segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Excluídos inclusivos

“Não mandei esses profetas, contudo, foram correndo; não lhes falei, todavia, profetizaram. Mas, se tivessem estado no meu conselho, então, teriam feito meu povo ouvir as minhas palavras; o teriam feito voltar do seu mau caminho, da maldade das suas ações.” Jr 23; 21 e 22

Algumas coisas sobre os mensageiros de Deus assomam nesse breve recorte de Jeremias. Deveriam ser por Ele enviados; ouvir Suas Palavras, antes de profetizar. Por fim, uma pista para identificar os falsos: Sua mensagem não denuncia à maldade do povo, não insta à conversão. Noutra parte diz que anunciavam paz, quando, paz não havia.

O profeta será sempre um “não alinhado”, uma espécie de consciência extra-corpórea, incomodando àqueles que, mesmo professando amor à Deus, cauterizaram às suas, ainda vivem segundo o mundo. Afinal, há sutilezas satânicas que cumpre expor.

As palavras de ordem do Evangelho são, arrependimento, cruz, regeneração, obediência, santidade... as da moda, tolerância, inclusão, união, ecumenismo... ir contra isso necessariamente nos fará “personas non gratas” num sistema que é milenar opositor do Altíssimo.

Falsos, o Senhor disse que reconheceríamos pelos frutos; todavia, no “pomar” há sutilezas malignas também. Os frutos de um profeta não são lavar os pés aos mendigos, numa “humildade” ostensiva disfarçando o orgulho; tampouco, tolerância inclusiva dos que se opõem cabalmente à Palavra de Deus, como se O Santo devesse mudar, uma vez que eles resistem. Ora, quem obra por desqualificar à Palavra de Deus, o faz, por saber-se desqualificado para o Reino, mediante seus justos padrões.

Então, quem, livremente tomou a decisão de se opor a Deus, não deve ser “incluído” mesmo assim, antes, deve ser cientificado do erro, na esperança que não recrudesça nele, repense caminhos. Concordar com o tal pra ser “inclusivo” é uma forma de assassinato; mata-se deixando no erro, para evadir-se à responsabilidade de ser antipático advertindo-o.

Assim, por legais que pareçam, “inclusivos, ecumênicos” no fundo, não passam de assassinos de almas, espinheiros imiscuídos no vinhedo. Contudo, se mediante essas pistas ainda for difícil identificarmos o “pedigree” dos profetas da moda, podemos analisar os efeitos colaterais da mensagem.

Um profeta do Senhor, causa temor, tremor, contrição, lágrimas, qual uma Tsunami de Justiça Divina, no sonolento litoral do pecado; um falso, pode ser bem humorado, provocar muitos risos, simpatias, aplausos, até; prometer prosperidade, fartura, aos que, ainda são refratários à Palavra de Deus.

Outra coisa que os incautos devem atentar, é que um profeta não é aprovado “por média”. Como assim? Muito ouvi alguém dizer: “Fulano vez em quando fala algumas coisas fora da casinha, mas, em geral, sua pregação é boa.” Não é!

Falar coisas Bíblicas eventualmente, o diabo faz, como fez quando tentou Adão, e mormente, a Cristo. Quem tem deformidades doutrinárias na mensagem, das duas uma: É falso, ou, neófito precipitado que ousou antes de ser capacitado por Deus.

Influenciar na conversão de alguém, falar do amor de Cristo, qualquer salvo pode e deve fazer; agora, ministerialmente atuar, requer chamada, preparo, probidade, acuidade doutrinária.

Mas, o “ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda criatura” não é missão da igreja? É. Acontece que neófitos e falsos não pregam, estritamente, o Evangelho; antes, deturpam-no, impondo-lhe suas idiossincrasias, suas inclinações naturais, como fizeram, em dado momento, entre os Gálatas.

Outra sutileza é fundir o “Bom”, e “Bem”, como se fossem a mesma coisa. O bom é amoral, tem a ver com as sensações que provoca; muitas coisas insanas, mortíferas, achamos boas; aliás, o pecado é bom. Contudo, o bem é proposital, se adjetiva em face ao resultado que produz, mesmo que, beber dele, não seja bom; como o arrependimento que conduz à vida.

Assim, quando o Papa Francisco, por exemplo, faz declarações “inclusivas” aos ateus e homossexuais, a galera o aplaude como um sujeito bom. Produz uma sensação agradável de tolerância, compreensão, inclusão. Mas, seus “bons” frutos são podres, não nascem no Pomar do Eterno.

