sábado, 17 de março de 2018

Os Dias Maus

“Quando os oito dias foram cumpridos, para circuncidar o menino, foi-lhe dado o nome de Jesus, que pelo anjo lhe fora posto antes de ser concebido... Fora-lhe revelado, pelo Espírito Santo, que não morreria antes de ter visto o Cristo do Senhor.” Luc 2;21 e 26

Dois textos que realçam a presciência Divina. O Nome do Senhor, posto, antes de ser concebido, e, revelado ao velho Simeão que não morreria sem ver o menino.

A Onisciência de Deus lhe faculta saber tudo; a Presciência saber antes. Por isso, Sua Palavra Profética, invés dos chutes dos “videntes” da praça é, antes de tudo, informação antecipada do que, inevitavelmente ocorrerá. Os adivinhos de plantão tão incensados pelos incautos atiram pra todo lado com “previsões” genéricas, imprecisas, facilmente acomodáveis como as platitudes dos políticos. Deus É Preciso, cirúrgico, inerrante.

Quando há ruídos decorrem sempre da ignorância humana, como há pouco se viu muitos “intérpretes” dando à atual crise na Síria uma roupagem Bíblica; nesse caso, o erro deriva dos precipitados e superficiais, não da Palavra, que, registra um fato já ocorrido e não menciona os incidentes atuais.

Fale-se, por exemplo, do Anticristo, ou, da Marca da Besta, e teremos um mosaico de interpretações contraditórias; candidatos ao “cargo,” vários, conforme as predileções de cada um. Ora, O Senhor que “Chama as coisas que não são como se já fossem” disse que os escolhidos não serão enganados na hora desses eventos. Para mim basta.

O risco de nossa inclinação exagerada a detetives é empreendermos esforços para saber quem, e negligenciarmos, como, devemos nos preparar para esse tempo. A coisa residindo apenas no intelecto, não tangendo o coração se faz inútil, ainda que, verdadeira.

Quando os sábios foram a Jerusalém e disseram que um Rei havia nascido, pois, viram a Sua Estrela, os mestres do templo disseram que o local previsto era Belém. Os peregrinos rumaram para lá; entretanto, os que “esperavam” O Messias não deram nenhum passo. Tinham informação correta e sentimento de indiferença. Seu intelecto privilegiado em nada ajudou no encontro com O Salvador; faltava-lhes coração.

O Eterno que sabe de tudo antes facultou que também soubéssemos o que nos convém, antecipadamente. “Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade; que eu sou Deus; não há outro Deus, não há outro semelhante a mim. Que anuncio o fim desde o princípio, desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho será firme; farei toda a minha vontade.” Is 46;9 e 10

Seu Conselho e Vontade estão expressos em Sua Palavra, antes mesmo, que se cumpram. Ele jamais folgou com o pecado, antes, o deprecia acima de tudo. Entretanto, permite-o para que as medidas da impiedade se encham até o Juízo.

A derrocada moral que vivemos, a sensação que a humanidade apodreceu cem anos em dez é justo o que devemos esperar, infelizmente, pois, A Palavra nos informa que seria assim. “...nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas, negando a eficácia dela. Destes afasta-te.” II Tim 3;1 a 5

Aí, quando vemos o “topa tudo por dinheiro” da política, e, muitas “igrejas”; quando diferenças se resolvem à bala, ou, “cidadãos” bradam pedindo o fim da polícia, quem conhece os vaticínios sente-se tristemente “em casa”.

Embora a polícia tenha lá suas “laranjas podres” ainda é um arrimo aos homens de bem; só deseja sua extinção quem se identifica com o mal, como a mesma Palavra versa: “Porque as autoridades não são terror para as boas obras, mas, para as más. Queres tu, pois, não temer a potestade? Faze o bem; terás louvor dela. Porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois, não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, vingador para castigar quem faz o mal.” Rom 13;3 e 4

Não entro no mérito da triste execução da vereadora Marieli Franco; há muito a ser esclarecido ainda. Mas, usar o incidente como plataforma político-ideológica como tem sido feito é de uma abjeção sem precedentes. Um desrespeito.

No mundo, a certeza que as ovelhas são governadas por lobos. Mas, em Cristo, têm elas, pastos verdejantes e águas tranquilas.


