terça-feira, 2 de setembro de 2025

As seitas



“... Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães.” Mat 4;3

Satanás, ante O Filho de Deus encarnado, o qual viera para derrotá-lo, tentando forçá-lo a agir fora dos limites humanos.

Não dá pra negar que o canhoto tinha boas noções teológicas; ouvira que Deus usaria da “semente da mulher” um que pisaria sua cabeça. Gn 3;15

Tendo visto João Batista dar testemunho de Jesus junto ao Jordão, não teve dúvidas sobre, contra quem deveria apontar suas setas. Após escutar do Senhor a resposta baseada nas Escrituras que “nem só de pão vive o homem, mas de toda a Palavra que procede da Boca de Deus.” Resolveu dar segunda estocada; “... Se tu és o Filho de Deus, lança-te de aqui abaixo; porque está escrito: Que aos seus anjos dará ordens a teu respeito, tomar-te-ão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra.” V 6

Então, o “teólogo” levou uma bela invertida, dada sua “interpretação” isolada; “Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus.” Quantas aberrações nascem do que “está escrito” pilotadas por beócios que, ignoram o que “também está escrito.”

O tentador abriu mão de começar colocando em dúvida o Divino Ser, do Senhor; invés do “Se Tu És O Filho de Deus”, foi direto ao ponto; Mostrou ao Senhor todos os reinos do mundo e prometeu: “Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares.” V 9

A Santa Paciência do Senhor se esgotou; invés de apenas uma defesa teológica, baseado no que está escrito, também mandou o canhoto circular: “Então disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a Ele servirás.” V 10

Jesus na limitação humana teve como teto do Seu agir, as coisas que estavam escritas, A Palavra de Deus. Quanta gente precisa aprender, atinente a isso; não ir além do que está escrito, tampouco, acrescentar algo à Divina Palavra.

O primeiro passo requerido é “negue a si mesmo”; o que são as muitas seitas “cristãs”, com suas literaturas particulares, seus profetas, senão a afirmação do si mesmo? Salvos só os que são como eu; quem não tiver os escritos da profetiza “a”, a revelação do profeta “b”, está fora. Invés de negar a si mesmos em submissão a Cristo, esses afirmam a superioridade deles, pela posse doentia e obtusa, de algo espúrio.

O canhoto nem perderá tempo em refutar insanas pretensões exclusivistas e apócrifas. Do seu ponto-de-vista os sectários já estão dominados; prestam-lhe serviço, não a Deus. No máximo denunciará aos que tentarem mostrar os erros desses, como sendo invejosos privados da luz, combatendo à “Única Igreja Verdadeira” a deles, claro.

No prisma do conhecimento, é invencível a verdade. “Porque nada podemos contra a verdade, senão pela verdade.” II Cor 13;8

Se alguém poderia ir além do que está escrito Esse É O Senhor; Ele É A Palavra Viva. Contudo, não fez assim. “Sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;” Fp 2;6 e 7

Quem se atreve a ir além da Palavra de Deus, admita ou não, está pretendendo para si uma liberdade que o próprio Salvador recusou.

Ele é retratado na Palavra como, “aprendendo obediência.” “Ainda que era Filho, aprendeu obediência, por aquilo que padeceu.” Heb 5;8
Sendo Um com O Pai e não havendo nada maior, não tinha necessidade de obedecer; mas, esvaziado à nossa condição, careceu aprender coisas pelas quais legaria o exemplo que nos convém; Seu “jugo”.

Depois de tanto joio semeado, tantas perversões doutrinárias disseminadas, o canhoto pode tirar férias. Os fanatizados pelos ensinos espúrios se encarregarão de fazer o trabalho sujo, pelejando veementes contra quem tenta viver segundo a verdade.

Invés de uma concessão como fez O Salvador eventualmente: “Deixai-os, porque quem não é contra nós é por nós.” Esses se mostram, exclusivistas extremados. Até quando negam isso não conseguem disfarçar.

Temos toda A Palavra de Deus para defender a verdade contra a mentira, e ensinar contra o pecado, segundo Deus, qual o sentido de nos apegarmos a uma denominação, eivada de literatura espúria e defendermos isso com unhas e dentes?

