quarta-feira, 26 de abril de 2017

Esquerdismo:Hemiplegia moral

“Políticos e fraldas devem ser trocados de tempos em tempos pelo mesmo motivo.” Eça de Queiroz

A política, de viés direitista, moderado, esquerdista, tem lá suas mazelas sempre, em maior ou, menor grau, dependendo dos valores de um povo, onde é exercida. A vantagem do sistema democrático é a alternância de poder; tende a oxigenar um pouco o ambiente. O Brasil, porém, ficou dezesseis anos sem "trocar as fraldas”, não é de estranhar que esteja cheirando tão mal.

A Esquerda assumiu acenando ética, combate à corrupção, inclusão social, e, deu no que deu. Há “vantagens” de ser de esquerda. A maior de todas, é que a mentira é instrumento válido de luta; seus fins são tão “nobres” que todos os meios são justos.

Em nome da causa podemos dizer que Cuba e Venezuela são democracias; que impeachment é golpe; que vagabundos do MST que nunca trabalharam, farão greve; que chamar corruptos a responderem pelos atos nos ditames da Lei é abuso de autoridade; que mudando a definição da classe média, de uma renda per capita de pouco mais de mil para 391, num passe de mágica, um governo “socialista” eleva milhões de pessoas da pobreza à dita classe;

E, quando a uma década no poder, determinado lapso era apontado, presto diziam que a culpa era do FHC, “herança maldita”, não deles; agora, a uns três ou quatro meses na oposição, acusam que todas as mazelas que produziram em quatro mandatos, roubo, corrupção, incompetência, é culpa do “Governo golpista”, não, deles;

Temer é da Elite se, Presidente, se, vice deles, é legítimo representante dos desfavorecidos. Aí, há uma reforma da Previdência em curso, iníqua, que todo cidadão decente deve opor-se, porém, pegam carona na coisa e querem que os contrários à dita reforma sejam também pacientes das suas doenças, e vociferem contra o “golpe”;

dia 28, sindicalecos pelegos em defesa do maior ladrão da história do Brasil, querem promover greve geral, misturando tudo, dizendo que é pelos direitos dos trabalhadores, quando, querem aproveitar nossa boa fé e defender corruptos. Assim, até nas frentes que seria lícito lutar contra, eles atrapalham, de tanto que “defendem aos pobres”.

Todos eram peões no começo de seu partido, agora, Dirceu, Palocci, André Vargas, Pimentel, Lula e família são milionários. Mas, se os delatores acusam, defendem-se querendo provas. Como tudo foi feito ao arrepio da Lei, óbvio que, documentos que serviriam como prova não existem. Mas, bastaria demandar deles, a origem de seus patrimônios, se não puderem explicar convincentemente, estará provado o roubo, duvido que consigam!

Há ladrões de direita, centro, também, eu sei. Mas, esses, como Renan, Jucá, Eunício, Lobão, Sarney, Requião, etc. são apenas ladrões por conta própria, não são “guerreiros do povo brasileiro” tampouco, têm milícias de aluguel para cantar: “Fulano é meu amigo! Mexeu com ele, mexeu comigo!” Carece certa honestidade essa sujeira toda, no encontro do nome com os bois.

O PT cresceu tumultuando, promovendo greves, piquetes, acenando ética na política. A Imprensa foi relevante em seu crescimento com a cobertura que fazia. Agora que os fatos lhes são desfavoráveis, a mídia é manipuladora, golpista, elitista.

Tem abostados ainda, li hoje um, que diz que o PT permitiu que viessem à luz escândalos de corrupção, que antes eram abafados. Se tivessem o poder desejado, calariam a Lava Jato, estão tentando, aliás; Lula prometeu que se ganhar em 2018 acabará com “essa palhaçada”.

Ser de esquerda, pois, é odiar aos que aplicam a Lei, esposam valores republicanos; defender larápios que locupletam-se do erário com máscaras de protetores dos pobres.

Pior de tudo é que nós, que não somos canhotos argumentamos baseando nossas diatribes em conceitos como, lógica, moral, verdade, coisas que não valem nada para eles. Um esquerdista fanático é como um touro na arena; não importa a posição do toureiro, nem os milhares de expectadores vendo tudo; apenas vê certo pano vermelho, e morre batendo cabeça por aquilo, vazio, e estúpido.

