sexta-feira, 30 de novembro de 2018

A Batalha da Vontade

“Saúda-vos Epafras, que é dos vossos, servo de Cristo, combatendo sempre por vós em orações, para que vos conserveis firmes, perfeitos; consumados em toda Vontade de Deus.”Col 4;12

Anexa à saudação de Epafras aos conterrâneos Paulo testifica do mesmo. Combatente em oração em favor do seu povo. “... para que vos conserveis firmes, perfeitos e consumados em toda Vontade de Deus.”

Posar de guerreiro do Senhor como muitos fazem pode ter seu charme, contudo, a maioria do que vejo, ou, ouço apregoando a dita “batalha espiritual” erra grotescamente.

Arvoram-se contra privações circunstanciais, desemprego, enfermidades, frustrações afetivas, etc. atribuem ao inimigo; inchados de pretenso poder “ordenam, determinam” a remoção do óbice que julgam ser direito seu. Sequer chegaram ao campo de batalha esses supostos “artilheiros” do Senhor.

Primeira coisa que necessito pra lutar alinhado à Vontade Divina,é cambiar meu modo de pensar pelo de Deus. “Porque assim como os Céus são mais altos que a Terra, são os meus caminhos mais altos do que os vossos; e os meus pensamentos mais altos que os vossos.” Is 55;9

A sutileza do inimigo atua, no sentido de equiparar, quando não, sobrepor, nosso pensar, nossos desejos ao Divino propósito. Nesse combate invés de um “exorcismo” imaginário onde muitos “amarram” espíritos deveríamos amarrar a nossa própria inércia; fazer o bom depósito; “Bem-aventurado o homem que... tem seu prazer na lei do Senhor; na Sua Lei medita de dia e de noite.” Salm 1; 1 e 2

A proposta inicial do traidor foi de autonomia moral, intelectual; “Vós sabereis o bem e o mal”. Qualquer pendor natural, por inocente que pareça, ou, bem intencionado, até, por derivar dos meus próprios conceitos de bem e mal, atua segundo o princípio de Satanás, não, Vontade Divina.

O “Negue a si mesmo” preceituado abarca todo o “si”, principalmente o modo de pensar. Nessa área, pois, nosso combate é necessário “exorcizando” sutilezas malignas que pinta más inclinações de bons motivos; “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas, poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus; levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo;” II Cor 10;4 e 5

A “cabeça-de-ponte” do inimigo na batalha são nossas vontades desorientadas, doentias. Nesse caso, invés de expulsar ao demônio devemos crucificar a carne.

Quando nosso entendimento estiver “cativo à obediência de Cristo”; quando reconhecermos sobre nós a Autoridade Divina, e, só então, teremos da mesma Fonte, autoridade para correção de terceiros. “Estando prontos para vingar toda desobediência, quando for cumprida vossa obediência.” II Cor 10;6

Antes de achar válida, salutar a Vontade de Deus para terceiros devo achá-la, igualmente, para mim. Nossos corações foram endurecidos pelo longo consórcio com o pecado, onde, estávamos “livres” da justiça; isto é: Descompromissados com ela, por alienados do Eterno. “Porque, quando éreis servos do pecado estáveis livres da justiça.” Rom 6;20

Nos que chamou a Si O Senhor fez o necessário “transplante” para adoção de novo modo de vida; “Dar-vos-ei um coração novo, porei dentro de vós um espírito novo; tirarei da vossa carne o coração de pedra e vos darei um coração de carne. Porei dentro de vós Meu Espírito, farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis.” Ez 36;26 e 27

Assim como a Espada do Espírito é a Palavra de Deus que derrota o inimigo, a espada deste é a difusão de “conselhos que se levantam contra o conhecimento de Deus”, a mentira.

Se, o que vence o mundo é nossa fé, como ensinou João, essa, a fé, não atua num vácuo; antes, firma-se na integridade e imutabilidade do que O Santo Revelou.

Tendemos a nos deslumbrar com sofisticações, artifícios, mediante os quais, o inimigo nos tenta; mas, a fé saudável faz parceria com a simplicidade; “Temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo.” II Cor 11;3

Enfim, se, vale a pena, como fazia Epafras, orar para que a Vontade de Deus seja consumada em nós, lembremos: Foi suportando a tudo e levando Sua Cruz até o fim que nosso Senhor e Salvador pôde dizer: “Está consumado”.