Quem faz isso erra o alvo duas vezes. Passa a defender incondicionalmente uma instituição, malgrado suas falhas, e atacar às outras. Seitas não gostam de ser assim definidas, mas elas mesmas se colocam nessa posição.

Qualquer denominação que pretender ser dona da verdade, a Única verdadeira” é seita; goste ou não. Cristo identifica aos seus pelo caráter, não pela placa. “... O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

segunda-feira, 1 de setembro de 2025

A Fonte Pura



“Como fonte turvada, manancial poluído, assim é o justo que cede diante do ímpio.” Prov 25;26

Quando o justo entra numa disputa não tem que ganhar, necessariamente, como se, o triunfo num pleito fosse mais importante que os valores em jogo. Ele tem que manter sua posição até o fim, em defesa dos valores que lhe são caros. Por amor à verdade e a justiça. Mesmo que seu pleito não seja concedido.

Aconselhando a Jeremias, quando esse pensava em deixar seu ministério O Senhor disse: “Portanto assim diz o Senhor: Se tu voltares, então te trarei, e estarás diante de mim; se apartares o precioso do vil, serás como Minha Boca; tornem-se eles para ti, mas não voltes tu para eles.” Jr 15;19

O apreço pelas coisas segundo Deus, é a fonte de onde o justo bebe; se, capitulasse nisso, permitiria o concurso da sujeira, onde deve ser mantido limpo. Seria, “Como fonte turva e manancial poluído...” Não poucos, com a desculpa covarde de não serem polêmicos, compactuam com coisas “politicamente corretas” que a Divina Palavra condena. Assim, invés de cordatos se tornam inúteis para Deus.

Quem muito se ocupa da humana aprovação, acaba desprezando à Divina. O Salvador foi categórico: “... Vós sois os que justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece vossos corações, porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.” Luc 16;15

Nesse mundo que jaz no maligno, não significa que as coisas se estabelecerão sempre do ponto-de-vista do justo; na maioria das vezes não será assim; mas, significa que quando seus apontes não forem ouvidos, ele permanecerá defendendo às mesmas coisas; firmado em valores, não em interesses.

Entre outras qualidades que deve ter o “cidadão dos Céus” alistadas no salmo 15, está a constância, o cuidado com o que fala e o compromisso de honra para com a própria palavra. “Aquele que não difama com sua língua, nem faz mal ao seu próximo, nem aceita nenhum opróbrio contra seu próximo; a cujos olhos o réprobo é desprezado; mas honra os que temem ao Senhor; aquele que jura com dano seu, contudo, não muda.” Vs 3 e 4

A inversão de valores sempre será abjeta ao O Eterno, pois, quem assim age, além da desobediência, ainda tenta mascará-la, pervertendo o sentido, para que sua perversão receba como que um verniz de probidade; A Palavra é categórica: “O que justifica o ímpio, e o que condena o justo, tanto um quanto o outro são abomináveis ao Senhor.” Prov 17;15 Em nosso país que liberta bandidos e persegue inocentes as duas abominações concorrem.

Infelizmente grassa assustadora crise de referenciais probos, até mesmo entre os que se dizem cristãos. Para efeito do teatro social, as palavras certas sempre estão no ponta da língua; as atitudes correspondentes, nem sempre. Como dizia Spurgeon: “Ninguém é obrigado a se declarar um cristão; mas, se o fizer, diga e se garanta”. Aja como um.

Quando esposamos publicamente nosso compromisso com a Palavra, dizemos aos quatro ventos que bebemos de uma fonte pura. “Mas aquele que beber da água que Eu lhe der nunca terá sede, porque a água que Eu lhe der se fará nele uma fonte que salte para a vida eterna.” Jo 4;14

Assim, quando afirmamos nortear nossos passos pela Divina Palavra, devemos levar esse compromisso às últimas consequências.

De uns que trocaram ao Poderoso, por simulacros inúteis O Senhor disse, mediante Jeremias: “Espantai-vos disto, ó céus, e horrorizai-vos! Ficai verdadeiramente desolados, diz o Senhor. Porque Meu povo fez duas maldades: a Mim deixaram, o Manancial de Águas Vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm águas.” Jr 2;12 e 13

Nesse caso, nem se tratou de poluir uma fonte limpa pelo maus testemunho; antes, foi apostasia mesmo, deixando a Fonte Pura, por arremedos vãos.

