domingo, 28 de dezembro de 2014

"O silêncio de Deus"



“E aconteceu que pela manhã seu espírito perturbou-se; enviou e chamou todos os adivinhadores do Egito, todos os seus sábios; Faraó contou-lhes os seus sonhos, mas ninguém havia que lhos interpretasse. Então falou o copeiro mor a Faraó, dizendo: Das minhas ofensas  lembro hoje:” Gên 41; 8 e 9 

Mero sonho; poderia pensar alguém. O Rei estava tenso em busca de interpretação, então, era assunto primordial.  Parece que os sábios da corte sofreram um blecaute. Estabelecido o fracasso dos “profissionais”, então, o copeiro mor abriu os compartimentos fundos da memória. “Das minhas ofensas lembro hoje...” 

Acontece que fora colega de prisão de José, que estava detido inocente, sem direito a julgamento; lá, ele outro prisioneiro sonharam algo e José interpretou ambos os sonhos com precisão. Agradecido prometeu interceder junto a Faraó pela causa de José. Entretanto, uma vez liberto e reempossado em sua função, esqueceu o que prometera.  Como são rápidas e pródigas nossas palavras quando acreditamos que são chaves que nos livrarão da angústia. Naquele caso, era só uma dívida de gratidão a “angústia” do copeiro, mesmo assim, prometeu e não cumpriu. 

O fato novo, o sonho de Faraó trouxe à luz duas coisas; o mau caráter do copeiro; e o dom de Deus sobre José, que, se estivera oculto num cárcere, então, se tornou vital para uma questão de interesse nacional.   

Não quero, por ora, analisar a saga de José, mas, outro aspecto; a atitude do copeiro. Os pecados que “congelamos” no freezer do tempo, esquecemos de tal forma, que só um fato novo pode rebuscar. Alguns imaginam que a questão do pecado se resolve estritamente confessando a Deus. Não é assim? Não. Quando meus pecados dizem respeito a desvios de conduta que não afetam ao semelhante, diretamente, posso resolver, uma vez arrependido, confessando a Deus, suplicando perdão e mudando de atitude. Entretanto, se, meu agir mal afeta outras pessoas, preciso do perdão delas também. “Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai,  repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, ganhaste a teu irmão;” Mat 18; 15 

O risco blasfemo é confundirmos longanimidade com pusilanimidade; bondade com fraqueza. Deus não silencia porque compactua; antes, porque espera nossa contrição, arrependimento. “Estas coisas tens feito,  eu me calei; pensavas que era tal como tu, mas eu te arguirei, as porei por ordem diante dos teus olhos:” Sal 50; 21 Se alguém se diz servo de Deus e atua licenciosamente, é como se pensasse que Deus aprova seus passos, que há  identidade com o Pai, malgrado seus erros. “Pensavas que eu era como tu...” 

Uns, nem dá tempo de congelar, como a arrogante presunção de Pedro ao afirmar que morreria com Jesus. O senhor estipulou um prazo exíguo; “antes que o galo cante, três vezes, me negarás.” Para o copeiro mor o “galo” demorou bem mais. O próprio José, ( que fora vendido como escravo pela inveja dos irmãos  ) promovido a governador do Egito, quando mais tarde colocou seus irmãos numa “saia justa”, forçou a memória adormecida deles. “Então disseram uns aos outros: Na verdade, somos culpados acerca de nosso irmão, pois vimos a angústia da sua alma, quando nos rogava; nós porém não ouvimos, por isso vem sobre nós esta angústia.” Gên 42; 21 

Apesar dos evolucionistas advogarem que somos uma sucessão de upgrades de ameba, somos os únicos animais que lidam com abstrações como, futuro, passado. Animais adestrados podem repetir coisas em face ao treinamento externo; nós podemos “viajar” no tempo, tanto rebuscando na memória, quanto, projetando sonhos. Assim, erros pretéritos ainda não tratados estão lá, no fundo da memória  esperando  um incidente qualquer que os desperte, para que a plena cura de nossas almas seja possível. Dessa cura, pois, depende a progressão espiritual. “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.” Prov 28; 13  

Geralmente o “fato novo” é um mensageiro fiel, que fala em Nome de Deus, com Isaías, por exemplo: Por muito tempo me calei; estive em silêncio, me contive; mas agora darei gritos como a que está de parto...” Is 42; 14

 Infelizmente, os profetas modernos, em busca de aceitação, invés de almas, têm patrocinado o “silêncio de Deus”.  Fazem barulho; profanam ao Santo nome acariciando pecados. “Não mandei esses profetas, contudo eles foram correndo; não lhes falei, contudo, profetizaram. Mas, se tivessem estado no meu conselho, então, teriam feito o meu povo ouvir as minhas palavras; o teriam feito voltar do seu mau caminho, da maldade das suas ações.” Jr 23; 21 e 22   