Em suma, ladrões de esquerda, não são estritamente ladrões; são combatentes libertários da causa dos pobres. Só que esses Robin hoods do avesso, não tiram dos ricos para darem aos pobres, antes, tiram dos pobres e fazem ricos a si mesmos. A cada contrato superfaturado, com fizeram milhares com a Odebrecht, roubam duas vezes, para o empresário fraudulento, e para o partido corrupto e corruptor.

Outro dia ouvi uma frase de um venezuelano que me pareceu cabal: “No capitalismo, se você trabalha, você come; no socialismo, se você obedece, você come”. Denunciando falta de tudo por lá, e depósitos exclusivos de alimento para as milícias do Maduro. Sou liberal porque sou homem, cidadão, não gado de déspotas assassinos, ladrões e corruptos! Explodam todos os tiranos do mundo!

terça-feira, 25 de abril de 2017

Ouço vozes

“Há tanta espécie de vozes no mundo, e, nenhuma delas é sem significação.” I Cor 14;10

Embora, o contexto refira-se à disciplina no exercício do dom de línguas, pretendo olhá-la sobre outro escopo: A variedade de vozes e seus significados.

A profusão de idiomas, que seria impossível se tivéssemos evoluído dos animais, como postulam alguns, significa algo também. Segundo a Bíblia, O Criador tencionava que os homens habitassem todo o planeta; “multiplicai-vos, enchei a Terra”. Porém, em Babel, decidiram construir uma torre, que servisse como referencial geográfico, para que não se espalhassem, descumprindo o mandado do Eterno.

Por isso, O Senhor confundiu as línguas, forçando a dispersão por todo o globo. Assim, a diversidade de “vozes” inicialmente significa que o homem é inclinado à desobediência, de modo que, certas coisas, só faz, compulsoriamente. “A inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois, não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, pode ser.” Rom 8;7

Mesmo não sendo intenção do Pai, que gostaria de conduzir apenas com Sua Palavra, Seu Conselho, se, necessário, assim o faz. “Instruir-te-ei, ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; guiar-te-ei com meus olhos. Não sejais como o cavalo, nem como a mula, que não têm entendimento, cuja boca precisa cabresto e freio...” Sal 32;8 e 9

Tendo O Criador nos dado entendimento, inteligência, podemos, mesmo nos coisas inanimadas, identificar certa voz, que aponta para Si, não, para improvável perfeição casual. “Porque suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto, Seu Eterno Poder, quanto, Sua Divindade, se entendem, claramente se vêem pelas coisas que estão criadas...” Rom 1;20

Paulo apelou ao entendimento, porém, Davi louvara a beleza da Criação, usando a figura da voz, não audível, contudo, perceptível: “Os céus declaram a glória de Deus, o firmamento anuncia a Obra das Suas Mãos. Um dia faz declaração a outro, uma noite mostra sabedoria a outra. Não há linguagem nem fala... A sua linha se estende por toda a terra, suas palavras até ao fim do mundo...” Sal 19;1 a 4

A galeria dos “Heróis da Fé” de Hebreus 11, de certa forma é um compêndio de vozes. O testemunho de bravura daqueles, deve ser um incentivador a nós outros, que, ainda “não resistimos até ao sangue, combatendo contra o pecado” Heb 12;4 A Fé que manifestaram, deve falar conosco, como se diz de Abel, por exemplo: “Pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando Deus testemunho dos seus dons; por ela, depois de morto, ainda fala.” Hem 11;4

Quando O Salvador entrou ovacionado em Jerusalém, os religiosos com inveja rogaram que Ele silenciasse Seus seguidores, porém, disse: “Se esses calarem, as próprias pedras clamarão”.