Ele diz que quem duvida blasfema, O faz mentiroso; essa é a posição do ateu ante Ele; do homossexualismo chama abominação, paixão infame; essa é a implicação do comportamento. Qualquer mensagem que destoe disso, é falsa!

Mas, diria alguém, não devemos amar aos tais, entender? Sim, não devem ser escorraçados, antes, ensinados, amparados, se, suas almas se moverem à Vontade de Deus.

Agora, “cristianizar” maus comportamentos para que não fiquem de fora, não os inclui; antes, exclui ao profeta que isso promove, da honrosa galeria dos servos do Senhor.


Se, é inútil mera pregação, onde a demanda é por pão, como ensina Tiago, é mortal dar pão aos famintos, associado a uma doutrina falsa, que mata a alma. O criador de porcos engorda-os pra matar; pastor de ovelhas, vai adiante, é exemplo ao rebanho. 

domingo, 24 de janeiro de 2016

Fé é coisa de covardes?

“Porque os egípcios são homens, não, Deus; seus cavalos, carne, não espírito; quando o Senhor estender sua mão, tanto tropeçará o auxiliador, quanto o ajudado; todos juntamente serão consumidos.” Is 31;3

O contexto é de um povo que estava endividado com Deus; invés de se corrigir, ameaçado por inimigos, buscava apoio no exército do Egito. Ora, justo Israel, cujo nascimento como nação se dera no Êxodo daquele país, sem poderio militar algum, apenas a intervenção milagrosa de Deus, agora, invés de buscar socorro no Senhor, buscaria no Egito?

Tinham feito algo semelhante, quando o Eterno “demorou” para devolver Moisés, fizeram como deus, um dos tantos ídolos que viram ser cultuados na terra dos Faraós. Todavia, as consequências da blasfêmia não lhes era desconhecida; como voltariam a repetir o erro que tantas vidas custou?

Comunhão com Deus que O constrange a lutar de nosso lado demanda renúncia, obediência; apoio de outros, mera troca de favores; tendemos ao caminho mais fácil, não obstante, possa ser danoso no fim.

Pra maioria, as coisas imanentes são reais, as transcendentes, meras abstrações; coisa de gente débil que fantasia em sua fraqueza um socorro imaginário. A fé é esconderijo de fracos, desculpa de covardes.

Contudo, é exatamente o contrário. O texto de Isaías lança luz sobre a superioridade das coisas espirituais, ante as físicas, diz: “Porque os egípcios são homens, não, Deus; seus cavalos, carne, não espírito;” Afinal, se o vigor espiritual foi forte o bastante para dobrar os exércitos de Faraó, que prova mais careceria para ser reputado superior?

A paz com Deus que colocaria os poderes espirituais ao nosso lado demanda tomar a cruz, isso é coisa para valentes. Covardes fogem como o diabo, da cruz.

Deparei com um texto onde diz que, conhecimento bíblico vale mais que curso superior; e, um motejo com a imagem de um pastor famoso entre cédulas, dizendo: “É verdade”.

Conhecimento de Deus não nos enriquece monetariamente; mas, o conhecimento bíblico pode ser malversado assim. Certamente, quem postou a ideia tencionava ilustrar a superioridade das coisas espirituais às materiais. Quem distorceu isso quer lavar-se com lama, ao pegar um mau exemplo e tentar fazer má, uma carreira que é santa.

A Bíblia não apresenta o conhecimento como posse, antes, compromisso. Devo obedecer o que sei, como credencial inicial para seguir aprendendo, até conhecer à Verdade, para, enfim, ser livre. “Jesus dizia aos judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; conhecereis a verdade, a verdade vos libertará.” Jo 8; 31 e 32

Há conhecimento atual, e factual. Digo, o que norteia ações, atua; o que apenas acresce informação é o factual, existe, embora, faça hipócritas, invés do atual, que faz servos.

Tiago alude ao que aprende e não pratica, como o que olha-se no espelho incidentalmente, sem nenhuma providência ante os desarranjos que vê. “Se alguém é ouvinte da palavra, não, cumpridor, é semelhante ao homem que contempla ao espelho o seu rosto natural; contempla a si mesmo, e vai-se, logo esquece de como era.” Tg 1; 23 e 24

Então, nada vale um que rejeita a fé, justificar-se apontando outro que a malversa; hipócritas e céticos, malgrado aparentes contradições, caminham juntos; digo, chegarão ao mesmo destino por caminhos diversos, pois, têm em comum, a rejeição aos preceitos de Deus.