Orarmos, “seja feita a Tua Vontade...” é fácil; aceitá-la quando ela nos contraria e mesmo assim perseverar confiante é doloroso, às vezes; mas, é um traço indelével de maturidade espiritual.

Não preciso aceitar, concordar com todas as coisas; mas, posso descansar na Sabedoria e provisão Divina; nela, “... todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo Seu Propósito.” Rom 8;28

domingo, 25 de novembro de 2018

A Cruz e o Bezerro

“Enchi do Espírito de Deus, de sabedoria, entendimento, e ciência, em todo lavor; para elaborar projetos, trabalhar em ouro, prata, cobre; lapidar pedras para engastar, entalhes de madeira, para trabalhar em todo lavor. E tenho posto com ele Aoliabe...” Êx 31;3 a 6

Deus escolhera e capacitara artífices para o Tabernáculo, e os estava indicando pelo nome a Moisés. Bezalel e Aoliabe. Se, há coisas que podem verter de iniciativa nossa na Obra de Deus, há outras basilares que derivam da Suas instruções às quais nos convém apenas, obedecer.

Nos domínios humanos há democracia, ditadura, aristocracia, monarquia, presidencialismo, parlamentarismo, clãs, castas, etc. No que tange à Obra de Deus, só funciona conforme o método que O Eterno deseja. Poderíamos chamar de Teocracia Representativa. Deus governa mediante representantes que escolhe. Então, o escolhido para representá-lO era Moisés.

Tanto é assim que, nos dias que os hebreus rejeitaram Samuel, O Eterno disse: “... a Mim rejeitaram.”

Naqueles dias também; uma vez que Moisés “demorava” (ah, o cinismo humano! Quatrocentos anos no cativeiro; e quarenta dias de espera após os milagres vistos foi insuportável) resolveram patentear a “resistência” ao Governo partindo para uma solução alternativa. O Bezerro de Ouro. Se, o Eterno escolhera artífices também eles exibiram a arte de esculpir; seu memorial à estultice, à apostasia.

A falta de noção humana após a queda é abissal. Um povo que, havia quatro séculos que clamava por libertação, apenas algumas semanas após liberto sentia-se no direito, de desautorizar ao Libertador, contestar Suas decisões. Aquele que tirara milhares de vidas ilesas do cativeiro, agora, não pudera guardar a Moisés apenas, no monte; perdera-se.

A maldade é uma matreira que espia por frestas a espera de um nicho qualquer onde possa paramentar-se como lógica, para, assim vestida seduzir seu séquito de incautos.

A lógica forja argumentos, mas, O Espírito costuma desnudar motivos. Esses mensuram o mérito, que os artifícios buscam camuflar. É a Lógica de Deus.

A apostasia custou alguns milhares de vidas; causou a revolta de Moisés que quebrou as Tábuas da Lei, e a Ira de Deus.

Em nossos dias já não existem escolhidos do Calibre de Moisés, Josué, Samuel, etc. A Revelação Divina usou profetas outrora; mas, na plenitude do tempo teve seu Upgrade; Um Escolhido de estirpe Superior; “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, falou-nos nestes últimos dias pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo.” Heb ;1 e 2

Jesus Cristo é O Escolhido, Ao Qual, resistir equivale a afrontar Deus. “Porquanto (Deus) tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do homem que destinou; disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos.” Atos 17;31

Por enquanto O Governo trabalha tentando persuadir pelo Seu argumento favorito; o amor. Malgrado, seja Ele O Todo Poderoso, não é o poder a prioridade do Reino, ainda. Permite que usemos nosso arbítrio, enquanto tenta nos convencer da conveniência de escolhermos a vida.

Infelizmente, na imensa maioria dos casos, o imediatismo hedonista, simulacro do medo da morte patente, no dito usual; “curta a vida porque a vida é curta”; tem patrocinado a escolha pelo pecado, o “bezerro de ouro” da vez ao redor do qual se pode bailar e perder-se em orgias, sem a necessária sobriedade requerida por Deus.

