domingo, 30 de setembro de 2018

Cânticos do Exílio

“Toda a congregação junta foi de quarenta e dois mil, trezentos e sessenta, fora os servos e servas, que foram sete mil trezentos e trinta e sete; e tinha duzentos e quarenta e cinco cantores e cantoras.” Ne 7;66 e 67

Neemias estava arrolando as pessoas que voltaram do cativeiro para Jerusalém. Entre as mais de 42 mil almas estavam sete mil e poucos servos, 245 cantores. Viveram cativos por setenta anos, sob caldeus, medos e persas; os que eram servos dos judeus em sua terra foram consigo, na mesma condição. Tais, pois, eram servos de servos.

Isso deveria nos ensinar algo; quando pensamos que estamos no fundo do poço, abstraído nosso egoísmo e curada a cegueira veremos muitos, em situações ainda piores.

Outro detalhe relevante é a existência de mais de duas centenas de cantores, mesmo, numa condição em que não parecia haver razões para louvores.

Na verdade, um compositor chegou a mencionar que os seus feitores lhes pediam que cantassem os cânticos da sua Terra, mas, que lhes era impossível fazê-lo naquela situação; “Aqueles que nos levaram cativos nos pediam uma canção; os que nos destruíram, que os alegrássemos, dizendo: Cantai-nos uma das canções de Sião. Como cantaremos a canção do Senhor em terra estranha?” Sal 137;3 e 4

Ele não estava dizendo que era impossível cantar; a existência de mais de duzentos cantores demonstra que eles cantavam sim; talvez se reunissem em casas de líderes e louvassem ao Senhor mesmo em tão adverso cenário. O que o salmista disse é que era desmotivador cantar para alegrar ímpios, invés de fazê-lo para louvar ao Senhor.

Na verdade certa “trinca” alistada por Paulo na epístola aos coríntios tem mania de andar junto. Fé esperança e amor. 

Embora, o amor muitas vezes erre seu alvo embriagado no excesso de amor próprio; esperança ousa crer que aquilo terá um fim; a fé relembra a palavra dos profetas, da qual, recusa duvidar. Assim, como uma flor entre pedras, aqui e acolá ressoavam os cânticos dos cativos, para alento dos mesmos e, eventual deleite dos feitores que, furtivos ouviam também a beleza dos louvores de Sião.

Embora a fé seja o “firme fundamento das coisas que não se veem”, muitos dependem circunstâncias favoráveis, tanto para crer, quanto, louvar ao Senhor. Isso, mesmo sendo rotulado como fé é sua negação.

A verdadeira, como mostrou Abraão, além de privada de circunstâncias favoráveis, o que tira o acessório da esperança, ainda crê; “O qual, em esperança, creu contra a esperança, tanto que ele tornou-se pai de muitas nações, conforme o que lhe fora dito: Assim será tua descendência. Não enfraquecendo na fé, não atentou para seu próprio corpo já amortecido, pois, era já de quase cem anos, nem tampouco para o amortecimento do ventre de Sara. Não duvidou da promessa de Deus por incredulidade...” Rom 4;18 a 20

Cheia está a Terra de “acessórios” à fé; as obras do Criador testificam Seu poder; A Palavra Dele, Sua Fidelidade. Se, essas duas testemunhas não bastarem para que cantemos louvores mesmo, em terra estranha, nada bastará. Aquele que diz: “Só consigo acreditar no que vejo”, está com isso patenteando sua estupidez.

Spurgeon disse mais ou menos o seguinte: “Aquele que, após contemplar a vastidão dos céus estrelados, o sol radiante, os planetas em suas órbitas determinadas ainda se diz ateu, juntamente se declara imbecil e mentiroso.” É preciso desonestidade intelectual para negar o óbvio.

Assim, Paulo diz que as Obras de Deus deixam sem desculpas os incrédulos; “Porque suas coisas invisíveis, (de Deus) desde a criação do mundo, tanto, Seu Eterno Poder, quanto, Sua Divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;” Rom 1;20

A fé pode semear louvores ao Eterno mesmo que estejamos em cativeiro; enquanto, a incredulidade nos inutiliza, até, estando, como Adão, num jardim de delícias.