As guerras que Deus permitia contra Israel eram já Seus juízos pela desobediência; aí, invés de arrependimento, os corações endurecidos tomavam “providências” pecaminosas; “Ai dos filhos rebeldes, diz o Senhor, que tomam conselho, mas não de mim; que se cobrem, com uma cobertura, mas não do Meu Espírito, para acrescentarem pecado sobre pecado; que descem ao Egito, sem pedirem o meu conselho; para se fortificarem com a força de Faraó, para confiarem na sombra do Egito.” Is 30; 1 e 2

Ações precipitadas sem o conselho de Deus; será que fazemos melhor que isso, ou, em nossas angústias só acrescentamos pecado a pecado?

Finalmente, um exemplo de nosso meio: O ex presidente Lula, malgrado ser semi-analfabeto não teve problemas sérios com isso, pois, venceu duas eleições; Agora, que assomam indícios de grandes roubos, lapso de valores, a maioria o despreza, mesmo, os que votaram nele. Se, pode ser sem estudo, desde que, não seja sem caráter, e essa faceta tem uma derivação espiritual, todos sabem bem, o que vale mais.

Quem deposita esperança no dinheiro em face às angústias da alma, no fundo, se evade à solução em Deus, e “desce ao Egito.” Dinheiro é invenção humana; a vida, dom de Deus.

“Porque a sabedoria serve de defesa, como de defesa serve o dinheiro; mas, a excelência do conhecimento é que a sabedoria dá vida ao seu possuidor.” Ecl 7;12

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Justas todas as formas de amor?

“... Amarás o Senhor teu Deus de todo teu coração, toda a tua alma, todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.” Mat 22; 37 a 40

Aqui temos o resumo das demandas de Deus em relação a nós; um preceito, amar. Dois objetos: Primeiro a Deus, depois, o próximo.

Não raro deparo com a frase: “Consideramos justa, toda a forma de amor.” Como se fosse, “amor” uma varinha mágica que sagra todo tipo de ações. Ninguém nega que um diamante é precioso; contudo, se for usado entre cascalho para fazer concreto, por exemplo, será esse seu valor objetivo; cascalho.

Igualmente amor; é um sentimento nobre, mas, se divorciado de seus alvos, objetivos, acaba vil. Claro que a intenção da frase aquela, é a legitimação do homossexualismo! Que, tal postura é possível, permitida a seres arbitrários não se discute; agora dizer que isso é justo, aí é usar de uma autoridade que não possuímos. O Juiz é Deus. Quem disse que os humanos decidiriam por si mesmo as noções de bem e mal, foi o diabo no Éden. Ousar assim, desconsiderando Deus é agir, submisso a ele.

Se, o primeiro mandamento é amar a Deus sobre tudo, como posso, em nome do amor, endossar ao que Deus declarou abominável, infame? Se, amo meu próximo, o segundo mandado, como lhe omitirei a informação que pode salvá-lo, se, identifico que se comporta de modo a ferir o Amor de Deus? Para ser “legal” me torno cúmplice de sua morte? Estranha forma de amor...

Amor fora do devido lugar pode ser lixo, sim; vejamos: “O que ama a transgressão ama a contenda; o que exalta a sua porta busca a ruína.” Prov 17; 19

“O que ama os prazeres padecerá necessidade; o que ama o vinho, o azeite nunca enriquecerá.” Prov 21; 17

“Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé, traspassaram a si mesmos com muitas dores.” I Tim 6; 10

“A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más.” Jo 3; 19 etc.

Vemos, pois, que se pode amar à transgressão, à contenda, aos prazeres, vinho, azeite, dinheiro, trevas... desse modo, o amor não é um absoluto, antes, depende do objeto sobre o qual repousa, ser precioso, ou, vil.

Todos os vícios acima que fazem o amor errar em terra estranha derivam do excesso de amor próprio. Ora, amar a si mesmo é uma coisa natural; tanto, que, a Bíblia toma isso como referencial do amor devido ao próximo; “ama teu próximo como a ti mesmo.”

A maioria das vezes que se diz, “eu te amo”, infelizmente, no fundo o significado é outro: Eu me amo, quero ter você; vou dar-te de presente a mim mesmo, nem que precise fingir amar também.