Quando O Salvador adjetivou como bem-aventurados os que tem sede de justiça, pressupôs que tais sedentos não tentariam beber de outras fontes.

A perversão da Palavra de Deus nesses dias, nada mais é que a tentativa de poluir à água, corroer os fundamentos da nossa fé; turvar aquilo que nasceu limpo. A placa de advertência permanece: “Toda Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam Nele. Nada acrescentes às Suas palavras, para que não te repreenda e sejas achado mentiroso.” Prov 30;5 e 6

A cada dia que passa o mundo se revelará mais avesso à Doutrina de Cristo. Cabe-nos, permanecer fiéis.

O Senhor encerrou o Cânon, ainda convidado aos sedentos de justiça, para Fonte da Vida; “O Espírito e a esposa dizem: Vem. Quem ouve, diga: Vem. Quem tem sede, venha; quem quiser, tome de graça da Água da Vida.” Apoc 22;17

domingo, 31 de agosto de 2025

Geração de robôs



“Porque o mandamento é lâmpada, a lei é luz; as repreensões da correção são o caminho da vida.” Prov 6;23

Isso, lido isoladamente nos levaria a tecer considerações sobre os mandamentos e a lei de Deus; não haveria nada de errado. Todavia, no contexto se refere às correções e ensinos dos pais, aos filhos. Um desdobramento do mandado de honrar pai e mãe.

Um pouco antes diz: “Filho meu, guarda o mandamento de teu pai, não deixes a lei da tua mãe; ata-os perpetuamente ao teu coração, pendura-os ao teu pescoço. Quando caminhares, te guiará; quando te deitares, te guardará; quando acordares, falará contigo.” Vs 20 a 22 A correção dos pais deve ser guardado como um tesouro, dada sua eficácia vitalícia.

Onde eles ainda têm autoridade para corrigir e ensinar aos filhos, certamente, isso se verifica.

Com o advento da tecnologia, infantes nascidos em meio a esse emaranhado de difícil manuseio aos mais antigos e natural os filhos da modernidade, isso gera uma discrepância que contribui para diluir o restinho de respeito pelos idosos; na suposição que, o conhecimento, onde os mais jovens se avantajam, seja igual ou superior à sabedoria; predicado dos mais vividos. Se o conhecimento pode ser veloz para ensinar “como”, a sabedoria antevê onde à velocidade leva, ponderando o “porquê.”

Conheço ambientes “espirituais” onde se diz que os mais velhos apenas servem para causar problemas. Pela maior facilidade de trânsito nos meandros da vida moderna, dos jovens, a congregação deveria ser presidia por eles. Ai de quem perder tempo em ambientes assim. Vai trocar luzeiros experimentados nas sendas da experiência, por alucinados voláteis ainda não provados, tampouco, aprovados para as escolhas dum digno viver.

A velhice em consorcio com a justiça é um troféu logrado por poucos; “Coroa de honra são as cãs, quando elas estão no caminho da justiça.” Prov 16;31 Vemos que a velhice por si só não é digna de elogios. Carece da companhia da justiça, nos atos daquele que branqueou os pelos na neve do tempo. Ruy Barbosa dizia: “Não te impressiones com os cabelos brancos, os canalhas também envelhecem.”

Feito esse reparo, segue que, os anciãos que levaram uma via proba, mais que ouvidos, deveriam ser reverenciados, onde se pretende aprender justiça.

A presente geração, em sua falta de noção, se mostra avessa aos anciãos quanto à utilidade deles, e despreza o que têm a dizer; suas lições de vida pretéritas que podem ser medicinais às almas humildes. “... as repreensões da correção são o caminho da vida.” Como aceitariam a correção, aqueles que se mostram refratários à simples presença dos mais velhos em suas companhias?

A falta de noção nesse tempo é tal, que qualquer imbecil que não sabe os quatro pontos cardeais faz pose de “influencer”, e pior: Com milhões de seguidores. Uma geração sem paladar para a sabedoria, corre ávida em demanda de futilidades envernizadas pela fama.