Embora, sempre se interprete como figura de linguagem, há um quê de literal nisso, uma vez que, foi em tábuas de pedra que Deus deu Sua Lei a Moisés. Esse, quando transferia o governo a Josué, mandou que na Terra Prometida, erguesse um padrão e gravasse todas as ordenanças para que não fossem esquecidas. “Será, pois, que, no dia em que passares o Jordão à terra que te der o Senhor teu Deus, levantarás umas pedras grandes, as caiarás. Escreverás nelas todas as palavras desta lei, para entrares na terra que te der o Senhor teu Deus, terra que mana leite e mel, como te falou o Senhor Deus de teus pais.” Deut 27;2 e 3

Malgrado, se diga que a voz do povo é a Voz de Deus, O Eterno tem um falar “um pouco” distinto: “A voz do Senhor ouve-se sobre as suas águas; o Deus da glória troveja; o Senhor está sobre as muitas águas. A voz do Senhor é poderosa; a voz do Senhor é cheia de majestade. A voz do Senhor quebra os cedros; sim, o Senhor quebra os cedros do Líbano.” Salm 29;3 a 5

Entretanto, como aprendeu Elias na caverna, muitas vezes, é num fruir manso, suave, não em manifestações espetaculosas, que privamos Santa Intimidade, e ouvimos a Voz de Deus.

A maioria dos pecados que cometemos demandam assessoria da voz, em mau uso. Assim, mentira, maledicência, falso testemunho, calúnias, manipulações, etc. Tiago pôs o dedo na ferida: “Nenhum homem pode domar a língua. É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal. Com ela bendizemos a Deus e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus.” Tg 3;8 e 9

Um ditado hindu diz: “Quando falares, cuida, para que tuas palavras sejam melhores que teu silêncio”. E, Salomão ilustrou quão melhores podem ser: “Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo.” Prov 25;11

domingo, 23 de abril de 2017

A cereja da torta

“... Se este não fosse malfeitor, não te entregaríamos.” Jo 18;30 “...Dizendo isto, tornou a ir ter com os judeus, e disse-lhes: Não acho nele crime algum.” V 38

Quando Pilatos demandou a razão de terem trazido-lhe, Jesus, os acusadores não apresentaram como motivo, eventual culpa do acusado, antes, evocaram sua pretensa integridade como avalista; “Se não fosse malfeitor, não te entregaríamos.” Contudo, falando com O Senhor, o governador formou seu próprio juízo. “Não acho nele crime algum.”

Muitas vezes conflitamos conosco mesmo, para estarmos em paz com os circunstantes; ignoramos o que sabemos, no íntimo, para fazermos o que desejam aqueles que nos cercam. Essa auto traição possa acomodar as coisas, mas, o pior tipo de traidor é aquele que trai a si mesmo. 

Trair a qualquer um é grave, contudo, inda resta a atenuante de que, nosso amor próprio foi mais forte, e pensamos nas conveniências egoístas, mais, que nas consequências sobre a vítima. Porém, quem trai a si mesmo, atenua como? Talvez diga que, quis evitar a mal maior, vendo no comodismo, bem, mais valioso que honestidade. Dessa “matéria-prima” se faz hipócritas.

“Tens tu fé? Tem-na em ti mesmo diante de Deus. Bem-aventurado aquele que não se condena-se naquilo que aprova.” Rom 14;22 O contexto é atinente às coisas que causam escândalo, mas, a ideia de não condenar a si mesmo pelas más escolhas, é igual.

Acho tragicômico pessoas usarem as redes sociais para reafirmarem idiossincrasías, isolacionismo público, sua redoma psíquica onde só é permitido curtir ou, grafar, “linda(o)”; seus, “sou assim mesmo, ninguém tem nada com isso”, “só aponte a mão para mim quando a sua estiver limpa”; “já que não pagas minhas contas, não dê palpites”, etc. Cada um dizendo para todos que não precisa ninguém. Se assim é, exclua todos, feche essa bosta de uma vez por todas.

Eu permito que me corrijam se constatarem que estou errado; concordo que discordem, observado o devido respeito; que me aconselhem se têm coisas uteis a dizer; que brinquem comigo falando bobagens; que zoem se o inter ganhar, etc. Preciso que leiam o que escrevo, para que, meu labor faça sentido...

Sonegar essas coisas que são verdadeiras seria mentir, trair a mim mesmo. Embora sejamos ímpares, indivisíveis, donde vem, indivíduo, temos dificuldade de lidar com nossa individualidade. Nossas digitais não coincidem com as de ninguém, entre sete bilhões de terráqueos, tal, a singularidade que implantou em nós, O Criador. Então, embora seja desejável, salutar o convívio, malgrado, eventuais diferenças, devemos seguir sendo nós mesmos, de almas saudáveis, postura sincera, não abdicando do eu, para ser fragmento de massa.