Paulo ensina: “O amor não busca os próprios interesses...” Como seriam as relação conjugais, fraternas, se, todos se comportassem assim? Um buscando o melhor no interesse do outro, pois, o ama?

Mas, as coisas não são assim. Temos até, os que “matam por amor”, na verdade, em excesso de amor próprio ao descobrirem as fraquezas de quem convivem, manifestam mediante ódio, a intensidade de seu “amor”. Não que não seja razoável o ciúme em face a uma traição, mas, daí, a matar, evidencia que o amor próprio era maior, bem maior, que o presumido amor em relação à sua vítima. Em caso de infidelidade a Bíblia permite o divórcio, não, assassinato. O Juízo, uma vez mais, pertence a quem criou a vida.

Podemos amar ao quê, quisermos, não, definir em quê, consiste o amor. Um Bêbado pensará que no céu tem cachaça; um promíscuo, libertinagem, um avarento, riquezas individuais... tendemos, pecadores que somos, a sagrar nossos gostos, preferências. 

Mas, há um juízo absoluto que colocará por terra as idiossincrasias. “Ai dos que ao mal chamam bem, ao bem mal; que fazem das trevas luz, da luz trevas; fazem do amargo doce, do doce amargo!” Is 5;20

Assim, não conta o que consideramos “justo”; há um padrão mais alto, que aquilatará nossas escolhas; “...como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos ( de Deus ) mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos.” Is 55; 9 

Amar a Deus e ao próximo, eis o amor saudável! O resto é febre, sintoma de egoísmo.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Medo da chuva

“Até que se derrame sobre nós o Espírito do alto; então o deserto se tornará campo fértil, o campo fértil será reputado bosque. O juízo habitará no deserto, a justiça morará no campo fértil. O efeito da justiça será paz, a operação da justiça, repouso e segurança para sempre.” Is 32; 15 a 17

Isaías apresentara um cenário de desolação, que perduraria por muitos dias, até, o advento Bendito do Espírito Santo, que ensejaria as transformações supra alistadas. Haveria um “upgrade” em ambas as paisagens; o deserto tornar-se-ia campo fértil, o campo fértil, bosque.

Embora as imagens sejam da flora, trata-se de uma linguagem poética, figurando a mudança nas pessoas, pois, Seu Agente, O Espírito Santo, sobre elas desceria, não sobre o deserto estritamente.

Adiante, o mesmo profeta, mostrando efeitos da Obra de Cristo usa de novo árvores como tipos humanos, diz: “Porque com alegria saireis, em paz sereis guiados; os montes e outeiros romperão em cântico diante de vós, e todas as árvores do campo baterão palmas. Em lugar do espinheiro crescerá a faia, em lugar da sarça crescerá a murta; o que será para o Senhor por nome, por sinal eterno, que nunca se apagará.” Is 55; 12 e 13

Mas, o que faria determinado pecador ser um deserto, outro, um campo fértil, inda antes da ação do Espírito Santo? Bem, para efeito de juízo estamos todos no mesmo nível, sem Cristo: Mortos. Contudo, há diferentes índoles, corações, mesmo no âmbito natural. O senhor ilustrou isso como sendo, uns, terrenos duros, espinhosos, pedregosos, outros, boa terra. Os primeiros tipos de relevo assemelham-se ao deserto.

Contudo, a Semente da Palavra é lançada sobre todos; os que a receberem e frutificarem, não importando as condições pretéritas, serão reputados férteis. A Epístola aos Hebreus lança mão também, desse figura, vejamos: “Porque a terra que embebe chuva, que muitas vezes cai sobre ela, e produz erva proveitosa para aqueles por quem é lavrada, recebe a bênção de Deus; mas, a que produz espinhos e abrolhos, é reprovada; perto está da maldição; seu fim é ser queimada.” Heb 6; 7 e 8

Uma vez mais, o objeto em apreço é o coração humano e sua resposta à Palavra de Deus, usando a terra como figura. Então, a mensagem de Isaías é que, os corações de boa índole seriam ampliados e frutificariam muito em consórcio com O Espírito Santo; mesmo os maus, que tivessem a graça de se arrependerem, seriam mudados em suas inclinações, e se tornariam espiritualmente produtivos.

Entretanto, mesmo após esse derramamento bendito, o deserto seguiria existindo, notemos: “O juízo habitará no deserto, a justiça morará no campo fértil.” Juízo é um julgamento estrito; justiça uma maneira de agir.