Porém, malgrado esse recorte de uma sociedade adoecida pelo “triunfo das nulidades”, a coisa ainda piora; temos o surgimento dos tais “coachs mirins”, onde fedelhos que ainda estão nas fraldas intelectuais se pretendem conselheiros de estratégias de vida, aos que forem imbecis o bastante para lhes dar atenção. Infelizmente seus coevos o são.

Por que infantes e adolescentes desses dias perderiam tempo ouvindo conselhos de vida dos seus pais, se têm a um clique a “assistência” de “especialistas”.

A falta de noção da presente geração foi pontuada nos dias de Salomão com precisão cirúrgica: “Há uma geração que amaldiçoa seu pai e não bendiz sua mãe. Há uma geração que é pura aos próprios olhos, mas que nunca foi lavada da sua imundícia. Há uma geração cujos olhos são altivos, suas pálpebras são sempre levantadas.” Prov 30;11 a 13

Desrespeito com genitores, falta de noção quanto à própria miséria, e ainda arrogantes; olhos altivos se achando a última palmeira do oásis.

A “progressão” da humanidade, estilo rabo de cavalo, crescendo para baixo, foi vista como algo tão inexorável, que o simples perguntar o porquê disso foi desaconselhado pelo sábio; “Nunca digas: Por que foram os dias passados melhores que estes? Porque não provém da sabedoria esta pergunta.” Ecl 7;10

Então, embora os que creem na Palavra não sejam surpreendidos, pelo desprezo ao precioso em prol do ouro de tolos, ainda assim devem lutar contra isso; um ou dois que abram os ouvidos já serão motivos válidos para a luta.

O conforto tecnológico com profusão de meios, e distorcidos fins, está automatizando uma geração que deveria ser viva, livre, afeita a pensar. Quando todos forem forçados a se curvar à imagem da besta, como resistirão, aqueles que “aprenderam a vida” via imagens e fecharam seus ouvidos a Deus?

sábado, 30 de agosto de 2025

A necessária firmeza



“Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra dum evangelista, cumpre teu ministério.” II Tim 4;5

“Mas tu, sê sóbrio...”
conselho que está vinculado a informações pretéritas, onde, se pode inferir sob o patrocínio da lógica, que a sobriedade não estava sendo praticada.

Como triste característica dos últimos dias, haveria um levante contra a genuína Palavra, quando, as pessoas buscariam pela própria satisfação, mais que pela verdade.

Paulo ensinou: “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” Vs 3 e 4 Se, esses enganadores seriam “doutores”, por certo teriam peso aos olhos do vulgo, dada a visibilidade dos ministérios dos tais.

Existem diversas formas de se rejeitar à Palavra de Deus, mesmo fingindo não fazer assim. O conselho bíblico é solene; “Toda a Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam Nele. Nada acrescentes às Suas Palavras, para que não te repreenda e sejas achado mentiroso.” Prov 30;5 e 6

Se pode acrescentar escritos espúrios, como fazem adventistas, católicos e mórmons; ou omitir as partes “polêmicas” como tentam os “inclusivos”; ainda acrescentar dogmas e tradições eclesiásticas, deixando a diretriz da Palavra, por essas fontes.

Ou simplesmente, ressignificar textos bíblicos como tantos “teólogos liberais” o fazem; torcendo a interpretação, fazendo parecer que A Palavra acoroçoa às paixões, que, a rigor, denuncia.

Os pilantras “evangélicos” que a transformaram num manual de prosperidade, são tão bisonhos que, se fosse a cobiça doentia dos que os buscam, não iriam longe com sua simonia obtusa. Todavia, vigaristas e otárias prosseguem em sua simbiose.

Em oposição a esses embriagados pelo desejo de lisonjas, por futilidades como renome e posses terrenas, apreciando mais a aceitação humana que a Divina, Timóteo foi aconselhado a se manter sóbrio.

Tende a humanidade, à medida que o tempo passa, a se mostrar cada vez mais avessa ao Eterno e Seus Ensinos. “... nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando sua eficácia.” II Tim 3;1 a 5

Além desses vícios todos, vivemos numa geração onde, alguém posar de vítima parece um mérito, estranhamente. Salomão parece ter antevisto nossos dias; “Há uma geração que amaldiçoa seu pai, e que não bendiz sua mãe. Há uma geração que é pura aos próprios olhos, mas nunca foi lavada da sua imundícia.” Prov 30;11 e 12

Invés de se manter firme ante as intempéries da vida, preservando a inteireza do caráter acima de tudo, a “onda” de muitos é posar de injustiçado, incompreendido, perseguido.