As coisas vão apodrecer ainda mais; não há conserto para a sociedade. A situação dela é como a das, então, julgadas e condenadas, Sodoma e Gomorra; a mensagem pertinente é a mesma que foi entregue a Ló; “Escapa por tua vida; não olhes para trás!”

sábado, 10 de março de 2018

À Nossa Imagem e Semelhança

"... todas as minhas fontes estão em ti.” Sal 87;7

O determinismo biológico é realidade visível, comprovável no campo do fenômeno, ou, no ser, das coisas com a descoberta do DNA.

Amiúde, não há transformação nenhuma que faça uma espécie tornar-se outra. Pequenas variações dentro da mesma espécie. Pois, a ordem foi precisa: “... Produza a terra alma vivente conforme sua espécie; gado, répteis e feras da terra conforme sua espécie; assim foi.” Gên 1;24

O homem foi criado dotado de razão, espírito, e, dele Deus disse: “Façamos o homem à Nossa imagem...” A Pluralidade Singular do Deus Trino e Seus Atributos comunicáveis como parâmetro. O ser criado era perfeito, gerado para ter comunhão com O Criador.

Mas, por ter aceitado a sugestão da oposição caiu; a morte espiritual foi consequência imediata; enfermidades, decrepitude, e, por fim, morte física, um processo mais lento.

O modelo original veio com airbag, digo, itens de segurança necessários em caso de acidente. (tentação) Para estar seguro bastava seguir fiel à Palavra de Deus; não tocar onde Ele vetou. Mas, não foi assim.

Desde então, há um vazio existencial no homem que, nada pode preencher, exceto, Aquele que o criou assim, reservando no intimo da criatura um lugar para Si. Ciente disso, mas, alienado de Quem o preenche, o homem cria credos alternativos, camufla angústias com drogas, promiscuidade, fama, dinheiro, mas, no fundo, nada resolve; o vazio segue lá.

Todos têm fé; fomos criados para ter; até o ateísmo é uma fé, embora, pervertida; uma forma de crença, não, algo que se possa demonstrar. E, nasce dessa fé desorientada um mosaico de credos, mesmo, perversões da Palavra de Deus, onde a sede espiritual humana é enganada com simulacros que não conseguem saciar.

Tudo o que verte de fonte humana, ou, maligna, trará necessariamente essas imagens. Do homem caído, ou, de seu mentor. Aí, os que ousam manusear A Palavra do Santo sem ter passado pela cruz, invés da regeneração à Imagem Divina, reduzem O Criador à sua imagem perversa.

O que tem um viés meritocrata acha que Deus aceita propina para abençoar; aí planta suas “sementes de fé” nome bonito que dá à ganância, e espera a contrapartida da sua “fé”. Outros pensam que O Eterno seja comunista; de modo que, ama tanto a “justiça social” que não se importaria de cometer injustiças pontuais, contra o mérito ou, a propriedade, para o implemento do “Seu Reino”.

Os que se inclinam às comichões homossexuais enfatizam o Amor Divino, em detrimento da justiça; omitem certos textos que vetam isso como abominável, paixão infame, erro, e tocam suas vidas de modo alheio a Deus fazendo tudo tendo “Jesus” por guia. Seus argumentos é que “nasceram assim;” portanto, se Deus os criou assim, assim, os aceita.

Ora, o ser que resultou após a queda está morto, “conforme sua espécie”; a coisa é tão cabal no prisma espiritual, que, malgrado a maior boa vontade possível, nada de vivo pode resultar de sua fonte. Tiago ensina algo sobre a fidelidade das fontes: “Porventura deita alguma fonte de um mesmo manancial, água doce e água amargosa?” Tg 3;11

Então, sabedor de nossa sede e compadecido de nossas misérias O Eterno enviou Seu Filho, trazendo a Água da Vida. “Aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte d’água que salte para a vida eterna.” Jo 4;14

Todos nós nascemos assim, inclinados ao pecado, cuja inclinação varia de um para outro no varejo, mas, no atacado é a mesma. Não sem razão, pois, Aquele que veio regenerar colocou o novo nascimento como indispensável. “... aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus... aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.” Jo 3;3 e 5