Ora, quem já venceu à morte não mais precisa temê-la; e quem a Ele, O Vencedor, pertence, igualmente; “Visto como os filhos participam da carne e do sangue, também Ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo; e livrasse todos que, com medo da morte, estavam por toda vida sujeitos à servidão.” Heb 2;14 e 15

Embora ninguém escolha à morte deliberadamente, salvos os suicidas, optando pela autonomia em relação aos ensinos Dele, pecamos; a permanência no pecado traz seu efeito colateral necessário; morte espiritual, não, do corpo apenas; “Porque o salário do pecado é a morte, mas, o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.” Rom 6;23

Cristo requer a cruz; nome poético da necessária mortificação dos desejos insanos; se, mortifico-me no tocante aos pecados nego a mim mesmo; essa é a ideia; “E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue a si mesmo; tome cada dia sua cruz, e siga-me. Porque, qualquer que quiser salvar sua vida, perdê-la-á; mas, qualquer que, por amor de mim, perder sua vida, a salvará.” Luc 9;23 e 24

Se, naqueles Dias pelo Seu Espírito Deus deu talento para esculpir imagens desejadas, hoje, pelo mesmo Espírito regenera-nos à Sua Imagem, se, ouvirmos Sua Voz.

sábado, 24 de novembro de 2018

Falsos Profetas em nós

“Não subistes às brechas, nem reparastes o muro para a casa de Israel, para estardes firmes na peleja no dia do Senhor.” Ez 13;5
Diatribe do Senhor contra falsos profetas mediante Ezequiel. O Eterno não os chamou de mentirosos estritamente, ainda que, o eram. Antes, foi além; às consequências das mentiras que obraram por desarmar espíritos em relação ao que era necessário, (estar firmes na peleja) deixando-os assim, como cidade vulnerável aos ataques do inimigo. “Não subistes às brechas, nem reparastes o muro...Naquele contexto, o triunfo dos inimigos sobre Israel sempre decorria de juízo por desobediência. Assim, reparar as brechas seria exortar ao arrependimento, não, literalmente consertar a um muro.

O povo escolhera para si um modo de vida contrário aos Divinos preceitos; o papel de um profeta veraz seria denunciar a apostasia e acenar com o juízo; entretanto, ... andam enganando meu povo, dizendo: Paz, não havendo paz; quando um edifica uma parede, outros a cobrem com argamassa não temperada;” V 10

Desgraçadamente as pessoas tendem a ser solidárias no erro, mais que, na virtude. Um profetiza falso, outro, (movido mais pelo sabor fácil da falsidade, que o sóbrio da verdade) vem e corrobora; “Um edifica uma parede, outros a cobrem com argamassa...”
Profetas idôneos como Isaías, Jeremias, Ezequiel, Elias, etc. sempre foram águias solitárias, invariavelmente resistidos por falsos profetas.

Claro que é mais fácil e popular falar ao povo incauto sobre benesses e livramentos supostamente prometidos por Deus, malgrado a apostasia dos ouvintes, que, denunciar isso; dar a cara a tapa por desejar ser fiel, medicinal, não, popular.

Ora, em se tratando de labor, por exemplo, optarmos pelo método mais fácil é inteligente, óbvio. Quem usaria um serrote dispondo de uma serra elétrica para cortar madeira? Entretanto, quando está em jogo a vida, nunca será a facilidade o método de escolha sábia, antes, a eficácia. Não importa se o remédio é amargo, desde que cure.

As impressões sensoriais também costumam ser falsas profetisas, atendo-se ao agradável em lugar do veraz; “Há um caminho que ao homem parece direito, mas, o fim dele são caminhos da morte.” Prov 14;12
Não é à facilidade da caminhada, pois, que devemos nos ater; mas, aonde leva o caminho que estamos trilhando. Se, eventualmente um nos parece direito, e, no fim se revelará mortal, confiar em nossas próprias percepções é mais que aquiescer ao engano; é suicídio.

A colisão da mentira aceita pelo homem, contra a cidadela da verdade fez brechas no muro da comunhão Divino-humana; a sugestão assassina, “Vós sereis como Deus sabendo o bem e o mal”, ensejou uma enfermidade mortal. Hoje diz: “O poste mijou no cachorro”. Ou seja: A alma que deveria andar submissa ao espírito, com a morte espiritual decorrente do pecado, assumiu o comando; invés de ter O Divino Saber por Absoluto, passou a absolutizar suas próprias paixões enfermas.