Pregadores privados da necessária têmpera que perseveram mesmo durante os dias maus, vicejam quais ervas daninhas. Tais, veem essa doença, o vitimismo, como “nicho de mercado”, fatalmente produzirão mensagens adoecidas, pensando que, agradar aos ímpios seja seu dever, invés de iluminá-los pela verdade.

Como numa inundação, tende a corrente a arrastar consigo tudo que encontrar pelo caminho, a derrocada moral dessa geração suicida, se inclina aos desejos adoecidos dos ímpios, mais do que à Santa Palavra do Eterno.

Não somos chamados a nos encaixar na erosão de valores, onde, a ravina da indecência arrasta tudo pro vale da infidelidade e perversão.

Invés de encaixar, devemos confrontar, nos opormos ao que desafina da sã doutrina. O fato das coisas andarem mal ao nosso redor está longe de ser justificativa para que também caiamos no mal. “Ainda que tu, ó Israel, queiras prostituir-te, contudo não se faça culpado Judá...” Os 4;15

Nas filosofias de redes sociais encontramos à farta: “O fato de estarem todos fazendo algo, não significa que seja certo; tampouco, por não estarem fazendo, isso não o torna necessariamente, errado.”

O relativismo disseminado nesse mundo ímpio não se contenta com a própria disseminação; ainda ataca aos que permanecem firmes no Absoluto, com pechas como, fanatismo, radicalismo, fundamentalismo, religiosidade, discursos de ódio.

Tais rótulos colados nos que se importam muito com aplausos, fatalmente os constrangerá a provarem que não assim; no afã de se mostrarem “legais”, se tornarão inúteis para Deus e nocivos para quem lhes der ouvidos. “Mas tu, sê sóbrio em tudo...”

Sendo O Criador, imutável e inerrante, dos que O servem com integridade, natural se esperar constância, firmeza; se assim não for, nós estaremos com problemas, não, O Eterno. Pois, “Os que confiam no Senhor serão como o monte de Sião, que não se abala, mas permanece para sempre.” Sal 125;1

sexta-feira, 29 de agosto de 2025

Dos saltos, o melhor


“Porém Ele sabe meu caminho; provando-me, sairei como ouro.” Jó 23;10

Jó defendendo seus caminhos e acrescentado que, se Deus o provasse descobriria exatamente isso; que ele andara em integridade. O que ignorava é que estava sendo provado, naquele exato instante.

Não saiu do teste, necessariamente, mais valioso; porém, com mais conhecimento de Deus; “Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te veem meus olhos. Por isso me abomino e me arrependo no pó e na cinza.” Cap 42;5 e 6 Um efeito do conhecimento do Santo, é que fica mais evidente a miséria humana. Quanto mais perto do Senhor alguém está, menos estará confiante em si.

Aquilo que cogitara como uma possibilidade; “se”, acontecia; O Eterno o estava testando, não porque precisasse; mas, para destruir a balela do acusador.

Quantas vezes acontece conosco, de fazermos má leitura do que nos ocorre por termos nossos sentidos obtusos, dado o concurso de alguma paixão, ou pelo lapso de discernimento das coisas, na vereda espiritual. Isaías disse: “Senhor, Tua mão está exaltada, mas nem por isso a veem...” Is 26;11

Os discípulos no caminho de Emaús falando com O Senhor ressurreto, sem O conhecer, manifestaram sua decepção malgrado, tudo tivesse acontecido precisamente como O Eterno revelara. “Oh néscios e tardos de coração...” Estavam abençoados e desanimados. Quem jamais tropeçou em pedras assim?

As mulheres que foram ao sepulcro ao terceiro dia levando especiarias, se mostraram decepcionadas por não encontrarem um corpo morto. Acontece que O Senhor estava Vivo. Quantas decepções sem razão, por causa da nossa cegueira!

Diante da mensagem de salvação, não poucos titubeiam, cogitando se vale à pena; o que receberão de bênçãos, caso resolvam aceitar o convite do Salvador. Recalcitram, como se, muito tivessem a perder, sendo que, só têm a ganhar. Como dizia Spurgeon, “O Senhor nos abençoa muitas vezes, cada vez que nos abençoa.”