Pregador idôneo provoca sempre uma “crise no reino”, para que os pecados ocultos venham à tona; pode ser um chato, até inconveniente, mas, é medicinal.

sábado, 27 de dezembro de 2014

As maçãs de ouro e a palha



“Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita no seu tempo.” Prov 25; 11 

A figura de um vaso se prata ostentando  conteúdo áureo é eloquente! Essa palavra advém, segundo Salomão, em consórcio com o tempo. Assim, não basta ser correta, mesmo, sábia; carece ser oportuna. Ele mesmo disse, noutra parte: “Tudo tem o seu tempo determinado, há tempo para todo o propósito debaixo do céu... tempo de rasgar, tempo de coser; tempo de estar calado, tempo de falar;” Ecl 3; 1 e 7 

O “tempo” aludido, demanda leitura das circunstâncias;  fatores alheios ele mostram se é oportuno falar, ou não. Quando na presença de um tolo, por exemplo; “Não fales ao ouvido do tolo, porque desprezará a sabedoria das tuas palavras.” Prov 23; 9 O Senhor fez isso ante  Herodes. “Herodes, quando viu a Jesus, alegrou-se muito; porque havia muito que desejava vê-lo, por ter ouvido dele muitas coisas; esperava que lhe veria fazer algum sinal. Interrogava-o com muitas palavras, mas, ele nada lhe respondia.” Luc 23; 8 e 9 

Assim, um só tolo não é digno das palavras sábias; que dizer de uma multidão enfurecida de tolos? Isso se deu quando da defesa de Estevão. Como estava sendo julgado, era-lhe necessário expor os motivos de sua fé. Fez com sabedoria ímpar; mas, “Ouvindo eles isto, enfureciam-se em seus corações, rangiam os dentes contra ele... gritaram com grande voz, taparam os seus ouvidos e arremeteram unânimes contra ele.” Atos 7; 54 e 57

Acontece que a defesa do diácono  implicava em acusação contra seus perseguidores. Dado que, verdadeiras, as acusações geraram fúria, invés de contrição. Tal era o impacto da verdade que, “taparam os seus ouvidos.” 

Há casos em que, os fatos são eloquentes; às inquietações do coração humano, parece que algo deve ser dito, mesmo que, não saiba o quê. A tendência é fazer  pior que o silêncio; falar besteira. “O que canta canções para o coração aflito é como aquele que se despe  num dia de frio, ou, como o vinagre sobre salitre.” Prov 25; 20 

Contudo, é possível fazer pior que tentar remover aflições com palavras ocas; podemos aumentar a dor, com acusações infundadas ao aflito, como fizeram os “amigos” de Jó. Após sete dias em silêncio solidário, ( suas melhores palavras ) por fim, começaram a acusá-lo de impiedades não cometidas, fundados mais no anseio de uma explicação lógica às suas inquietações internas, que, em socorrer ao combalido Patriarca. 

Ele fez a devida leitura e desejou mais silêncio. “Vós, porém, sois inventores de mentiras; vós todos, médicos que não valem nada. Quem dera,  vos calásseis de todo, pois, isso seria a vossa sabedoria.” Jó 13; 4 e 5 Se, a palavra oportuna é figurada como maçã de ouro em bandeja de prata, aquelas foram comparadas a clara de ovo sem sal. “Ou comer-se-á sem sal o que é insípido? Haverá gosto na clara do ovo? A minha alma recusa tocá-las, pois, são para mim como comida repugnante.” Jó 6; 6 e 7 

Talvez, inspirado nessa figura, Paulo advertiu aos Colossenses: “A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um.” Col 4; 6 

Há casos em que a palavra é inoportuna, não por que a plateia seja indigna, mas, por estar sobrecarregada. “Ainda tenho muito que dizer, mas, vós não  podeis suportar agora.” Jo 16; 12 O Mestre ensinou que o Espírito Santo viria complementar o que faltava e capacitá-los. 

Embora, às falas desprovidas de sentido costumemos chamar de palavras ocas, no fundo, significam algo. Voltemos a Paulo: Há, por exemplo, tanta espécie de vozes no mundo,  nenhuma delas é sem significação.” I Cor 14; 10 O contexto atinava à disciplina com o dom de línguas estranhas, mas, ele disse algo mais abrangente; toda a voz significa algo.

Infelizmente, a maioria das vozes que ouvimos são, guardadas as diferenças de método, como as da plateia de Estevão; servem para abafar à Palavra da sabedoria, pois, essa, inevitavelmente acabará acusando, aos que escolheram a estultice como modo de vida.