Desse modo, não obstantes nossas circunstâncias duras, nossos problemas reais residem “inside”, isto é; dentro de nós. João fez uma “trinca” também, mas, essa, do mal; “Porque tudo o que há no mundo, concupiscência da carne, concupiscência dos olhos e soberba da vida, não é do Pai, mas, do mundo.” I Jo 2;16

Quem louva ao Senhor deveras, o faz mesmo em meio às adversidades; quem só canta de barriga cheia é amante de si mesmo.

Infelizmente, a comodidade mata mais que as adversidades.

Porém, aqueles que perseveram e louvam ao Santo quando tudo está mal terão o tempo do bem como estímulo para novos louvores. “Quando o Senhor trouxe do cativeiro os que voltaram a Sião, estávamos como quem sonha. A nossa boca se encheu de riso; a nossa língua de cânticos...” Sal 126;1 e 2

sábado, 29 de setembro de 2018

Consequências espirituais

“Assim vos digo que há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende.” Luc 15;10

Nem sempre sabemos avaliar devidamente a repercussão das nossas escolhas. Entender que uma opção aqui, algo aparentemente comum, tem desdobramentos nos Céus, perante O Eterno.

As virtuosas, isto é, que são segundo os padrões Divinos, além dos abençoados reflexos sobre seu agente têm ainda outro, didático, perante anjos, como ensina Paulo: “Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus.” Ef 3;10

Quer dizer que, convivendo em comunhão com O Santo os habitantes celestes desconhecem a Sabedoria Dele? Em parte, sim. Pois, a “loucura” de esvaziar-se, ficar ao alcance de assassinos como fez, só se justifica depois, pelos frutos produzidos, e, enfim, deixando patente seu valor.

“Nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, loucura para os gregos. Mas, para os que são chamados, tanto judeus, quanto, gregos, lhes pregamos a Cristo, poder e sabedoria de Deus. Porque a loucura de Deus é mais sábia e, a fraqueza, mais forte do que os homens.” I Cor 1;23 a 25

Nossa peregrinação terrena é uma extensa “reunião” de cujas falas e atos os “secretários celestes” tomam nota em suas atas; seja, em nosso benefício, seja contra nós. “Então aqueles que temeram ao Senhor falaram frequentemente um ao outro; o Senhor atentou e ouviu; um memorial foi escrito diante Dele, para os que temeram o Senhor; para os que se lembraram do Seu Nome.” Mal 3;16

Tanto podemos causar festa nos Céus, quando nos arrependemos do mal e nos rendemos a Cristo, O Salvador, quanto, perplexidade; pois, tendo já feito a escolha pelo Senhor em dias pretéritos, de repente, ao sabor de novos interesses trocarmos Fontes Eternas por futilidades efêmeras; “Espantai-vos disto, ó céus, horrorizai-vos! Ficai verdadeiramente desolados, diz o Senhor. Porque o meu povo fez duas maldades: me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas; cisternas rotas, que não retêm águas.” Jr 2;12 e 13

Não há meio termo; sempre que buscamos alternativas a Deus, por religiosos que pareçamos, ou, nos pretendamos, a rigor, O deixamos por “cisternas rotas.” A maravilhosa possibilidade de fazermos escolhas concorre com a espantosa necessidade de sermos consequentes, pois, as mesmas hão de frutificar “conforme sua espécie”.

Paulo adverte: “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará corrupção; mas, o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará vida eterna.” Gál 6;7 e 8

A carne é a vida natural movida por instintos, preferências humanas, a despeito da Palavra; os que vivem assim ainda não foram motivo de festa nos Céus; não ingressaram à vida espiritual para a qual se requer novo nascimento; “Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus.” Jo 3;5

Os renascidos são desafiados à cruz, onde devem mortificar as naturais inclinações; doravante, cambiar paulatinamente os pensares naturais pelos sobrenaturais; “... meus pensamentos não são os vossos; nem, vossos caminhos os meus, diz o Senhor. Porque assim como os Céus são mais altos do que a Terra, são os meus caminhos mais altos do que os vossos, e meus pensamentos mais altos do que os vossos.” Is 55;8 e 9

Assim, cada vez que desprezamos os Divinos preceitos e colocamos nossas pobres mentes acima da do Pai, trocamos valores eternos por pratos de lentilhas como fez Esaú. Insanidades assim causam estupefação nos céus, invés de festejos.