“Toda unanimidade é burra.
Quem pensa com a unanimidade não precisa pensar.”
Nélson Rodrigues “Não espere unanimidade ao pedir que coloquem a mão na massa. Você só consegue essa unanimidade se fizer o convite pra ficar de pernas para o ar.” Eduardo Colamego

Assim, nossa decisão em relação a Cristo deve vir de conhecimento pessoal dele, como fez pilatos. Certa feita O Senhor perguntou aos seus, o que a “galera” falava sobre Ele. Uns, diziam ser Elias, um outro profeta, até, João Batista redivivo...então, perguntou-lhes novamente: “E vós, quem dizeis que eu sou?”

Não significa, isso, que Ele, ou, qualquer um de nós, seja o que as pessoas dizem; antes, o que dizem sobre nós, na maioria das vezes mostra o que as pessoas são, invés de evidenciar quem somos. Aí, quando Pedro disse que Ele era O Messias, O Filho de Deus, O Senhor lembrou que Pedro era um Iluminado pois, Deus lhe mostrara a verdade.

Por fim, para completa saúde da alma, não basta que sejamos honestos conosco mesmo, e que possamos discernir as coisas como são; a cereja da torta é que atuemos em conformidade com o que somos e sabemos, senão, nossa luz vira trevas. Pilatos reconheceu anunciou a inocência do Senhor várias vezes, entretanto, O entregou para que fosse morto. Sua luz, seu discernimento nada serviram para direcionar seus atos.

Lampejos eventuais de discernimento que não moldam o caráter. Tiago assemelhou ao cara suja que olha-se no espelho, sai de diante dele e esquece como era sua fisionomia.

A Luz de Cristo, necessariamente molda o andar dos Seus, os coloca em harmonia com iguais, e com Deus, como ensinou João: “Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos em trevas, mentimos, não praticamos a verdade. Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado.” I Jo 1;6 e 7

Decida por si mesmo, em relação a Jesus; é sua vida, não a de terceiros que está em suas mãos.

sexta-feira, 21 de abril de 2017

Jesus ou Moisés?


“Então, por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio, e repudiá-la?” Mat 19;7

Era comum os religiosos contraporem Jesus a Moisés. Esse, com seus escritos era o “Canon” de então; todo e qualquer ensino deveria passar por seu crivo; Jesus era a novidade. Um coração rebelde costuma fazer maravilhas na servidão da própria rebeldia; tendo um pretexto “válido” então, nem se fala. Assim, nunca se punham como refratários aos desafiantes ensinos do Mestre, antes, como zelosos da Lei, a qual, acusavam ao Salvador de descumprir.

Todavia, ele fo categórico: “Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas, cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que céu e terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido.” Mat 5;17 e 18
Veio com exigências maiores que Lei, pelo menos, à forma superficial, com a qual, escribas e fariseus estavam acostumados; daí, o desfio era exceder em essência, aos passos dos pretensos praticantes. As concessões feitas “por causa da dureza do vosso coração”, deixadas de lado, para um alvo melhor, pois, “no princípio, não foi assim.”

Paulo explicou em seus escritos, que, a Lei é espiritual; O Senhor, expôs de modo profundo, seu Espírito. Não apenas, não matar; antes, nem odiar; não apenas, não adulterar, sequer, cobiçar; não a fácil vingança, antes, perdão, amor; mesmo, aos inimigos. Assim, quando Seus ouvintes apelavam a Moisés, não estavam demonstrando zelo, estritamente, mas, fugindo das profundas implicações do ensino proposto pelo Senhor.