Desse modo, o aprazível passou a ser o “bem”, inda que mortal, enquanto, o sóbrio, prudente o “mal”.

Como somos racionais, nossas ações todas derivam de resoluções; esboçamo-las primeiro nos pensamentos, recebemos o aplauso da vontade, e, como boi ao matadouro rumamos ao encontro do pecado.

Sabendo disso, O Criador, antes de uma mudança comportamental demanda um câmbio mental, espiritual, onde, as diretrizes Dele, outra vez sejam nossas; não, a pretensa e suicida autonomia proposta pelo traidor. “Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno seus pensamentos, e se converta ao Senhor que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. Porque os meus pensamentos não são os vossos; nem, os vossos caminhos os meus; diz o Senhor.” Is 55;7 e 8
Assim, figuradamente cada um de nós é uma cidade murada, cujos muros estão cheios de brechas (pecados); dentro dela, dezenas de falsos profetas (prazeres) garantem-nos que somos “do bem;” estamos em paz com Deus.

Nos dias de Ezequiel, um intercessor idôneo bastaria ao Eterno; “Busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro; estivesse na brecha perante mim por esta terra, para que Eu não a destruísse; porém, ninguém achei.” Ez 22;30
O Mediador, então, em falta veio; “... Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.” I Tim 2;5
Contudo, para que Sua intercessão, seja eficaz para conosco devemos estar identificados nEle em submissão; como disse: “Tomai sobre vós o meu jugo...”
Haverá em nosso entorno dezenas de “profetas” para atiçar carnais predileções; mas, daríamos a eles assento de juízes hoje, se, no juízo serão apenas réus?

Não se trata de abstração filosófica, mas, de vida ou morte mesmo, por trágico que pareça; a escolha sempre será nossa, entre os que rebocam nossas inúteis paredes rachadas, ou, O que funda nossa casa na Rocha.

domingo, 18 de novembro de 2018

Nuances do Juízo

“Um rio de fogo manava, saía de diante Dele; milhares de milhares O serviam; milhões de milhões assistiam diante Dele; assentou-se o juízo e abriram-se os livros.” Dan 7;10

O Tribunal de Deus visto por Daniel. Invés de uma plateia de curiosos, quiçá, parentes dos réus, ou, estudantes de direito, milhões de servos contemplando à Justiça do Supremo.

Não há menção de testemunhas, quer de defesa, quer de acusação. Segundo a Palavra, essas serão nossas obras, os nossos feitos.

Em cada uma das sete cartas no Apocalipse O Senhor afirma: “Conheço as tuas obras”. Então, invés de testemunhas colocando a mão sobre A Bíblia e jurando dizer tão somente a verdade, o Tribunal Eterno exporá a verdade; os nossos feitos; “... assentou-se o juízo e abriram-se os livros.”

“Vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante de Deus e abriram-se os livros; abriu-se outro livro, que é o da vida. (Se, o julgamento será para mortos, o Livro da Vida será aberto apenas, como testemunho que o nome do réu não consta lá) Os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas ‘nos’ livros, segundo suas obras.” Apoc 20;12

Por que julgar mortos? Já estão mortos. A Bíblia chama mortos espirituais, os alienados a Deus e Sua Vontade. Jamais confunde existência com, vida. Daí que, a pregação de Cristo é para que mortos ouçam; “Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus; os que a ouvirem viverão. Porque, como o Pai tem a vida em si mesmo, assim deu também ao Filho ter a vida em si mesmo.” Jo 5;25 e 26

Os que ouvem “nascem de novo... passam da morte para vida...” os demais seguem mortos. Isto é: Separados de Deus.

Lá essa cantilena insuportável dos julgamentos tipo; “eu não sabia disso, foi fulano (a); desconheço; não é meu...” etc. não haverá. Há um registro fidedigno de cada ato; serão apenas lidos no juízo da Verdade, depois, proferida a sentença sem apelação.