Então, saímos dos festejos de fim de ano e seremos bombardeados pelo Carnaval, Páscoa, dia das mães, pais, crianças, etc. Sempre termos um “convite para festa” um tiroteio de marketing a desviar nossas atenções do que, interessa, deveras. Sem falar das contínuas e sujas novelas, os pornográficos BBBs da vida.

Assim, desprezam, muitos ao ouro real, hipnotizados pelos diamantes imaginários do “comendador” da novela. 

Platão dizia com acerto que, as necessidades determinam os valores; porém, a cegueira disseminada atrofia uma geração, e a faz imaginar que precisa de coisas vulgares, como disse Estobeu: “Os asnos preferem palha ao ouro.”

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

O site de Deus



“Ele respondeu-lhes: Aquele que me curou, ele próprio disse: Toma o teu leito, e anda. Perguntaram-lhe, pois: Quem é o homem que te disse: Toma o teu leito, e anda?” Jo 5; 11 e 12 

Digamos que pairava certa ambiguidade naquele contexto; um milagre espetacular, a cura de um paralítico que sofria, havia 38 anos, e uma pequena “transgressão”, uma vez que tal milagre ocorrera num sábado. Por qual desses dois motivos estariam os inquiridores procurando  o autor? Estariam maravilhados ante a cura, quem sabe, com outro doente para apresentar? Infelizmente, não. O motivo era seu zelo doentio pela guarda do Sábado, como se, até fazer o bem, nele, fosse proibido. “E por esta causa os judeus perseguiram a Jesus, e procuravam matá-lo, porque fazia estas coisas no sábado.” V 16

Todos nós, em dado momento temos que lidar com “ambiguidades” assim. A ênfase, a escolha, testifica de nossos valores. Quando o zelo por uma inclinação pessoal, denominação, credo, bandeira, agremiação, etc. se torna mais importante que uma vida, por melhores que pareçam nossas razões, ainda estão calcadas no egoísmo, na indiferença. 

A mesma Lei, que os Fariseus pareciam tanto zelar, apregoava amar ao próximo como a si mesmo; desse modo, curar sua enfermidade, quem conseguisse, estaria dando vívida demonstração de amor. Tiago ensina: “Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos.” Tg 2; 10 Tratando-se de ágape, o amor cristão, não existe amor fora da Lei; antes,  sintetiza  a razão da Lei, como ensinou O Mestre: “E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.” Mat  22; 37 a 40

Entretanto, também aqui, há o risco de ambiguidades, deturpações, ênfase deslocada. Se, é pacífico que, amor é o cerne de tudo, não exclui os mandamentos, criando uma doutrina humanista, onde, quem fizer o bem ao seu próximo, independente dos laços espirituais, estará fazendo a coisa certa. Se, o texto ensina que a Lei depende do amor, não advoga que o amor, por si só, prescinde da Lei, antes, completam-se, como ensinou Paulo: “E ainda que tivesse o dom de profecia,  conhecesse todos os mistérios e toda a ciência; ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes,  não tivesse amor, nada seria. Ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres,  ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.” I Cor 13; 2 e 3 Assim, a Lei traça um caminho, o amor, provê motivo para caminhar. 

Não se entenda com isso, porém, que defendo o legalismo ultrapassado; antes, os mandamentos ensinados pelo Salvador. Ademais, se alguém presume que, amar ao semelhante, por si só, basta, a despeito das escolhas espirituais, convém lembrar que, antes de ensinar amar ao próximo, o texto ensina amar a Deus de todo coração, de toda alma. Minhas preferências, por hígidas que sejam, são minhas; o próximo, é dele; se, cuidar dos interesses dele antes dos meus, estarei dando uma demonstração madura de amor cristão. 

O Senhor ensinou isso com outras palavras: “Ide, porém, aprendei o que significa: Misericórdia quero, não sacrifício. Porque eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento.” Mat 9; 13 No contexto, O Salvador saíra do convívio dos “santos” e assentara-se à mesa com os maus. 

Mas, desafiou a aprenderem o significado de uma antiga sentença: “Misericórdia quero, não sacrifício”. Que parte eles não tinham entendido? Em misericórdia me ocupo das carências alheias; sacrifício faço, pensando nas minhas. Aquela faceta, pois, atua altruista; essa, de modo egoísta. Parece nobre, santo, o que jejua; não que seja errado; mas, é engajado, ativo em amor o que compartilha. Não são coisas excludentes, também complementares,  disciplina do corpo e cuidado com as carências alheias. 

