditaduras sanguinárias de democracia; se, alinhadas ideologicamente; atos legais de “golpe”, se, contra eles; criam mitos e seguindo o conselho do nazista Goebbels, que uma mentira muitas vezes repetida torna-se verdade” repetem seus mantras: “Lula foi o maior presidente da história”; “Tirou o Brasil do mapa da fome”; “criou o Fome zero”, isso, aquilo, etc. Uma dezena de “criações” que provariam quão bom é o sujeito, quanto teria feito pelo país.

Ora, administrar um orçamento na casa dos trilhões, num país continental e ter marqueteiros de plantão, também ladrões como Duda Mendonça e João Santana, pagos para darem nome pomposo a cada peido oficial, não passa de propagar mentiras, ou, deveres básicos como se, realizações de estadista.

Alguém ouviu falar do “Fome Zero” depois do lançamento do mesmo com pompa e circunstância? Não. Não saiu do ovo. Entretanto, tem incauto atribuindo ao presidiário futuro esse “grande feito” e muitos do mesmo calibre. Se, saiu da condição de pobre para de bilionário não importa; é “defensor dos pobres, combatente das elites”; francamente!

Enfim, se a Palavra de Deus será o escopo pelo qual todos serão julgados, as nossas palavras testificarão contra nós. “Mas, eu vos digo que de toda palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no juízo. Porque por tuas palavras serás justificado, por tuas palavras serás condenado.” Mat 12;36 e 37

Pilatos recebera O Acusado com garantia que era malfeitor; ouvindo-o concluiu: “Não acho nele crime algum”; mesmo assim, entregou-o era o julgamento no tribunal da mentira; a Verdade deveria morrer.

Assim, se por aqui se repete a mentira até se tornar “verdade”, lá a verdade dará sua sentença uma vez só, e a mentira retomará o devido lugar. Quem ama a verdade defende-a, mesmo que, eventualmente seja adversária; pois, quando precisar dela em sua defesa ela retribuirá fielmente a esse amor.