“Quem
enfraquece que eu também não enfraqueça? Quem se escandaliza que eu me não
abrase?” II Cor 11; 29
Cotejando sua
trajetória com a de certos “apóstolos” que desfilaram em Corinto na sua
ausência, Paulo, expõe parte de sua biografia pós conversão, eivada de toda
sorte de sofrimentos.
Além de privações várias, castigos físicos, acrescentou
algo, que, hoje, chamamos de “vergonha alheia.” “Quem se escandaliza que eu não
me abrase”? Perguntou. Óbvio que, escândalos que o atingiam, necessariamente,
eram vertidos no seio da igreja, reduto dos salvos.
Outro dia, uma pessoa de
minha relação tentando justificar ações de má fama usou um jargão comum. “Ninguém
paga minhas contas.” Noutras palavras: Faço o que me aprouver; ninguém tem nada
com isso. Essa “filosofia”, aliás, é cantada em prosa e verso. Há uma canção
que me ocorre agora, cujo refrão é: “E se eu bebo, é problema meu.”
Embora,
grosso modo pareça muito libertária a postura, no fundo, é imbecil. Todo o
verdadeiro servo de Deus sabe que, quando algo escandaloso tem origem na
professa igreja, invariavelmente a coisa nos envergonha, por distante que tenha
se dado.
Respondi objetando a aludida pessoa que, também eu não pago as contas
de ninguém, contudo, se outrem praticar coisas escandalosas diante de meus
olhos, provavelmente acabarei comentado com outros, e, eventualmente, usando
como exemplo negativo quando couber.
Outro dia nossa Presidente discursou na
ONU; entre outras coisas que seriam muito mais para consumo interno que aquela
tribuna, condenou o ataque aos terroristas do dito “Estado Islâmico” que degola
reféns e posta os vídeos na NET, além de
fuzilamentos em massa, dos concidadãos dissidentes de sua “fé”.
Disse que a ONU
deveria dialogar com os tais. Experimente sugerir a um de seus Ministros para
que vá lá começar o “diálogo”! Ora,
aquela gente só conhece o “argumento” da violência, infelizmente.
Aliás, os que
advogam que o Islamismo é uma religião de paz deveriam ler com atenção o Corão
antes de sair afirmando isso. A prescrição de matar “infiéis” se acha em várias
passagens, de modo que, os que isso fazem são os mais ortodoxos.
Mas, voltando
ao fio da meada, dado que ela é Presidente do Brasil, me envergonhei por causa
do que disse, também, “em meu nome”.
Se a abrangência social de uma postura,
comportamento, não importa, é cada um por si, o próprio conceito de sociedade
perde o sentido.
Ciente que os atos têm incidência horizontal no teatro social,
o Salvador nos exortou a agirmos de modo que esses reflexos sejam bons,
edificantes. “Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no
velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz
diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem ao vosso
Pai, que está nos céus.” Mat 5; 15 e 16
Assim, os direitos individuais em privado não são, necessariamente os
mesmos em âmbito público. O que posso fazer sem pudor algum entre quatro
paredes, por exemplo, se fizer em aberto pode acarretar a prisão, sob acusação de atos obscenos.
Então, projetar
hábitos individuais sobre o tecido social pode ensejar rejeições, uma vez que o
mosaico social é composto de uma gama diversa de indivíduos. Desse modo, a massificação sempre tolherá uns
e promoverá a outros de modo injusto. Pois, regras e convenções sociais
pressupõem universalidade, coerência; individualidades têm seu âmbito de
expressão mais restrito.
Isso vale para opção sexual, modo de falar, vestir,
crer,... cada contexto pressupõe um jeito de ser e agir. Posso crer em Alá, como os islâmicos, mas,
matar a quem não crê não é exercício de
minha fé; antes, meu suposto direito de punir a descrença alheia.
Igualmente,
qualquer um pode ser homossexual se desejar; agora, exigir leis específicas que
lhe garantem privilégios é impor ao todo uma superioridade que sua postura não
possui.
Pois, se é pacífica a aceitação do modo de agir assim e ter mantidos
seus direitos de cidadão; propriedade, vida, liberdade, ir e vir, etc. Também é
que, tão ou mais representativa parcela da sociedade tem um modo diverso de ver
a vida e o comportamento.
Nem religiosos podem impor sua fé aos gays, nem esses
seu agir àqueles. Esse truque canalha de chamar divergência de intolerância não
cola.
Tolerância é coexistência pacífica; divergência é reflexo de mera
crítica. Até Deus se expõe à crítica, quando, ordena que se fiscalize o
cumprimento de Suas palavras. “Buscai no livro do Senhor, e lede; nenhuma
destas coisas faltará...” Is 34; 16
Em suma, se alguém pensa que pode fazer o
que quiser publicamente por que ninguém “paga suas contas”, tal, nos força a
pagar por sua falta de vergonha, envergonhando-nos.
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