Deprimente ver e ouvir “cristãos” pontuando “seus direitos” onde, o mero pronunciar O Nome do Senhor já os lança na seara dos deveres; “O fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus, qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

Quando porfiamos com alguém para que alinhe-se a Deus estamos, no fundo, zelando por sua vida, ainda que, ele (a) não veja assim, ou, ignore as consequências; “Tens tu fé? Tem-na em ti mesmo diante de Deus. Bem-aventurado aquele que não se condena naquilo que aprova.” Rom 14;22

Simplificando: Feliz aquele que escolhe as coisas conforme os padrões celestes; tendo herdado vida eterna atua de modo a preservá-la.

Cada vez que digo sim, para Ele, Cristo, devo um troante, não! Às minhas próprias inclinações que destoam dos preceitos Dele.

Paz com Deus não deriva de frequentarmos uma igreja; Antes, recebermos O Senhor Justiça Nossa, e deixarmos de vez nossas injustiças, daí, “O efeito da justiça será paz; a operação da justiça, repouso; segurança para sempre.” Is 32;17

terça-feira, 25 de setembro de 2018

Quem tem ouvidos veja

“Teus ouvidos ouvirão a palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes nem para direita nem para esquerda.” Is 30;21

Normalmente pensamos em caminho como meio condutor a determinado ponto geográfico; literalmente é isso mesmo. Entretanto, se, usado como metáfora para a vida espiritual, não tem a ver com pontos cardeais, aclives, declives, curvas, etc.

Quando interrogou ao Senhor sobre o caminho, Filipe pensava num lugar para ir; de certa forma O Senhor usou a mesma figura, dado que, o “lugar” sendo espiritual requer um conjunto de valores, jeito de ser, antes, que, um rumo. Pois, sendo Deus Onipresente, não precisamos mudar de endereço para encontrá-lO, mas, de diretrizes espirituais, e, consequentemente, atitudes.

“Mesmo vós sabeis para onde vou conheceis o caminho. Disse-lhe Tomé: Senhor, nós não sabemos para onde vais; como podemos saber o caminho?” Jo 14;4 e 5


O Senhor acabara de dizer pra onde ia: “Na casa de Meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, Eu vos teria dito. Vou preparar-vos lugar.” V 2

Por fim, foi mais explícito: “... Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” V 6

O desafio para a caminhada espiritual não é galgar muitas milhas, antes, “andar na Luz”. I Jo 1;7. Logo, as asperezas concorrentes são trevas, engano. Daí, “Lâmpada para meus pés é Tua Palavra, luz para o meu caminho.” Sal 119;105

Quando Isaías vaticina que, no Ministério do Espírito ouviríamos uma voz dizendo: “Este é O Caminho!” Ele estava ensinando que seríamos, pelo Espírito Santo, capacitados a conhecer à Palavra de Deus; desafiados a andar segundo Ela.

“Porque esta é a aliança que depois daqueles dias Farei com a casa de Israel, diz o Senhor; Porei minhas leis no seu entendimento, em seu coração as escreverei; Eu lhes serei por Deus, eles me serão por povo;” Heb 8;10

Alguns padres, os mais fervorosos acusam-nos, os protestantes de basear tudo na Palavra de Deus, sem as tradições da Igreja; é verdade. Os que não são falsos entre nós, há muitos, infelizmente, têm apenas Jesus e Sua Palavra como Caminho.

Pedro ensina que Ele nos deu “Tudo que diz respeito à vida e piedade”, II Ped 1;3 E, no encerramento da Revelação O Rei dos Reis veta acréscimos ou, omissões à Palavra: “...se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; se, alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará sua parte do livro da vida...” Apoc 22;18 e 19

Assim sendo, o caminho é mui acessível ao entendimento, malgrado, seja estreito; espinhosa a caminhada. Pois, aquilo que o intelecto pode assimilar facilmente, nem sempre é aceito nos domínios da vontade; mesmo que seja, há oposição do mundo, da carne e do inimigo.