O simples fato de estarem vivas e arbitrárias ante esse excelso convite é já uma bênção inefável, nem sempre compreendida; pode mudar toda uma eternidade.

O curso de nossas breves vidas uma hora chegará a um ponto sem retorno. Quando isso acontecer, a mais lúcidas percepções, as mais virtuosas resoluções perderão a razão de ser, dado que será demasiado tarde. Por isso a salvação sempre é anunciada com urgência; “... Hoje, se ouvirdes Sua Voz, Não endureçais vossos corações, como na provocação.” Heb 3;15

Imaginemos a saga de um suicida que, decida se lançar do alto de um enorme edifício. Feito o salto insano, durante o trajeto até ao chão, o sujeito se arrependa e decida não mais fazer aquilo. Tendo ele lançado sua vida a uma situação irreversível, rumo à perdição, nada mais poderá trazê-la de volta, ao ponto do arbítrio, da possibilidade de escolha, uma vez que fizera uma escolha cabal.

Bem sei que a figura “pega pesado” colocando sobre uma decisão que parece mera, uma intensidade muito grande; mas, acredite, há inúmeros do outro lado, que achavam ter muitos dias ainda para escolhas desse tipo; foram surpreendidos quando, caminhos aparentemente rotineiros se revelaram irreversíveis; desejariam muito ter sido “assustados” desse modo, enquanto ainda lhes era possível.

Quem ouve a mensagem de salvação, ainda está com os pés no chão; a decisão rumo à casa paterna ainda é viável. A possibilidade de arbitrar sobre algo tão relevante é já uma grande bênção. Pois, está sendo estimulado a uma escolha que mudará seu devir, marcará seu presente e apagará seu passado.

Dos três tempos possíveis, em todos O Salvador nos abençoa. Apaga às culpas pretéritas; sacia aos anseios presentes; e oferece diretrizes seguras pro futuro. “Vá e não peques mais.”

Em geral, a ideia de bênção do vulgo é muito imediatista; apesar das exortações recorrentes, sobre o “Tesouro nos Céus”; “buscar as coisas que são de cima”, ou, a exortação de Paulo, sobre o limite pífio dos bens terrenos; “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15;19

Claro que, não se pode esperar de quem ainda nem entrou na senda espiritual, uma madura compreensão acerca da mesma; por isso a instante exposição da Palavra e o concurso do Bendito Espírito Santo, visam persuadir almas às melhores escolhas.

Embora devidamente entendida, a fé seja inteligível, racional, inicialmente requer certa “loucura” de quem a abraça. “Visto como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela Sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação.” I cor 1;21

Esse “salto no escuro” dos que ousarem crer, será sua “prova” de confiança no Senhor. Caminhando com Ele, um dia poderão dizer como Jó: “Eu te conhecia só de ouvir falar; mas agora, te veem meus olhos.”

Cristianismo; religião do medo?



“Quando tira para fora Suas ovelhas, vai adiante delas; as ovelhas O seguem, porque conhecem Sua Voz.” Jo 10;4

As razões para as ovelhas de Cristo O seguirem; Seu caminho trilhado, o exemplo, e Sua Voz. Ele foi adiante demonstrando como deve ser; “Tomai sobre vós Meu jugo e aprendei de Mim...”

Alguns têm emporcalhado o espaço virtual com refutações espúrias, tentando fazer a fé parecer algo que, absolutamente, não é.


Insinuam que é uma dominação pelo medo. Que os mensageiros assustam às pessoas com ameaça do inferno, do arrebatamento até, para com isso, incutir medo nas pessoas e dominá-las, enriquecendo pela manipulação.

Crassa ignorância! A expressão “não temas, não tenhais medo” e similares ocorrem 365 vezes na Bíblia; sempre, vemos O Senhor tentando infundir coragem, ousadia, aos Seus.

Se alguém presume que eventual medo seja o motivo dos cristãos, está promovendo sua ignorância à categoria de argumento.

Nossa relação com O Salvador se baseia no amor, na gratidão; desejamos Sua volta, para conhecê-lo melhor, invés de temermos como nos acusam os apedeutas em apreço.