Mas, a salvação não é pela graça mediante a fé, a despeito das obras? Como então, o julgamento segundo as obras? Sim, salvação é. “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; isto não vem de vós, é dom de Deus. Nem das obras, para que ninguém se glorie;” Ef 2;8 e 9

Acontece que aquele tribunal não está tratando de salvação. Apenas, de justiça. Aos que recusaram a Graça só restará o devido salário. “Porque o salário do pecado é a morte, mas, o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.” Rom 6;23 Por isso, o banimento dos ímpios é chamado de “segunda morte”.

Quando ouvimos o convite à salvação e aceitamos como veraz o testemunho que, “... todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;” Rom 3;23 Somos desafiados ao arrependimento; a nos identificar com Cristo; tomar nossa cruz mortificando aos desejos pecaminosos. Feito isso julgamos a nós mesmos como dignos de morte, carentes do Salvador; “... se nós julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados.” I Cor 11;31

Feito isso passamos a “estar em Cristo” para a salvação já não há julgamento; “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas, segundo o Espírito.” Rom 8;1 Finda o julgamento e começa o compromisso de não andar segundo a carne, mas, segundo O Espírito.

Identificação com Cristo na morte e na vida; “... fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos em novidade de vida.” Rom 6;4

As obras dos salvos contam; testificam da sua fé; “... mostra-me tua fé sem as obras, e te mostrarei a minha fé pelas obras.” Tg 2;18 As boas obras são o caminho natural pelo qual os servos de Deus devem trilhar; “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais, Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 2;10

Cada dia somos desafiados a escolhas de consequências eternas; ou, nos rendemos a Cristo e perseveramos para ter nosso nome no Livro da Vida, ou, vivemos cada um do seu jeito, tendo os feitos arrolados nos livros para o dia do juízo final.

Lá não há jeitinho, recursos, chicanas, testemunhas dúbias, procrastinação... Ao fiel, justificação; ao ímpio, condenação. “Longe de ti que faças isso; que mates o justo com o ímpio; que o justo seja como o ímpio, longe de ti. Não faria justiça o Juiz de Toda a Terra?” Gen 18;25

Acredite no Amor de Deus, pois; mas, jamais duvide da Sua Justiça.

sábado, 17 de novembro de 2018

Os ladrões e a Vida

“O ladrão não vem senão a roubar, matar e destruir; Eu vim para que tenham vida; e a tenham com abundância.” Jo 10;10

Tendemos a ler isso de um jeito simplista; Jesus, o Dom da Vida; o inimigo, o ladrão. E não é assim? Num sentido amplo é. Porém, há algumas letras miúdas no contrato.

Se, todo agente do mal, em última análise, serve a Satanás, como ele atua convém conhecer, para não sermos vitimados também. Embora a inspiração deles seja maligna, e, não devamos lutar “contra carne e sangue” são pessoas de carne e sangue que fazem o trabalho sujo do ladrão.

Olhando o contexto imediato veremos que, O Senhor contrapõe-se aos mercenários que “cuidam” das ovelhas por interesse; esses representam o ladrão; são ladrões. “Eu sou O Bom Pastor; O Bom Pastor dá sua vida pelas ovelhas. Mas, o mercenário que não é pastor, de quem não são as ovelhas, vê vir o lobo, deixa as ovelhas, foge; o lobo as arrebata e dispersa. Ora, o mercenário foge, porque é mercenário; não tem cuidado das ovelhas.” Vs 11 a 13

Antes Dele surgiram uns pretendendo ser O Messias, não apenas pastores, como muitos falsos que vieram após, usando Seu Nome, e, o fazendo por motivos vis. Ele mencionou de passagem, usurpadores, então, pretéritos; “Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores; mas, as ovelhas não os ouviram.” V 8

Nem precisamos de uma pesquisa extra-bíblica para encontrar exemplares de pretensos Messias que surgiram antes de Jesus Cristo; “Porque antes destes dias levantou-se Teudas, dizendo ser alguém; a este se ajuntou o número de uns quatrocentos homens; o qual foi morto; todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos; reduzidos a nada. Depois se levantou Judas, o galileu, nos dias do alistamento e levou muito povo após si; mas, também pereceu; todos que lhe deram ouvidos foram dispersos.” Atos 5;36 e 37

O segundo, Judas Galileu apareceu “nos dias do alistamento”; Foi exatamente quando Jesus nasceu; Por certo a história dos pastores no campo com o relato angélico da chegada do Messias, a visita dos sábios do oriente causaram excitação. O tal, inchado em sua carnal pretensão aproveitou o ensejo para arranjar seguidores. Os ladrões modernos, também tripudiam da excitação das multidões; encenam falsas curas e arrecadam verdadeiras fortunas, eficazes que são no ofício de ladrões.