Muitos, mesmo sabedores do querer do Pai portam-se como Balaão que, tendo ouvido já a Sua Vontade expressa, orou uma vez mais, duas, esperando que Ele mudasse de ideia. Ou, como o profeta jovem que, cumprindo uma dura missão, seduzido por outro mais velho aceitou a ímpia versão que O Senhor mudara Seu querer e dera uma contra-ordem. Ver I Reis cap 13

Ora, quem busca alternativa à Palavra deixa patente que se recusa ao Caminho proposto. Por piedoso que pareça não passa de um rebelde envernizado.

De uns tempos para cá virou moda a peregrinação de católicos à cidade de Medjugorje na Croácia, onde “Nossa Senhora” apareceria e falaria mediante certas “Videntes”. Ora, supondo que Maria tivesse permissão para tais aparições, o que diria?

Se, disser algo que já está na Palavra não é necessário; se, acrescentar algo diverso incorre em maldição. Seja o que for que atue lá, de cunho humano ou espiritual, não passa de fraude. Mas, pessoas do mundo todo vão, pois, têm ouvidos moucos à Palavra, e, índoles dóceis ao engano.

Por quê? “... o deus deste século cegou entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é Imagem de Deus.” II Cor 4;4

Luz é entendimento espiritual; não vem sem O Espírito Santo, quem não renascer Dele jamais acertará o caminho; “Na verdade, na verdade te digo; aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus.” Jo 3;5

O caminho espiritual demanda ouvidos não olhos; e, vontade submissa. “... fé é pelo ouvir; ouvir pela palavra de Deus.” Rom 10;17

Deus não está na Croácia apenas. “Esconder-se-ia alguém em esconderijos, de modo que eu não veja? Porventura não encho os Céus e a Terra? diz o Senhor.” Jr 23 e 24

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Dos prazeres à fome

“... Pai dá-me a parte dos bens que me pertence. Ele repartiu por eles a fazenda. Poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua; ali desperdiçou seus bens, vivendo dissolutamente.” Luc 15;12 e 13

Aos olhos do Filho Pródigo, sob a gestão do Pai, seus bens não estavam bem. Ele os queria possuir, administrar. Se, na gestão paterna as coisas eram para se manter, e, dentro do possível, aumentar, aos seus olhos não passavam de meios para comprar prazeres. Quando o bem confunde sua identidade com o bom, não raro é o mal que está dando palpites já.

O bem atina a um propósito ulterior, ainda que, em sua busca, tenhamos que arrostar coisas que não nos são boas. Por exemplo: Uma dolorosa cirurgia para extração de um tumor, cujo alvo será o restabelecimento da saúde. A caminho desse bem concorre o mal da dor.

O bom deriva das sensações; mesmo que algo seja letal, se, ao paladar parecer doce será sorvido como bom; como determinados alimentos para os diabéticos que, ao paladar seriam agradáveis, à vida, um risco.

Pois, nosso jovem em apreço achava mal, o trabalho, a obediência e disciplina da casa paterna. Sendo-lhe aquilo um peso enfadonho desejou voar com as próprias asas; dai-me o que me pertence e deixe comigo. “O sangue jovem não obedece a um velho mandado.” Shakespeare. A punção das paixões da juventude leva os imaturos a se presumirem mais sábios que os anciãos; e, de posse dessa presunção, desprezar o conselho daqueles.

Nesses tempos de velocidade tecnológica, onde, aparatos cada vez mais incrementados saltitam a cada dia, os jovens, até crianças, avantajam-se aos mais velhos no manuseio disso. Entretanto, “... não é dos ligeiros a corrida...” Ecl 9;11 Habilidade no manuseio de certos meios não significa sagacidade quanto aos fins.

Muitas vezes é um diagnóstico errado do problema que nos leva a uma “solução” igualmente errada. Não raro nos sentimos amuados com uma insatisfação pontual, e queremos uma mudança geral, como se, nosso habitat fosse o problema. Outras, a mera aversão pelo trabalho, ou, dever levam os indolentes a devanear com um lugar onde isso não seja necessário. Aí me ocorre Salomão: “Vai ter com a formiga, preguiçoso!”

Já tenho o bastante. Posso gastar me divertir, viver folgado. Por certo, pensares assim acossaram ao pródigo. Ora, trabalho é o “mal” que garante o bem de uma vida digna, confortável. Outro dia alguém me perguntou: Você gosta do seu trabalho? - Não. Respondi. Mas, gosto dos frutos e faço-o para merecê-los. Os bens dele advindos não são um peso duro de levar, antes, testemunhos, recompensas dos nossos feitos.