Tanto, seguimos ao Bendito Pastor por conhecermos Sua Voz, quanto evitamos espúrios, pela mesma razão; “De modo nenhum seguirão o estranho, antes fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos.” Jo 10;5

Esses acham que basta apresentar um vídeo da finada Dra. tal, que advogava que a Bíblia é uma coleção de mitos, ou de um “filósofo” que ganha dinheiro falando contra “mercenários” da fé, para que rasguemos nossas Bíblias, abandonemos nossa fé, e entremos para seu rol de errantes, acéfalos, privados de valores e sentidos. Francamente! Devem estar nos medindo com suas réguas.

O temor a Deus, comum aos cristãos, nada tem a ver com medo; antes, com zelo reverente, para não ferir Àquele que amamos; escrúpulos prudentes para em nada macularmos à pureza do que É Santíssimo.

O sentimento que patrocina nossa relação, é outro; “... quem perder sua vida, por amor de Mim, achá-la-á.” Mat 10;39 “... sereis apresentados perante presidentes e reis, por amor de Mim, para lhes servir de testemunho.” Mc 13;9 “Sereis odiados por todos por amor do Meu Nome...” Mc 13;13 etc. O que esses três versos têm em comum? A expressão: “por amor”. Desenhando assim, pode que nosso “filósofo” entenda.

Ninguém permanece numa igreja à força. Desconheço onde seja assim. A Palavra de Deus é ensinada; quem ouve é estimulado a crer. Caso o faça, terá em seu próprio íntimo o testemunho de que precisa, sobre ter feito a coisa certa, ou não. “Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos...” Rom 8;15

O medo da morte e consequente escravidão ao pecado, tipo: “Curta a vida porque a vida é curta” comum aos ímpios, não mais assola a quem tem convicção de que foi feito filho de Deus, e traz um íntimo testemunho disso. “O mesmo Espírito testifica com nosso espírito que somos filhos de Deus.” Rom 8;16

Essa acusação que assustamos dizendo, “se pecar vai pro inferno” e, com isso ensejamos pânico nas pessoas é mentirosa. Ensinamos porções da Palavra de Deus, não, pitadas doentias de diatribes de desinformados ou mal-intencionados.

A Palavra aconselha: “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, O justo.” I Jo 2;1 A ideia é que não pequemos; mas quando isso acontecer que confessemos arrependidos e seremos perdoados.

Esses que presumem que tudo se baseia em medo ou dinheiro, parecem desconhecer outros valores. Não podendo ver nada além disso, necessitam nos avaliar segundo seus escopos doentios.

A Palavra ensina que a segurança em Deus produz mais alegria que a de agricultores quando fruem uma abençoada colheita; “Puseste alegria no meu coração, mais do que no tempo em que se lhes multiplicaram trigo e vinho. Em paz me deitarei e dormirei, porque só tu, Senhor, me fazes habitar em segurança.” Sal 4;7 e 8 Que medo, dormir assim!

Não desconhecemos que há muitos mercenários que usam o pretexto da fé para fins mercantis; ainda, que alguns que andam nas veredas de Cristo ignoram nuances benditas dessa relação. Aos mercenários denunciamos; aos ignorantes buscamos iluminar.

Nada disso altera o fato que O Senhor nos ama e tenciona se relacionar conosco assim; baseado no amor. Se alguém, mesmo crendo Nele ainda estremece inseguro, deve tributar seus medos à imperfeição dos seus sentimentos em relação ao Eterno; quando for edificado, isso cessará. Afinal, “No amor não há temor, antes o perfeito amor lança fora o temor; porque o temor tem consigo a pena; o que teme não é perfeito em amor.” I Jo 4;18

quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Não mais, a dieta ímpia

“Como o cão torna ao seu vômito, assim o tolo repete sua estultícia.” Prov 26;11

Embora a figura seja um tanto nojenta, seu teor filosófico é profundo. Dizemos que, gato escaldado sente medo de água fria; significando que o bicho, após as dores duma experiência ruim, prefere manter distância, até de algo apenas parecido com aquilo que o feriu; que dizer, se for igual?