Novo nascimento requer a mortificação do velho homem para que outro seja criado; “De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim, andemos também, em novidade de vida.” Rom 6;4

Quem se diz cristão, regenerado, mas, invés de refletir o caráter Santo de Cristo, inda exibe o fermento da velha natureza sequer chegou perto do Salvador, pois, “...se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5;17

Todos nós nascemos mortos; mas, se renascemos, seremos de novo, paulatinamente, regenerados conforme a Imagem Dele. Senão, tanto faz. Ativismo religioso, cultos aqui, acolá; boas obras. Deus não é Deus de mortos. Ou, nossas fontes estão Nele, Sua Palavra, integralmente, ou, serão nossas, apenas.

segunda-feira, 5 de março de 2018

A reconciliação

“Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo.” Rom 5;1

Desde a queda a situação humana é de inimizade com Deus.

Aquele que fora criado “Imagem e Semelhança” para ser filho dileto escolhera um “profeta alternativo” que o induzira à desobediência. Desde então, a maldição permeia a Terra que fora abençoada e seu governo entregue ao homem. Sua rebeldia ensejou que delegasse a outrem, tal governo. “... sois servos daquele a quem obedeceis... Rom 6;16

O Salvador tratou a oposição como “Príncipe desse mundo” reconhecendo-o como governante eventual.

Escolhendo novo deus para obedecer, a raça humana herdou a inimizade que ele nutre pelo Todo Poderoso, fazendo-se, também, inimiga de Deus.

Olhando superficialmente para as razões da queda veremos apenas desobediência, o que, já não é de pouca relevância. Entretanto, as razões da desobediência implícitas na sugestão do Capiroto são muito mais graves ainda.
Sugeriu que O Santo seria Egoísta, não querendo que eles fossem “Como Deus”; mais, Mentiroso advertindo de um risco inexistente, no caso, a morte.

Ao dar o “Grito do Éden”, além de independência rebelde estava no pacote a acusação que Deus seria Egoísta e Mentiroso. Como se diz, “desobediência é para os fracos; os fortes desobedecem e profanam”.

Adotando os passos sugeridos pelo canhoto o homem herdou sua inimizada profana também.

A Glória de Deus, Seu Caráter Fiel, Santo e Íntegro fora maculada de forma insana, suicida. Por isso, quando do nascimento do Salvador que viria “desfazer as obras do diabo”, o canto angelical trouxe: “Glória a Deus nas alturas; paz na Terra; boa vontade para com os homens.”

Glória a Deus atina à restauração da Justiça, pois, Ele é Digno de Glória; paz na Terra refere-se a restauração da relação com o homem que fora desfeita; Boa vontade à fonte de tal iniciativa, a Graça e o Amor Divinos que patrocinavam tal passo.

Assim, a Boa Nova, O Evangelho é o anúncio a toda criatura que mediante o Sacrifício de Cristo, em submissão a Ele, O Eterno aceita a reconciliar-se conosco. Pois, se Adão foi desobediente à morte, legando-a a toda descendência, O “Segundo Adão” Cristo, fez diferente: “Esvaziou a si mesmo, tomando forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; achado na forma humana, humilhou-se, sendo obediente até a morte e morte de cruz.” Fp 2;7 e 8 O estrago do que desobedecera pra morte foi reparado pelo Senhor ao obedecer à morte.

Desse modo, qualquer “Evangelho” que desconsidere isso, tenda para outro rumo, seja, para envernizar sistemas mundanos como se, Vontade Divina, seja, encorajar as ímpias cobiças como se os bens materiais fossem o alvo, é anátema.

Pois, “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; pôs em nós a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que reconcilieis com Deus.” II Cor 5;19 e 20

O aviso a Adão fora: “No dia em que pecares morrerás.” Falava da morte espiritual, que, fez aquele que tinha prazer na comunhão com Deus se esconder ao ouvir Sua Voz.

Na reconciliação mediante arrependimento a vida perdida é restaurada. Sem ela, por religiosos que sejamos a inimizade permanece. “...aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus... aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.” Jo 3;3 e 5

A desobediência “deu vida” à morte; a submissão ao Salvador recoloca os pingos nos is; “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem vida eterna; não entrará em condenação, mas, passou da morte para vida.” Jo 5;24

Passar da morte para a vida em Cristo; eis o Evangelho!! Não, passar de empregado a patrão; de pobre a rico, de solitário a afamiliado, nada disso. São coisas que podem acontecer ou não; não estão necessariamente no pacote. O alvo é buscar O Reino e Sua justiça, não, as demais coisas.