Quem crê no Evangelho entende o Juízo de Deus sobre o pecado, sai de sob ele, mediante Cristo; deixa o deserto, se torna fértil, passa a ter compromisso com a justiça em seu modo de agir. Quem resiste, duvida, segue desértico, morto, debaixo do juízo, que habita no ermo.

A consequência de receber O Espírito Santo mediante aceitação da Palavra, é paz. Não, horizontal; depois do Evangelho muito sangue se derramou, perseguindo-se seus signatários, ou, falsos cristãos usando Deus como pretexto. A paz aludida é a reconciliação com Deus, não obstantes, os efeitos colaterais.

Tendo meditado sobre consequências da obra Bendita de Jesus Cristo e do Espírito Santo, os dois substantivos em realce são: Juízo e justiça. Muitos devaneiam com facilidades inexistentes, malversando a Graça de Deus. O fato de Ser Amor, não O faz permissivo com o pecado, como pai omisso que faz vistas grossas aos descaminhos de filhos rebeldes.

“A misericórdia e a verdade se encontraram; justiça e paz se beijaram. A verdade brotará da terra, e a justiça olhará desde os céus. Também o Senhor dará o que é bom, a nossa terra dará o seu fruto. A justiça irá adiante dele, e nos porá no caminho das suas pisadas.” Sal 85; 10 a 13

Se, nossa incapacidade pra salvação demanda o prefácio da misericórdia, habitados pelo Espírito Santo somos desafiados a andar no campo fértil da justiça; “A justiça irá adiante dele, nos porá no caminho das suas pisadas.”

Quem se ocupa deveras disso, tem tantos maus hábitos pra deixar, que não lhe resta tempo, tampouco, insanidade pra sair determinando, ordenando, tomando posse, da prosperidade, como está na moda.

Se recebeu a Ditosa chuva do Espírito entende que o fim é dar frutos, não, colher. Semear pra que outro colha, a bem do Reino.

O que move-se ao aguilhão da avareza, egoísmo, malgrado o que o cerca em seu existenciário, inda jaz no deserto. Prefere a máscara da imitação rasteira pra disfarçar o medo da chuva.

domingo, 17 de janeiro de 2016

Menor que nós; o Deus que não precisamos

“Chamou ao menino Icabode, dizendo: De Israel se foi a glória! Porque a arca de Deus foi tomada, por causa de seu sogro, de seu marido.” I Sam 4; 21

O contexto é de uma batalha perdida por Israel, onde, Hofni e Finéias, filhos do Sacerdote Eli foram mortos, ele próprio morreu ao saber;  a Arca de Deus fora tomada pelos inimigos. A mulher de Finéias que estava grávida, ao receber as novas, precipitou o parto, ao dar à luz, disse as palavras supra.

... de Israel foi-se a glória, porque a Arca de Deus foi tomada.” Interessante essa interpretação rasa que temos; supormos que, um símbolo seja maior que, o que simboliza. Por exemplo: Uma aliança conjugal simboliza um pacto de fidelidade mútua, entre nubentes, “até que a morte os separe”. Mas, quem garante isso não é a aliança, antes, integridade e fidelidade dos pactuantes. Sem isso, a aliança nada vale; o adultério fatalmente acontecerá.

Chamemos a essência, de substância; o símbolo, de figura. Assim, a substância no relacionamento Deus-Israel era a Divina presença entre o povo, a figura desse relacionamento, a Arca da Aliança. Como no exemplo anterior, a figura não faz sentido, quando a substância não existe. Infelizmente, eles pensavam que a Arca movia Deus, invés da consagração, da obediência.

Tanto, que resolveram leva-la temerariamente ao campo de batalha, assim, estariam “forçando” Deus a participar da peleja para “defender-se”. Santa ignorância! Ora, a adversidade era já o juízo Divino contra uma casa sacerdotal relapsa, profana, que fora advertida mediante profetas, e seguira em sua rebelião.

Os Filisteus eram os instrumentos do juízo de Deus contra o povo desobediente. Pra eles a glória era ter a Arca, não um relacionamento sadio. Como transformaram o objeto em ídolo, O Altíssimo permitiu que fosse tomado pelos inimigos.