Da superioridade “cognitiva” dos bichos a Palavra versa: “O boi conhece seu possuidor, o jumento a manjedoura do seu dono; mas Israel não tem conhecimento, Meu povo não entende.” Is 1;3

A natureza humana não se apresenta prudente como os animais. Para efeitos de teatro somos muito bons em conselhos; quem jamais leu dicas assim: “Fazendo as coisas do mesmo jeito, jamais obterás resultados diferentes.” Ou, “quem se mistura aos porcos, acaba comendo farelo.”

Infelizmente, não significa que, quem diz essas coisas, evitará repetir erros, ou deixará a companhia dos “suínos.” Ter um dito assim na ponta da língua não torna o mesmo, normativo, de modo a pautar por tal padrão, as decisões que serão tomadas, por quem fala assim. Nos provérbios encontramos a “filosofia” do bêbado: “... Espancaram-me e não doeu; bateram-me e nem senti; quando despertarei? aí então beberei outra vez.” Prov 23;35

A maioria dos erros que se comete não são por falta de luz; antes, pela resiliência da vontade que, tendo escolhido algo, e deixado patente essa escolha, se os fatos provarem que foi um erro, ainda assim, o fanatismo egoísta de quem se recusa a admitir falhas, fará sua vítima reiterá-lo invés de assumi-lo.

Precisamente isso, o texto bíblico alegoriza comparado ao cão que volta ao vômito. Vomitar, eventualmente, pela incidência duma indisposição estomacal é desventura à qual todos estamos sujeitos. Daí, a...

Enfim, cometer um erro de avaliação, de escolha, apostar num azarão, pode acontecer com qualquer um. Todavia, identificado que foi um ato estúpido, perseverar nele é trair a si mesmo. No entanto, assim fazem os adúlteros, os promíscuos, os viciados, os sectários. Num rasgo de lucidez após os maus atos veem como eles são; depois, retornam aos mesmos na primeira ocasião.

São poucos que conseguem admitir um erro sem carecer uma muleta adversativa que o dilua, ou justifique; eu errei, mas... Se, filosoficamente carecermos de muletas, estaremos demonstrando a quem puder ver, que não nos firmamos bem sobre as pernas.

Deveríamos aprender com Davi, uma confissão honesta sem atenuantes; “Lava-me completamente da minha iniquidade, purifica-me do meu pecado. Porque eu conheço minhas transgressões; o meu pecado está sempre diante de mim. Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que é mal à tua vista, para que sejas justificado quando falares e puro quando julgares.” Sal 51;2 a 4

Como disse Paulo: “... sempre seja Deus verdadeiro, e todo o homem mentiroso; como está escrito: Para que sejas justificado em tuas palavras, e venças quando fores julgado.” Rom 3;4

Natural que, em se tratando da conversão, quem está acostumado a um modo de vida, ser chamado a outro radicalmente oposto, traz o risco de algumas recaídas. Mas, se acontecerem, devem ser confessadas e abandonadas; não retomada a antiga maneira ímpia de viver, de antes de Cristo.

Naquele contexto nada tínhamos a perder. “Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça.” Rom 6;20 Também nada ganhamos agindo daquele modo, como evidencia a pergunta do próximo verso: “Que fruto tínheis então das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte.” V 21

Embora um renascido não pare radicalmente de pecar, (quisera fosse possível) não deve deixar que antigos vícios, aos quais “vomitou” quando se rendeu ao Senhor, ainda tenham comando sobre suas escolhas, sua vontade.

Ainda falhamos, pois; não mais, sem dor, sem culpa como antes. Esse peso na consciência quando erramos, atua a nosso favor; denuncia nosso descaminho pontual para que retornemos à vereda estreita com Jesus.

A uns que creram por um pouco, depois se deixaram seduzir de novo pelos antigos hábitos, Pedro também apreciou com a mesma figura, anexando outra, do mesmo tipo. “Porque melhor lhes seria não conhecerem o caminho da justiça, do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes foi dado; deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao próprio vômito, e a porca lavada ao espojadouro de lama.” II Ped 2;21 e 22

A rendição a Cristo, quando veraz, opera em nós uma limpeza profunda. Tanto que, malgrado, seguindo os mesmos, não seremos mais os mesmos, pelos valores e dons em nós incutidos. “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; e tudo se fez novo.” II Cor 5;17