Aliás, lembrei da frase de um rabino que sintetiza maravilhosamente isso: “As necessidades materiais de teu próximo, - disse – são as tuas necessidades espirituais.”  ( Israel de Salant ) 

Sim, embora possamos, via oração, “acessar o site de Deus”, a senha para que sejamos aceitos depende de relações horizontais. João ensina: “Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar Deus, a quem não viu? E dele temos este mandamento: que quem ama a Deus, ame também a seu irmão.” Jo 4; 20 e 21

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Inteligência e fé



“Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente.” Heb 11; 3 

Muito se falou sobre a fé. Para uns é um poder em si; tanto faz crer em Deus, Buda, Maomé, Krishna, Osíris, etc. desde que se tenha fé em algo está bem; a pessoa irá haurir seus bons efeitos psicossomáticos. Para outros, é uma fuga da realidade, negação da ciência, combustível do fanatismo, cegueira. Daí o dito: A fé é cega.

Entretanto, o texto supra apresenta-a em consórcio com a inteligência; “pela fé entendemos...” Ora, entender é algo mais fundo que ouvir uma sentença a abraçá-la sem contestação; é estar de posse do sentido, do significado de um postulado qualquer. 

O tema da cegueira é recorrente na Bíblia; porém, quando o alvo é a cegueira espiritual, seus pacientes são sempre incrédulos, não, crentes. O lapso dos cegos espirituais não é intelectual, antes, volitivo; uma vontade rebelde, obstinada, que a Palavra chama de coração endurecido. “Porque o coração deste povo está endurecido,  ouviram de mau grado, fecharam seus olhos para que não vejam, compreendam com o coração, se convertam e eu os cure.” Mat 13; 15 Assim, o mal não é cegueira, estritamente falando; antes, um fechar de olhos, resistência voluntária à Palavra de Deus. 

Ademais, os que fazem tal escolha recebem um “providencial” reforço: “Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.” II Cor 4; 3 e 4 

Não significa que tais são inocentes, o diabo, o único culpado; o texto diz que o traíra cegou o entendimento dos incrédulos; crer ou não é escolha humana. Eles fizeram a sua; o Capiroto os aplaudiu e passou a “ensinar”. 

Claro que um intelecto perspicaz, por si só não basta; aliás, foi falando a filósofos Estoicos e Epicureus que Paulo usou uma vez mais a figura da cegueira, de quem apalpa no escuro. “E de um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre  a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e, limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor, se, porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós;” Atos 17; 26 e 27 Os seres humanos  oriundos de Deus com um limite de tempo e espaço para reencontrarem o caminho de volta a Ele; o que pressupõe uma separação. 

Quando a Palavra diz que, pela fé entendemos, não pretende advogar que dominamos todos os meandros da criação; antes, que, de posse da revelação de como se deu, soa lógico aos nossos entendimentos; o bom encaixe dos argumentos pacifica nossas mentes, a necessidade de entendimento é saciada. 

Quem acompanha o “Fantástico” da Rede Globo tem visto uma longa série de programas evolucionistas que “interpretam” a origem da vida sem Deus; fazem “certeiras” afirmações do que teria ocorrido a noventa milhões de anos. Cáspita!!  Se, lidam muito mal com algo quê, comprovadamente aconteceu há dois milênios, como dominam fatos de tal tempo?

Pior, no mesmo programa, brincam de Noel, que, malgrado ser um fantoche mercador, de alguma maneira remete a Deus. Assim, em dado momento dizem: Deus enviou Seu filho, para nos salvar; celebremos! Noutro: Deus não existe, a coisa aconteceu fortuita, ao longo de milhões de anos. Ora, são excludentes; uma ou, outra. Mas, abraçam ambas, e nós, que cremos, somos cegos?  

Eu não decoro minha casa com luzes de Natal, não por que acho que o Salvador não veio; antes, porque a luz que trouxe e ensinou é entendimento espiritual, coisa oriunda de Sua Palavra, não, de fábricas chinesas. Não que não fiquem bonitos os ambientes; ficam. Mas, seu valor termina aí, no deleite do olhar. Espiritualmente nada significam.  Conheço ambientes que cultuam religiões adversas à Bíblia que decoram as fachadas em tais épocas melhor que muitos; até prostíbulos o fazem.

Ademais, quem possui a luz verdadeira não carece simulacros. O chamado à conversão não é um apelo à religião, como pensam alguns; “Para lhes abrires os olhos, das trevas os converteres à luz...” Atos 26; 18   

Claro que o entendimento propiciado pela fé vai além de pacificar a mente; produz aqui os resultados que promete, e nesses termos Jesus desafiou a crer. “Se alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus, ou se eu falo de mim mesmo.” Jo 7; 17 Se quiser conhecerá; senão, a cegueira voluntária será ampliada.