Infelizmente a maioria erra o alvo por ignorar voluntariamente o sentido da vida. Tratam-na sobre a Terra como se fosse uma vela cuja chama dura até que a cera derreta. Paulo sentenciou: “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15;19 Isso para presumidos cristãos, cujo meta era apenas a vida terrena.

Pois, “Há caminhos que ao homem parecem direitos; mas, no seu fim são caminhos de morte”. Prov 14;12 O fim, (objetivo) da vida terrena é a reconciliação com Deus; para que no fim, (término) não seja o fim, mas, retorno à Casa Paterna. Ver Atos 17;26 e 27

Nossos bens em Cristo, salvação, dons, paz de espírito, vida eterna... São preciosidades a ser geridas em submissão ao Pai. Só um louco diria: Dá-me o que me pertence e deixe comigo. Os que ousam essa empresa, viver um cristianismo do seu jeito alienados da Palavra do Senhor, logo veem depenados seus bens, e, como o pródigo, terminam entre os porcos.

Naquele caso, a busca do supérfluo (prazeres) laçou-o na privação até do básico. “... aqui padeço de fome...”

Se, somos mesmo filhos de Deus, nossa prioridade deve ser espiritual; a boa gestão das “nossas” coisas em comunhão com Ele deve considerar acima de Tudo, Seu Reino; “Buscai primeiro o Reino de Deus, e Sua justiça, e todas estas coisas (necessárias) vos serão acrescentadas. Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia seu mal.” Mat 6;33 e 34

A boa notícia aos eventuais pródigos que leem isso é que, ainda há fartura de alimento na Casa do Pai, um anel, vestes novas e um banquete, aos que, arrependidos regressarem. Cometer erros, desviar do caminho são tropeços comuns a todos nós; porém, nem todos têm a honestidade de assumir, volver atrás.

“O remorso é uma impotência, ele voltará a cometer o mesmo pecado. Apenas o arrependimento é uma força que põe termo a tudo.” Balzac

domingo, 23 de setembro de 2018

O Probo Solitário

“Toda a multidão da terra dos gadarenos ao redor lhe rogou que se retirasse deles; porque estavam possuídos de grande temor. Entrando Ele no barco, voltou.” Luc 8;37

O “Ele não” da vez foi para Jesus Cristo; acabara de libertar um possesso crônico daquelas cercanias e, o povo “agradecido” pediu que Ele se retirasse.

É uma grotesca enfermidade humana, essa incapacidade de mensurar valores como eles, de fato, são. Um cativeiro de anos fora desfeito um ser humano, liberto; mas, eles estavam ciosos dos porcos.

Em nosso cenário, quando devemos escolher governantes, a mídia e muitos artistas engajados fazem algo semelhante contra Jair Bolsonaro; dos outros, qualquer um serve, ele, não.

Àqueles tudo se concede, pra ele, não. Se, Lula chama certas mulheres de “grelo duro” é engraçado; ele seria homofóbico; Álvaro dias o chama “vagabundo”, Ciro Gomes “filho da puta”, e estrondoso silêncio dos hipócritas. Fosse ele seria tosco, grosseiro, nazista, o cacete.

Ora, ele teve formação militar; entrou na vida pública bem antes do incremento da ditadura do “politicamente correto” imposta pela esquerda; natural, alguns deslizes verbais.

Esses patifes fazem vistas grossas à corrupção, crimes hediondos como estupro e morte defendidos pelos “direitos humanos”, perversão moral absurda na educação, etc. Mas, presto sacam as garras do Wolverine se alguém não falar aveludado a nova linguagem que pretendem impor, vão se catar!! Frases infelizes, tolices que melhor pensado não se repete são erros que todo mundo comete.

Como nada têm contra Jair em aspectos maiores, como, improbidade, corrupção, potencializam ao cubo meras falas toscas, como se, essas fizessem dele, o Capeta.