Os discípulos não foram desafiados a fazer como os religiosos, sim, fazer mais, melhor: “Porque vos digo que, se, vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus.” Mat 5;20

Afinal, se esperássem deveras, em Moisés, deveriam estar esperando por Cristo; “Porque, se vós crêsseis em Moisés, creríeis em mim; porque de mim escreveu ele. Mas, se não credes nos seus escritos, como crereis nas minhas palavras?” Jo 5;46 e 47 Sim, Moisés previra a vinda de um Profeta que traria também, a Palavra de Deus. “Eis lhes suscitarei um profeta do meio de seus irmãos, como tu, porei minhas palavras na sua boca; ele lhes falará tudo o que eu ordenar. E, qualquer que não ouvir minhas palavras, que ele falar em meu nome, eu requererei dele.” Deut 18;18 e 19

Por isso, justo, na carta endereçada aos hebreus, a diferença entre Moisés, servo, e Jesus, Senhor, é apresentada já na introdução, para, situar devidamente, ambos. “Porque ele é tido por digno de tanto maior glória do que Moisés, quanto, maior honra do que a casa tem aquele que a edificou. toda casa é edificada por alguém, mas, quem edificou todas as coisas é Deus. Na verdade, Moisés foi fiel em toda sua casa, como servo, para testemunho das coisas que se haviam de anunciar; mas, Cristo, como Filho, sobre sua própria casa...” Heb 3;3 a 6

Uma coisa é certa: Quando Deus nos fala para corrigir, das duas uma: Ou, procuramos nos adequar ao que estamos ouvindo, mediante arrependimento, ou, buscamos pretextos desqualificando quem fala, para que sigamos “qualificados”. Aquilo que o entendimento pode captar, nem sempre é o que a vontade abraça. Os discípulos de profetas dos dias de Elias sabiam que O Senhor arrebataria Seu servo; disseram a Eliseu que também sabia. Porém, cumprida a profecia, erraram três dias pelos montes procurando quem Deus levara. Ora, O Eterno continuava entre eles, porém, agora, atuando mediante Eliseu. O Fato novo que recusavam, inicialmente, assimilar.

Que os pecadores recusem mudar, de certa forma é compreensível, pois, toda mudança demanda perdas, renúncias; agora, que o façam com pretextos espirituais, justificando-se, invés de, assumindo sua posição, é que soa insano; parece, tal postura, com os ladrões de nosso país, que querem mecanismos de processar aos juízes, invés de prestarem contas à Lei.

Quem teme perdas, jamais tomará sobre si a cruz de Cristo, pois, essa é a figura das profundas renúncias a que são desafiados os que anelam salvação. Na verdade, tais “perdas” eventuais, no fundo, são um grande investimento, dado, o contraponto proposto aos que se convertem, como ensina Paulo: “Porque para mim tenho por certo que as aflições do tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada.” Rom 8;18 “...As coisas que o olho não viu, o ouvido não ouviu, nem subiram ao coração do homem, São as que Deus preparou para os que o amam.” I Cor 2;9

Muitos pecadores rebeldes morreram assentados “na cadeira de Moisés”; outros tantos, ganharam asas de águia, depois de submissos à cruz do Salvador. Coragem! O céu é o limite.

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Reconciliação

“Mas, eles foram rebeldes, contristaram seu Espírito Santo; por isso se lhes tornou em inimigo, Ele mesmo pelejou contra eles.” Is 63;10

A ideia de termos inimizades, por inócuas que sejam, nunca é um pensamento agradável, embora, em algumas situações, pouco, ou, nada possamos fazer. Há casos, nos quais, mesmo que nada tenhamos feito de mal às pessoas, por inveja, ou, alguma outra razão insana, não gostam de nós, saem espalhando veneno a nosso respeito. “Orai pelos que vos perseguem e abençoai aos que vos maldizem”; a receita Bíblica, porque, pessoas assim, certamente, têm carência espirituais grandes.

Contudo, quando algo mais que isso pode ser feito, devemos fazê-lo. “Portanto, se trouxeres tua oferta ao altar, e te lembrares de que teu irmão tem algo contra ti, deixa diante do altar tua oferta, vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, depois, vem e apresenta-a. Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz, o juiz te entregue ao oficial, e te encerrem na prisão.” Mat 5;23 a 25

Se, meu irmão tem algo contra mim, foi porque falhei com ele, nesse caso, reconciliação depende de mim. Quando depende dele, nada posso fazer, exceto, orar.