As alternativas são: Aos salvos, restauração paulatina do estado primeiro de Adão onde tinha prazer na comunhão; aos demais, a situação pós-queda, onde ouvir a voz de Deus causava medo. Por irônico que pareça não precisamos coragem estritamente; a não ser, coragem de corresponder ao Amor Divino. “No amor não há temor, antes, o perfeito amor lança fora o temor; porque o temor traz consigo a pena; o que teme não é perfeito em amor.” I Jo 4;18

A Paz com Deus nos coloca em inimizade com o mundo e seu príncipe; mas, herdeiros de segurança eterna, não precisamos temer os blefes de um derrotado.

domingo, 4 de março de 2018

O Lugar dos "Direitos"; da "Maria da Penha"...

“Uma coisa boa não é boa fora do seu lugar.” Spurgeon

Para cristãos, Charles Spurgeon dispensa apresentação. Aos demais, informo que foi um pregador batista, britânico que viveu entre 1834 e 1892; logrou ministério de tal relevância que ficou conhecido como o Príncipe dos Pregadores.

Pois bem, o contexto no qual disse aquilo foi da administração eclesiástica; ensinou que um bom líder deve se esmerar em conhecer seus liderados; delegar a cada um, funções ligadas às suas habilidades. Não esperar de um cantor, que pregue; ou, de um pregador, que administre, necessariamente. Mas, que cada um faça aquilo para o que dispõe talento.

Soa óbvio, mas, nem sempre é assim. As pessoas tendem a fazer uma leitura defeituosa de suas habilidades; não raro, se intrometem no que não sabem. O desafinado quer cantar; o desorganizado, administrar; o despreparado, pregar, etc. “Cada um fique na vocação a que foi chamado”, ensinava Paulo.

Pensando bem veremos que a frase serve aos demais aspectos da vida, não apenas nos atinentes ao cristianismo. Em qualquer contexto, uma coisa boa deixa de sê-lo, se, utilizada fora do lugar. Imaginemos o pneu do carro, uma coisa boa, porém, no lugar do volante; ou, vice-versa.

Há improvisações, as “gambiarras” que, eventualmente funcionam, mas, sempre com resultados, segurança, ou, durabilidade aquém, do caso de a coisa ter sido feita do modo adequado.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos surgiu num contexto pós-guerra, cujo fim era tolher tratamentos vilipendiosos, como os dos nazistas que, submeteram prisioneiros a verdadeiras cobaias. Fez-se um pacto internacional salvaguardando garantias básicas que nem sempre são observadas, em sistemas ditatoriais, sobretudo.

Contudo, essa mesma declaração que surgiu para evitar o vilipêndio da vida humana, tem sido evocado a cada dia em defesa de bandidos, como se, esses, descumpridores das leis fossem humanos; as forças policias que os coíbem, alienígenas, ou, coisa assim. Alguém já viu representantes dos “Direitos Humanos” assistindo à família de um policial morto??

O crime organizado tem deitado e rolado nas favelas do Rio, (deveria dizer comunidades para ser “politicamente correto”, mas, estou me lixando pra essa bosta) de tal forma que se exibem com armamento pesado de toda espécie; isso, em mãos de adolescentes e infantes, até.

A intervenção Federal virou mal necessário, infelizmente. Aí temos que conviver com a ciosa patrulha dos “Direitos Humanos” e uns pulhas da OAB RJ, com seu eufemismo barato de defesa dos direitos civis, quando, amiúde defendem mesmo, bandidos. Um cidadão de bem não teme autoridades nem se incomoda por ter que se identificar via documentos; marginais sim. Suas fichas sujas acabam aparecendo.

Ora, quem se posiciona a favor deles, não importa o rótulo que use; seja, Direitos Humanos, Ordem de Advogados, não passa de cúmplice. Assim sendo, os Direitos Humanos, aqueles primeiros, do pós-guerra, que são uma coisa boa foram abastardados a serviço de pilantras, e não sem motivo, na forma que vêm sendo evocados têm causado ojeriza da sociedade decente.