Na verdade é só uma cortina de fumaça que usam para manipular aos seus idiotas úteis. No fundo, a economia de mercado, a meritocracia, o fim do compadrio no poder, austeridade administrativa, direito de defesa do cidadão, a contenção do rio do desperdício publicitário em concubinato com a imprensa mercenária, a valorização, de novo, de professores e policiais, e, rigor no combate ao crime são as temidas garras do “Monstro”.

Assim, os que têm algo a perder com essa ameaça, batem abaixo da linha de cintura; agridem a torto e a direito; se, a facada encomendada por poderosos decadentes falhou, seguem esfaqueando como podem; escavando um osso aqui, outro ali, pois, veem na destruição da reputação dele, a única possibilidade de sobrevivência das falcatruas que sempre desfrutaram.

Porém, com as redes sociais não somos mais reféns da mídia; cada mentira é reduzida a pó; cada ponto sem nó desfeito com o devido contraponto.

A maioria das pessoas é gente de bem, que, detesta corruptos; sabe o valor dos professores e policiais; pensa em sexo como assunto de foro íntimo entre quatro paredes, não, para escândalos nas ruas e praças; não quer que seus filhos sejam pervertidos nos colégios, antes, ensinados em coisas relevantes para a vida; não pretende viver de favores governamentais, antes, deseja um Estado que não seja mastodôntico, interfira o mínimo necessário na vida do cidadão, pois, gente de bem busca o pão dignamente graças ao trabalho.

Bolsonaro representa isso tudo. E os prejudicados com isso, bandidos, corruptos, ladrões, abortistas, devassos e mercenários se unem contra ele; porém, dessa vez o “gigante acordou” deveras, e, apesar de uma minoria de viúvas dos vermelhinhos corruptos e totalitários, a vontade de gente decente prevalecerá; veremos eleito o “Probo Solitário”, que desde sempre tem lutado contra o sistema, mas, nunca foi levado a sério, pois, dado o hipnotismo da massa, ele falava às paredes.

Agora não basta o motejo irônico de sempre o desprezo dos que o viam apenas como um louco do “baixo clero”. Agora ele é uma ameaça verdadeira, tanto que os “democratas” alugaram a um “lobo Solitário” que, presto recebeu uma alcateia de advogados surgidos do nada para ajudar ao pobre desvalido; pior, a dona da pensão onde se hospedou por dez dias em Juiz de Fora, “morreu de câncer” de repente.

Eita lobo de solitário de sorte!! Só pessoas mentecaptas, ou, não tendo sido capadas de suas mentes, mas, por paixões políticas doentias recusam a ver o óbvio. Somos governados por máfia, nos três poderes, sustentada por uma imprensa prostituta que tudo faz por dinheiro.

Ao iniciar com a rejeição de Cristo em Gádara, nem de longe pretendo dizer que Bolsonaro é um Cristo, ou, que seja perfeito; é um homem como nós, com falhas e méritos. Porém, os valores que defende como plataforma de governo são coerentes com os ensinos do Salvador, sim.

Aquela vez, Cristo rejeitado se retirou; agora os libertinos perderam a noção do perigo, subiram na mesa e blasfemaram contra O Senhor. Ele escolheu uma ferramenta rude e por meio dela vem botar ordem na casa; Ele, sim.

sábado, 22 de setembro de 2018

De que Espírito Sois?

“Tu te levantarás e terás piedade de Sião; pois, o tempo de te compadeceres dela, o tempo determinado, já chegou.” Sal 102;13

Há tempo específico para cada propósito; “Tudo tem seu tempo determinado; há tempo para todo propósito debaixo do céu.” Ecl 3;1

Se, podemos dispor de nossas vidas como quisermos dentro do nosso tempo, aos Olhos Divinos as coisas estão estabelecidas já; assim, podemos agir como quisermos em nossos dias, mas, não está em nós o número dos dias que aprazam o Divino Alvo.

Ele “De um só sangue fez toda geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados e os limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor...” Atos 17;26 e 27

O tempo dado a cada um, invés de ser para “curtir a vida” como devaneiam muitos, deriva do Amor Divino que faculta-nos um período para que busquemos a desejada (por Ele) reconciliação.