Dois “Messias” que trouxeram morte e destruição aos seus seguidores, invés de vida eterna.

Entretanto, não é só no que tange ao ladrão que muitos leem o verso aquele de modo superficial. “... Eu vim para que tenham vida, e vida com abundância.” Essa parte tem sido torcida como se, vida com abundância significasse fartura; construindo elaboradas falácias os ladrões têm deitado e rolado, justo, sobre o texto que os denuncia.

Quando foi chamado a interferir num espólio, O Senhor advertiu: “Acautelai-vos da avareza; pois, a vida de cada um não consiste na abundância do que possui.” Luc 12;15

A abundância de vida que Ele prometeu não tem a ver com fartura de bens terrenos; aliás, aludiu ao que colhera farta safra, armazenara muitos bens, contudo, era pobre, por faltar-lhe a riqueza da vida. “... Louco! esta noite te pedirão tua alma; e, o que tens preparado para quem será? Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e, não é rico para com Deus.” Luc 12;20 e 21

Necessária a conclusão que, vida com abundância equivale a ser rico espiritual. Tanto que, O Salvador ordenou que se buscasse prioritariamente isso; não os meios de subsistência; “Mas, buscai primeiro o Reino de Deus e Sua justiça; todas essas coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6;33

O Calvário, paralelo à nossa salvação trouxe o exemplo do ladrão que, passou a vida em busca das demais coisas por meios ilícitos; num momento de arrependimento, “morreu” rico; digo, passou da morte para a vida marcando um encontro com O Senhor no paraíso.

Como lhe foi necessária a soturna sombra da morte para que repensasse atitudes, revisse caminhos, se, tivéssemos olhos um pouquinho melhores, e, víssemos quão definitiva a morte é diríamos como Ele: “Senhor, lembra-te de mim...”

Alguns o chamam de “bom ladrão”; a mim parece apenas, um ladrão arrependido. Não é nossa “bondade” que nos salva. Antes, a bondade de Cristo que, divisando em nós, vero arrependimento apaga nossas transgressões; nos dá vida.

Como mercenários têm cifrões nas retinas, com cifrões pescam suas vítimas; O Senhor, A “Árvore da Vida” de novo, franca, propõe vida.

Muitos traem a si mesmo chamando “viver” o engano dos prazeres ilícitos; o prolongar artificial das suas agonias.

“Pois, viver mal, não, justa, refletida e piedosamente, - dizia Demócrito – não é viver mal; mas, morrer durante longo tempo.”

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Ninguém é melhor que ninguém?

“A pior forma de desigualdade é considerar iguais, aos que aos são diferentes.” Aristóteles.

Um erro repetido à exaustão é certa “igualdade” que tem sido usada como biombo para nivelar o que, absolutamente, não está em nível. Um reducionismo tosco que transporta os seres, do prisma essencial para o funcional, no dito que, ninguém é melhor que ninguém.

Como disse certo humorista: “Se, todos os homens são iguais, como acusam as mulheres, por que escolhem tanto?”

Há uma igualdade essencial inegável baseada na dignidade humana; nela, independente de cor, etnia, credo, posses, estatura, etc. todos somos iguais. Seres humanos, criaturas de Deus.

Porém, no aspecto funcional, como cada um reage aos desafios, oportunidades, infortúnios... aí, as particularidades assomam; nesse caso já não se pode dizer que, “ninguém é melhor que ninguém”; A Palavra de Deus expressa a superioridade funcional, de valor mesmo, de uns sobre outros.