Outro dia testemunhei uma barraqueira, dessas mulheres que se comprazem em fazer escândalos na rua, metendo o dedo na cara de um idoso chamando-o de FDP para cima e desafiando-o a tocar nela; “Te boto na Maria da Penha” ameaçava. Os motivos da desavença não importam; digo, mesmo tendo razão não poderia agir assim.

A “Maria” estava fora do lugar. A Lei surgiu para coibir a violência doméstica, onde, homens covardes agridem consortes prevalecendo da maior força física. O espírito da Lei, pois, era fortalecer a parte mais frágil para que, desde então, ficasse protegida; uma coisa boa.

Porém, usada como vi, deixou de ser a salvaguarda do frágil, o seu lugar, para se tornar patrocinadora de agressões verbais de toda sorte. Assim, a “Maria” prostituída perde seu sentido. Se e fosse juiz e tivesse que julgar uma “bochada” no olho da “Maria” em casos assim, consideraria legítima defesa da honra.

Por fim, temos O Evangelho fora do lugar. Seu fim é a salvação das almas, individualmente, não, ser patrocinador de sistemas comunistas, como a “Teologia da Libertação”, tampouco, de ganância, como a “Teologia da Prosperidade”.

Em ambos os casos deixa de ser uma motriz espiritual para ser um vetor econômico. Seja, usurpando os méritos alheios, como no primeiro caso, seja, mercadejando “com Deus”, como, no segundo.

Cada coisa tem seu propósito específico; o cérebro, essa massa cinzenta intracraniana que alguns têm foi posta ali pelo Criador, para nos fazer capazes de discernir e entender as coisas. Quem não o usa acaba sendo usado por terceiros. Assim, os que são manipulados devem isso, mais, a sua indigência, que à arte do manipulador.

Pois, já dizia Plutarco: “A mente não é vaso para ser cheio; é um fogo a ser aceso.”

sábado, 3 de março de 2018

A "opressão" do amor

“Toda multidão da terra dos gadarenos ao redor lhe rogou que se retirasse; porque estavam possuídos de grande temor. Entrando Ele no barco, voltou.” Luc 8;37

Narrativa fria; pediram que O Salvador se retirasse, Ele entrou no barco e voltou. Libertara um possesso por uma legião, que, habitava entre sepulcros e vivia nu; o encontraram vestido, liberto, lúcido e pediram que Jesus fosse embora. Como seria o texto se narrasse o que O Senhor sentiu?

Por um lado o amor é tão valioso que todos os bens empalidecem diante dele, “... ainda que alguém desse todos os bens de sua casa pelo amor, certamente, desprezariam.” Cant 8;7 Por outro, tão altruísta que, mesmo amando permite não ser correspondido.

O Senhor precisara exercer Sua Autoridade para manifestar Seu amor por aquele oprimido; o povo presente pareceu ver apenas essa e temeu invés de tanger seus motivos; viram só O Senhor onde poderiam ver O Salvador.

Vivemos uma vitimização tal, em nossos dias, que o exercício da autoridade é visto como uma espécie de opressão, não uma necessidade; quiçá, um gesto de amor. Criaram a “Lei da Palmada” para que um pai não “oprima” seu filho; A Palavra de Deus preceitua diferente: “O que não faz uso da vara odeia seu filho, mas, quem ama, desde cedo castiga.” Prov 13;24

Na contramão da Palavra, pois, que ensina o uso da profilaxia psicológica que se revelará salutar no seu tempo, a sociedade moderna tem mero sentimentalismo, excessivamente permissivo, como uma forma de amor; na verdade, frouxidão moral dos pais, a quem assiste o dever de preparar os filhos para a vida em todos seus aspectos, não, apenas, prover meios enquanto, relapsos, deixam apodrecer os fins.

Alguns chamam professores de educadores; não. São difusores do conhecimento; educação é missão dos pais.