Se, escolhas infelizes abreviam nosso tempo, isso é fruto da nossa semeadura, não, derivado da “Boa, Agradável e Perfeita Vontade de Deus”. Rom 12;2

O texto inicial alude a um tempo determinado para Sião, o monte sobre o qual está Jerusalém. Isaías falou de um tempo luminoso para ela, enquanto, confusão e cegueira tomariam às nações; “Levanta-te, resplandece, porque vem a tua luz; a Glória do Senhor vai nascendo sobre ti; porque que as trevas cobriram a terra, a escuridão os povos; mas, sobre ti o Senhor virá surgindo e Sua Glória se verá sobre ti. Os gentios caminharão à tua luz, os reis ao resplendor que te nasceu.” Is 60;1 a 3

Quando está predito que Sião seria, enfim, estabelecido como O Senhor planejou?

“Acontecerá nos últimos dias que se firmará o monte da casa do Senhor no cume dos montes; se elevará por cima dos outeiros; concorrerão a ele todas as nações.” Is 2;2


Basta que leiamos, não carecemos de habilidade hermenêutica para identificar que, o tempo da glória de Jerusalém coincide com os “últimos dias”. Eis o Divino relógio!

Ao curso da história Jerusalém foi arrasada, reconstruída, devastada de novo; esteve em abandono por vasto período, até que, em 1948, o povo Judeu radicou-se de vez na sua Terra.

A coisa não foi pacífica; se, os fundadores do novo Estado de Israel eram egressos sobreviventes da segunda guerra mundial, muitas guerras locais aconteceram após; sempre, com intuito de, ou, destruir Israel, ou, pelo menos restringir o possível seu já diminuto território.

Houve interferências externas, da ONU, e, acabou numa cidade dividida; malgrado, sempre tenha sido a Capital do povo judeu, não era reconhecida; e, para fins de acomodações políticas foi estabelecida a cidade de Tel Aviv como capital.

Porém, Donald Trump, odiado por muitos, presidente da maior nação do planeta reconheceu oficialmente, Jerusalém como Capital judaica; mudou a Embaixada Americana para lá.

Só uma nação desse porte poderia dar uma banana à ONU e fazer isso; Deus escolheu aos Estados Unidos. Agora, Bolsonaro, favorito para ganhar aqui promete fazer o mesmo. Mais uma nação reconhecendo o devido a Israel.

Mediante Zacarias, O Senhor avisou que o pivô do último grande conflito bélico da humanidade será a cidade eterna; “Eis que eu farei de Jerusalém um copo de tremor para todos os povos em redor; também para Judá, durante o cerco contra Jerusalém. Acontecerá naquele dia que farei de Jerusalém uma pedra pesada para todos os povos; todos que a carregarem certamente serão despedaçados; e ajuntar-se-ão contra ela todo os povos da Terra.” Zac 12;2 e 3

Em Ezequiel 38 está predito o levante de uma confederação multinacional contra Israel; o que, no Salmo segundo é interpretada como sendo contra O Messias e Seu Jugo; “Por que se amotinam os gentios; os povos imaginam coisas vãs? Reis da terra se levantam, governos consultam juntamente contra o Senhor, contra o Seu Ungido, dizendo: Rompamos suas ataduras, sacudamos de nós suas cordas.” VS 1 a 3

Embora pessoas simples vejam apenas escaramuças políticas nos embates de sistemas que prezam valores cristãos, contra os que afrontam, no fundo, são desdobramentos da peleja espiritual; por isso a necessária estranheza quando, os que se dizem cristãos pendem para os inimigos de Cristo.

Aos tais cabe a reprimenda do Senhor dita a Tiago e João; “não sabeis de que Espírito sois ...” Luc 9;55

Não se trata de escolher homens perfeitos, não há; mas, optar pelos que defendem valores probos aos Olhos Divinos, pois, o mínimo que espera do Cidadão dos Céus é isso; que saiba em qual assento cabe honra, e, em qual, desprezo; enfim, o cidadão celeste é aquele, “A cujos olhos o réprobo é desprezado; mas, honra os que temem ao Senhor.“

domingo, 16 de setembro de 2018

Os bichos têm razão

“Todo o primogênito na terra do Egito morrerá, desde o primogênito de Faraó, que haveria de assentar-se sobre seu trono, até ao primogênito da serva que está detrás da mó e todo primogênito dos animais.” Êx 11;5

A décima praga no Egito; Juízo Divino pela escravidão e opressão imposta ao Seu povo. A morte dos primogênitos, infortúnio que atingiria até aos animais. Dada a irracionalidade dos bichos, não podem ser santos, tampouco, pecadores; sua sina está atrelada à de quem os possui.

