segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Sementes Desperdiçadas

“Outros recebem a semente entre espinhos, os quais ouvem a palavra; mas os cuidados deste mundo, os enganos das riquezas e ambições de outras coisas, entrando sufocam a palavra e fica infrutífera.” Mc 4;18 e 19

O que, para muitos é a essência das pregações; adequação da mensagem e linguagem ao ímpio paladar para agregar mais; bem como, a busca da prosperidade material, a ambição por riquezas, essas coisas foram figuradas na Parábola do Semeador como espinhos que vetam que a semente da Palavra frutifique.

Mas, diria o Simplício, se muitos que seguem aos tais pregadores testificam que após o ritual tal, a campanha qual, certa “unção” ou “oração forte”, suas sortes mudaram; muitas portas se abriram; não seriam essas coisas evidências de que a Palavra estaria frutificando entre eles?

Bem, precisamos saber a quais frutos o Agricultor busca, pois, no Velho Testamento já, denunciara a uma videira que degenerara dando frutos indesejáveis; “Que mais se podia fazer à minha vinha, que eu lhe não tenha feito? Por que, esperando que desse uvas boas, veio a dar uvas bravas?... Porque a vinha do Senhor dos Exércitos é a casa de Israel; os homens de Judá são a planta das suas delícias; esperou que exercessem juízo, eis aqui opressão; justiça, eis aqui clamor.” Is 5;4 e 7

Os frutos anelados então, eram juízo e justiça. Se, é certo que o “Semeador” garante que haverá colheita do Seu plantio, também é que semeia com propósito definido; “... palavra, que sair da minha boca não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz; ‘prosperará naquilo para que a enviei’.” Is 55;11

O Divino propósito, desde o precursor que prepararia o “Caminho do Senhor” sempre foi mui claro; “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento...” Luc 3;8

Em muitos ambientes “espirituais” palavras como, pecado e arrependimento podem chocar audiências, quiçá, muitos se afastem entristecidos ao ouvir mensagens tão sem “amor” como essas.

Vicejam animadores motivacionais com músicas de fundo, jogos de luzes, tudo estrategicamente montado para complemento de uma mensagem insossa, um “Evangelho” emasculado, que, por incapaz de gerar ovelhas contenta-se em domesticar lobos.

Paulo daria de novo um soco na mesa: “... Desperta, tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e Cristo te esclarecerá!” Ef 5;14

Semear entre espinhos não é uma faceta incidental como foi ao Semeador da parábola; antes, como na parábola de Jotão, a omissão da oliveira e da videira deram azo a que o espinheiro usurpasse o reino; nesse tempo, a omissão da cruz, indispensável à salvação, bem como a perversão da sã doutrina adequando-a ao ímpio paladar têm incrementado o cultivo de espinheiros invés de erradicá-los.

Invés do livre curso da mensagem eficaz para transformar pessoas, franco trânsito de ímpios, pelo amplo caminho de uma mensagem antropocêntrica, deturpada, que, droga incautos deixando-os, como diz em Apocalipse, com nomes de vivos estando mortos.

Jeremias já preceituara: “Porque assim diz o Senhor aos homens de Judá e a Jerusalém: Preparai para vós o campo de lavoura; não semeeis entre espinhos. Circuncidai-vos ao Senhor; tirai os prepúcios do vosso coração, ó homens de Judá e habitantes de Jerusalém, para que o meu furor não venha a sair como fogo, e arda de modo que não haja quem apague, por causa da malícia das vossas obras.” Jr 4;3 e 4

Tirar os prepúcios do coração; uma eloquente figura que os desafiava a ir além das superficialidades rituais e buscar ao Senhor, deveras.

O Bendito Salvador não veio fazer uma “Palestra Motivacional” para levantar o astral de ególatras sem noção; antes, veio derramar Seu Sangue inocente para remir pecadores que jaziam mortos em delitos e pecados. Saber disso deveria nos envergonhar, compungir, instar ao arrependimento. Qualquer mensagem que omitir, relativizar, ou, sub-avaliar isso é profana, espúria, falsa!

Paulo anteviu a apostasia: “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; desviarão ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” II Tim 4;3 e 4

Assim como numa cirurgia, certo grau de dores é necessário para expurgo de dores maiores, quiçá, da morte, assim a renúncia da cruz, para nos “curar” da eterna perdição.

Muitas vozes aveludadas, bem como suas mensagens adocicadas com rico teor emocional sem o sal que é indispensável, não passam de camuflagens vistosas de assassinos, que não se incomodam em mandar pro inferno multidões, pelo prazer de dominá-las e explorá-las por um pouco.

Da sã doutrina um dia disseram: “É duro esse discurso”. Ao mesmo, porém, Pedro chamou de “Palavras de vida eterna.” A questão relevante não é uma oposição entre doçura ou dureza, mas entre vida ou morte “... escolhe, pois, a vida.”

Um comentário:

  1. "Irai-vos, mas não pequeis". Temos compaixão dessas almas, porque não conhecemos as que enganam conscientemente. Conquanto saibamos que o enganador é impedido de enganar a quem não quer ser enganado. Por isso nosso ira plena contra o engano e contra os falsos ou mornos que constituem a súcia dos malignos, residentes nos egos de tais pregoeiros da maldição travestida de bênção das aparências.

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