Não podemos chegar a Deus, saltando sobre o semelhante. “Aquele que odeia seu irmão está em trevas, anda em trevas, não sabe para onde deva ir; porque as trevas lhe cegaram os olhos.” I Jo 2;11 “Se alguém diz: Eu amo Deus, e odeia seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama seu irmão, ao qual viu, como pode amar Deus, a quem não viu? Dele temos este mandamento: que quem ama Deus, ame também seu irmão.” Cap 4;20 e 21

Entretanto, quando nossa inimizade é contra Deus, motivada por rebeldias, aí, temos um problema de outra dimensão. Eli, o sacerdote relapso, pusera a questão aos filhos: Pecavam, esses, nas coisas do próprio sacerdócio; invés de exercer com vigor sua autoridade, apenas ergumentou: “Não, filhos meus, porque não é boa a fama que ouço; fazeis transgredir o povo do Senhor. Pecando homem contra homem, os juízes julgarão; pecando, porém, o homem contra Deus, quem rogará por ele?” I Sam 2;24 e 25

O Eterno pôs a questão noutros termos, o de quem luta contra Ele. “Quem poria sarças, espinheiros diante de mim na guerra? Eu iria contra eles e juntamente os queimaria. Que se apodere da minha força, faça paz comigo; sim, que faça paz comigo.” Is 27;4 e 5

Fazer paz com Deus, eis a questão! Embora incautos vejam no Evangelho apenas um desafio a mudar de religião, uma “busca por clientes” estilo telemarketing, ( nalguns casos, infelizmente, é ) no fundo, é um apelo do amor de Deus, que pelo Seu Espírito fala em nós, apresentando aos inimigos eventuiais, uma mensagem de reconciliação. Inimigos? Isso não seria dramático demais? Não. É ser bíblico. “Adúlteros e adúlteras, não sabeis que amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” Tg 4;4

Assim, a medida que apresentamos de modo sadio a mensagem do Único Mediador, somos feitos agentes da reconciliação entre pecadores e O Santo. “Tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, nos deu o ministério da reconciliação; isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; pôs em nós a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus.” II Cor 5;18 a 20

Claro que isso demanda que deixemos de vez, a rebeldia que, se, por um lado nos dá independência para agirmos como quisermos, por outro, nos distancia do Pai, como fez o filho pródigo em sua insana e egoísta saga. Achou que poderia se virar muito bem por conta; foi usado pelas cobiças alheias quando tinha o que dar; empobrecido, terminou comendo com porcos.

Quem não pode dizer de modo verdadeiro, como aquele? “Pai, pequei contra o céu, e perante ti”? Reconhecimento de culpas, eis, o primeiro passo para reconciliação com O Pai! “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas. o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.” Prov 28;13

Feito isso, poderemos, dizer como Paulo: “Se o Senhor é por nós, quem será contra nós”. Quem, que tenha poder maior? Contudo, “soltos das patas” digo, por nossa conta, estamos em inimizade com Deus, a mercê de um que, mesmo fingindo gostar de nós é traidor, assassino. Rogo, pois, de parte de Deus, que vos reconcilieis com Ele, mediante a cruz de Cristo.

domingo, 16 de abril de 2017

A Terra Plana, Global


“Edifiquemos nós uma cidade, uma torre cujo cume toque nos céus, façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados sobre a face da terra.” Gên 11;4

Certa pergunta que O Senhor fez, não faz mais sentido. “Onde estavas, quando eu fundava a terra? Faze-me saber, se tens inteligência.” Jó 38;4

Agora temos recursos amplos, “cientistas” que conseguem até, desmistificar a ideia “falsa” de um globo, ensinando, enfim, que, diverso do que sempre acreditamos, a Terra é plana, não, esférica. Assisti um ou dois vídeos disso, nem dei importância, pareceu sem sentido demais para serem levados a sério. Entretanto, a coisa fermentou, até textos bíblicos estão usando para “provar” sua tese.

Um, onde homens decidiram fazer a Torre de Babel. Advogam que os antigos eram sábios; chegariam a Deus com sua obra se não fossem impedidos; francamente. A ordem Divina à humanidade fora: “Crescei, multiplicai-vos, enchei a Terra, sujeitai-a”. O texto do projeto da torre mostra uma decisão oposta; queriam fazer algo que fosse visível a grande distância, “para que não sejamos espalhados sobre a face da Terra”, disseram. Além disso, era iniciativa alienante de Deus, com alvo humanista; “façamo-nos, um nome”. A expressão, “torre cujo cume toque nos céus” é mera figura de linguagem, como temos hoje, arranha-céus.