Uma coisa que deveria ser elementar, infelizmente, não é. A substância sempre vem antes da figura; o relacionamento, do símbolo. Os cônjuges, primeiro se amam, pra depois casarem, usarem alianças; o convertido primeiro crê, se arrepende, pra depois patentear isso mediante o batismo; o pão e o vinho da Santa Ceia são símbolos do Corpo e do Sangue de Cristo, e somos exortados a aferirmos a substância, antes de nos associarmos à figura. Examine a si mesmo antes de participar, discirna o Corpo de Cristo, para que eventual participação indigna não se torne juízo para si. Noutras palavras: Se você não é dos tais, não encene como se fosse, será pior.

Uma das figuras mais vilipendiadas pelos mercenários modernos é o óleo da unção. Qualquer pessoa minimamente esclarecida nas coisas espirituais sabe que, quem unge é O Espírito Santo, sendo o óleo, mera figura dessa unção. Traduzindo: A unção não está no óleo, mas, na vida do ministro, se, deveras, é um ungido.

Contudo, grassa ante nossos olhos um fetichismo doentio, similar ao que se faz na macumba. Há muitos “evangélicos” correndo atrás desses objetos “consagrados”. O que querem com isso? Obrigar Deus a pelejar por eles? Ora, se, O Todo Poderoso é algo assim, manipulável, que qualquer cretino o desloca ao sabor dos seus anseios, por que precisaríamos Dele ainda? Se pode ser movido por nós, devemos ser mais fortes que Ele.

Na verdade nem sei o que me irrita mais, se, o salafrário que vende “facilidades góspeis” profanando ao Santo Nome, ou, o imbecil que as compra, como se fosse possível encontrar joias caras em lojinhas de 1,99. Francamente!! Que gente estúpida, sem noção!!

Ontem me ofereceram em meu pátio uma “fitinha da Proteção Divina” que deveria amarrar em meu pulso; tomar um ônibus grátis que passará hoje perto de minha casa e ir lá, para que o “pastor” corte-a e tire o mal da minha vida. A vontade foi fazer um escarcéu, mas, estava trabalhando, várias pessoas na rua; ia parecer que estávamos brigando por religião. Peguei os “testemunhos de vitória” a referida fita, os coloquei no lixo e segui meu trabalho.

Quando a Unção está na vida de alguém, não precisa de símbolos, a eficácia de sua oração se encarrega de demonstrar; quando não está, não adianta “rosa ungida, cimento da casa própria fitinha do escambau, óleo da ponte que caiu”, nada!! Mera macumba com roupas estranhas.

Infelizmente, otário e vigarista se completam; aquele por querer coisas caras via caminhos fáceis; esse, por fazer crer que é portador desses caminhos. Quem se deixa roubar por um mercenário de preguiça de conhecer nas Escrituras a Vontade do Senhor, merece ser roubado, pois, rouba a si mesmo, a própria vida.


Deus não pode ser coagido a fazer o que não quer; e só quer proteger aos fiéis. “Os meus olhos procurarão aos fiéis da Terra...” Sal 101; 6

sábado, 16 de janeiro de 2016

Pra ficar bem na foto

“Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus.” Ef 3; 10 A visão comum deixa as coisas espirituais pra depois da morte, tipo, quem fez o bem vai pro céu, os demais, pro inferno.

Geralmente, noções de bem e mal derivam dos gostos, assim, como a maioria gosta do que é, do que faz, quem morre “vai pro céu.” Qualquer pessoa, malgrado a vida que tenha levado, ao morrer, dizem que “passou pro andar de cima;” se, for morte trágica, corre risco de ser “canonizada”, se tornar “protetora” contra tragédias semelhantes.

Não são assim, as coisas? Se deixarmos humanos costumes e observarmos à Palavra de Deus, não. Pra começar, embora as obras possam ser testemunhas do caráter, não são aferidoras de salvação.

Uma faceta da hipocrisia, por exemplo, é fazer “coisas boas” pra purgar às más, mascará-las. Como um chefe do tráfico que distribui cestas básicas no morro, para ser respeitado, amado, pelos que, seu comércio ajuda a destruir.

Para Deus, a primeira “obra” é crer; “A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que ele enviou.” Jo 6; 29 A segunda, obedecer; “Por que me dizeis, Senhor, Senhor, e não fazes o que vos mando?” Após crermos e obedecermos, nossa relação interpessoal deverá refletir Cristo, tanto nas obras, quanto, no caráter, pois, “não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte,” disse.

