terça-feira, 30 de abril de 2019

Nossa Mascarada Maldade

“Disse-lhes Pilatos: Levai-o e julgai-o segundo a vossa lei. Disseram-lhe então os judeus: A nós não é lícito matar pessoa alguma.” Jo 18;31

Duas coisas saltam aos olhos. Primeiro; mentira. A Lei facultava que se matasse aos adúlteros, feiticeiros, blasfemos... Quem conhece o Velho Testamento sabe que muitas vezes sentenças assim foram aplicadas. Portanto, dizer que não poderiam julgar segundo sua Lei porque essa vetava pena de morte era uma grosseira mentira.

Aliás, alguns dias após O Calvário mataram também a Estevão apedrejado; talvez, a Lei tenha mudado e as pessoas nem se deram conta.

Segundo; o pré-julgamento. Não iriam averiguar possíveis crimes dos quais alguns acusavam Jesus; trouxeram nos lábios uma sentença já; a morte. Foi como se, o Sinédrio pedisse a Pilatos: Mate Ele para nós, por favor!

O fato é que homens com consciências cauterizadas superam aos próprios demônios em maldade e cegueira.

Quem achar que essa é uma afirmação exagerada leia o episódio do endemoninhado gadareno; Verá demônios pedindo um favor ao Senhor, que não os mandasse de volta ao abismo, mas permitisse entrar em porcos circunstantes; e os homens, depois de contemplar à libertação do infeliz, pedindo ao Senhor que fosse embora. O diabo pediu uma bênção a Jesus; os homens pediram distância. Ver Mc; cap 5

Em outro incidente alguns bobo-alegres sem noção meteram-se a exorcistas; o capeta mostrou reverência e conhecimento dos santos e desprezo pelos falsos, coisa que muitos humanos não sabem; “Alguns dos exorcistas judeus ambulantes tentavam invocar o nome do Senhor Jesus sobre os que tinham espíritos malignos, dizendo: Esconjuro-vos por Jesus a quem Paulo prega. Os que faziam isto eram sete filhos de Ceva, judeu, principal dos sacerdotes. Respondendo, porém, o espírito maligno, disse: Conheço Jesus, e bem sei quem é Paulo; mas vós quem sois? E saltando neles o homem que tinha o espírito maligno assenhoreando-se de todos, pôde mais do que eles; de tal maneira que, nus e feridos, fugiram daquela casa.” Atos 19;13 a 16

Não se trata de inocentar o canhoto; toda maldade tem seu patrocínio; quando não na ação estrita, no conselho de ruptura e autonomia blasfema e insana dos ímpios, na qual, muitas fazem coisas com as quais até o capeta aprende maldades novas; melhora suas diabruras calcado nas lições de vida; digo de morte, que aprende.

O melhor de nós é muito pior do que ele mesmo pensa em seus melhores momentos; e o melhor momento de um pecador é quando está contrito, arrependido, confesso dos seus deslizes perante O Santo.

Spurgeon dizia que lidamos com nossos pecados como um fruticultor lida com o seu produto. Aquele escolhe os frutos mais vistosos e coloca em realce na feira, mas no seu pomar inda tem infinitamente mais; igualmente, expomos nossos pecados mais graúdos, nossas maldades mais patentes; contudo, muitas outras subjacentes inda palpitam em nossa natureza perversa e revés para com a Lei Divina. “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois, não é sujeita à lei de Deus, e nem pode ser.” Rom 8;7

Desse modo, fazemos bem quando aprendemos com Davi a pedir a remoção, também, desse lixo espiritual que, eventualmente escapa das nossas pesadas vistas. “Quem pode entender seus erros? Expurga-me tu dos que me são ocultos.” Sal 19;12

Tem gente sem noção que se presume contrito dizendo platitudes tipo: “Pai perdoa-me por que eu sou um pecador”. Lembrei de “Deus” (Morgan Freeman) Avaliando uma “oração” de Bruce Noland (Jim Carrey) no filme O Todo Poderoso. Que tal? Perguntou o “fervoroso” orador; “Muito boa para concorrer a Miss América foi a resposta sarcástica de “Deus”.

Que todos somos pecadores e não há um justo sequer é o ponto de partida. Só me arrependo quando um mal que faço me incomoda a consciência. Como me livraria de um incômodo passando por alto como se nem incomodasse deveras?

Quando da consagração do Templo, Salomão orou para que O Eterno fosse Propício aos sinceros que conhecem e, (obvio) assumem suas culpas; “Toda oração, toda súplica, que qualquer homem fizer, ou todo o teu povo Israel, conhecendo cada um a sua praga, a sua dor, e estendendo as suas mãos para esta casa, então, ouve Tu desde os Céus, do Assento da Tua Habitação e perdoa...” II Crôn 6;29 e 30

Enfim, ou damos vazão aos maus instintos traindo novamente Jesus acenando novas perspectivas de maldade ao Capiroto, ou, aprendemos de vez, fidelidade irrestrita, para que pelo nosso exemplo de firmeza na adversidade façamos potestades celestes comprovarem “in loco” as mentiras do comerciante que enganou um terço dos anjos.

“Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus...” Ef 3;10

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