Os terraplanistas apresentam argumentos “científicos”, baseados na curvatura da Terra, no fato de a água só parar em nível, etc. Não sou cientista, contudo, como leigo darei meus pitacos. Depois, sugerirei um ou dois pepinos para que eles descasquem também.


Quem disse que a água só para em nível? Uma gota sobre uma superfície qualquer, tem seu formato ovóide; isso, que se dá com algo mínimo, bem poderia dar-se também no macro, num contexto que engloba gravidade, atmosfera, pressão, etc. Sobre a curvatura, acho que demandarei uma resposta invés de dar.

Antes, suponho que, mesmo advogando que a Terra é plana, defendem que ela paira no ar, ou, estaria “ancorada” em algo? A Bíblia diz que Deus, “O norte estende sobre o vazio; suspende a terra sobre o nada.” Jó 26;7 Os gregos diziam que Atlas a suportava nas costas; os egípcios, que estava sobre quatro colunas; contudo, não sabiam dizer onde se apoiavam os pés do deus, ou, as bases das colunas.


Assim, invés de um globo, seria uma pizza gigantesca, como aquelas naves alienígenas do “Independence Day? Desse modo, como é o “lado avesso”? Alguém já viu? Onde seria a “borda” da Pizza, que, passando alguém dali, começaria andar rumo à superfície oposta?

Certa vez viajei para a Nova Zelândia. Admitindo que sua localização seja aproximada, como está no mapa, extremo oriente, um pouco ao sul da Austrália. Por que, invés de voarmos para leste, sobre a África e Ásia, como deveria ser num sistema plano, chegamos mais rápido voando “para trás”, sobre Argentina, Chile e Oceano Pacífico? Ah, estando lá, por que o fuso horário era de mais dezesseis horas em relação ao Brasil? Aliás, como se explica o fuso, senão, num globo? Poderia alguém falar via Skype, por exemplo, à meia-noite, de um lado da Terra com outros que vivem o meio-dia, se, a Terra fosse plana? Onde o sol faz a curva?

A Bíblia prevê, o fuso, implicitamente, por ocasião da Volta de Jesus. “Digo-vos que naquela noite estarão dois numa cama; um será tomado, outro, deixado. Duas estarão juntas, moendo; uma será tomada, outra, deixada. Dois estarão no campo; um será tomado, outro será deixado.” Luc 17;34 a 36 Cenários noturnos, “na cama” e diurnos, “no campo” no mesmo evento.

Isaías falando sobre a Soberania de Deus, o faz com as seguintes palavras: “Ele está sentado sobre a redondeza da terra, cujos habitantes são como gafanhotos; é Ele o que estende os céus como uma cortina, os desenrola como uma tenda para neles habitar;” Is 40;22

Todavia, a Bíblia fala, de certo modo, em Terra plana: “Todo o vale será exaltado, todo o monte e todo o outeiro, abatido; o que é torcido se endireitará, o que é áspero se aplainará.” Is 40;4 Trata-se de uma alegoria, onde os religiosos hipócritas, considerados grandes, os montes, seriam abatidos; os excluídos sociais, meretrizes, publicanos, os vales, seriam exaltados, muitos desses foram salvos, daqueles, se perderam.

Soa ridículo dar tratos sérios a algo tão pueril; tantos ataques à sã doutrina, e gastar massa cinzenta discutindo o sexo dos anjos. Como Débora liderando exércitos no front, e “sábios” da tribo de Rubem, “filosofando” se deveriam ir ao combate ou não; ver Juízes 5;15 e 16

A Árvore da Ciência foi onde nosso drama começou; só seremos redimidos, mediante outra, a Árvore da Vida, Jesus Cristo; e, a alienação do Salvador tem um formato mui preciso: Perdição eterna.

Jesus foi anarquista?

“Eu sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe deve acrescentar, nada se lhe deve tirar; isto faz Deus, para que haja temor diante dele.” Ecl 3;14

Acrescentar, ou, tirar qualquer coisa do que Deus entregou pronto, completo, além da insana ousadia contra a Autoridade do Criador, traz a implicação blasfema de que Ele faz algo falho, que podemos melhorar.