Todavia, não existe uma separação dimensional, as coisas celestes, pra depois; agora, apenas as da Terra. Desprender-se do casulo do corpo não é meramente conhecer outra dimensão; antes, é o fim da esperança, para quem rejeitou o Evangelho; o fim dos riscos, para quem o abraçou e viveu.

A Bíblia apresenta plena interação entre Céu e Terra; Isaías introduz seu Livro, assim: “...Ouvi, ó céus, dá ouvidos, tu, ó terra; porque fala o Senhor:...” Is 1; 2  O Senhor, por Sua vez, disse que “há alegria nos céus, por um pecador que se arrepende”. Uma decisão aqui, repercussão imediata, lá. Então, devemos considerar O Céu, Seus Poderes, anseios, nesse momento, não após a morte.

Ademais, o verso que inspirou essa reflexão diz que as riquezas de Cristo atuam para que, “agora, pela igreja, a Sabedoria de Deus seja conhecida dos Principados e Potestades nos céus.”

Que responsabilidade! O salvos são mais que figurantes nesse teatro universal, são atores. Coadjuvantes, é certo, pois, O Protagonista é Jesus Cristo, mas, nosso desempenho conta, e conta muito, nessa peça, cujo script foi dado para que se encenasse vividamente a Justiça, Sabedoria, e Amor Divinos, ante seleta plateia de poderes celestiais.

Como fotos antigas precisavam de um “negativo” antes de ser reveladas, assim, não podemos, dada nossa imperfeição, apreender a Sabedoria em si, antes, carecemos as dores de sua ausência, pra, depois, mediante experiência cotejarmos ambas as faces, e vermos a diferença. ”Visto como, na sabedoria de Deus o mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria, aprouve a Ele salvar os crentes pela loucura da pregação.” I Cor 1; 21

Acontece que, quando da rebelião de Satanás, a “Teologia da prosperidade” foi pregada entre anjos e potestades celestes; ouçamos a descrição de Ezequiel: “Na multiplicação do teu comércio encheram o teu interior de violência, pecaste; por isso te lancei, profanado, do monte de Deus, te fiz perecer, ó querubim cobridor, do meio das pedras afogueadas.” Ez 28; 16

Assim, as igrejas falsas são a foto, cujo negativo foi registrado por satanás, e as fiéis, retratam os anjos que permaneceram em sua sujeição ao Criador. Em ambos os casos a Sabedoria Divina é aprendida; tanto quando rejeita aos pérfidos, quanto, quando abençoa aos fiéis.

Por fim, a Cruz de Cristo é o majestoso “negativo” que retrata a imensa maldade humana, posto, alguns imbecis se suporem bons. Imaginemos que houve nas gerações pretéritas questionamentos por ser Deus, intangível, distante demais de nós; afinal, a multifacetada idolatria seria uma espécie de busca por um Deus distante; Vindo Ele, a cruz foi a nossa resposta de uma forma objetiva, concreta; mostrou o que faríamos se Deus abdicasse de Sua força e dependesse de nosso amor.

Essa constatação deveria bastar para nos humilhar diretamente proporcional ao orgulho que ensejou a queda, ao desejar independência do Criador. “Os melhores homens que conheci, eram insatisfeitos consigo mesmo, desejando ser melhores.” Disse Spurgeon. Assim, quanto mais crescemos espiritualmente, mais cientes ficamos de nossas misérias, nossas culpas. As fotos sendo reveladas, mostram o que há nos negativos.


Malgrado nosso feiura, o Espírito Santo e A Palavra, trabalham-nos em seu “Photoshop”; conseguem nos deixar parecidos com Cristo; na verdade dão os meios, capacitam, mas, a mudança que nos deixa bem na foto, depende de nós.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Quando Deus fala mal de nós

“Disse o rei de Israel a Jeosafá: Disfarçando-me entrarei na peleja; tu, porém, veste tuas roupas reais. Disfarçou-se, pois, o rei de Israel, e entraram na peleja.” II Crôn 18; 29

Temos dois Reis entrando em combate; Jeosafá, rei de Judá, e Acabe, rei de Israel. Esse disse que lutaria disfarçado, como se não fosse rei, embora, aconselhou, que seu colega ostentasse as vestes reais.

Por quê essa diferença? Porque, não obstante centenas de profetas falsos terem vaticinado vitória, Micaías, o profeta do Senhor, previra a morte do rei de Israel. Deve ter imaginado que, vestido de soldado deixaria de ser rei por um momento, ou, que, se fosse morto Jeosafá em seu lugar estaria “bom para Deus”; acontece que, sua tática não funcionou. Foi atingido mesmo disfarçado, e morreu.