“Melhor é a criança pobre e sábia, que o rei velho e insensato, que não se deixa mais admoestar”. Ecl 4;13 “Melhor é o que se estima em pouco, e tem servos, que o que se vangloria e tem falta de pão.” Pov 12;9 “Melhor é o que tarda em irar-se que o poderoso; o que controla o seu ânimo que aquele que toma uma cidade.” Prov 16;32 etc.

Quando criticamos escolhas, posturas, comportamentos, nossa crítica pode ser sapiente, ou, não; quiçá, possa ser contraposta por outra de acuidade maior; mas, esquivar-se aos pleitos do aspecto funcional, atrás da igualdade indiscutível da dignidade humana é deixar a arena devida e homiziar-se na embaixada da covardia, da desonestidade.

Então, não obstante aquela igualdade primeira, as pessoas são muito diferentes; umas, dignas, sóbrias, honestas intelectualmente, laboriosas, empáticas, acessíveis, autênticas; outras; vis, viciosas, hipócritas, bajuladoras, paroleiras, iracundas, preguiçosas, etc.

Aliás, um aspecto dos mais perniciosos da preguiça é a preguiça mental, que leva as pessoas a compartirem apenas feitos alheios, muitas vezes sem se darem ao trabalho de analisar, se, as coisas são mesmo assim.

Então, quando esses cérebros ociosos atiram sobre nós o insosso “ninguém é melhor que ninguém,” sua aversão filosófica já é em si a antítese do que pretendem afirmar. Digo; quem pensa antes de falar é melhor que outro que, emprega ditos como quem pega velharias na prateleira.

Não me canso de citar Plutarco: “A mente não é um vaso para ser cheio; antes, é um fogo a ser aceso.” Ou, Henry Ford: “Pensar é o trabalho mais duro que há; essa talvez seja a razão pela qual, tão poucos se ocupam nele.”

Grande celeuma espalhou-se pela nação em vista do projeto de Lei, “Escola sem Partido”. Pois, professores que são pagos por nós, não todos, há exceções, pretendem invés de se ater à disciplina para a qual foram contratados, em nome da “liberdade de expressão”, impor a ideologia comunista como sendo a melhor, doutrinando alunos.

Ora, o que é melhor soa assim naturalmente, contra a corrente até; quando é preciso forçar e tolher o contraditório, isso se dá pelo medo do “estrago” que esse contraponto fará. Que “melhoreza” é essa que não resiste argumentos opostos?

Ademais, professores não são cidadãos livres quando, no exercício de seu trabalho. Em suas horas fora da sala de aula, sim, podem expressar-se como quiserem; nem eu, construtor posso usar minha “liberdade de expressão” do meu gosto no que edifico; quem me paga diz como deve ser; só me compete executar conforme.

Danilo Gentili definiu de modo brilhante; “A doutrinação ideológica na escola seria como pegar um táxi tencionando determinado endereço, e, o motorista reclamar seu direito de ‘liberdade de direção’ e me levar para onde não quero.”

Os pais, pagadores de impostos não querem que seus filhos aprendam comunismo, ideologia de gênero, e afins; antes, português, matemática, geografia, química, idiomas, etc.

A esquerda teve trinta anos no poder desde a constituição de 1988 para mostrar-se superior, aos demais vieses ideológicos. Nada mais eloquente que o exemplo. Se, seus atos não lograram fazer isso, tanto que a direita dormida ressurgiu e venceu, por que cegaria nossos estudantes vetando que eles vissem livremente aos dois lados da moeda?

Se, esquerdistas e conservadores são iguais no prisma da dignidade, no aspecto funcional precisamos ver os próximos quatro anos, com atos, não discursos; para ver se alguém é melhor, ou, não. No entanto, a histeria esquerdopata parece querer o impeachment de Bolsonaro antes d’ele assumir.

Ora, se eles são os melhores, não seria melhor “deixar o homem trabalhar” para que, eventual incapacidade evidenciasse a superioridade esquerdista?