Escandalizamos-nos com certos relatos durante o cerco de Jerusalém pelos Babilônios; os estragos da fome foram tais, que, mero instinto de sobrevivência patrocinava atrocidades que dá asco pensar; “Até os chacais abaixam o peito, dão de mamar aos seus filhos; mas, a filha do meu povo tornou-se cruel como os avestruzes no deserto... “As mãos das mulheres compassivas cozeram seus próprios filhos; serviram-lhes de alimento na destruição da filha do meu povo.” Lam 4;3 e 10

Entretanto, muitos que se escandalizam com textos assim, não se importam com a “arte moderna” estimulando à pedofilia; imposição da ideologia de gênero pervertendo infantes como se a idade tenra das fantasias fosse tempo de se ocuparem do sexo; quantas mães “descoladas” sabendo da putaria que é o carnaval enfeitam e levam pela mão seus pequenos para ir acostumando-os desde já ao antro que encontrarão no futuro. Do seu jeito também sacrificam seus filhos aos deuses da prostituição; sua crueldade é envernizada de modernismo, quiçá, amor.

Sim, crueldade! Sabendo que no fim do túnel espreita a morte; permitir, pior, encorajar a entrada é uma indiferença assassina.

A das mães de então, foi aquilatada com essa palavra e assemelhada à dos avestruzes do deserto. Mas, como age tal ave? “Deixa os seus ovos na terra, os aquenta no pó; esquece de que algum pé os pode pisar, ou, que os animais do campo os podem calcar. Endurece-se para com seus filhos, como se não fossem seus; debalde é seu trabalho, mas, está sem temor, porque Deus a privou de sabedoria; não lhe deu entendimento.” Jó 39;14 a 17

Ela fica sem culpa uma vez que privada de entendimento; entretanto, a nós, racionais, o preceito é distinto; “Educa a criança no caminho em que deve andar; até quando envelhecer não se desviará dele.” Prov 22;6

“Educação” no vício torna a opção pelo mal natural como as manchas do leopardo, ou, a negritude dos etíopes: “Porventura pode o etíope mudar sua pele, ou, o leopardo suas manchas? Então podereis fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal.” Jr 13;23

Se, a manifestação do Amor de Deus requer junto Sua autoridade, de igual modo, os pais que presumem amar aos seus filhos, não confundam isso com permissividade, ausência de disciplina; pois, com O Santo não é assim, e o é por amor. “Porque o Senhor corrige ao que ama, açoita a qualquer que recebe por filho.” Heb 12;6

Ou aceitamos isso que Sua Palavra nos ensina, ou, seremos mais do mesmo, como aqueles ingratos que foram abençoados com o Cuidado Amoroso do Salvador e pediram que Ele se retirasse.

Entristecido Ele vai; mas, quando numa emergência o pedido se inverter, aí quem terá sua invertida será a ingratidão; “Então clamarão a mim, mas, não responderei; de madrugada me buscarão, porém, não me acharão. Porquanto odiaram o conhecimento; não preferiram o temor do Senhor.” Prov 1;28 e 29

sexta-feira, 2 de março de 2018

Com quem andas?

“O que anda com os sábios ficará sábio, mas, o companheiro dos tolos será destruído.” Prov 13;20

Dois tipos de companhia para a estrada da vida; sábios e tolos. Duas consequências atreladas às escolhas possíveis; sabedoria, ou, destruição.

Embora “sábios” seja plural a verdadeira sabedoria não é vulgar; que se ache por aí em qualquer esquina; sua antítese sim é bem numerosa; os tolos. As coisas ordinárias são mais encontráveis que as preciosas; normalmente é por sua incidência rara, que, seu valor se torna mais relevante. Como versa certo dito; vidro brilha ao sol; diamantes, em cofres.

Quando se referiu ao caminho dos salvos, O Senhor também colocou como mais difícil a sua saga, que a dos demais; “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, espaçoso o caminho que conduz à perdição; muitos são os que entram por ela; porque estreita é a porta, apertado o caminho que leva à vida, poucos há que a encontrem.” Mat 7;13 e 14

Por sermos gregários tendemos preferir a companhia de vários, à de um só. Não que isso seja um erro em si; mas, é proverbial a supremacia da qualidade sobre a quantidade. Como, além de gregários somos influenciáveis acabamos haurindo características daqueles com os quais andamos.