Sua “providência” revela uma faceta doentia da raça humana. No fundo, sabemos a verdade, mas, preferimos o conforto espaçoso da mentira. Se, todos os falsos profetas que o cercavam disseram que seria vencedor, por quê temer? Se, Micaías era verdadeiro, como parecia saber, por quê cercava-se de inúmeros falsos, invés de dar ouvidos ao profeta genuíno? Ele mesmo dissera: Eu o detesto por que nunca fala bem de mim. Aqui está o retrato de nossa doença; não queremos a verdade, queremos a lisonja.

Mineradores chamam de “ouro de tolo” determinada pedra ordinária que, num olhar superficial parece ouro, mas, vista amiúde, não vale nada. Me ocorre uma trova de Fernando Pessoa: “Tens um anel imitado, e vais contente de o ter; que importa ser falsificado, se é verdadeiro o prazer?” Muitos da presente geração não apenas aceitam ao ouro de tolo, senão, que o buscam. A imensa maioria do que se posta nas redes sociais visa precisamente esse “minério”.

“Falso
Todo mundo admira um falso
Eu também preciso ser mais falso
A verdade gera confusão”.
Uma canção popular eternizou essa doença, onde autenticidade, verdade, acaba sendo um fator de desagregação.

Mas, quem disse que ser gregário é mais importante que ser verdadeiro? Na verdade, não importa com que roupa eu vou, pois, se vou sabidamente contra a Vontade de Deus, como foi Acabe, estarei indo de encontro à morte.

Sim, tudo o que enfeita nossas vidas como se fossem praças na época natalina, por luminoso, vistoso que o adorno seja, se, sua motivação é o falso, óbvio, não tem valor nenhum.

O falso, além de matar seus cultores, mata até quem não deveria morrer; um exemplo: Lula, possui dezenas de títulos, de “Dr. Honoris Causa” Doutor por questão de honra, em Latim. Comenda que se confere a destacados cidadãos, pelo caráter, feitos, cultura... mas, seus feitos são pífios, sua cultura, idem, seu caráter o recomenda à prisão.

Suponhamos que um proeminente qualquer receba agora, tal distinção; poderia se orgulhar com motivos, mas, dirá outrem, grande coisa, o Lula tem dezenas em casa. Então, ele não foi enobrecido ao receber honrarias falsas, antes, o título foi envilecido, perdeu valor.

De igual modo, Deus, se falasse pra nos agradar invés de corrigir, quando estamos errados, envileceria valores excelsos que ama, como Verdade, justiça, santidade... ademais, quando caminhamos pra morte, é outro valor inda maior, Amor, que o move a advertir-nos dos riscos que estamos correndo. Deus preza muito suas comendas, não coloca insígnias de santo, no que é profano.

Desse modo, quando “fala mal de nós” como Micaías de Acabe, no fundo, fala bem, pois, visa contrariar nossas escolhas suicidas.
Acontece que, diferente dos fofoqueiros que falam de nós, O Pai fala para nós. A um que foi rebelde contínuo, enquanto O Santo tolerava, prometeu uma “Retrospectiva”: “Estas coisas tens feito, eu me calei; pensavas que era tal como tu; mas, eu te arguirei, as porei por ordem diante dos teus olhos:” Sal 50; 21

Infelizmente, para a mentalidade medíocre, quem me ama me elogia, me convém; quem me corrige é um desmancha-prazeres, quero distância. Ora, é preciso coragem pra enfrentar a morte, mesmo, quando se veste de hipocrisia. Todos “filosofam” coisas profundas sobre autenticidade, verdade, denunciam ao falso, etc, sem perceber que, a imensa maioria sentir-se-ia ofendida se forçada à viver da forma que diz crer.

Quanto a mim, prefiro entrar no túnel escuro da crítica, correção, desde que, no fim desse, esteja a luz da Verdade, iluminando a vereda da Vida Eterna, que ser instigado por muitos aplausos, a saltar de um luminoso trampolim, para mergulhar garbosamente no lago de fogo da perdição.

Acabe, o mau rei disfarçou-se de soldado temendo pela vida; a nós se ordena que pelejemos “disfarçados de reis”, digo, revestidos de Cristo, O Rei dos Reis, se, invés de aplausos, nosso alvo é a vida. Senão, tanto faz; com qualquer veste, estremos nus.