Agur que deixou alguns escritos nos Provérbios pensava diferente: “Toda a Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam nele. Nada acrescentes às suas palavras, para que não te repreenda e sejas achado mentiroso.” Prov 30;5 e 6

Frequentemente deparo com ditos de “anarquistas cristãos”, gente que diz que O Próprio Senhor foi anarquista, revolucionário; por isso, teria sido morto.

Bem, o que significa a palavra anarquia? O prefixo a, em grego, é de ausência, negação. Assim, sem cérebro= acéfalo; sem moral=amoral; sem letras=analfabeto etc. Dessa fonte jorra anarquia. O termo arquia, deriva de “Archon” chefia, cabeça, comando, governo. Daí vêm palavras como, Arcebispo, arcanjo, autarquia, e claro, anarquia, que significa, sem comando, sem governo, sem autoridade sobre si. Será que O Senhor foi isso mesmo?

Paulo pensava diferente, pois, disse que Cristo, “esvaziou si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens, e, achado na forma de homem, humilhou a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.” Fp 2;7 e 8

A simples distinção entre anjos, serafins, querubins, arcanjos, principados, potestades, mostra hierarquia no reino espiritual. E, hierarquia nenhuma firma-se, senão, sobre o princípio da autoridade, devidamente obedecida, claro.

Cristo se fez homem, para nos redimir da queda, essa se deu, justo, por terem falhado, nossos pais, em observar a Autoridade do Criador; se, o “Segundo Adão” veio repor as coisas no devido lugar, necessariamente tinha que ser obediente às autoridades que Ele mesmo constituíra. Quando Pilatos gabou-se que tinha poder, tanto para libertar, quanto, crucificar Jesus, Ele não negou, apenas referiu a origem desse poder: “Nenhum poder terias contra mim, se, do alto não te fosse dado.”

Jesus foi “Revolucionário” no sentido de Ousado, veraz e perspicaz em denunciar a hipocrisia, corrupção das autoridades religiosas de então. Seus pleitos não eram com Pilatos ou Herodes, antes, o Sinédrio. “O que me entregou a ti, - disse, após reconhecer a autoridade de Pilatos – maior pecado tem.” Veio para tirar o pecado do mundo, não o reino de César da Palestina, como acusaram alguns. Aliás, disse: “Dai a César o que é de César...”

Pois, mesmo ante o sumo sacerdote, autoridade contra a qual, combatia seus desvios, quando desafiado sob juramento, O Senhor obedeceu. “Jesus, porém, guardava silêncio. Insistindo o sumo sacerdote, disse-lhe: Conjuro-te pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, Filho de Deus. Disse-lhe Jesus: Tu o disseste; digo-vos, porém, que vereis em breve o Filho do homem assentado à direita do Poder, vindo sobre as nuvens do céu.” Mat 26;63 e 64

Portanto, um “anarquista cristão” é tão lógico, quanto, um evolucionista cristão. Uma doutrina que nega a Deus, “casada” com outra que O afirma.

Paulo foi explícito quanto a necessária obediência às autoridades. “Toda a alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; as que há foram ordenadas por Ele. Por isso quem resiste à autoridade resiste à ordenação de Deus; os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação. Porque os magistrados não são terror para as boas obras, mas, para as más. Queres tu, pois, não temer a autoridade? Faze o bem, terás louvor dela. Porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme; pois, não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, vingador para castigar o que faz o mal.” Rom 13;1 a 4

Quando diz que a autoridade é ministro de Deus, não significa que Deus aprova seus passos em particular, antes, que no exercício probo de sua função, faz algo que é Vontade do Eterno.

Quantos “fariseus” de hoje, crucificariam, se pudessem, ao Juiz Sérgio Moro, por exemplo? Acaso é um anarquista, um fora da Lei? Antes, é, justo, seu zelo pela lei e a ordem que o faz indesejável a tantos, cujos feitos os colocam em rota de colisão com ele. Desse modo, Cristo foi Revolucionário entre os religiosos de Seus dias.

Não nos enganemos; a ojeriza às figuras de autoridade, por bonitinha, charmosa que pareça, é a mais bela filha de satanás. Foi com ela que seduziu ao primeiro casal, e disseminou milhões de mortes ao longo da história. Quem deseja harmonia com O Senhor Jesus Cristo, rompa todos e quaisquer laços com assassinos. Sério assim.