A sabedoria é muito mais prática que um deleite intelectual de quem a possui; na verdade é uma ferramenta de trabalho pesado, como disse quem mais militou nela, Salomão; “Porque na muita sabedoria há muito enfado; o que aumenta em conhecimento aumenta em dor.” Ecl 1;18

Por isso seu produto é apresentado como algo pragmático, eficaz para preservação da vida, sobretudo; “A doutrina do sábio é uma fonte de vida para desviar dos laços da morte.” Prov 13;14

A Palavra de Deus faz necessária distinção entre a Sabedoria segundo Deus, e, desse mundo, que, em última análise não passa de mera astúcia. “Falamos sabedoria entre os perfeitos; não, a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo que se aniquilam; mas, falamos Sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória.” I Cor 2;6 a 8

Requer submeter-se ao Senhor, invés de lhe fazer violência; não é aprendida em bancos universitários, livros filosóficos, nem destila dos conselhos de um guru qualquer; antes, é Dom de Deus. “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria; o conhecimento do Santo é entendimento.” Prov 9;10 “Pois o Senhor é quem dá sabedoria; de sua boca procedem conhecimento e discernimento.” Prov 2;6

Infelizmente, a maioria dos ensinos universitários tem produzido ateus; sendo a Doutrina do Senhor, tal qual é, fonte de vida, os “sábios” do mundo preferem o espaçoso e fácil caminho da destruição. O sujeito pode ser brilhante em Física, Química, Matemática, ou, outro campo afim, e, ainda assim ser um tolo nas questões espirituais.

Saber muito do que vale pouco facilmente é suplantado por outrem que sabe um pouco, do que vale muito; noutras palavras, um analfabeto que teme ao Senhor acerta com a vereda da vida, enquanto, um PHD ateu, malgrado todo verniz de seu cabedal termina na perdição.

Claro que a sabedoria demanda o exercício de quem a usufrui; não é uma tese de doutorado, antes, um modo de vida. “Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom trato, suas obras, em mansidão de sabedoria.” Tg 3;13

Enfim, será nossa escala de valores que aprendemos desde cedo que nos instigará. Seja, a escolher a companhia dos sábios, seja, dos tolos. Tendemos a optar pelas coisas mais fáceis; entretanto, para obtermos bens preciosos precisamos esforço.

Os de espírito aventureiro fazem trilhas, rapel, escalada, caminhos difíceis, tendo a excitação, a adrenalina como prêmio; pois, a sabedoria também nos desafia em suas íngremes e acidentadas veredas, tendo a salvação como alvo; a eternidade como bônus.

Quem lograr sucesso “cravará a bandeira” no topo da escalada; O Santo Monte de Deus. “Porque o Senhor dá a sabedoria; da sua boca é que vem o conhecimento e entendimento. Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade, para que guardem as veredas do juízo. Ele preservará o caminho dos seus santos.” Prov 2;6 a 8

De qualquer forma, não basta andarmos com os sábios; boas companhias por si só não nos moldam, se, nossa índole for perversa; Judas teve a Melhor possível, nem por isso, se tornou sábio.

Para fruirmos as qualidades de quem convivemos carecemos admirá-las primeiro; seja nossa, pois, a oração de Moisés: “Ensina-nos a contar nossos dias, de tal maneira, que alcancemos corações sábios.” Sal 90;12

quinta-feira, 1 de março de 2018

A sapiência dos loucos

“Minha alma tem tédio da minha vida; darei livre curso à minha queixa, falarei na amargura...” Jó 10;1

Falar em momentos amargos nem sempre é o melhor a fazer; afinal, temperada pelo absinto nossa alma corre risco de extrapolar a fronteira da prudência; versar o que não convém. Paulo propôs silêncio até em momentos de ira, que, não tem necessariamente, vínculo com amargura. “Irai-vos, mas, não pequeis”, disse.

Amargura por sua natureza é fruto de um acúmulo lento de frustrações; espera que não se realiza, como no caso de Jó que ficara sete dias em silêncio remoendo sua dor; por certo, orando; sem o resultado almejado, amargurava-se; enquanto, ira é um arroubo instantâneo, imediata reação ao que nos exaspera.