Têm medo de quê? De dar certo? “Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz.” Platão

Raiz e Geração

“Vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo; sendo rei, reinará e agirá sabiamente; praticará juízo e justiça na terra.” Jr 23;5

O “Renovo de Davi” em apreço é O Senhor Justiça Nossa, Jesus Cristo. Vaticinado o mesmo evento, e usando a mesma figura (renovo) Isaías, começou antes de Davi, na casa de seu pai; “Porque brotará um rebento do tronco de Jessé, das suas raízes um renovo frutificará.” Is 11;1

Ora, o Renovo está no tronco, ora, nas raízes; por quê? O tronco da ”árvore” Jessé é um galho, um descendente; Aí chegamos a Davi, seu filho; das raízes deste, viria O Renovo. As raízes, sabemos, são o sustentáculo de uma árvore; seja Jessé, Davi, ou, qualquer outro humano, quem sustenta sua vida é O Criador. “... vosso Pai que está nos céus... faz que o seu sol se levante sobre maus e bons; a chuva desça sobre justos e injustos.” Mat 5;44 e 45

Desse modo, Cristo é antes e depois, de Davi; “Eu, Jesus, enviei meu anjo, para vos testificar estas coisas nas igrejas. Eu sou a raiz e a geração de Davi...” Apoc 22;16

Os rabinos daqueles dias, (de Cristo) não identificaram essas sutilezas da Divina revelação, que, apontavam para a dupla natureza do Messias. Seu aspecto humano; do tronco de Jessé; Filho de Davi; Sua essência Divina, Raiz; O Criador, Deus.

Em dado momento, aliás, O Salvador chamou atenção para isso, aos que O acusavam de blasfemar por se dizer Filho de Deus. “Estando reunidos os fariseus, interrogou-os Jesus, dizendo: Que pensais vós do Cristo? De quem é filho? Eles disseram-lhe: De Davi. Disse-lhes Ele: Como é então que Davi, em espírito, lhe chama Senhor, dizendo: Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, Até que eu ponha teus inimigos por escabelo de teus pés? Se, Davi lhe chama Senhor, como é seu filho?” Mat 22;41 a 45

Quis a Sabedoria Divina que Sua Palavra fosse acessível apenas aos espirituais; o apelo inicial não é ao intelecto, antes, à fé; depois de crermos nossas mentes são convencidas de quão veraz é o conteúdo da fé; são, portanto, ampliadas; “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque se discernem espiritualmente. Mas, o que é espiritual discerne bem tudo, e, de ninguém é discernido.” I Cor 2;14 e 15

Mesmo que a fé tenha em seu bojo todas as riquezas, Cristo; “Em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência.” Col 2;3 Aos ouvidos dos “amantes da sabedoria” naturais, os filósofos gregos, a mensagem de Cristo soava à loucura; “Porque judeus pedem sinal, os gregos buscam sabedoria; mas, nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, loucura para os gregos. Mas, para os que são chamados, tanto judeus quanto gregos, lhes pregamos Cristo, Poder e Sabedoria de Deus.” I Cor 1;22 a 24

O que escandalizava aos judeus? A ideia que teriam matado invés de reconhecido seu Redentor; o que soava loucura para os gregos? Um Deus mortal, dado seu vasto panteão de “imortais” disseminados em sua mitologia.

Ora, O Salvador fez tantos sinais que era impossível narrar todos, conforme João; (Jo 21;25) Mas, os judeus seguiam pedindo um sinal. O coração endurecido torna os cérebros obtusos, incrédulos; “... o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos...” II Cor 4;4

Os “sábios” gregos tentaram encaixar O Eterno em sua lógica natural, uma vez que Ele não coube na “caixa” acharam loucura; mas, é o inverso; “Visto como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação. Porque a loucura de Deus é mais sábia, e, a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.” I Cor 1;21 e 25

Isaías anteviu o Calvário e vaticinou assim: “Porque foi subindo como renovo perante ele, como raiz de uma terra seca; não tinha beleza nem formosura; olhando nós para Ele, não havia boa aparência nele, para que o desejássemos.” Cap 53;2

Sendo Ele a Água da Vida tem poder para renovar e dar vida à terra seca dos nossos corações; contudo, nada fará ao arrepio da nossa vontade que respeita. Precisamos beber; “Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede...” Jo 4;14

Porém, no mesmo texto que O anuncia como Renovo, diz que Ele será Rei e Juiz; a escolha é nossa: Voluntariamente vamos a Ele para sermos renovados para a vida, ou, compulsoriamente, em tempo, virá a nós para sentenciar os rebeldes à perdição eterna; o que vai ser?