Por ocasião do juízo de Nínive vemos algo semelhante: Alarmado com a mensagem de Jonas o rei colocou até os bichos em “penitência”; “Fez uma proclamação que se divulgou em Nínive, pelo decreto do rei e dos seus grandes, dizendo: Nem homens, nem animais, nem bois, nem ovelhas provem coisa alguma; não se lhes dê alimentos nem bebam água; mas, homens e animais sejam cobertos de sacos; clamem fortemente a Deus e convertam-se, cada um do seu mau caminho, da violência que há em suas mãos.” Jn 3;7

Sensibilizado com a súplica coletiva O Senhor poupou à cidade da destruição vaticinada e mencionou aos bichos quando explicava Seus motivos ao frustrado profeta; “Não hei de ter compaixão da grande cidade de Nínive em que estão mais de cento e vinte mil homens que não sabem discernir entre a sua mão direita e a esquerda, e também muitos animais?” Cap 4;11

O cuidado com os mesmos é predicado dos justos; “O justo tem consideração pela vida dos seus animais, mas, as afeições dos ímpios são cruéis.” Prov 12;10

Contudo, não se pode confundir o cuidado devido com a inversão de valores que tanto grassa em nosso tempo. Hás os que são capazes de bloquear o curso de um trator por um ovo de tartaruga, contudo, silenciam, quando não, defendem o aborto. Devemos cuidar dos animais, não, fazer da vida humana inferior a eles.

Adão em comunhão com Deus recebera domínio sobre todas as criaturas; “... dominai sobre os peixes do mar, as aves dos céus e sobre todo o animal que se move sobre a terra.” Gên 1;28

Naquele estado de comunhão, pureza, não era o homem apenas; era o homem em Deus.

Porém, aceita a sugestão maligna de autonomia, independência, o homem passou a estar apenas “em si mesmo.”

Essa derrocada da excelsa condição de filho, para criatura deixou-nos num inglório zero a zero com a bicharada; “Disse eu no meu coração, quanto a condição dos filhos dos homens, que Deus os provaria, para que assim pudessem ver que são em si mesmos como os animais. Porque o que sucede aos filhos dos homens, também sucede aos animais; lhes sucede a mesma coisa; como morre um, assim, morre o outro; todos têm o mesmo fôlego, e a vantagem dos homens sobre os animais não é nenhuma, porque todos são vaidade.” Ecl 3;18 e 19

Essa “vaidade” nulidade espiritual, derivada da culpa do homem incidiu sobre toda a criação; “Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas, por causa do que a sujeitou, na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para liberdade da glória dos filhos de Deus.” Rom 8;20 e 21

Note que o escravo é só criatura; “... a criatura será libertada...” quando livre vislumbra a “... glória dos filhos de Deus”.

De onde vem a palavra animal? De animus, em latim, mesmo que alma. O que é relativo ao espírito se diz, espiritual; à alma, animal. Como Deus é Espírito, filiação com Ele demanda renascer nessa dimensão, senão, apenas bichos seremos; “... Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.” Jo 3;5

Embora, vegetarianos se abstenham disso, animais foram dados como meios de subsistência, bem como, plantas. Desse modo, cuidar bem dos mesmos é uma questão de boa gestão, acima de tudo. Os de estimação, apenas, envolvem laços afetivos.

Desgraçadamente os efeitos da queda fizeram pior que nos nivelar por baixo; muitos reféns de paixões descem inda mais; “O boi conhece seu possuidor, o jumento a manjedoura do seu dono; mas, ... meu povo não entende.” Is 1;3

“Até a cegonha no céu conhece os seus tempos determinados; a rola, o grou e a andorinha observam o tempo da sua arribação; mas, o meu povo não conhece o juízo do Senhor.” Jr 8;7

Dados os gritantes sinais à vista, e a estrondosa alienação, quando não, oposição humana a Deus, isso faz pensar que, à sua maneira os bichos são racionais; os irracionais são os humanos. Que pena que tenham sua sorte atrelada à nossa! Bicho nenhum merece.