Diante de Deus nada vale encenação; sentirmos uma coisa e falarmos outra; “Bem sei, Deus meu, que tu provas os corações e da sinceridade te agradas...” I Crôn 29;17

Mesmo sabedores disso tendemos a cometer a mesma estupidez de Adão; “Ouvi Tua Voz e me escondi, pois, estava nu.” Sendo Deus, Onisciente, nos esconderíamos como? Onde? Então, por que Deus requer sinceridade se Ele já sabe de nossos passos todos? Porque pecarmos em nossa carne corrupta é uma fraqueza que Ele tolera, perdoa aos arrependidos; mas, revestirmos nossa nudez com folhas como fizera Adão, revela uma rebeldia mais profunda, um desejo profano de enganarmos Quem tudo sabe. Acrescentamos pecado ao pecado, invés de buscar perdão; lavamo-nos com água suja fazendo assim.

Essa maligna tendência é a “pedra no caminho” como diria o poeta, que impede nossa alma de trilhar livre pela senda da verdade.

Para Jó, íntimo do Senhor, que sacrificava e pedia perdão, por eventuais maus pensamentos dos filhos, não seria difícil assumir um pecado quando cometesse; o que lhe parecia estranho era queixar-se contra Deus. Entretanto, chagara a estágio tal, de desalento, tédio, que, resolvera chutar o balde: “Darei livre curso à minha queixa...”

Quem conhece a história sabe que ele era justo; sua fidelidade invejada por Satanás é que ensejava seu sofrimento, não, eventual culpa. Mas, como em sua amargura resolvera queixar-se, mesmo tendo razões para isso, falara do que era mais alto que seu entender; essa foi a repreensão que recebeu, quando O Eterno lhe resolveu falar. “Quem é este que escurece o conselho com palavras sem conhecimento?” Cap 38;2

Dizem que ansiedade é excesso de futuro; depressão, de passado; não sei se procede, mas, falarmos com alguém idôneo, sobretudo, com Deus, quando estamos amargurados, ou, ansiosos ajuda manter nossa saúde psíquica e espiritual.

A Palavra aconselha: “Lancem sobre ele toda a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós.” I Ped 5;7 E, “Quando a ansiedade já me dominava no íntimo, Teu consolo trouxe alívio à minha alma.” Sal 94;19

Não temos controle sobre os sentimentos, embora, tenhamos certa medida no que tange ao que faremos mercê deles. Assim, sejam culpas a confessar, ou mesmo, queixas de nossa sina, tudo o que sentimos está patente diante de Deus.

Sermos transparentes nisso não ajuda O Santo a ver o que Ele já vê; mas, permite vislumbrar entre os ciscos de nossas culpas uma nesga de honestidade, sinceridade, e esse é um traço que demanda dos cidadãos do Céus, Seus Filhos; “Senhor, quem habitará no teu tabernáculo? Quem morará no teu santo monte? Aquele que anda sinceramente, pratica a justiça e fala a verdade no seu coração.” Sal 15;1 e 2

Embora em nossos dias a verdade gere confusão como nunca, pois, em nome de uma política escravagista travestida de libertária, vende-se como lícito um vitimismo barato, instrumento ideológico de divisões sociais; e, as pessoas são encorajadas ao “politicamente correto” que, de correto nada tem, apenas, é uma pressão de mentecaptos cooptados; embora, ser falso esteja na moda, digo, perante Deus nada mudou.

Ele trata com cada um; o indivíduo, não a sociedade. Os sistemas alienantes ensinam a ver os erros, a culpa, sempre no outro; Deus adverte que cada um de nós dará conta de si mesmo. Não é a sociedade, tampouco, um sistema que são responsáveis pela mordomia de minha alma; sou eu.

E, gente “fora da casinha” que fala na lata o que pensa, como Donald Trump e Jair Bolsonaro são odiados, no império da falsidade. No prisma espiritual há certa semelhança com o político, pois, em parte, esse é reflexo daquele.

Enfim, uma banana aos discursos escolhidos, ensaiados, com palavras edulcoradas na calda da hipocrisia! Livre curso à verdade, seja, confessando, seja, queixando-se. Salve os loucos!

“Ninguém engane a si mesmo. Se, alguém dentre vós se tem por sábio neste mundo, faça-se louco para ser sábio. Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus...” I Cor 3;18 e 19