“Eles estão entre
os que se opõem à luz; não conhecem seus caminhos, não permanecem nas suas
veredas.” Jó 24;13
Listando ímpios
do seu tempo Jó qualificou-os como opositores da luz. Não que se levantassem
ousados contra ela, antes, usavam o escuro para prática das suas obras. “De
madrugada se levanta o homicida, mata o pobre e necessitado, de noite é como o
ladrão. Assim como o olho do adúltero aguarda o crepúsculo, dizendo: Não me
verá olho nenhum; oculta o rosto, nas trevas minam casas que de dia se
marcaram; não conhecem a luz. Porque a manhã para todos eles, é como sombra de
morte; sendo conhecidos, sentem os pavores da sombra da morte.” Vs 14 a 17
De dia, vagueiam
“inocentes” e marcam objetivos noturnos; sua oposição à luz se verifica por agirem
sempre no domínio das trevas. O simples carecer ocultarem os feitos é a
admissão que são maus; entretanto, mesmo sabedores disso, não deixam de os
praticarem. A luz, usam como seus disfarces de pessoas honestas, sob ela desfilam
a mais absoluta “normalidade”; mas, cedeu essa, espaço à noite, rapaces noturnos
saem de seus covis predando bens alheios conforme seu hábito.
Desse modo,
mesmo os que não ouviram expressamente ensinos sobre a Lei de Deus, mostram em
suas consciências que os reprovam, o testemunho que escolheram agir mal,
traindo a própria centelha interior, onde Deus tentou imprimir Sua Vontade. “Porque
os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas, os que praticam hão de
ser justificados. Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem
naturalmente as coisas que são da lei, não tendo lei, para si mesmos são lei; os
quais, mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente
sua consciência, seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os; no dia
em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o
meu evangelho.” Rom 2;13 a 16
Assim, ante à
reprovação da consciência, invés de deixarem as obras más, seguem
praticando-as, porém, em segredo. Não por menos, Paulo lembrou que Deus julgará
os “segredos dos homens”. Pois, as coisas boas, todos praticam à luz sem pejo
nenhum, afinal, o “risco” é aprovação de quem vê, diverso das más. O Fruto do
Espírito, a prática das obras contra as quais, “não há lei”, não carece
julgamento, exceto, para fins de galardão, uma vez que tais obras passaram pelo
crivo da luz, sem censura.
Tanto quanto,
pouco vale uma placa sinalizando que determinada via é contramão, para quem não
obedece às leis de trânsito, valem as advertências da luz, para quem escolheu
como habitat, o império das trevas. A Luz Espiritual é muito mais que
possibilidade de ver; antes, um desafio a andar. Fazendo isso, e somente
fazendo isso, a eficácia do Feito de Jesus Cristo incide sobre nós. “Esta é a
mensagem que dele ouvimos, e vos anunciamos: que Deus é luz, não há nele trevas
nenhumas. Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos em trevas,
mentimos, não praticamos a verdade. Mas, se andarmos na luz, como ele na luz
está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho,
nos purifica de todo o pecado.” I Jo 1;5 a 7
O reflexo
horizontal é a comunhão fraterna; o vertical, regeneração segundo Deus. Porém,
assim como os “animais noturnos” de Jó transitavam inocentes durante o dia, os
da noite espiritual bem podem parecer cristãos em sua profissão, fazer menção
de belos textos como filhos da luz. Mas, nossos feitos ocultos serão claros por
ocasião do juízo, aí, o “cenário” sairá de cena, e se verá o “Making off” de nossas
vidas.
Intuição
espiritual me desaconselha às más obras, antes de as praticar; consciência
censura, depois que as pratico; hipocrisia pode disfarçá-las em consórcio com
as trevas, ou, o arrependimento conduzir-me a Deus, mediante confissão, trazendo-as
à Luz. Dessa atitude depende minha vida, minha prosperidade espiritual. “O que
encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas, o que as confessa e deixa,
alcançará misericórdia.” Prov 28;13
Enfim, andar na
Luz não equivale a ser perfeito, antes, assumir, lutar contra imperfeições. Evadir-se
a isso por muito tempo cauteriza a consciência, perde-se a noção. “O caminho
dos ímpios é como a escuridão; nem sabem em que tropeçam.” Prov 4;19
O que precisa
ser escondido, espiritualmente falando, já está julgado. “Não comuniqueis com
as obras infrutuosas das trevas, antes, condenai-as. Porque o que eles fazem
oculto até dizê-lo é torpe. Mas, todas estas coisas se manifestam, sendo
condenadas pela luz, porque a luz tudo manifesta.” Ef 5;11 a 13 Não sem razão,
a primeira fala de Deus na Bíblia é: “Haja Luz”!